blog do escritor yuri vieira e convidados...

Ms. Dalloway e o ACM

Amanheceu bonito e frio na Terra Média. Solzinho bom com neblina! Não houve vontade nenhuma de levantar da cama…E o artigo pros “Gargantas de Fogo”? Descobri um escândalo antigo envolvendo o governo kiwi e as empresas de imagens de satélite, podia escrever sobre isso!

E depois, tem a campanha chauvinista do eDitador e seus comparsas (Pô, Monica Bellucci, Paulo? Pegou pesado, heim?!)! Caramba, que pressão! E eu só quero ficar no jardim, lagarteando e tomando chá, de pijaminha e sem compromisso, esperando o Marc vir almoçar e me atualizar sobre o mundo lá fora…

E a imagem da Ms. Dalloway me vem à cabeça como uma premonição, uma praga rogada há muitos anos pela doida da Wolf e destinada a gente como eu! Tá bom, fui vaidosa e arrogante agora! Desculpem-me! Não sei fazer arranjos florais como ela e nem eram assim tão brilhantes meus apartes nos cafés com os meninos…

Há rosas amarelas hoje, e dálias laranja…Podia acrescentar um pouco daquelas ramas ali…! É, o arranjo não sairia assim tão mal e ao planejá-lo me esqueci da praga, mas nunca da Clarissa Dalloway!

Clarissa, Clarice, poderiam ser os nomes das filhas minhas…Ah, e tem as batatas da Clarice! É! O que teremos pro chá (jantar) de hoje à noite? Batatas! E assadas, porque combina com o vento frio de hoje…

Mas e os escândalos no geoprocessamento neozelandês? A informação interessaria aos goianos que pagaram uma fortuna(em forma de impostos, só pra variar!) por aquela porcaria apresentada pela Agência Ambiental no ano passado… Se ao menos não tivesse lido “Essas contraditórias mulheres” do Pedro!

Que difícil pensar no ACM e no Governo Lula! E me decidir entre a liberdade de expressão do Mill e o desconforto causado em mim pelo episódio do South Park..Teci mil comentários a respeito enquanto esperava a máquina lavar as toalhas!

E meu passado gauche festivo cutucado pelos amigos de todo o sempre? Como associá-lo à minha lista de compras da semana? Se ao menos não mais me interessasse o Jornal das Seis…Por que ainda espio as notícias? Não mais preciso delas como não preciso dos livros do Celso Furtado: eles não me ajudam a decifrar os meandros do uso do aspirador de pó.

Preciso mesmo escrever algo pro eDitador…Não, não hoje! Vou pro jardim pensar nas minhas rosas! Ah, o Marc veio almoçar, chega de elocubrações absurdas e culpas vãs! Teremos sanduíche de atum e pelo menos uma hora só pra nós! Hummm, paz e sossego! Droga, ele trouxe o jornal debaixo do braço…

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4 Comments

  1. Primeiro post? Seja bem-vinda então. Abs. R.

  2. Oba, mais uma moça no blog. Bela crônica. Abraços…

  3. Êêêêê! Muito muito bom. Frescor feminino no blog. Senti mesmo as lufadas de vento da Terra Média e o solzinho. Belíssima crônica.
    Sobre passado gauche festivo, creio que aqui entre nós, ou melhor, entre os que eu conheço realmente, não há nenhum que não tenha trilhado esta senda. Exceto o Yuri. Se bem que eu desconfio que, se investigarmos lá na infância, acharemos algum escorregão (uma boina querida escondida no armário, um discurso no Grêmio do Colégio Atheneu, algo assim) Talvez possamos fazer um “index expurgatorius” com gauchices que fizemos/dissemos, como no “Manual do Perfeito Idiota”.

  4. Bruno Costa

    Oi, minha querida, coincidência ou não, enquanto você falava com o Gustavo ontem, eu lia sua crônica aqui, nos encontramos logo depois no Glória (o Bororó tocou lá ontem). Já era habitué do ‘Pernas’ e fico feliz de poder lê-la também aqui: adorei e parece que agora vc colocou pra valer as manguinhas de escritora de fora. Que dizer? Saudades. beijão

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