Mês: janeiro 2008 Page 1 of 3
Não, não é o nome de uma banda de blues. É uma excelente crítica sobre alguns lançamentos no mercado editorial americando tratando do excesso de medicamentos contra a depressão e do modo como a doença vem sendo tratada por especialistas, principalmente por psiquiatras. Parece que esse negócio do remedinho da felicidade tá fazendo água.
And psychiatry became Big Science. Because of the speed and effectiveness of the new drugs in treating conditions that traditional therapies struggled with for years, psychotherapists lost their leadership in mental healthcare. Amazing advances in brain imagery and neurosurgery only heightened therapists’ poky obsolescence. The bioengineers took over.
A matéria pode ser lida na íntegra aqui.
Um dos grandes acontecimentos na administração pública de Goiânia, este ano, seria o edital para nova concessão do transporte público da capital. Depois de quase 40 anos sem licitação, novas empresas teriam oportunidade de morder um bolo de mais ou menos 30 milhões de reais mensais, gerados pela demanda por transporte. Mas parece que o dinheiro é pouco. Leio no Popular que ninguém novo apareceu para concorrer com as empresas já estabelecidas na cidade. Ou seja, fica tudo mais ou menos como está. A cidade foi dividida em 5 lotes (o primeiro é o eixo anhanguera, e ele não está incluído na licitação) e apenas 4 empresas fizeram propostas: HP, Reunidas, Rápido Araguaia, Cootego.
A matéria afirma que as regras do novo edital mudaram e que as empresas deverão realizar investimentos em torno de 660 milhões. Não creio. O transporte coletivo da cidade é muito ruim exatamente porque é uma concessão na qual as empresas dividem um bolo sem concorrer entre si. E, além disso, esta licitação vale para os próximos 20 anos. Se até agora estas empresas se mostraram tão sensíveis às necessidades da população quanto um inquisidor medieval diante de um herege, não é porque está escrito em algum lugar que haverá investimento que o investimento virá; e se vier, só Deus sabe em que velocidade e priorizando quais áreas. Será que a CMTC realmente acredita que mordernizar um edital significa colocar mais um milhão de exigências burocráticas sem mexer no modelo de mercado implícito nele?
O problema do transporte é o grande problema desta capital e um dos maiores de qualquer cidade no futuro. Um trasporte coletivo moderno, eficiente é essencial para as pretensões de qualidade de vida de quem mora aqui. E, pelo visto, o futuro de quem anda de carro ou ônibus nesta cidade continuará encurralado em grandes terminais, número insuficiente de ônibus, tarifas altas (será a primeira coisa a sofrer reajuste, logo depois da validação do processo), trânsito caótico – por causa do excesso de carros de passeio, afinal quem vai confiar num transporte deste tipo e deixar seu conforto na garagem? – e na cupidez estúpida de um Estado ineficiente. Talvez a gente consiga, lá frente, morder o próprio rabo. Merecemos.
Não havia divulgado este vídeo aqui porque ainda quero fazer alguns retoques no áudio, mas, vá lá, já que está no You Tube, por que não colocá-lo n’O Garganta também?
(Bom, sugiro a leitura prévia do texto que incluí na página do You Tube referente ao próprio. Nele você entenderá por que o “efeito espelho” se anula na Internet, além de outros detalhes, incluindo a ficha técnica, participação em festivais, etc.)
Boa sessão.
Segue abaixo o artigo do meu amigo, oftalmologista, colega de mestrado e editor Flávio Paranhos publicado pelo O popular.
Há uma discussão interminável entre a filosofia e a ciência quanto à natureza da ética, que pode ser resumida da seguinte forma. Do lado dos filósofos: “Do ‘assim é’ não se pode derivar o ‘assim deve ser’”. Do lado dos cientistas: “Se do ‘assim é’ não se pode derivar o ‘assim deve ser’, do que, então, se derivará?!”. Os filósofos denunciam a falácia naturalista, os cientistas, a falácia da falácia.
A questão se é legítimo que se derivem normas morais a partir da observação de dados experimentais objetivos (ou mesmo comportamentais subjetivos, de toda forma empíricos, ou seja, baseados na experiência e não na pura especulação teórica) seria resolvida facilmente se limpássemos o meio-de-campo: ética normativa de um lado, ética descritiva de outro. Negar a utilidade da ciência para a compreensão do comportamento moral humano (ética descritiva) é ser ingênuo e turrão (quer ofender um filósofo ou um cientista? Chame-o de ingênuo que ele sobe nas tamancas). Por outro lado, derivar normas disso é outra coisa.
Um recurso muito utilizado pela turma da psicologia que se interessa pelo assunto são os chamados dilemas morais. Há inúmeros deles, alguns retirados da vida real, outros da ficção, e outros ainda montados experimentalmente para testar hipóteses em amostras de populações. A escolha de Sofia (lembram-se do filme, com Meryll Streep?) é célebre: à uma mãe é dada a chance de escolher um dos filhos pra salvar dos nazistas. Se não escolher, morrem os dois, se escolher, morre só um. Isso mesmo. Uma das características dos dilemas morais é que são muito sacanas. Testam o limite, sem dó. Não há saída honrosa. Não há qualquer saída. Quem viu o filme sabe o que aconteceu com Sofia.
O que me traz aqui é outro dilema moral. Foot & Thomson propuseram o “Problema do bondinho”. Numa bela manhã de domingo, você está passeando e vê que um bondinho está desgovernado e indo direto pra cima de cinco trabalhadores. Feliz ou infelizmente, você está exatamente no lugar do controle do bondinho e basta apertar um botão pra desviá-lo. Só que se você fizer isso, ele vai direto pra cima de outro trabalhador. Então? Você mata um, ou mata cinco? Antes que queira bancar o espertinho já vou dizendo que a opção “gritar e alertar os trabalhadores” não está disponível (eu avisei, dilemas morais são sacanas).
Agora uma variação, proposta por Cushman, Young & Hauser. Você está passeando numa ponte e vê o tal bondinho desgovernado em direção aos cinco trabalhadores. Só que desta vez não há botão pra apertar. Só uma coisa pode parar o bondinho, algo muito pesado. E há uma pessoa muito gorda ao seu lado. Não será difícil, pois o parapeito é baixo.
Se você não hesitou em matar o trabalhador sozinho em vez dos outros cinco, na primeira hipótese, mas deixou os cinco morrerem, na segunda, fique tranqüilo. É o que a grande maioria fez. Se respondeu diferente, cuidado, você pode ser um psicopata e não saber. Melhor checar.
Voltaremos a esse assunto em breve, com a perspectiva das neurociências.
Este é um vídeo do músico Pato Banton na casa do ativista religioso Eliyahu McLean, que costuma reunir representantes das mais diversas crenças em Jerusalém. Dedico-o ao irmão Bruno Costa que insiste em fazer comentários bobinhos neste blog…
Será que vale o barulho? E se o pastor trabalha de verdade? Cabem cultos religiosos no interior de prédios públicos? Se pode culto evangélico, pode fazer despacho também? O Eco noticia o cargo e as atividades de um pastor da igreja da ministra Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.
MINISTÉRIO DA FÉ
Aldem Bourscheit
19.01.2008
Um pastor da Assembléia de Deus, mesma igreja freqüentada pela ministra Marina Silva, integra os quadros do Ministério do Meio Ambiente (MMA) desde Agosto de 2005. Ele já usou a estrutura do órgão público para auxiliar na organização de ao menos um evento religioso, em 2007. E, segundo fontes ouvidas no ministério, não foi a única vez. Ele também dirige cultos evangélicos nas salas destinadas ao serviço público federal, freqüentados por servidores de todos os escalões.
A série de palestras, vídeos e debates Os Cristãos e a Criação – Responsabilidade Socioambiental, que começou em 25 de junho e se estendeu até 30 de julho de 2007, lançou a chamada Rede Jubileu da Terra no Distrito Federal. Um panfleto distribuído na ocasião, no Congresso e outros pontos de Brasília, traz o nome do pastor Roberto Vieira e dois números de telefone, um fixo e outro celular. O número fixo é do Ministério do Meio Ambiente, o mesmo divulgado como contato ao pé da página principal da 2º Conferência Nacional do Meio Ambiente – 2ª CNMA, onde Vieira trabalha. O impresso traz um retoque manual, já que os prefixos do MMA foram alterados na mesma época.
O pastor é o carioca Roberto Firmo Vieira, contratado como consultor pelo MMA com dinheiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para ajudar a organizar da Conferência Nacional do Meio Ambiente, evento bienal que reúne ONGs, setor privado e governos estaduais . Aos 50 anos, ele já trabalhou na Empresa de Correios e Telégrafos (1982-1984), no Ministério dos Transportes (2002-2003), na Câmara dos Deputados (2001-2002) e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1985-1986), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Sua experiência na organização de eventos inclui experiências como o encontro Com Jesus são Outros 500, na Esplanada dos Ministérios (2000) e ainda a Marcha para Jesus e o Dia dos Evangélicos (2001).