Finalmente meu bróder Paulo Paiva resolveu lançar seu próprio blog, o Fios de Ariadne. Agora só falta ele voltar a escrever poemas, o que costumava fazer muito bem.
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Meio sem querer querendo acabei virando um dos guias turísticos da cidade de São Paulo no Google Earth. Eu não sabia que a Google iria colocar minhas dicas no banco de dados central do programa. Para vê-las, selecione na guia Layers a opção Keyhole Community BBS. Depois observe as dezenas e dezenas de informações. Claro, não sou o único palpiteiro da cidade, mas caso vc encontre, por exemplo, o Pátio do Colégio (marco da fundação de São Paulo), a Biblioteca Mário de Andrade, a Biblioteca Latino-americana Victor Civita, o Centro Cultural São Paulo, o Parque do Nabuco (onde eu brincava quando criança), o Jardim Botânico, a Praça Benedito Calixto, o Largo São Francisco, o Mosteiro e Colégio São Bento, o Cemitério da Consolação (onde estão os “indícios” de que um certo Monteiro Lobato passou por aqui), etc., saiba que o Yuri Vieira que aparece na dica sou eu mesmo.
Quem passou pela adolescência física e mental – isto é, o período que vai dos 14 aos 25 anos de idade aproximadamente – antes do advento da internet, entenderá o título desta entrada. Nesta fase de intensa ebulição interior, é muito fácil – falo daqueles que sempre se interessaram por literatura, filosofia, ciência e arte – é muito fácil acreditar que se é um tipo de gênio, uma luz em meio à escuridão massificada. Principalmente se, aos dezesseis, enquanto vivia ilhado numa província da província Brasilis, devorou “Homens representativos”, de Ralph Waldo Emerson. Aliás, ainda bem que não havia internet entre 1985 e 1996. Talvez eu até tivesse ficado “famoso” – como muitos blogueiros hoje acreditam ser – com o registro de minhas especulações, viagens e surtos (hoje muito bem guardados), e , no entanto, nos dias que correm, com a chegada desses lampejos de maturidade que ora me assediam, eu estaria envergonhado comigo mesmo e certamente passaria mais tempo deletando textos e entradas de blog que propriamente escrevendo… Sim, embora a Vontade de Criar possa nos aproximar muito da Vida, na medida mesma dessa aproximação, mais e mais vamos nos sentindo como que elevados diante dos demais. E tudo, claro, não passa de vaidade, vaidade das vaidades. Antes da internet eu achava que meus, digamos, pares ou já estavam mortos ou muito próximos de morrer. Com uma única exceção, que não vem ao caso, praticamente não tinha interlocutores. Claro, possuía amigos e professores cuja inteligência admirava, mas nunca encontrava “pretensões de criar” tão grandes quanto a minha. Depois, com a internet – e já morando com a Hilda Hilst – descobri que esses pares não constituem dezenas, senão milhares de pessoas espalhadas pelo mundo, a maioria muito mais disciplinada e produtiva do que consigo ser. E os maiores dentre eles, percebi, não são os que se colocam mais ao alto, junto a seus ídolos, e sim exatamente aqueles que, em sua sabedoria escrita, demonstram a verdade da fraternidade de todos os homens, isto é, que somos todos nós, terráqueos, pares no sentido mais universal do termo. Enfim, obrigado, internet, por não me deixar enlouquecer (de novo), obrigado por ajudar a provar a mim mesmo que não sou nenhum suprassumo da humanidade, mas um mero contador de “causos”. (Adeus, aborrescência!!) Se Nietzsche tivesse um blog à sua disposição, teria certamente trocado idéias com Dostoiévski – cujo livro “Notas do subterrâneo” ele leu – e o grande romancista russo o teria então alertado sobre o maior (e talvez único) de seus erros. Qual? Amadureça e descubra. (Até lá medite sobre o arcano 16, A Torre, do tarô…)
Estou sempre prometendo a mim mesmo que jamais voltarei a babar numa garota. E sempre acredito em mim. Todos sabem: o mercado do amor baixa o valor de quem muito se oferece. E eu sou mestre em não me oferecer. Mas às vezes é inevitável. Principalmente quando se está tomado pelo Máscara ou pelo Mister Hyde… Pois é, babei numa figura e ela ficou nojenta. Mulheres lambuzadas de saliva virtual – ainda que da nossa própria saliva – são sempre nojentas, intragáveis. 😛
Quem acompanha meu blog desde 2002 percebeu que centenas – sim, centenas – de comentários sumiram depois que passei a maior parte dos textos para o Mambo. Apesar das broncas de alguns amigos, que se sentiram ofendidos pela suposta “censura”, posso afirmar: não foi proposital. O problema é que o Mambo não oferecia – e parece que ainda não oferece – um script para migrar as entradas do Movable Type, que eu utilizava, para seu banco de dados. Por isso este blog, agora movido a WordPress – e destinado às entradas mais curtas e casuais – apresenta essa redução nos comentários. Basta olhar no arquivo “por data” aí ao lado. De Maio de 2002 a fins de 2003, e posteriormente em certos meses espalhados ao acaso, há um número muito pequeno de entradas. Sim, porque as demais agora estão no Mambo, isto é, em meu site principal. Eu costumava publicar, de modo geral, apenas contos e artigos mais longos no Movable Type. Depois criei um “miniblog”, anexado ao primeiro onde publicava as entradas curtas. E é deste “miniblog” que surgiu o blog atual, já que o WordPress sim possui um script de migração. E o “principal” foi transferido para o Mambo entrada por entrada, manualmente, e se eu tivesse pensado em fazer o mesmo com os comentários, estaria fazendo a transferência até hoje.
Outro motivo da diminuição dos comentários – no MT havia 745 e agora apenas 116 – é que não irei mais cometer o erro de transformar cada entrada num fórum de debates. Eu costumava responder aos comentários com outros comentários, o que gerava uma verdadeira disputa de egos, ora de uma parte ora de outra, já que, ao se discutir num blog, há público. Ninguém queria fazer feio e muitas vezes voltavam (voltávamos) a comentar apenas para não ficarem (ficarmos) desmoralizados, o que acabava transmitindo um astral péssimo para o site. Atualmente tenho me limitado a responder um ou outro comentário meramente via email. Entrarei com comentários de fato apenas quando houver necessidade de esclarecimento, não para comprar ou vender uma discussão. Quem quiser comprar uma discussão, vá até o Edifício Monty Python, 3º andar, sala 304. Cuidado para não entrar na sala 305, logo em frente, porque ali só se vendem “esporros” mesmo, sem qualquer preambulação lógica.
Só nesse começo de semana já foram vendidos, através do site da Livraria Cultura, oito exemplares do meu livro, um número incomum. (Segundo me informaram pelos recados do Orkut, alguém comprou cinco exemplares para presentear seus ex-professores. Um presente de grego dos mais irônicos, devo acrescentar.) Vale a pena lembrar que essa edição já está próxima do fim. Para quem ainda não comprou meu livro A Tragicomédia Acadêmica, eis sua última chance. A editora que o publicou fechou as portas há algum tempo e, no momento, não tenho a menor idéia de quando ou quem irá reeditá-lo.
Noite passada, meu site voltou a cair devido a um ataque massivo de DoS (Denial of Service) ao meu servidor por parte de hackers que usavam IPs chineses. (!) A Routhost chegou até mesmo a bloquear o acesso da China ao servidor. O bilhão e meio de internautas chineses que costumava vir treinar seu português em meu site ficará órfão. Coitados.
E prosseguindo minhas pesquisas no Wayback Machine, eis que encontro meu primeiro site pessoal, de 1999. Sim, meu primeiro site de fato foi o que fiz para meu livro em 1998, mas foi este o primeiro a expor minha pessoa online. E falando no site do meu livro, eis a segunda versão que fiz para ele. E, hoje, ele é assim.
A gente sempre encontra uma surpresa internet afora. (Não direi novidade porque trata-se de algo que descobri com quatro anos de atraso.) Eu estava checando os robots que andaram indexando meu site e, entre os de praxe, havia um certo Alexa (IA Archiver). Na verdade, eu já havia visto esse robot, mas pensava que tinha a ver com um antigo sistema de busca que usei. Mas se fosse este o caso, por que ainda visita meu site? Pesquisei e descobri esse tal Wayback Machine. É incrível. Os caras estão arquivando desde 1996 todas as páginas da web, sem atualizá-las! Isto é, você pode revisitar aquele seu velho site como se ele ainda existisse!! Na Google, por exemplo, caso você altere algo no site, também haverá alteração no cachê. Mas neste outro, não. E isso pode ser um problema: aquele texto que você escreveu e, após sério arrependimento, retirou do “ar”, certamente ainda está disponível no Internet Archive Wayback Machine! Por exemplo, eis o primeiro site que fiz na vida, em 1998, para divulgar meu livro. Gente, que pagação de mico! Encontrei inclusive meu blog de 2002, do Projeto Solte Sua Imaginação, completinho!! E há textos ali dos quais me arrependo. Cruzes. Como já dizia meu amigo Filipe Ceppas, hoje professor de filosofia no Rio de Janeiro: “Neguinho é foda!!”
A Google está enfrentando resistências em sua empreitada de escanear TODOS os livros das bibliotecas de Harvard, Michigan e Stanford, incluindo os protegidos por Copyright. Adiaram até Novembro a retomada dessa tarefa que poderá durar cinco anos. Pretendem botar tudo na internet, sem esquecer, é claro, de acrescentar seus conhecidos anúncios publicitários. As editoras, com razão, não estão gostando da idéia de serem excluídas da partilha dos lucros. Espero que façam acordo. Seria um upgrade e tanto à internet. Já imaginou? Poder consultar os livros de uma das maiores bibliotecas do mundo? Puts.