Meus amigos Paulo Paiva, Rodrigo Fiume e Daniel Christino andaram comparando o número de visitas que meu site tem por dia com o deles e começaram a apelar em termos de publicidade. Veja só como o Daniel, o Paulo e o Rodrigo estão divulgando seus blogs…
Categoria: internet Page 25 of 34
Quarta-feira fui à festa do Digestivo Cultural no Public Pub (sobre a qual falarei assim que acabar a ressaca) e lá, enquanto conversava com seu editor, o Julio Daio Borges, me veio à lembrança o Teotônio Simões, idealizador e mantenedor do site eBooksBrasil.com, que esteve na rede por mais de cinco anos distribuindo ebooks gratuitamente e nos deixando a par das últimas novidades tecnológicas ligadas à revolução dos livros digitais. O Teotônio foi um herói da resistência, resistência esta que acabou neste mês de Outubro de 2005. Veja sua mensagem de despedida:
NOJO
A mulher mais linda do Brasil já foi um homem. O maior macho do Congresso é uma mulher. E o líder intelectual do Brasil é um semi-analfabeto. Temos que formar uma geração de analfabetas de nascença para que as luzes cheguem ao nosso país. Livros? Deus nos livre deles!
Ele também dá uma explicação mais detalhada em seu blog.
Fiquei chateado com a novidade. Além do meu livro o Teotônio contribuiu inclusive na divulgação do único ebook da Hilda Hilst que circulou pela internet – O Caderno Rosa de Lori Lamby – feito a partir do projeto original do Massao Ohno. O site tinha centenas e centenas de livros em diversos formatos. Quem estava ligado, se deu bem, montou sua própria biblioteca digital. (Eu tenho um CD cheio deles.) Quem bobeou, dançou. A começar por este país que ainda segue atrás do Mula…
Aposto que já deve haver ene antropólogos e sociólogos estudando o Orkut. Há mil e uma estranhezas humanas ali dentro. Por exemplo: neguinho transformou a página de recados do tal Fábio Le Senechal Nanni, aquele estudante de jornalismo que assassinou seu colega na USP, num verdadeiro fórum de discussões. Para não dizer numa “malhação de Judas” virtual. (Parece aquela turma do apedrejamento do filme A Vida de Brian.) Aliás, segundo uma das amigas do Fábio (testemunhos), ele “é um fofo. Cheio de manias engraçadas, ele vive surpreendendo com sua espontaneidade e senso de humor”. O que significa que Krishnamurti tinha razão: sois todos violentos. Que o diga os playbadboys que quebraram meu nariz semana passada e, claro, o próprio Fábio, cujo livro predileto é The Talented Mr. Ripley…
O único problema de se manter o próprio site é essa perene necessidade de atualização dos scripts que o gerenciam. Caso contrário, há de se enfrentar mil e um problemas advindos de “novas” falhas de segurança, bugs, etc., etc. (Às vezes, a preguiça de botar mãos à obra é de rachar o chão.) E o CMS do meu site principal, ademais desses detalhes, ainda resolveu mudar de nome: passou de Mambo para… Joomla?! Ô nomezinho infeliz.
Esta comunidade orkutiana eu vi por acaso no blog de uma figura bonita, “chata e neurótica”. Chama-se Descansem em paz e traz listas com os perfis de membros do Orkut já falecidos. Sinceramente, não acho mórbido não. Se a Hilda Hilst estiver correta e a transcomunicação for algo banal para quem está do lado de lá, taí uma boa maneira de mandar uns recadinhos… (Entre nos perfis de algumas dessas pessoas e veja como a galera já está botando a idéia em prática.)
Se você quiser conhecer bandas e músicos de perfil semelhante ou aproximado ao daqueles que curte ouvir, visite a Pandora e curta ao menos as dez primeiras horas gratuitas de streaming. (Segundo pude perceber, o site detecta o browser, não o IP, o que significa que é possível ganhar mais dez horas passando do Firefox para o IE.) Só para testar, criei estações de rádio a partir de Miles Davis, Goldie, The Clash, The White Stripes e The Velvet Underground e o site meteu uma seqüência de sons – de estilo semelhante aos citados – que eu nunca antes ouvira falar. (Bem, não sou mesmo um rato de loja de CDs…) Vale a experiência.
O Paulo Paiva tem razão. Enquanto conversávamos eu, ele e o Daniel Christino, via Skype – eu a mil quilômetros de distância de ambos -, parecia que estávamos num boteco. Realmente, só faltou a cerveja…
Hoje à tarde, aqui no Pulse Studio, troquei uma idéia com o Henri, diretor de arte da agência Leo Burnett, e ele me falou a respeito dessa câmera Colorsplash, da Lomo, uma espécie de Lada das câmeras fotográficas. Sim, uma máquina russa que sobreviveu ao ocaso da União Soviética. Segundo ele, a onda agora é comprar uma dessas geringonças – que contém flash colorido intercambiável – e colocar as fotos no fotolog da própria Lomo. É uma idéia das mais interessantes uma câmera com diversas cores de flash. Deve ser ótima para registrar nossas baladas vampirescas de cada “dia”. Mas infelizmente ela ainda usa película, o que dificulta um pouco a logística de um fotolog. Mas tá valendo.
Finalmente meu bróder Paulo Paiva resolveu lançar seu próprio blog, o Fios de Ariadne. Agora só falta ele voltar a escrever poemas, o que costumava fazer muito bem.
Quem passou pela adolescência física e mental – isto é, o período que vai dos 14 aos 25 anos de idade aproximadamente – antes do advento da internet, entenderá o título desta entrada. Nesta fase de intensa ebulição interior, é muito fácil – falo daqueles que sempre se interessaram por literatura, filosofia, ciência e arte – é muito fácil acreditar que se é um tipo de gênio, uma luz em meio à escuridão massificada. Principalmente se, aos dezesseis, enquanto vivia ilhado numa província da província Brasilis, devorou “Homens representativos”, de Ralph Waldo Emerson. Aliás, ainda bem que não havia internet entre 1985 e 1996. Talvez eu até tivesse ficado “famoso” – como muitos blogueiros hoje acreditam ser – com o registro de minhas especulações, viagens e surtos (hoje muito bem guardados), e , no entanto, nos dias que correm, com a chegada desses lampejos de maturidade que ora me assediam, eu estaria envergonhado comigo mesmo e certamente passaria mais tempo deletando textos e entradas de blog que propriamente escrevendo… Sim, embora a Vontade de Criar possa nos aproximar muito da Vida, na medida mesma dessa aproximação, mais e mais vamos nos sentindo como que elevados diante dos demais. E tudo, claro, não passa de vaidade, vaidade das vaidades. Antes da internet eu achava que meus, digamos, pares ou já estavam mortos ou muito próximos de morrer. Com uma única exceção, que não vem ao caso, praticamente não tinha interlocutores. Claro, possuía amigos e professores cuja inteligência admirava, mas nunca encontrava “pretensões de criar” tão grandes quanto a minha. Depois, com a internet – e já morando com a Hilda Hilst – descobri que esses pares não constituem dezenas, senão milhares de pessoas espalhadas pelo mundo, a maioria muito mais disciplinada e produtiva do que consigo ser. E os maiores dentre eles, percebi, não são os que se colocam mais ao alto, junto a seus ídolos, e sim exatamente aqueles que, em sua sabedoria escrita, demonstram a verdade da fraternidade de todos os homens, isto é, que somos todos nós, terráqueos, pares no sentido mais universal do termo. Enfim, obrigado, internet, por não me deixar enlouquecer (de novo), obrigado por ajudar a provar a mim mesmo que não sou nenhum suprassumo da humanidade, mas um mero contador de “causos”. (Adeus, aborrescência!!) Se Nietzsche tivesse um blog à sua disposição, teria certamente trocado idéias com Dostoiévski – cujo livro “Notas do subterrâneo” ele leu – e o grande romancista russo o teria então alertado sobre o maior (e talvez único) de seus erros. Qual? Amadureça e descubra. (Até lá medite sobre o arcano 16, A Torre, do tarô…)