João Rocha, sobrinho de Glauber Rocha, nos escreveu para dizer que o site que mantém em homenagem ao tio – Tempo Glauber – sofreu uma reforma e voltou a fornecer para download o filme proibido Di Cavalcanti di Glauber – Ninguém assistiu ao formidável enterro de sua última quimera; somente a ingratidão, essa pantera, foi sua companheira inseparável. Valeu, João, e viva a liberdade artística!
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Cada vez que assisto a um desses filmes onde bandidos inteligentíssimos se safam ao final felizes com seus recém adquiridos milhões de dólares, em que homens e mulheres papam um parceiro após o outro como se estes fossem produtos da McDonalds, em que assassinos em série possuem mais fundamentos metafísicos para realizar o que fazem do que os policiais que os perseguem, em que soldados ficam chorando de medo da morte e pirando com a falta de sentido do mundo e do que estão a fazer, e assim por diante, nestes momentos começo a imaginar o que Bin Laden acharia de um filmes desses. Minha conclusão: aposto que ele confirma sua teoria de que o Ocidente – e sobretudo os EUA – são o próprio Diabo mais através do nosso cinema que das nossas atividades políticas. Osama deve dar palestras para seus sequazes enquanto lhes projeta nossas últimas novidades cinematográficas. E digo “nossas” pelo motivo óbvio de que somos ocidentais e de que o cinema brasileiro, de um modo geral, quase pede para que se jogue um avião contra o Morro do Corcovado. E daí, né? Nenhum Artista ocidental parece mesmo se lembrar daquilo que disse o dono do morro…
Finalmente chegou aqui à província “Menina Santa”, segundo longa da badalada diretora argentina Lucrecia Martel. Almodóvar é dos que se impressionou com o talento demonstrado pela moça em “O Pântano”, seu filme de estréia. Tanto que tornou-se produtor executivo deste outro.
La Niña Santa não é um filme arrebatador. Ao contrário, impressiona e marca o espectador em sua sobriedade e na sutileza quase subliminar com que nos incomoda.
Pedro tem razão (clique aqui). Ponto Final é mesmo um dos melhores do Woody Allen.
O cinema é uma linguagem perfeita para “brincar” com o acaso (de cabeça, lembro de dois exemplos recentes: o quase bom Femme Fatale, de Brian De Palma, e o divertido Corra, Lola, Corra, do alemão Tom Tykwer). Mas é preciso que isso seja muito bem feito. E Allen o faz perfeitamente.
Gosto, particularmente, de viagens pessoais. Por isso me interessei por Hora de Voltar, filme idependente dirigido e roteirizado por Zach Braff, um cara que faz a série televisiva Scrubs – que eu nunca vi. Passou esta madrugada num dos Telecines. Como nunca tinha ouvido falar de Braff ou deste filme, fui me surpreendendo com a história. É despretensiosa e funciona bem.
Acabo de assistir a Capote e concordo integralmente com o Fiume. É um grande filme. Absurdamente melhor que Crash e que Brokeback Mountain. Não há dúvida de que todo o seu mérito, além da atuação felizmente premiada com o Oscar de Philip Seymour Hoffman, reside na sutileza com que trata a figura de Truman Capote e a pesada história real de sua obra-prima “A Sangue Frio”. Coisa rara em filme americano: sugerir as coisas, ao invés de explicá-las didadicamente. Meritório também o filme não cair presa da personalidade de Capote – o homossexualismo, o alcolismo, a megavaidade, etc. -, mas exatamente sugerir tudo isso enfatizando suas relações com outras pessoas no processo de se envolver com a história de brutais assassinatos, que resultaria num dos grandes livros norte-americanos.
Mais impressionante ainda por se tratar do primeiro longa de ficção do diretor Benett Miller. Imperdível.
Fui ver Capote ontem. É excelente. Num papo por email com meu amigo Gustavo Alves, jornalista do Globo e autor do blog River Run, ele acabou resumindo por que o filme é tão bom — faltou apenas citar o ótimo trabalho do Philip Seymour Hoffman:
Capote é genial. E muito sutil. A forma como o mostra caminhando para o alcoolismo, a tensão por gostar do assassino e ao mesmo tempo querer que ele morra para terminar o livro, tudo é muito sutil. O ator que faz o matador baixinho, aliás, é espetacular.
[Texto modificado às 17h44 de 14/6]
O documentário citado pelo Pedro Novaes num post anterior (via O Indivíduo) – Che: anatomía de un mito – já está disponível no You Tube. Segundo pude averigüar, el Che não era nada mais nada menos que um, digamos, hippie do mal: não gostava de tomar banho, perambulava ao léu pelo mundo e adorava executar pessoalmente – com muita ternura, claro – não apenas os inimigos da revolução mas principalmente seus desafetos políticos, isto é, boa parte de seus ex-companheiros. Apenas antes da tomada de Havana, executou com tiros na nuca – e até pelas costas – mais de duzentas pessoas, ou seja, quase o mesmo número de “subversivos” mortos por TODO o exército brasileiro durante toda a ditadura militar. Ah, aquele cabeludo-barbudo-hippie-do-mal! Coitado, deve estar abraçando o capeta até hoje…
Já neste outro vídeo, vemos que ele é que era um soldado do Império, um enviado de Darth Vader infiltrado no planeta…
Dia 06 de Março, faleceu o ator e dublador Newton da Matta, a voz oficial do Bruce Willis, do Dustin Hoffman, do Paul Newman, do Lion (Thundercats), etc. Para mais detalhes, visite o blog do Daniel Neto, que, entre outras coisas, possui toda uma seção dedicada a dubladores brasileiros. Vale a pena ver a cara das vozes que ouvimos praticamente todos os dias. Algumas delas são nossas velhas conhecidas.