O artista Julian Beever é o tipo do cara com quem vale a pena se defrontar pelo caminho. Ele faz interferências nas calçadas européias que criam um efeito 3D dos mais loucos. A seqüência da caça ao ouro é muito boa.
Cansei de receber emails e de abrigar comentários como se este blog fosse o site pessoal do clarividente Jucelino Nóbrega da Luz. Tive até mesmo de esclarecer isso ao final dum post. (Nada contra o cara.) Mas ontem recebi um email engraçado, dizendo que – se eu não sou o Jucelino – ao menos sou “um pouco clarividente”. E a pessoa faz alusão às alucinações do protagonista do meu conto Genus irritabile vatum (2001), que vê a cidade de São Paulo ser atacada e aterrorizada por hordas de bandidos. Ora, eu não sou clarividente, apenas tenho uma imaginação um tanto paranóica. Escreveu Clarice Lispector: “Imaginar é adivinhar a realidade”. Logo, imaginar paranoicamente é adivinhar uma realidade ainda pior que a atual. (O contrário é metanóia, estou trabalhando nisso.) Sempre que estou em São Paulo – onde já fui assaltado três vezes e espancado uma – meu radar fica à plena carga. (E ele funciona!) Também me cansei de andar por várias quebradas da zona sul, tendo até mesmo me deparado com cadáveres. Ainda em criança, presenciei perseguições da ROTA e me espantei diversas vezes com aquele indefectível policial dependurado da janela do passageiro, a metralhadora em punho. Já posso dizer que sou do tempo em que as crianças – jogando queimada ou apostando corridas com carros de rolimã – ficavam nas ruas paulistanas até as dez da noite. Aliás, quando escrevi o conto, nunca ouvira falar do PCC. Mas conhecia os “sinais de alerta” dos Racionais MC e semelhantes, o apoio de boa parte da sociedade ao crime (via consumo de drogas ilícitas), o apoio dos políticos (via corrupção e leis politicamente corretas) e a sensação instintiva e cutânea de que São Paulo é sim um barril de pólvora. Só isso.
A felicidade da mulher moderna não depende do homem, mas da empregada.
Alguém me enviou esse vídeo que demonstra claramente a pobreza mental dos nossos políticos. Dá pena. O cara é louco, louco, louco, loouco, looouco, looouco, loouco, louco, se pensa que esse discurso levaria meu voto. E se ele estiver mentindo?
“Compre batom! Cooompre batom!”
Comprei A Foreign Sound (2004) faz tempo, mas não ouvi muito. Estou dando uma nova chance ao álbum. Tem de tudo ali. De Nirvana a Cole Porter. Caetano é um compositor genial, mas não um intérprete genial. Ficaram todas as interpretações meio parecidas demais, com aquele prolongamento final do verso bem característico dele. E não têm nada de novo. Vão achar que quero sacaneá-lo, mas parece que ele pendeu mais pro lado da diva do que do crooner. Além do mais, Feelings e Diana são difíceis de engolir.
Duvido que eu consiga ouvir até o fim da semana (ou: não vale o dinheiro do CD).
Ouça o álbum: A Foreign Sound.
Eis alguns contos do Ronaldo Brito Roque no Cronópios.
Morro de preguiça de ler meus vários diários/cadernos de anotações, mas às vezes abro um deles ao acaso. (Comecei a escrever diários aos 14 anos de idade, isto é, em 1985.) Hoje dei com essa anotação, de quando morava na Casa do Sol da Hilda:
25/08/00 – Hoje, o Bruno me emprestou The Great Divorce de C.S.Lewis. Acha que, de acordo com meus atuais interesses, é o melhor que posso ler. Ontem, aliás, o Bruno ficou lendo professoralmente, para mim, meu próprio exemplar de O Cânone Ocidental, do Harold Bloom. (Não estou com ele aqui agora para confirmar a grafia correta do nome, logo…) Bruno admira esse autor (seu ex-colega de docência), embora creia que não se pode avaliar e fruir completamente livros dos quais não se tem uma profunda vivência do idioma. Discorreu sobre vários escritores que, para ele, não deveriam – ou o contrário, deveriam – estar coligidos ali. Ele assume – por não ter amado, sofrido, pirado, trepado e cagado em alemão ou russo – ser incapaz de dizer se um autor qualquer, dentro dessas línguas, é grande, médio ou irrelevante. (E mais mil papos.)
Esse cara parece um deputado brasileiro jogando golfe…
Ah, o submundo internético tem sempre uma novidade. Eu não conhecia essa extensão para Firefox, o BugMeNot, um aplicativo que, ao se navegar em qualquer site que exija assinatura, buscará em seu banco de dados online uma senha e um nome de usuário fornecido por algum hacker. E pronto, passe-livre. O preferido é o site do IMDB, que, para quem assina, permite o acesso aos contatos de atores, diretores e demais profissionais do cinema mundial.