Por falar em escrever sobre assuntos mais importantes e urgentes, eis um interessante vídeo japonês…
Os japoneses são melhores que a gente até para elaborar bobagens.
Por falar em escrever sobre assuntos mais importantes e urgentes, eis um interessante vídeo japonês…
Os japoneses são melhores que a gente até para elaborar bobagens.
Um dos meus maiores desejos, no tocante à vida virtual, era poder dizer: amigos, hospedem seus sites em serviços brasileiros! Mas, após passar por maus bocados com dois dos maiores serviços de hospedagem locais, transferi meu site – sim, há cerca de quatro anos – para serviços internacionais e, embora tenha passado por um ou outro transtorno, nunca amarguei a perda de dados. Outros problemas inerentes ao trabalho de qualquer webmaster – downtimes, lentidão, instalação de módulos, etc. – ainda poderão ocorrer, mas como os serviços estrangeiros costumam custar 70% mais barato que os brasileiros não fica difícil relevá-los. Agora, realmente, perda de dados é o fim da picada. E, até o momento, parece que é exatamente o que vem ocorrendo com o Digestivo Cultural, site do qual sou colaborador. (Clique nos links da página inicial e veja o que ocorre.) Escrevi ao Julio Daio Borges, o editor, e ele me disse que já está nesse sofrimento há cerca de duas semanas. O nome do seu algoz? Terra Empresas. Se estiver pensando em hospedar seu site com ela, muito cuidado. Pela descrição que ele me fez do contato com o suporte técnico, tudo se passa como num desses casos cyber-kafkianos em que a empresa diz que está tudo sob controle sem demonstrar, em qualquer uma de suas respostas, que ela realmente sabe o que está acontecendo.
Boa sorte aí, Julio, espero ver o site online o mais breve possível.
O cara que trabalha na Caixa Econômica precisava ir ao Detran. Ele pensou: na hora do almoço eu vou. Mas, quando chegou ao Detran, o funcionário do Detran também estava almoçando. Ele esperou o funcionário do Detran voltar, mas o homem não voltou a tempo, e ele teve de ir embora sem resolver seu problema.
O funcionário do Detran precisa ir ao Tribunal de Justiça. Ele pensou: na hora do almoço eu passo lá. Mas, quando chegou ao TJ não tinha ninguém para atendê-lo. Todos estavam almoçando. Ele ficou esperando algum funcionário voltar, mas ninguém chegou a tempo, e ele perdeu seu horário de almoço.
O funcionário do TJ precisava resolver um problema na Caixa Econômica Federal. Ele pensou: na hora do almoço eu passo lá. De fato, ele foi lá na hora do almoço. Havia uma fila interminável, e só um caixa estava atendendo, porque os outros tinham ido almoçar. Ele ficou um tempão na fila e não conseguiu resolver o que queria. Ele perdeu seu horário de almoço. Oh, que triste.
Um dos caixas da Caixa Econômica precisava ir à C&A. Ele pensou: na hora do almoço eu vou. Quando chegou a hora do almoço, ele foi à C&A, e foi prontamente atendido. As empresas inteligentes têm turno de 12h às 18h. Quando você chega lá na hora do almoço (entre 12h e 14h), tem gente para te atender.
Porque as estatais também não fazem esse turno? Porque os gerentes de estatais são burros.
Porque os bancos em geral não fazem esse turno? Porque os gerentes de banco são burros. Muita gente preferiria trabalhar das 12h às 18h. Seria mais produtivo. Quando uma pessoa usasse seu horário de almoço para resolver alguma coisa, ele encontraria funcionários para atendê-lo, em vez de guichê vazios.
Mas quem, numa estatal, está preocupado com a produção?
Os bancos em geral deviam trabalhar das 12h às 18h ou, sei lá, das 14h às 20h. Mas eles trabalham justamente na hora em que ninguém pode ir ao banco. Não é ridículo?
Participe da campanha “horário inteligente”. Vamos sugerir que os bancos trabalhem das 12h às 18h. Será mais produtivo para todo mundo.
Como faremos isso? Vamos entrar nos saites dos bancos e colar este texto. Quem sabe não tem algum gerente de banco que já trabalhou na C&A e tem uma vaga idéia do que é produtividade.
Preguiça! Meu amigo Paulo Paiva enviou-me e-mail perguntanto se não iria à manisfestação “vaia Lula” na praça Cívica. Eu fiquei com vontade de responder com um texto sobre movimentos em cardume e coisas do tipo, mas me deu preguiça. Já esgotei minha cota de manifestações. Quando era estudante secundarista do Colégio Agostiniano, fizemos uma manifestação contra o aumento das mensalidades nas escolas particulares. Não houve aula no dia e a classe média saiu às ruas pelo valor do seu rico – e minguado – dinheirinho. Paramos também o Ateneu Dom Bosco, o Carlos Chagas, o Objetivo da Avenida Goiás e outros. Imaginem: a avenida Tocantins tomada por estudantes de escolas particulares, mobilizados por alunos destas mesmas escolas, para horror de seus pais, no final da década de 80. O que quero dizer: era um movimento sem malícia. Lembro-me de comentar com o Leon, meu amigo, o quão excitante era fazer parte daquilo tudo, daquela idéia de construir um sonho em conjunto. Mas não tínhamos carro de som. E o problema começou quando conseguimos arranjar um.
Dentre as lideranças dos colégios particulares mobilizados estava a filha de um famoso político da cidade. Sem que soubéssemos, ela “vendeu” nossa causa para o movimento sindical e para políticos de esquerda. Como não tínhamos o tal carro de som, tomamos um emprestado ao Sindicato dos Professores e, com ele, vieram reinvidicações externas ao movimento. Em palavras menos polidas: botaram uma canga na gente. Um punhado de gente falou um punhado de coisas alheias à manifestação. Professores, políticos, sindicalistas. Ao final, lá na Praça Cívica, a futura elite goiana assistiu ao gozo pleno e mesquinho da esquerda do pequi. Gente que poderia ter sido ganha para o debate político ouviu a então vereadora, Denise Carvalho, encher a voz de orgulho ao pronunciar “Nós”. “Nós” estamos mobilizados; “Nós” protestamos contra o capitalismo; “Nós” resistimos. “Nós quem, cara pálida?” pensávamos. Alguns amigos perguntaram se eu não queria discursar. Se fosse o caso, me colocariam no caminhão a marra. Disse que não. Afinal, para quê? Nada daquilo era nosso mais. Talvez nunca tivesse sido, na verdade.
A quem pertence, de fato, o movimento “Cansei”? Não tenho idéia. Meu ele não é.
Eu odeio datas em geral. Dia dos pais, dia das mães, natal, tudo isso é tolice. Não gosto nem do meu aniversário. Mas eu gosto do meu pai, então acabei escrevendo uma coisa para ele.
Olha aí.
Herói Pessoal
Para Lourival Roque
Ele não fez o gol do milênio,
Não inventou o celular,
Não venceu dezoito guerras
Contra dezoito inimigos invencíveis.
Ele acordou cedo, fez a barba e foi trabalhar.
Ele pagou o seguro do carro,
Depois me ensinou a ir soltando a embreagem devagarinho.
Nos dias de sangue e bronquite alérgica,
Ele correu comigo para o médico.
Nos corredores escuros da enfermaria,
Ele reaprendeu a rezar.
Nas madrugadas de sábado,
Quando eu não chegava em casa,
Ele descobria que tinha medo.
No dia seguinte,
Seu medo se traduzia em palavras duras.
Palavras que, no fundo, eram de amor.
Esse amor que também transborda no seu silêncio,
No seu olhar preocupado,
No seu carinho desajeitado de homem.
Pai,
Eu também não fiz o gol do milênio,
Não inventei o celular,
Não venci dezoito guerras,
Contra inimigos intratáveis.
Mas eu quero que meus filhos,
Se lembrem de mim,
Como eu me lembro de você:
Um homem certo e sereno.
Um homem cuja maior vitória
Não se vê estampada na galeria da fama,
Mas no brilho tranqüilo
Do riso sincero
De um filho feliz.
Do Alerta Total:
Os dados da caixa-preta e do Gravador de Dados de Vôo (FDR, na sigla em inglês) do trágico Airbus A-320 da TAM passaram pelo Palácio do Planalto, antes de serem remetidos para exame nos Estados Unidos. A informação foi passada ao Alerta Total por um brigadeiro da FAB, que não pode ser identificado por questões óbvias. A ordem foi do próprio presidente. Lula da Silva queria ter a certeza absoluta de que no acidente, onde morreram 199 pessoas, não houve responsabilidades diretas do seu governo.
A passagem da caixa preta pelo Planalto, antes de ser mandada para perícia na Nacional Transportation Safety Board, revela que não foi “uma trapalhada da FAB” o envio equivocado, à NTSB norte-americana, de um gravador comum, achado pelas equipes de resgate nos destroços do avião, no prédio destruído da TAM Express. Na verdade, o “erro” serviu para que o Planalto tivesse mais um dia para analisar a caixa-preta, antes de enviar o material correto ao órgão de segurança de tráfego aéreo, em Washington. (…)
Nos últimos anos, tenho ouvido esporadicamente que a única saída para o Brasil é mesmo o aeroporto. Bem, graças aos últimos vinte anos de governos desgovernados, nem isso é verdade. (Vide esse último ano de caos nos aeroportos e os dois acidentes envolvendo a Gol e, agora, a Tam.) Vós, que aqui estiverdes, abandonai todas as esperanças e enfrentai a realidade: viveis em um país de terceiro mundo caindo para o quarto. Aliás, o Brasil já está no quarto, de quatro na cama, sendo sodomizado pela corrupção moral de seus governantes, de sua elite intelectual, política e financeira e até mesmo pela corrupção de boa parte de seu próprio povo.
(Quando me lembro que havia um grupo desviando dinheiro da bilheteria do Cristo Redentor, penso: meu Pai, agora fodeu de vez.)
Não há outra solução fora da máxima de Krishnamurti: “a única revolução fundamental é revolucionar-se”. (Não é revolução no sentido político, por favor.) De fato, faz-se necessário um recrudescimento moral e uma auto-observação implacável: “quais serão as conseqüências de meus atos?” Em seguida, de modo complementar, talvez fosse preciso puxar a orelha de amigos e parentes que por ventura estejam praticando suas pequenas ações imorais e anti-éticas, pouco importando que se enfureçam consigo. Isso talvez levasse o país a uma reação moral em cadeia. Sim, apenas talvez. Porque nunca se sabe qual o tamanho da trave que cada um traz em seus próprios olhos. Recentemente me ocorreu um desses casos.
Enviei meu curta-metragem de ficção — Espelho — a um compositor amigo encarregado da trilha sonora. Descobri mais tarde que ele e um outro amigo fizeram uma sessão particular em Brasília (só podia ter sido em Brasília) e exibiram o copião do meu filme — inacabado, falto de alguns planos de corte, sem o áudio final, sem os efeitos visuais planejados, sem o ajuste de cor e luz, etc. — para uma platéia de colegas de profissão e conhecidos lá deles. Fiquei indignado: que tipo de ética tem o profissional que sai por aí exibindo sem permissão o trabalho inacabado de um diretor? E ainda havia um agravante: este segundo amigo era o técnico de som preterido do nosso filme, ou seja, havia ali uma curiosidade que lindava com a, digamos, “espionagem industrial”.
Depois de chamar a atenção do compositor, que teve a decência de pedir desculpas, escrevi a este outro dizendo que não gostei nem um pouquinho de sua atitude, que a achei “FODA”. Ao invés de se desculpar, escreveu-me um email cheio de injúrias atacando minha postura como profissional de cinema (!!) e a qualidade do meu filme, como se este já estivesse concluído e pronto para a crítica. E o pior: ao contrário de mim, que lhe escrevi em privado, reencaminhou sua resposta a várias pessoas, algumas delas participantes do meu filme, apenas para feri-las junto comigo e supostamente humilhá-las diante dos demais. (Mal sabe ele o quanto estamos satisfeitos com o resultado.) Respondi dizendo que, a princípio, acreditei ser ele apenas alguém sem caráter — o autodomínio é a medida do caráter de uma pessoa –, mas que, no fundo, era ele realmente um mau caráter, já que, além de não conseguir dominar seus impulsos negativos, ainda era capaz de estimulá-los e amplificá-los, mesmo ao não ter razão diante de um fato notório. Enfim, sem ter qualquer argumento a seu favor, e sendo incapaz de assumir de forma madura o próprio erro, o cara preferiu intensificar sua postura maliciosa: seu próximo email foi uma ameaça à minha integridade física!!!
Yuri, agora a coisa é para valer. Se me ver por ai, corra seu palhaço sem picadeiro. Pois a coisa vai pegar. […] Então para eu te quebrar a cara com uma única porrada, não custa nada. Suma da minha frente, vc entendeu? suma!!!! Quando vc me acusa de mau caráter tenho motivos para tirar satisfações. E tenha certeza que farei isso quando te encontrar. E olha seu inrresponsável, não estou para bricadeiras. Pense no que dirá ao meu respeito pois terão sérias consequencias.
O que esperar de uma sociedade dentro da qual não se pode confiar em seus próprios amigos? Porra, é certo que não nos encontramos senão eventualmente na última década, mas o cara é meu amigo há quinze anos!! Quando você procura seu nome no Google, o primeiro texto que aparece é um que eu próprio escrevi a seu respeito anos atrás. (Está sem os créditos, mas eu o publiquei no caderno Pop do jornal O Popular, quando então vivia escrevendo sobre sonhos.) Mas ele prefere me ameaçar a assumir um erro. E por quê? Simplesmente porque perdeu completamente o senso moral e não acredita ter cometido um deslize ético, afinal, estava apenas assistindo com terceiros ao “filminho” de um amigo. Será que o filminho em questão não corresponde a uma “propriedade intelectual” que deva ser respeitada? Não estou falando de pirataria, estou falando da exibição indevida de um copião, de um filme inacabado, a outros profissionais de cinema que nem sequer conheço. Se os dois ainda o tivessem visto a sós sem exibi-lo a terceiros… mas não há sequer esse atenuante.
E qual afinal foi a trave que encontrei em meu próprio olho ao apontar o cisco desse meu amigo? Ora, uma coisa bem simples: quando sou bom, sou muito bom, mas, quando sou mau, sou melhor ainda. Sacou? Não preciso dar maiores explicações. Basta dizer que tentei por duas vezes fazer uma tatuagem, a saber, a de um escorpião a segurar, com as tenazes, um livro aberto e a escrever nele com o ferrão uma frase de, salvo engano, Paracelso: “a diferença entre o veneno e o remédio é a dose”. Por sorte ou azar, nas duas ocasiões em que fui fazer essa tatuagem, com tatuadores diferentes em cidades diferentes, encontrei-os com o braço quebrado — ainda não tenho tatuagem… Enfim, talvez eu até saiba aplicar o corretivo em privado, mas ainda não sei dosar bem a quantidade de veneno. O cara certamente saiu intoxicado de nossa troca frenética de emails e por isso resolveu partir para a ignorância. Ele insistia em desviar a discussão para questões secundárias e pessoais, e eu então o trazia de volta ao cerne – a falta de ética. No entanto, por ele se recusar a ouvir, também eu acabava rebatendo seus ataques com outros de maior intensidade apenas para demonstrar que, se ele tinha um 44, eu tinha uma bomba atômica e que, por isso, seria melhor para ele deixar as fugas infantis de lado e enfrentar a situação como um adulto. Tenho um ótimo faro para localizar feridas e, se provocado, ainda sinto prazer em meter ali meu dedo. Um maldito prazer indescritível… É como se eu me sentisse uma espécie de Exterminador de missivistas mal-educados e presunçosos em missão sagrada, uma coisa doentia. Preciso parar com o exagero, ficar apenas no remédio, sem essa de mostrar que, na esgrima com palavras, sou fueda. Isto se chama soberba e é uma questão de caráter dominá-la. Do contrário, a sensação que fica depois é a de ter espancado uma menininha…
Em suma, parafraseando o Riobaldo, viver é muito perigoso. Principalmente num país como o nosso, no qual as pessoas se tornam cada dia mais mesquinhas, egoístas e irresponsáveis. “Quem é fiel nas coisas mínimas, é fiel também no muito, e quem é iníquo no pouco é iníquo também no muito” (Lc 16,9´10), já dizia o Mestre. “Vigiai”, também dizia, principalmente nosso próprio comportamento e nossas inclinações. E não vos esqueçais: não tenteis fugir pelo aeroporto, tentai consertar as coisas aqui mesmo. Ou ainda confiais mais em nossa aviação que em vós mesmos?
Bem no quarteirão em que moro, há um restaurante vegetariano que, de vez em quando, freqüento. É um lacto-vegetariano, não tão extremo como um vegan — isto é, alguns pratos têm derivados de leite.
Não tenho muito preconceito quanto a alimentos. Com exceção de berinjela, como de tudo — a comida só não pode se mexer, mas não importo se sangrar.
O problema é que perdeu um pouco a graça comer no vegetariano. Explico.
Do lado dele, bem do lado mesmo, muro com muro, tem uma padaria. Uma destas bem paulistanas, que servem quase de tudo. Tempos atrás, ela fez uma grande reforma, mudou tudo de lugar. E ampliou seu cardápio de almoço, antes restrito a lanches e PFs. Agora há um bufê: arroz, feijão, uma saladinha, farofa, batata frita. Algo assim.
Aqui em São Paulo, em qualquer lugar que tenha um bufê, seja o boteco da esquina ou o Dinho’s Place, ele é acompanhado de grelhados.
Aí que é o bicho pegou.
No vegetariano, principalmente nas mesas no corredor externo que dá pro muro da padaria, você fica comendo uma abobrinha recheada com proteína de soja ou uma almôndega de soja ao sugo, que são gostosas, é bom que se diga, mas fica sentido o cheiro na picanha na grelha da padaria. É foda de encarar. É peso leve contra peso pesado. Uma covardia.
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