Já que está rolando essa onda de imagenzinhas bonitas, vou contribuir. Eis uma escultura do australiano Ron Mueck: Mother and Baby (2001).
E um video da exposição:
Outro dia publiquei aqui um excerto de Ernesto Sábato, meu escritor favorito, embora não seja o autor de meu livro favorito, que é, de longe, Grande Sertão Veredas.
Sábato me fascina pelo conjunto da sua obra, pela especificidade de cada uma, pelos territórios que explora – trevas e angústia, desespero e loucura, impotência – e pelo ser humano que é, desesperado e apaixonado, racional e absolutamente descrente da razão.
E a Daniela Mercury desceu a lenha no Lula, durante show em Portugal:
Com uma alegria electrizante cantou, dançou e levou a plateia ao rubro durante duas horas e meia. No final do espectáculo, em exclusivo ao CM, a baiana reafirmou o que dissera no palco, quando exclamou que os brasileiros devem castigar Lula da Silva.
“Eu sei que estavam na minha frente milhares de brasileiros, que têm direito de votar e eleger. O Brasil precisa de alternância, porque o segundo mandato de cada governação tem sido frustrante. Veja-se o exemplo de Fernando Henrique Cardoso e agora o exercício do poder pelo PT, liderado pelo presidente Lula – que eu nem quero entrar em detalhes. Estamos desapontados com a fragilidade de algumas pessoas que tinham obrigação de dar o exemplo”, disse.
Sem se deter, Daniela Mercury, defendeu ainda a punição dos responsáveis pela situação no seu país: “O Brasil precisa de punir as pessoas pela impunidade que grassa no país, que é prejudicial para a democracia e para o povo brasileiro. Estamos cansados da violência e do exemplo que os políticos dão, desta democracia da corrupção. Realmente, é muito importante que os brasileiros não votem em Lula da Silva, como punição por tudo o que aconteceu nos últimos anos. Não me cansarei de o pedir aos meus conterrâneos, em todos os meus ‘shows’”, explicou.
Fonte: Correio da Manhã.
Completam-se hoje 20 anos do maior acidente nuclear da história, a explosão do reator da Usina de Chernobyl, na Ucrânia, à época parte da URSS. Pouco mais de um ano depois, deflagrava-se o maior acidente radiativo já ocorrido no Brasil e quiçá também um dos maiores do mundo: a tragédia latino-americana do Césio 137, em que catadores de sucata romperam a cápsula com material radiativo de um aparelho radiológico abandonado, levando à morte de quatro pessoas e à contaminação de milhares de outras bem aqui, a alguns quilômetros da minha casa.
Vinte anos depois, a humanidade se vê às voltas com a possibilidade da retomada da opção nuclear e de nova corrida armamentista. Aquela para a geração de energia, em função do aquecimento global fomentado pela queima dos combustíveis fósseis; esta, em função da loucura fundamentalista.
O dia enseja uma reflexão. Por isso, acho que vale publicar um texto meu escrito há cerca de um ano e meio atrás, após um passeio de bicicleta passando pela famigerada Rua 57 num feriado de finados. Assim como vale à pena assistir ao filme The Last Atomic Bomb, do americano Robert Richter, sobre as vítimas da bomba atômica de Nagasaki, um triste e bonito manifesto pelo fim das armas nucleares, selecionado para o VIII Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, que acontecerá entre 6 e 11 de junho na Cidade de Goiás (GO) (há uma cena
muito impressionante do encontro e diálogo entre um sobrevivente de campo de concentração nazista e uma velhinha japonesa sobrevivente da bomba de Nagasaki – de arrepiar).
VIAGEM URBANA NO DIA DE MORTOS
(Texto escrito em dezembro de 2004)
Neste feriado de mortos, tive uma viagem urbana.
Tenho duas pessoas que moram dentro de mim. Por isso, gosto da cidade, da urbanidade, assim como gosto do mato. Sou cético e, ao mesmo tempo, profundamente esperançoso.
Duas coisas me atraem na cidade: a decadência em toda a sua humanidade, assim como a humanidade em toda a sua decadência.
Bruno Tolentino possui elevada ao extremo aquela qualidade escorpiana típica: a capacidade de desaparecer do mapa. É mestre nisso. Quando convivemos por cerca de seis meses, lá na Casa do Sol, eu já sabia que, ao menos aqui no planeta Urântia, seria difícil reencontrá-lo num futuro próximo. E isto simplesmente porque nosso encontro se deu quando ambos estávamos “desaparecidos” na casa da então “obscena” (fora de cena) Senhora H. Logo, não irei recorrer a meus contatos apenas para chatear o cara com a perguntinha: Bruno, além de repassá-lo a meus amigos, posso também divulgar o Prólogo do livro Os Sapos de Ontem na internet? Sei que ele não se incomodaria nem um pouquinho. Saudade das nossas conversas, master!
Baixe o arquivo em PDF do Prólogo do livro onde Bruno Tolentino mata a cobra poética dos irmãos Campos e, em seguida, mostra o pau.
Escreveu Haroldo de Campos:
“Com mais de 40 anos de atividade poética, e mais de 40 livros publicados, dois terços dos quais dedicados à tradução de poesia, tenho bagagem literária abismalmente superior à do desprezível e obscuro articulista, meu desafeto, um salta-pocinhas internacional, tolo, doente e cretino, ou numa só palavra-valise: Tolentino!”
Respondeu Bruno, citando de cara a rainha Vitória:
“We are not impressed. Se nos ativermos ao vernáculo de tantos fascículos, a nudez do sapo-rei é apenas cômica. Se nos estendermos à leitura competente das línguas que anuncia conhecer, a coisa é mais séria, é uma indigente intrujice que não passaria no exame vestibular de Oxford.”
E Bruno, que além de ter sido professor em Oxford também publicou livros escritos originalmente em francês, italiano e inglês, passa o restante do livro desmontando as bobagens dos nossos literatos. Como diz a capa: é pau puro!
P.S.: Conheci o Tolentino no dia do meu aniversário de 28 anos, lá na casa da Hilda Hilst, em Campinas-SP. Rodrigo Fiume, nosso colaborador aqui no Garganta, estava presente e inclusive deu carona até São Paulo para o Bruno. Claro, isso depois de ter feito uma foto minha abraçado ao mesmo tempo com Hilda Hilst e Bruno Tolentino, dois dos maiores poetas brasileiros do final do século XX. Pena que ele e Dante perderam esse filme… (Meu lado fútil ainda não esqueceu disso, Rodrigo.) =B^/
É tão estranho, ao menos para mim, um “dia mundial do livro” quanto um “dia da mulher”, mas tudo bem, vamos às homenagens: seguem sete vídeos cujo tema principal é o Livro…
Neste primeiro, alguns livros raros à venda no site Raridades.com:
Neste, um vendedor de enciclopédias à la Muppet Show – que só sabe perguntar se o possível freguês tem “filhos em idade escolar” – acaba é comprando luvas, TV e até um carro do seu interlocutor.
Aqui, um protótipo de “estante eletrônica” para ebooks, isto é, um possível novo periférico para seu PC.
Hoje, Dia Mundial do Livro, ao fim da enquete da Escuela de Escritores de Madrid, que indagava qual o vocábulo mais belo do idioma castelhano, saiu vencedora a palavra Amor. Votaram 47.057 internautas. Embora o critério dos eleitores tenha se fixado mais no significado que na fonética, não deixa de ser interessante essa escolha duma palavra que também vive no português.
A propaganda, dizem, é a alma do negócio. E há gente – como a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), aquela da dança da pizza – que acha nossa publicidade tão obscena que um dos seus projetos mais “importantes”, na Câmara, é aquele que defende a proibição da imagem de “mulheres gostosas” em comerciais de cerveja. (Ah, a inveja…) Mas o termo “obsceno” não está bem colocado aí, afinal, conforme uma de suas interpretações etimológicas, obsceno (do latim obscenus) quer dizer justamente fora (ob) de cena (scenus). Logo, segundo essa perspectiva, a publicidade estaria é sendo muito pouco obscena, isto é, estaria mostrando mais do que devia. Eu acho isso uma bobagem, porque no final das contas a publicidade das cervejarias, na minha opinião, tem sido bastante sincera, pois apresenta um fato incontestável: “beba, fique chapado e ache todas as mulheres lindas”, que é exatamente o que o álcool costuma nos causar – e talvez justamente por isso os muçulmanos o proíbam e, para garantir, ainda inventaram a burca, porque achar a mulher do próximo muito bonita costuma dar confusão. Mas já estou tergiversando…
Quando comecei este post, minha intenção era tão somente indicar o que é uma publicidade aparentemente honesta, verdadeiramente obscena – isto é, não é esfregada na cara de quem não está interessado no produto – e eficaz, isto tudo porque apenas mostra qual o efeito que o produto oferecido supostamente causa. Também decidi linká-las (eu linko, tu linkas, ele linka…) porque visito o Mercado Livre há anos – já comprei uma câmera e um PC através dele – e nunca havia me deparado com esses anúncios (depilador feminino 1 e depilador feminino 2, também para homens que não se orgulham do próprio testosterona), que, aliás, me fizeram dar risada e pensar: nossa, isso é que é um verdadeiro mercado livre… (Nada como ter mil irmãs, amigas e ex-namoradas para trocar idéias.)
Escreveu José Simão:
“A única forma de Suzane Louise von Richthofen ser absolvida é ela ser julgada pelo Congresso Nacional.”
Interessante texto este. Será que o livro é tão interessante quanto? Ou a reportagem já resume tudo? Do Estadão:
Livro reúne textos de famosos escritores sobre cocaína
O primeiro deles foi escrito em 1894 por Olavo Bilac: Haxixe já começa citando Os Paraísos Artificiais (1860) de Baudelaire
Antonio Gonçalves Filho
SÃO PAULO – Chico Buarque não está sozinho em sua defesa da descriminalização da maconha. O antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares, que assina o prefácio do livro Cocaína (Casa da Palavra, 152 págs., R$ 34,90), organizado pela professora Beatriz Resende, diz que a sociedade talvez venha a concluir que “a criminalização é sempre o pior caminho para reduzir os danos do abuso e controlar o consumo de substâncias que proporcionam prazer, mas cobram um preço elevado à saúde e à liberdade”. Soares participa, na segunda, às 20h, de um debate com a organizadora do livro, que será lançado na Livraria da Travessa (Rua Visconde de Pirajá, 572, Ipanema, Rio).
Cocaína é um livro curioso. E corajoso. Reúne autores que experimentaram ou tiveram amigos e conhecidos envolvidos com a droga, de Olavo Bilac a Patrícia Galvão (Pagu), passando por João do Rio, Orestes Barbosa, Lima Barreto e Manuel Bandeira.
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