blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Cotidiano Page 24 of 58

Solidão molhada

Se ela entrasse agora, se ela rompesse o silêncio deste quarto e seu riso enchesse a casa com a graça de mil borboletas desgovernadas, não haveria choro esta tarde. O carinho morno, espesso, quase explosivo, que brota do meu peito, encontraria um pouso feliz no frescor dos seus ombros nus. Mas ela mora longe, ela tem de chegar cedo, ela não vai entrar por esta porta e espalhar o brilho das suas mil borboletas. E o meu carinho, já pálido e desamparado, vai escorrer vagaroso, com o suor, e deixar no lençol molhado apenas a marca efêmera de mais uma solidão.

Bin Laden recebe permissão para matar 10 milhões

Da CNN, via Jihad Watch:

Michael Scheuer, que já comandou a unidade da CIA reponsável por Bin Laden, afirma que foi dada permissão a Bin Laden, por parte de um jovem clérigo na Arábia Saudita, autorização para que a Al Qaeda “use armas nucleares contra os EUA… até um limite de 10 milhões de mortos.”

“Ele recebeu permissão, uma permissão religiosa para dez milhões de mortes?”, perguntei-lhe.

“Sim,” Scheuer respondeu.

Islã, uma religião pacífica?

Fotos de uma passeata, em Londres, de grupos islâmicos que pretendiam demonstrar seu apreço pelo… Ocidente? Não, pelo fim do Ocidente.

Sobre os “idiotas úteis”

Em inglês, no site do radialista Rush Limbaugh (aqui e aqui) e, de autoria do dissidente iraniano Amil Imani, no FrontPage Magazine.

E, claro, uma dose dos nossos “idiotas úteis” autóctones.

Música para a semana — 5

Ney Cartola.jpgÉ muito bom este CD. Chama-se simplesmente Ney Matogrosso Interpreta Cartola (2002). As interpretações são ótimas. O cara canta muito bem.

E, claro, tem as canções. São fantásticas. Há uma simplicidade genial nas letras de Cartola. Veja, por exemplo, Tive, Sim:

aspas_vermelhas_abre.gif Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar aspas_vermelhas_fecha.gif

Não é simplesmente bonito?

icn-seta_cima-11x11.gif Cartola é mestre.

Cultivando o ódio

Você teria orgulho de ter um “filho-bomba”? Boa parte dos islâmicos teria…

O Garganta em erupção

As sincronicidades são mesmo fabulosas. O vulcão equatoriano Tungurahua (Garganta de fogo, em quechua) começou a vomitar cascalho, cinza e lava novamente. (Veja no Google Maps.) Aliás, ainda não expliquei o porquê de eu ter usado o nome e a foto desse vulcão no blog, mas qualquer dia o farei. (Há algumas fotos da minha escalada ao dito cujo no meu perfil. Fotos com mais de dez anos.) Pois é, o cume do vulcão, onde estive sentado (veja a foto) e em cuja neve enterrei um papel com uma citação de Nietzsche, já não existe desde 1999, quando explodiu. (A erupção anterior havia sido em 1925.) O fato é que, em 1999, alguns anos depois da minha escalada, eu também sofri algumas explosões internas que não vêm ao caso. Assim como estou novamente prestes a entrar em erupção: “Não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.” (Ah, essa raça irritável dos homens de letras! Tão cheia de frescuras…)

Enfim, eis os versos nietzscheanos que viraram fumaça:

“Vós outros olhais para cima quando aspirais elevar-vos.
Eu, como estou alto, olho para baixo.
Qual de vós podeis estar alto e rir-vos ao mesmo tempo?
O que escala elevados montes ri-se de todas as tragédias da cena e da vida.”
Zaratustra

No alto do vulcão, pensei com os zíperes do meu anorak North Face que Nietzsche certamente nunca subira ao cume dum “elevado monte”. Ao menos não nos Andes. (Enquanto o Tungurahua tem mais de 5000 metros, o Monte Branco, ponto culminante da Europa, não passa dos 4800 metros.) Do contrário, conheceria o microclima dessas montanhas, que as enche de nuvens, justamente no ápice da aventura, e não nos deixa ver ninguém lá de cima, muito menos rir das cenas da vida. A gente, tanto quanto o vulcão, fica é a ponto de explodir…

Que Deus ilumine o caminho daqueles que ali morreram esta semana. Hermanos, oiga lo que les digo, vivir cerca de un volcán es como vivir con una espada colgada sobre la cabeza… de toda la gente.

Os eternos juros…

A última do doutor Meirelles
Por José Paulo Kupfer, no NoMínimo

A melhor piada do momento na economia brasileira foi contada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O doutor Meirelles disse à repórter Marina Guimarães, do jornal “Estado de S. Paulo” que, para reduzir os juros bancários, estuda medidas capazes de dar maior poder de negociação aos clientes. Com essas providências, segundo ele, o sistema ficará mais competitivo, “devendo propiciar uma queda nos spreads bancários”.

Então, tá. Já se pode imaginar o cidadão, peito estufado, avisando ao gerente do banco em que mantém conta, como quem fala para o feirante que lhe vende bananas: olha, você baixa os juros e aumenta o limite do empréstimo ou eu vou procurar o banco ali da esquina!

Música para a semana — 4

madonna.jpg Ela voltou ao dance em Confessions on a Dance Floor (2005). E fez muito bem.

icn-igual-11x11.gif Música descartável de boa qualidade.

iconlisten.gif Ouça: Get Together

Geriatric1927

E a onda agora é assistir a esse viúvo britânico, um veterano da segunda guerra, e responder-lhe na mesma moeda. Pelo jeito o You Tube começou a virar um daqueles bancos de praça onde qualquer um pode subir e fazer seu discurso. (Sem precisar seqüestrar ninguém.) Qualquer dia irei aderir.

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