blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Política Page 24 of 83

Um bate-papo com Olavo de Carvalho – II

Este podcast foi gravado logo após o debate entre Alckmin e Lula na Band. (Visite o site do Olavo.) Demorei a publicá-lo por pura falta de tempo, uma vez que passei quase duas semanas dirigindo o making of de um festival de cinema, o Goiânia Mostra Curtas. Peço que desculpem minha mudez ainda maior neste segundo bate-papo, afinal, além de achar muito melhor ouvir o que o Olavo tem a dizer, eu ainda estava morrendo de sono, já que eu acordara às quatro da manhã. (A gravação foi feita após as onze da noite.) Já o Olavo estava ainda mais desperto neste podcast do que no anterior

    [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/Olavo_debate_band_64kb.mp3]
Caso queira baixar o arquivo em diferentes formatos, clique aqui.

Em Busca de um Rei

Me conta aqui na Tailandia uma colega guatemalteca que nas eleicoes presidenciais de 2000 em seu pais, houve 90% de votos em branco. Assim, ficamos sabendo de onde Saramago tirou a inspiracao para seu genial “Ensaio sobre a Lucidez”. Na Guatemala, infelizmente, como no Brasil, o voto em branco nao e considerado valido, de modo que ganhou o candidato mais votado, ainda que a maioria dos eleitores nao quisesse a nenhum deles. Segundo ela, o resultado foi um dos governos mais corruptos de que ja se teve noticia na America Central.

No livro de Saramago, a grande maioria da populacao da capital do pais vota em branco nas eleicoes. Pego de surpresa, o governo convoca novas eleicoes e coloca o servico de inteligencia em busca dos cerebros desta conspiracao. Nao ha entretanto comandantes neste movimento espontaneo da populacao que, nas novas eleicoes, volta as urnas e, ainda em maior numero, torna a votar em branco.

On Chavez, from Thailand

Esta fara os amigos que se descabelam contra Hugo Chavez delirarem. Neste seminario em que estou aqui na Tailandia, ha um camarada venezuelano, muito boa praca por sinal. Evidentemente, depois de algum protocolo, lancei-lhe a inevitavel pergunta: “Y que me dices de Chavez?”. Ao que ele respondeu: “Y que me dices de Lula?”.

Ele nao e chavista, mas ressaltou que, um pouco como no nosso caso, a oposicao venezuelana e tambem uma lastima, o que o levou a fechar sua explicacao com a afirmacao (que ja ouvi parecida em algum lugar) de que a melhor saida para a Venezuela “es el Aeropuerto de Caracas”.

Contou que teve um problema serio com uma ex-namorada, que era chavista e que, por acaso, acabou se tornando a fotografa oficial da presidencia. Ela lhe manda frequentemente fotos do grande timoneiro bolivariano beijando criancinhas ou segurando livros de Noam Chomsky, pois se sente no dever de converte-lo a religiao chavista.

Lei Marcial

A Tailândia é realmente um país engraçado. Difícil para nós ocidentais, com nossa visão cartesiana, onde tudo é preto ou branco, compreendermos o que se passa.

Como se sabe, em 13 de setembro, o país sofreu seu décimo golpe militar exitoso desde 1930 (em 20 tentativas), mas apenas o segundo contra um governo democraticamente eleito. Foi deposto o Primeiro Ministro Takhsin Sinawatra, uma espécie de Silvio Berlusconi do Sudeste asiático, um populista magnata das comunicações, chefe de um governo reconhecidamente ultra-corrupto, eleito no vazio pós-crise econômica de 1997.

Por isso, vive-se aqui há um mês sob Lei Marcial, isto é, todas as garantias constitucionais estão suspensas e a polícia e os militares podem fazer o que bem entenderem. Só que tudo está absolutamente normal. Não se vê polícia nas ruas e o maior jornal de língua inglesa daqui, o “The Nation”, amanheceu hoje descendo a lenha em vários equívocos dos militares, inclusive no fato da Lei Marcial ainda não ter sido suspensa. Tudo como se nada tivesse acontecido. Pelo que se depreende, na verdade, todo o mundo já estava de saco cheio mesmo do cara e apoiou o golpe.

Dê uma olhada aqui, para ver as fotos que estou postando desta viagem no Multiply. Espero manter o álbum atualizado.

Lula lá?

Da Folha de S. Paulo:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou de 7 para 11 pontos a vantagem sobre Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial, revela a primeira pesquisa Datafolha após o primeiro debate entre eles na TV, realizado no último domingo. Lula oscilou de 50% para 51% das intenções de voto. Alckmin caiu de 43% para 40%.

Um bate-papo com Olavo de Carvalho (podcast)

Conforme prometi, eis meu primeiro podcast gravado em conjunto com o jornalista, escritor e filósofo Olavo de Carvalho. Vale lembrar que certos trechos mais apimentados e recheados com “insultos não fundamentados em fatos” foram excluídos, a pedido dele, em respeito ao ouvinte. Até o final da semana, publicarei outro bate-papo gravado logo após o debate entre Lula e Alckmin. Ah, vale lembrar: este arquivo tem uma duração aproximada de 46 minutos. (O arquivo também pode ser baixado através deste site.)

    [audio:http://www.archive.org/download/Bate_papo_com_Olavo_de_Carvalho/Olavo_09-10-06_64kb.mp3]

Debate da Band – Lula se segura

Dei uma navegada por aí e parece unânime aos analistas profissionais que Alckmin foi melhor do que Lula no debate. Eu sinceramente não sei. É o primeiro debate do Lula como situação; em todo os outros ele esteve na oposição. Ele não estava confortável. Perdeu a paciência várias vezes, deixando transparecer aquela impaciência de menino que não gosta de levar bronca. Esteve com cara de quem poderia dizer, de supetão, “e daí, é problema meu, porra! Não torra o saco”.

Duas pragas nacionais

As duas coisas mais nojentas deste país:

1) A arrogância e tesão totalitário da esquerda: eles querem mesmo é governar sozinhos e calar toda e qualquer oposição;
2) A retórica liberal de grande parte do empresariado que mama nas tetas do Estado com um lado da boca e arrota um discurso de desestatização e livre mercado, com o outro. Eles gostam mesmo é de capitalismo sem risco. Pergunta: por que os impostos que eu pago têm que pagar o prejuízo do agricultor nacional que se endinheirou com o preço das commodities nas alturas há três anos e agora vai chorar em Brasília fazendo “tratoraços” e levando a conta do prejuízo pra viúva pagar? (Em tempo, os 30 bilhões dados a esta turma de liberalismo de boteco não são coisa apenas de governo Lula, são a história do Brasil que se repete em todos os governos: eles tomam prejuízo, choram e o governo endurece, mas na primeira matéria importante a ser votada no Congresso, a bancada ruralista endurece e barganha um novo megaperdão de dívidas às nossas custas).
Sem tornar estas duas pragas coisas do passado, este país não sai do lugar.

Ainda sobre as indenizações dos esquerdistas

Discurso de Jair Bolsonaro na Câmara.

Mãe é mãe, piada é piada.

Olha, o Bruno Costa disse, com toda a propriedade, que a piada não diminui em nada as – como direi?? – capacidades totalitárias do PT. É verdade. Mas o Yuri parece ter levado para o lado pessoal um post endereçado exclusivamente a posicionamentos políticos impermeáveis ao bom senso. O meu argumento, brilhantemente ilustrado pelo caso da ONG plutônica, é o de que se vive um contexto de luta política e, neste caso, não há lá muita preocupação com o compreender. Há, na verdade, esforço doutrinário. A ironia, claro, é só a cereja do bolo.

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