blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Del vendedor de camisas

Aparentemente nada de muito novo para quem leu as biografias de Che redigidas por John Lee Anderson e Jorge Castaneda. Mesmo a mais oficial delas, para quem não adquiriu tendinite durante a leitura e chegou ao final, não poupa a imagem do grande vendedor de camisetas.
Agora, há também, conforme o Pedro Sette Camara noticia no site do Instituto Millenium, o último livro do Vargas Llosa – “The Guevara Myth and the Future of Liberty” – e um documentário – “Che: Anatomia de un Mito”, daunloudável em formato WMV:

“Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario.”

(Via De Gustibus…)

Juros e meio ambiente

O Vinícius, nosso leitor, chama a atenção para a resenha feita pelo Rodrigo Constantino do livro do Eduardo Giannetti, O Valor do Amanhã, mencionado no post abaixo. Coincidentemente comprei-o hoje e espero, em breve, poder comentá-lo.

Pensador muito completo, Giannetti tem, além de tudo, o dom, raro entre economistas, de se expressar com clareza para iniciados e não-iniciados neste mundo relativamente hermético.

Eu não sei se o livro, cujo subtítulo é “Ensaio sobre a Natureza dos Juros”, trata, em algum momento, da questão ambiental. Se não, mais interessante ainda. A questão ambiental é, em essência, um problema de juros.

Eu gostaria muito de ver o Giannetti comentando o livro do Zé Eli, mas não sei se poderei estar lá.

90min de entrevista com Jorge Luis Borges

Para assistir a uma prévia da entrevista realizada em 1976 pelo jornalista espanhol Joaquín Soler Serrano com Jorge Luis Borges, clique em play. Para fazer o download da entrevista completa, siga o link mais abaixo.

(Atenção, ao clicar em download, vc precisa seguir os passos com calma, caso contrário se perderá numa infinidade de janelas de publicidade, inclusive pornográficas. Mas que o arquivo com 90min (140.22Mb) de entrevista está lá isso eu posso garantir. Fique atento à parte superior da janela que abrir e vá clicando. Además, muchas gracias a la bitácora Apirronarse por este gran regalo.)

Duelo de Titãs

O Alex Castro pergunta qual é o maior romance latino-americano do século XX? Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquéz, Sobre Heróis e Tumbas, de Ernesto Sábato, ou Pedro Páramo, de Juan Rulfo.

Infelizmente os brasileiros estão fora deste páreo. Se não o estivessem, eu diria, sem pestanejar, “Grande Sertão Veredas”. Cem Anos de Solidão perderia por uma cabeça para a obra-prima de Guimarães Rosa – a ousadia linguística.

Mulher do padre 2

quase um ano já, cansado de tentar convencer meus amigos a lerem o Olavo de Carvalho – de quem li apenas sete ou oito livros (os dois primeiros emprestados pelo poeta Bruno Tolentino em 1999) -, desabafei aqui: “para mim, quem não lê as colunas semanais do O.de C. é mulher do padre”. O irônico é que, sem que eu soubesse de pronto, foi este o único argumento que de fato levou ao menos dois de meus amigos a iniciar a empreitada, o que talvez signifique duas coisas: 1) sou um péssimo dialético, 2) mas um bom retórico, já que apelei com sucesso aos subterrâneos de suas psiques ao utilizar desafio tão primário, tão infantil. E isto, claro, significa uma terceira coisa: embora lhe sinta o cheiro, ainda estou muitíssimo aquém da filosofia…

Mas sem papo furado, quero apenas – diante do excelente artigo do Olavo desta semana, Se você ainda quer ser um estudante sério…, aliás, finalmente um artigo que mostra extensivamente (e não intensivamente, como é o costume dele) aos que nunca tiveram coragem de se aproximar de ao menos um de seus livros qual é o fundo de onde salta esse grande figura – quero apenas repetir: para mim, qualquer intelectual brasileiro que nunca tenha lido sequer um livro do Olavo é mulherzinha do padre. E só. (Ok, agora vá dar pro padre, se é que lhe assentou a carapuça.)

Montaigne

Sempre adiei a leitura desse cara. Dos franceses em geral. Com excessão de Balzac, Proust e Valéry, não tenho paciência com os franceses. Flaubert também me impressionou, mas já passou. Sempre fui mais alemão nas minhas escolhas. Só que me caiu nas mãos “Montaigne em Movimento” do Starobinski. Comprei num sebo juntamente com “Hamlet – Poema Ilimitado”, do Harold Bloom, provavelmente o único intelectual pós-moderno que o Yuri gosta (é isso mesmo, leitor e admirador de Paul de Man, o papai da crítica literária pós-moderna na América).

Adoniran Barbosa e Hilda Hilst

Acho que foi o compositor José Antônio de Almeida Prado quem apareceu, lá na Casa do Sol, em 1999, com uma fita trazendo duas músicas do Adoniran Barbosa sobre letras da Hilda. Como eu estava acrescentando conteúdo ao site dela, fiz uma dessas gambiarras para poder conectar um walkman ao meu então 486DX100 e passar trechos das canções para .wav, que ainda se encontram por lá. Só estou falando disso porque, ainda hoje, muita gente se espanta quando digo que rolou uma parceria do Adoniran com a Hilda. Incluindo aí a surpresa do nosso colaborador Ronaldo Roque.

Para quem quiser ouvir as músicas, agora em mp3, eis os links. A primeira se chama “Quando te achei” e a outra “Só tenho a ti”. (Isto é para ajudar a divulgar, hem, Zé.)

  • Interpretada por Elza Laranjeira:
  • [audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2006/02/adoniranhh1.mp3]
  • Interpretada pelo próprio Adoniran:
  • [audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2006/02/adoniranhh2.mp3]

Frenologia

É o estudo da personalidade humana revelada pelos contornos do crânio. Encontrei esta curiosa informação num dos meus inúmeros blocos de anotações (não sei de onde tirei):

Walt Whitman pagou três dólares para que Lorenzo Fowler apalpasse as protuberâncias de sua cabeça. Resultado: “um bom domínio da linguagem” e “escolheria lutar com a boca e a caneta”. Whitman publicou o resultado várias vezes e teve a primeira edição de “Folhas da Relva” (1855) distribuída pela Fowler & Wells.

Uma coisa que não falta é escritor acreditando em teorias estranhas. Pirar é humano. E literário.

Tocando o Vazio

Tocando o Vazio é dessas histórias que nos fazem pensar, em todos os sentidos, sobre limites. Quais são os limites do ser humano, em termos físicos e mentais? Até onde nosso corpo é capaz de nos levar? Até que ponto a mente comanda o corpo? E, mais que isso, onde termina o ser humano? Que estranhas conexões etéricas guardamos com o mundo que nos cerca e com o universo? Como explicar uma saga de sobrevivência que desafia todas as possibilidades? Como dar conta das inexplicáveis intuições que guiam o ser humano numa jornada cara a cara com a morte? Por que certas pessoas, como Joe Simpson, insistem em viver, quando outros submetidos às mesmas situações, já teriam passado desta para melhor?

Mais uma vez, a vida imita a ficção…

Em 1960, o escritor argentino Adolfo Bioy Casares, comparsa de Borges, escreveu Diario de la guerra del Cerdo. Neste livro, as ruas de Buenos Aires são tomadas por uma implacável onda de violência perpetrada por gangues de jovens contra idosos. Toda a ação deste romance perturbador é vista da perspectiva solitária e angustiada de Isidoro Vidal, pacato aposentado, e seus amigos.
Com um arrepio na espinha, leio a manchete da página A23 da Folha de hoje: “Argentina vive onda de violência contra idosos”.

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