blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Política Page 14 of 83

“Getúlio Vargas foi assassinado”

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A ex-vedete Virgínea Lane, que foi amante de Getúlio Vargas, em entrevista ao jornalista Roberto Canázio, da Rádio Globo, logo após o carnaval deste ano, afirmou que estava na cama com o então presidente quando quatro homens mascarados o assassinaram. O suicídio teria sido balela. Ouça o podcast com sua declaração:

  • [audio:http://odeo.com/show/11157663/1202745/download/GetlioVargasFoiAssassinadoAfirmaVirgneaLane.mp3]

(Já que o arquivo de áudio acima não está mais online, segue a versão que encontrei no YouTube.)

Sic semper tyrannis

Assim sempre aos tiranos. Nosso amigo, diretamente da Virgínia, continua mandando bala. Música para o intelecto.

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Sétimo bate-papo com Olavo de Carvalho

Este podcast foi gravado no final do ano passado:

  • [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/olavo7ladoA_64kb.mp3]
Neste sétimo podcast, “lado A”, Olavo discorre sobre os seguintes temas: gnosticismo; Eric Voegelin; Hans Urs von Balthasar; mania brasileira de tomar posição sobre tudo; desconstrucionismo; seu percurso na filosofia; Simone Weil; o gnosticismo é uma experiência de duração variável; o que é filosofia; diferença entre sabedoria e conhecimento gnóstico; Deus e o intelecto; certas opiniões do Dalai Lama; hierarcas católicos que condenam a masturbação e apoiam regimes comunistas; relação entre a sabedoria e a realidade; a verdade está na tensão entre o universal e o particular; papagaios filósofos e filósofos de fato; interpretar a realidade; conhecer os fatos para prever as tendências futuras; o Brasil não será o mesmo depois do PT (será uma merda); a fraude eleitoral de 2006; o teste para a sabedoria não está nas disciplinas acadêmicas, mas na realidade; não há problema pequeno para a sabedoria; não se pode contestar a verdade; a manipulação da juventude; a divinização do tempo e do espaço; a atitude perante o infinito; o medo do desconhecido; a contemplação amorosa; um estudo sobre a natureza do milagre.

(Há problemas com o som apenas no primeiro minuto. Sugiro a audição com fones de ouvido.)

Para baixar o arquivo, visite este site.

Para ouvir o mesmo arquivo no You Tube, clique aqui.

Polêmicas expressas

Eu ainda não me meti na tal polêmica dos escritores bancados para se inspirar mundo afora – Projeto Amores Expressos – porque acho que seria melhor fazê-lo através duma ficção. Se calhar, escreverei um conto. Por enquanto, para quem não sabe do que se trata, vale a leitura do artigo do Janer Cristaldo – Corrupção no mundo das letras – e a resposta do Joca Reiners Terron, futuro turista literário no Cairo: Queridos Filhos-da-Puta. Aliás, cá entre nós, eu tenho um canal para viajar até outro planeta de carona com o Karran, ministro de Klermer, o planeta Semente. Será que serve? Ele não cobraria nada.

Racismo na UnB? Duvido

Morei cinco anos no alojamento da UnB, conheço bem aquela “ilha”. Inclusive um dos contos d’A Tragicomédia Acadêmica trata dele: Memórias da Ilha do Capeta. Por isso sei que sempre moraram africanos ali, em geral oriundos de países de língua portuguesa – Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau – sendo os demais francófonos ou anglófonos. A presença deles sempre me fez sentir que eu estava matriculado numa universidade que, se não era uma instituição de primeiro time, era ao menos uma de algum renome internacional. (Seria de primeiro time se estudantes do primeiro mundo brigassem por vagas ali.) No bloco B, tive até mesmo um príncipe como vizinho, o qual costumava, em datas específicas, esperar uma mercedes dourada para levá-lo à embaixada de seu país. Sim, eis o outro lado da questão, o lado oculto: a grande maioria dos africanos que estudam na UnB são endinheirados. Andam bem vestidos, aprumados. São em geral saudáveis, altos, bonitos. Dentre as mulheres lembro de algumas deslumbrantes, com ar distinto e de excelente gosto no vestir. Os homens, se não estão de gravata, compartilham com as mulheres o hábito de usar no mínimo roupas ocidentais de corte elegante ou trajes africanos coloridos com certa pinta de nobreza. Sim, também são vistos em jeans e camiseta, mas enquanto boa parte dos brasileiros se comporta como se estivesse numa comunidade hippie, os africanos parecem estar em Oxford. Bem, no início, parecem. Mas depois…

Não me recordo de hostilidades para com eles, ao menos não tão ostensivas quanto os incêndios criminosos desta semana. (Houve o caso isolado onde um africano gay – ou seria um jamaicano gay? -, após assediar e tocar um estudante heterossexual descendente de coreanos em suas partes, quase apanhou com um bastão de beisebol. Só.) Mas me lembro do ressentimento que surgia ora aqui, ora ali, em meio a conversas de “cachimbo da paz” e a cochichos de corredor, entre aqueles que se sentiam insultados pela riqueza dos estrangeiros: “Pô, pra gente conseguir uma vaga aqui tem de provar que é ‘carente’, pobre… Já esses caras têm carros e o apê cheio de eletrodomésticos!” (Veja, por exemplo, a queixa do nigeriano Muyiwa Sean: alguém chegou a rasgar os pneus do seu carro. Ouviram? Do seu carro.) Alguns estudantes “carentes” ditos “conscientes”, isto é, estudantes de história, ciências sociais, filosofia, etc., especulavam se aqueles africanos pertenceriam ou não à casta nobre de alguma tribo que certamente estaria explorando todo um país para mantê-los ali. Em suma: havia a semente do ódio de classe, um vírus marxista. Não que não houvesse tal possibilidade, isto é, a possibilidade de alguns daqueles estudantes serem filhos de tribos opressoras – sabemos que as guerras intertribais são recorrentes -, mas o critério para averiguar quem fazia parte da tal classe exploradora era sempre o econômico. Não passava pela cabeça de ninguém que um daqueles estudantes poderia ser filho dum empresário africano próspero, e não filho de algum ditador. Se bem que, para a mente marxista, ser empresário é ser opressor, e ser opressor é ser capitalista. Mas… e se fossem filhos de políticos socialistas corruptos e totalitários? Ah, isso era impensável. Enfim, a timidez ocasionada pelo fato de se estar num país estrangeiro, ou por não falar bem o português, apenas aumentava a aparência de “metidos” e de “presunçosos” dos africanos. Sem falar em suas festas barulhentas, não abertas aos demais moradores, regadas a bebidas caras, e a conseqüente confusão e sujeira nos corredores. Como se não estivessem em Oxford, mas apenas num paisinho tipo… hmmmm… o Brasil. (Veja o que foi pichado nos muros do alojamento: “Morte aos playboys africanos”.) Assim, sendo o Brasil um país cujas raças sempre ultrapassaram seus limites genotípicos para mesclar-se com as demais – vide Gilberto Freyre – o racismo, na minha opinião, seria o último fator a causar semelhante ato de vandalismo. Se não for o ódio de classe – transfigurado em xenofobia, uma vez que os únicos endinheirados a conseguir vagas ali oficialmente eram estrangeiros -, então é alguma treta pessoal, tal como a que envolveu o estudante coreano. (Festas e desrespeito? Provavelmente.) Não há de ser racismo puro e simples. Nos cinco anos que ali vivi (1992-1997), cheguei a imaginar que algo assim poderia ocorrer, mas jamais me veio à mente uma situação causada por motivos raciais, mesmo porque, entre os ressentidos, havia negros também. Então eu pergunto: que conseqüências isto terá?

Bastidores da Diplomacia

Posso estar enganado, mas até agora não vi ninguém ligando isso a isso.

Há dois meses atrás o ex-vice ministro da Defesa do Irã desaparece na Turquia sem deixar vestígios, e segue desaparecido até o momento. Circulam rumores de que ele estaria “ajudando” a inteligência americana.

Semana passada, um grupo de fuzileiros britânicos é preso pela Guarda Revolucionária Iraniana sob a acusação de invadir águas territoriais. Os militares de rasa patente são mantidos encarcerados num episódio que aparentemente desgasta ainda mais o Irã perante a comunidade internacional sem qualquer ganho aparente. Ou não?

Burros eles não são. Deve haver um motivo. Reaver um ex-ministro da Defesa me parece uma boa razão.

Tudo Verdade?

Amanhã, em São Paulo, a grande atração do É tudo Verdade, um dos mais conceituados festivais internacionais de documentários, é o filme “Fabricando Polêmica”, dos cineastas Rick Caine e Debbie Melnyk – ele, canadense, ela, americana.

O filme é uma crítica pesada a Michael Moore e à sua maneira de fazer documentários. O que o torna ainda mais interessante é o fato de que os dois diretores se definem como sendo de esquerda. Abaixo, a íntegra da matéria de hoje da Folha sobre o filme:

TIROS EM MICHAEL MOORE

“Fabricando Polêmica”, que passa amanhã em SP, aponta manipulações nos filmes do diretor americano

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Porta-voz dos sindicalistas em “Roger e Eu”, pacifista em “Tiros de Columbine” e democrata de carteirinha em “Fahrenheit 11/9”, Michael Moore seria também ficcionista diletante? É essa a pergunta que levanta o casal de cineastas Rick Caine e Debbie Melnyk (ele, americano; ela, canadense; ambos de esquerda, o que dá um sabor especial à tentativa de desmontar o “mito” Moore) no documentário “Fabricando Polêmica”. Ali, questionam os métodos do cineasta e elencam distorções e “aproximações da verdade” de que ele se vale para fundamentar teses inflamadas.
Programado para amanhã, às 19h, no Cinesesc, em São Paulo, e exibido hoje no Rio (18h, CCBB), dentro do cardápio do festival É Tudo Verdade, o filme foi concebido como um tributo ao polêmico diretor. “Éramos fãs dele. Achávamos os seus filmes ótimos”, disse Caine à Folha, em entrevista por telefone. “E somos gratos a ele, por fazer com que as pessoas fossem ver documentários”, observou Melnyk.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

O Acordo Ortográfico de 1990, depois de mil e uma burocracias, está a poucos passos de entrar em vigor. Existem algumas mudanças tristes e muitas inúteis — tal como a eliminação do trema, com o qual sempre simpatizei, e a do acento diferencial entre “para” (preposição) e “pára” (verbo parar) — mas ao menos as letras K, W e Y voltarão a ter existência oficial. (Provavelmente a única vantagem do monstrengo…) Claro, esse negócio de escrever “vôo”, “enjôo”, “vêem”, “crêem”, etc. sem acento circunflexo sempre me parecerá algo um tanto esquisito, para dizer o mínimo. Embora sem unidade prosódica — ainda bem — Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste desfrutarão agora de um arremedo de unidade ortográfica, o que, na prática, só servirá para nos confundir.

A régua do Lula

Inteligentíssima a forma que o Brasil encontrou para mostrar que cresceu: alterando a escala da régua. Agora 1cm não mede mais 10mm, mas 8mm. Assim, nossa economia anã, que não chega senão aos 80cm, fica com a sensação de que tem 1m de altura. Muito boa essa reformulação do IBGE, muito boa sua maneira de resgatar a economia brasileira do marasmo. (Só não sabemos se, com esse novo método de cálculo de crescimento, a China agora mostrará que cresceu, sei lá, uns 25% ao ano.) Aliás, seria uma boa idéia estender esse insight genial para outras áreas. Por exemplo. Se você é gordo, compre uma balança em que cada quilo meça, não 1000g, mas 800g. Assim você emagrecerá 200g por quilo. Não é maravilhoso? Você verá como se sentirá bem. Poderá até comemorar o feito tal como Lula e seus quarenta novos comparsas andam festejando o milagroso crescimento brasileiro dos últimos anos. Se você tem um pinto pequeno – cá entre nós, acho que foi daí que algum espertinho do IBGE (ou o próprio Lula) tirou a idéia – arranje uma régua luliana em que cada 10cm meçam, na verdade, 6cm. Depois, entre as quatro paredes de sua alcova, mostre para sua amada o quanto é bem dotado. (Já pensou? 12cm de puro quase-prazer se tornarão 20cm de puro… quase-prazer. Chato, né?) Ah, não posso esquecer da violência. Segundo os cálculos mais recentes, nos últimos anos não morreram 50.000 brasileiros ao ano por morte violenta, mas cerca de 100.000. De acordo com o site do IBGE, apenas “em 2004, morreram 110.685 pessoas por causas violentas, 90.776 homens e 19.866 mulheres”, isto é, em um único ano, o Brasil bateu o número de vítimas da guerra do Iraque. (É o espetáculo do crescimento. No site da Folha, lemos que “somados os quatro anos de guerra, mais de 59 mil civis morreram no Iraque – 66,5 mil com as mortes durante a invasão -, segundo o IBC”.) Assim, o IBGE, com a benção do PT e de Lula, pode alterar isso. Basta decretar que, agora, morte violenta não é o processo pelo qual o corpo perde a vida por ação de algum ato… mmmm… violento, mas, sim, o processo em que o corpo é decapitado, isto é, onde o corpo não apenas morre mas também perde a cabeça. (A gente tem de explicar tudo por aqui, ou não entenderão bulufas.) Isso deverá reduzir a violência em cerca de 97%. É maravilhoso!! Viva a inteligência brasileira!!!

Bolívar e o Bolivarianismo

Professor Lamounier, em contradição com seu nome, lucidíssimo sobre a proposta de reforma política “bolivariana” apresentada pela OAB:

TENDÊNCIAS/DEBATES

O bebê e a água do banho

BOLÍVAR LAMOUNIER

Li e reli as ponderações do dr. Fábio Konder Comparato com a atenção que merecem, mas não consegui exorcizar meus receios

EM ARTIGO intitulado “Procurando Rousseau, encontrando Chávez” (“Tendências/Debates”, 7/3), opinei que a eventual implantação da reforma política sugerida ao governo pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) teria conseqüências nefastas. Meu texto suscitou algumas reações iradas e um substancioso comentário do professor Fábio Konder Comparato, fervoroso defensor do projeto, neste mesmo espaço da Folha (“Quem tem medo do povo?”, 13/3).
Realmente, minha expectativa era que a OAB, com sua inegável autoridade, apontasse soluções realistas para os problemas de organização institucional que nos vêm há muito tempo afligindo, em particular o esvaziamento do Poder Legislativo, tema que obviamente envolve as questões éticas dramatizadas nos últimos dois anos e se estende aos partidos políticos e ao sistema eleitoral, entre outros aspectos.

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