blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: novembro 2005 Page 1 of 4

ROUThost.com

Já se passaram alguns meses desde que mudei meu site para o ROUThost.com e, por enquanto, tem sido um excelente serviço de hospedagem. Um amigo, o Gustavo Barcellos, acionou alguns de seus contatos nerds e eles – após uma avaliação à base de óculos fundo de garrafa – concluíram que não apenas o espaço e a banda, mas também o equipamento, são de ótima qualidade. Vale lembrar que a empresa também vem conseguindo manter o sistema ativo mais de 99% do tempo. A única desvantagem deste serviço, em relação àquele que antes usava, é que, no outro (JKAHosting.com), eu tinha de entrar em contato com o suporte técnico com tanta freqüência que meu inglês já ia de vento em popa. Já o site…

A melhor personagem da Lygia Fagundes

Cá entre nós – não conte para ninguém – a melhor personagem da Lygia Fagundes Telles é a empregada que ela finge ser quando não está a fim de atender ao telefone. Hilda Hilst já havia me falado a respeito, mas houve um dia em que confirmei a tática:

“A dona Lygia num tá! Acho que foi ver o filho dela…”, diz a escritora, sem me reconhecer, com uma voz das mais engraçadas.

“É o Yuri, Lygia, o amigo da Hilda Hilst…”, e aí a gente percebe a figura engolindo em seco. Instantes de hesitação.

“Seo Yuri, desculpe, eu digo préla que o senhor ligô”, retorna a personagem um tanto quanto sem graça.

“OK, então. Não se esqueça de mandar um beijão para ela, viu?”

Ela desliga. Sorrio: “A fama é mesmo uma gaiola de ouro”, já dizia o cantor argentino Facundo Cabral

O bibliotecário de Alexandria

Uma amiga me contou que, anos atrás, costumava despertar fora do corpo, isto é, “sofria” projeções astrais espontâneas e involuntárias. (Sim, no jargão da psicologia, alucinações.)

“Que demais!!”, eu disse.

“Demais nada, quase morria de medo…”

E descreveu o pânico que sentia cada vez que isso rolava e a ansiedade que ia nutrindo por acreditar que enlouquecia, por achar que estava perdendo seus parafusos um a um. Nessas ocasiões, nunca saía de seu quarto e muito menos de perto da cama. Fechava os olhos e rezava para voltar ao aconchegante corpo.

“Ai, era horrível!”

Mas um dia, abriu os olhos e viu um desconhecido em seu quarto, parado bem aos pés da cama: “E aí? Quer ir comigo na Biblioteca de Alexandria?”

“E você foi?”, perguntei eu, empolgadíssimo.

USP, MSTe os Doutores Jecas

Depois de ler a notícia no site da Universia Brasil (USP estuda criar graduação para o MST) e o artigo do Olavo, fiquei pensando: será que por ser herdeiro dumas terrinhas no centro-oeste poderei entrar nesse curso “voltado para o campo”? Afinal, ainda há uma tal democracia, não é? E eu já passei em seis vestibulares… Não, concluí em seguida, infelizmente não sou coletivista e analfabeto o suficiente. Sim, analfabeto, porque essa gente pretende fazer apenas provas orais durante o curso, já que não dominam muito bem a linguagem escrita… Analfabetismo doutoral, diz o Olavo. É por essas e outras que minha ojeriza pela universidade aumenta cada dia mais.

Adsense, PayPal, SkypeOut

Essa teimosia do Google Adsense em não aceitar fazer pagamentos através do Paypal é uma grande sacanagem. Não criam um sistema semelhante e tampouco aderem ao já existente. (Ou seja, não cagam nem desocupam a moita.) Se o fizessem, seria uma revolução na telefonia – ao menos para mim. Sim, pois o SkypeOut – o serviço pelo qual é possível ligar do Skype para telefones fixos e celulares – aceita pagamentos através do Paypal. Com um crédito de 10 euros (cerca de R$26) é possível conversar por horas. Com a renda atual da publicidade (Adsense) do meu site, eu já poderia passar dias fazendo interurbanos e chamadas internacionais. A internet é um assombro, mas ainda possui muitos focos de estagnação e incoordenação.


Uma charada

Monteiro Lobato (1882-1948) leu Nietzsche (1844-1900) e sua vida então mudou: finalmente tornou-se ele mesmo. Nietzsche leu Monteiro Lobato e… nunca mais foi o mesmo.

Um flagrante do Mr. Hyde

Dessa eu não me lembrava. (Claro, o Dr. Jekyll nunca tem plena consciência dos atos do Mr. Hyde.) O Pedro Novaes conseguiu me flagrar num dia em que o Señor Recóndito, numa festa na chácara do Gustavo Lima, tomou não apenas meu corpo mas também o microfone. Quando ele viu que a banda tinha bateria, guitarra e teclado, mas não um vocalista, deu o golpe de estado, tornou-se o MC da noite. Depois me contaram como ele (alguns pensam que era mesmo eu, mas não era) como ele inventou, em tempo-real, as letras das músicas que cantou. Uma doideira. Para ver como esse cara aí se parece comigo, mas não sou eu, veja como sua presença encaracola meus cabelos e dá um ar sinistro às minhas meigas feições. Sério, veja em meu perfil (ou na foto do casamento da minha irmã) como sou de fato. Ninguém entende como é duro levar essa vida dupla…

O Presidente Jeca Lula Molusco Calça Quadrada e Tatu

Cássia Queiroz – my ex, atual maninha – me conta que seu pai teve uma fazenda enorme no Pará. Seu vizinho mais próximo morava a apenas 100Km de distância, um pulinho. (Coitado do entregador de jornal.) Quando criança, Cássia ganhou do seu pai um bichinho que toda criança sadia adoraria ter: um tatu. Toda imaginosa, a doce e sapeca menininha loira – sim, ela já foi loira – amarrava uma corda de sisal numa das patas traseiras do semovente e, cheia de maquiavelismo infantil, deixava o pobre cavar, cavar, cavar até sumir-se em seu buraco de terra fresquinha. Ao notar que só lhe restava uma pontinha de sisal nas mãos, Cássia metia-se a içar o iludido animal de volta à tona. Felizmente aquela vivência do mito de Sísifo não se agitaria senão numa mente autoconsciente, coisa totalmente alheia a um tatu, cujo sofrimento se resumia à mera linguinha dependurada pelo esforço vão e a seus olhinhos arregalados pelo instinto de sobrevivência. Mas isso não significa que seja fácil ser um animal irracional…

Nietzsche e Lobato

Eis um interessante artigo de Aluizio Alves Filho – Nietzsche e Lobato – que pode servir de ponto de partida para quem quiser estudar a influência que o primeiro exerceu sobre o segundo.

Webscenidades

Disse o Ricardo Calaça:
“O meu orkut eu não dou pra ninguém! Tá me estranhando?”
Acrescentou o Rodrigo Lustosa:
“Eu também não dou! Em orkut que mamãe pôs talquinho, ninguém põe a mão…”
No dia seguinte, a Rosa Maria Lima narrou o diálogo entre um seu amigo e uma garota que ele conhecera havia pouco tempo. Perguntou a garota:
“Você já entrou no meu blog?”
E o cara: “Credo, a gente nem sequer saiu pra jantar ainda. E se eu já tivesse entrado no seu blog, tenho certeza que vc se lembraria…”

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