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Primeira conferência de imprensa no SL

A primeira conferência de imprensa do Second Life ocorreu no dia 10 de Outubro a propósito do lançamento do Projeto Darkstar, da Sun Microsystems. Trata-se de um projeto que visa facilitar a criação de jogos multiplayer online e, claro, só poderia ter rolado dentro deste ambiente virtual.

Para quem está totalmente por fora do que é o SL, vou explicar o vídeo abaixo: 1) o auditório que vemos pertence a uma das áreas desse mundo virtual online (Sun Island) e cada uma das personagens (avatares) que ali estão é de fato alguém no mundo real, no caso, provavelmente um jornalista; 2) os auditórios, quando bem montados, costumam ter um sistema de som que permite a cada um dos presentes à conferência ouvir o palestrante ao vivo; 3) não apenas a Sun, mas também a Reuters, a CNET e a MTV já possuem suas áreas virtuais próprias. Aliás, como diz o primeiro palestrante do vídeo, John Gage, chefe de pesquisas da Sun, nosso desktop ainda é muito condicionado pela nossa velha relação com o papel, uma relação plana, e o Second Life é a primeira grande mudança de paradigma nesse quesito. Tudo está ainda em seus primeiros passos – quem viver verá que loucura será o Second Life dentro de dez anos.

A primeira milionária do Second Life

Acho que criarei uma empresa de consultoria para vender idéias que possam enriquecer qualquer um – menos eu mesmo. (Tudo começou em 1994, quando escrevi um argumento para longa-metragem de ficção que acabou aparecendo nas telas com o título… sim, Matrix! Claro, como eu morava no Brasil, não saiu do meu papel. Já aqueles irmãos Wachowski apenas pescaram a mesma idéia. Mas isso é outra história.) Bom, durante os últimos meses, aluguei os ouvidos das minhas duas irmãs arquitetas, repisando a idéia de que desenvolver projetos para o Second Life poderia lhes garantir muito mais dinheiro que seus projetos para o mundo real. Acharam graça. Pior para elas, porque a chinesa Anshe Chung – avatar de Ailin Graef – já faturou um milhão de dólares com projetos de arquitetura e paisagismo para esse mundinho virtual. Ela passou os últimos meses comprando terrenos “em branco”, criando paisagens naturais, cassinos, shopping centers, residências, clubs, prédios – tudo virtual, obviamente – e revendendo esses cenários para assinantes do Second Life. Ficou rica a espertinha. Já tem 25 funcionários e irá contratar outros 25. E este babaca aqui só sabe escrever…
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Conheça o Anshe Chung Studios e veja algumas de suas criações.

A lousa do MIT

Bom, eu acho que muita gente ainda continuaria babando durante uma aula de Mecânica…

Bem-vindo ao mundo… virtual!

Quando você finalmente aderir ao Second Life, esta é a região em que irá nascer: The Help Island, que não é senão uma espécie de umbral para a Main Land, onde você realmente irá iniciar sua segunda vida. A área circular da foto vive em constante efervescência. É nela que pipocam a uma taxa de vinte por minuto os novos avatares. (O Second Life possui atualmente 806.237 habitantes, dentre estes, se nos basearmos na comunidade do Orkut – Second Life Brasil – 918 são brasileiros.) Estou quase criando um avatar apenas para ficar vagando pela Help Island e gritando aos recém chegados: “Abandonai todas as esperanças vós que entrais, pois em breve estareis irremediavelmente viciados e perdereis vossas primeiras vidas!” E a isto se seguirá uma gargalhada tétrica: ahahahahaha!

Ainda o Second Life (um esboço de artigo)

O aspecto revolucionário do Second Life está em seu potencial, não naquilo que ele já é. Há três anos, entrei num “mundinho virtual” que imagino tenha sido o próprio. Era apenas um chat com “bonequinhos”, uma chatice de tão lento e tosco. Nada além disso. Mas, conforme avança a tecnologia, conforme aumenta a capacidade de processamento dos computadores servidores e clientes, conforme aumenta a velocidade da transmissão de dados, a coisa vai assumindo proporções espantosas. Hoje, um arquiteto já pode comprar um terreno ali e reconstruir virtualmente todos os seus projetos já realizados em vida, um condomínio, com casas planejadas apenas por ele, que pode ser seu portfolio profissional, seu mostruário. “Ah, você quer conhecer meu trabalho? Visite meu bairro: ‘arquiteto fulano (123, 87, 67)'”. E pronto. Um decorador pode se associar ao arquiteto e botar mãos à obra. Artistas plásticos (olha a chance dos escultores) e fotógrafos expõe seus trabalhos. Salas de cinema virtuais exibem filmes de verdade. (Já imaginou? Um festival de cinema ali dentro? Com entrega de prêmios e tudo mais?) A exposição de trabalhos em 2D pode parecer redundante, afinal, a internet já tem tudo desse campo. Mas o louco do Second Life é que ele reforça a ação do acaso no relacionamento virtual. Na internet, em geral, as pessoas saem pesquisando o perfil uma das outras no Orkut, ou através de blogs, e já entram em contato com o próximo condicionadas por aquilo que acreditam saber dele. No Second Life, não. Você encontra os demais como quem se esbarra na rua com um desconhecido e, sem qualquer razão que não seja a pura cortesia, troca com ele uma idéia. Amizades podem sair daí. Sociedades. Parcerias. “Ei, vai rolar um vernissage agora, vamos?” E vocês saem voando juntos.

Uma das coisas mais interessantes no Second Life é sua semelhança com os sonhos e projeções astrais. Para quem não vê o mundo como eu vejo, isso pode soar como uma grande besteira. Então apenas esqueça tudo o que já ouviu a respeito desses “esoterismos” e entenda: agora você poderá experimentar, em grau menor, o que certos místicos afirmam experimentar, a saber, o relacionamento com pessoas reais num ambiente onde tudo o que é imaginável é também possível. Sim, é virtual, é ilusão, a maya da Maya, mas as pessoas são reais e também as reações delas a suas ações. O sentimento de vergonha existe ali dentro, você se sente embaraçado ao cometer uma gafe em público e há aquela mesma timidez de sempre ao se aproximar duma “mulher bonita” pra puxar conversa. Retorna aqui toda aquela metáfora do mundo da Matrix no tocante a esse mundo real. Tal como num RPG, ou num simulador de vôo, é possível ter experiências ali dentro que nos aprimorem. Não importa se o mundo é feito da mesma matéria dos sonhos ou da mesma matéria dos pixels, os espíritos são os mesmos e não importa o meio que usam para se manifestar. Sem falar que Freud está ali o tempo todo: você pode expressar seus desejos mais recalcados. Daí toda a perversão que também existe no Second Life. Tal como colocou Swedenborg ao falar da vida após a morte, nessa realidade virtual cada qual se encaminha até as regiões com a qual se sente mais afim. Você pode ter ótimos diálogos, aprender outras línguas, ir a saraus de poesia, passar a tarde inteira fazendo compras, procurar um “emprego” ou expor seu trabalho, explorar sozinho ou acompanhado as curiosidades daquele mundo ou simplesmente ficar num inferninho de sexo explícito. Você é quem sabe.

Enfim, há muito o que falar sobre mais esse “fenômeno da internet”. Mas deixarei isso a cargo do meu avatar no sistema, uma mistura daquelas coisas lindas que eu imagino ser com aquelas horríveis que trago em mim, o meu Mister Hyde pessoal.

New York Law School

O mais interessante do Second Life não é o que ele é hoje mas o que ele será amanhã. Com o avanço da tecnologia e a aceleração do tráfego de dados, num futuro não muito distante, essa realidade virtual mostrará sua face revolucionária. A internet nunca mais será a mesma. (Voltarei mais vezes a essa questão.)

Muita “gente graúda” já percebeu isso e está criando sua própria região no Scond Life, tal como a New York Law School, que construiu uma réplica da Suprema Corte dos EUA, um anfiteatro/cinema, afora outras coisas.

Quem já assistiu ao filme Guerra nas Estrelas, ou à saga Matrix, sabe que os Jedi e os combatentes de Zion fazem reuniões às quais comparecem virtualmente. (Os Jedi aparecem como hologramas.) É o que ocorre no Second Life. Cada personagem que vemos é o avatar de alguém que realmente existe em algum lugar do mundo. Não é um vídeo-game. Por isso, a New YorK Law School está levando a coisa a sério e planejando para breve palestras e debates em seu anfiteatro, abertas ao público em geral, assim como a apresentação de filmes, que defendam a liberdade e a democracia.

Algumas imagens:

Second Life

Amigos, ando meio sumido porque tomei a pílula vermelha e fui tragado pela realidade virtual do Second Life. Aguardem fotos e crônicas a respeito. O bicho é revolucionário…

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Clique aqui
e leia mais sobre o Second Life.

BugMeNot

Ah, o submundo internético tem sempre uma novidade. Eu não conhecia essa extensão para Firefox, o BugMeNot, um aplicativo que, ao se navegar em qualquer site que exija assinatura, buscará em seu banco de dados online uma senha e um nome de usuário fornecido por algum hacker. E pronto, passe-livre. O preferido é o site do IMDB, que, para quem assina, permite o acesso aos contatos de atores, diretores e demais profissionais do cinema mundial.

Writely

E o Writely, do qual já falei anteriormente, já está aceitando novas adesões. Trata-se dum editor de textos online, ao estilo do Word, que guarda os documentos no site e que pode ser usado para escrever em colaboração remota. Claro, foi comprado pela Google.

Webcam Morpher

Eu já comentei aqui sobre o programa Voice Changer com o qual fiz algumas gravações. (Para quem não sabe, é aquele programa que modifica nossa voz no Messenger, Skype, Google Talk, etc. Escute essas duas sacanagens: aqui e aqui.) Agora a mesma empresa lançou o Webcam Morpher, que faz com que a gente apareça com outras caras e bocas nos comunicadores dotados de webcam, tais como o Messenger e Skype. É possível até fingir ser de outro sexo. Conforme falamos a boca da personagem se mexe, além de ser possível fazê-la rir, entediar-se, fazer caretas, zangar-se e assim por diante. Já fiz minha primeira vítima. Muito engraçado.

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