Conheci recentemente – via Internet – outra pessoa que, como eu, teve o privilégio de morar em Latacunga (Ecuador), também através de intercâmbio estudantil: Ariana Faccini. Aliás, pretendo postar o mais breve possível um texto sobre essa experiência, que é, na minha opinião, uma das mais profundas e necessárias ao desenvolvimento do adolescente: a descoberta, através da experiência direta, da fraternidade que une diferentes povos e culturas. Fotos de 1989: eu (sentado) junto a colegas de colégio, em Latacunga; com os Naranjo, minha família de intercâmbio, em La Mitad del Mundo, onde cientistas franceses fizeram os cálculos que demarcaram a Linha do Equador; e escalando os Illinizas (5300 metros).
Categoria: exteriores
Estou super feliz! Minha grande amiga Issadora Icaza, que conheci quando fiz intercâmbio no Equador (1989-1990) e que havia “sumido na vida” sem deixar rastros, voltou a me escrever!!! Viva a Internet!
Quando morei no Equador (1989-1990), dei altas risadas assistindo às versões originais das séries criadas pelo Chespirito. “El Chavo del Ocho” (Chaves) tinha atores com sotaques e interpretações impagáveis. Só de ouvir a voz do Quico já passava mal, assim como o choro da “Chilindrina” (Chiquinha). Claro, os roteiros ingênuos e muito bem bolados ajudavam bastante. Mas só agora, não sem espanto, descubro que Chespirito – apelido de Roberto Bolaños – é a forma castelhanizada do diminutivo de Shakespeare! Taí uma coisa que deixará os intelectualóides com insônia…
Um amigo me escreveu de Florença dizendo que já está cansado de apreciar edifícios velhos e obras de arte. Para ele, o passeio já perdeu a graça, tendo confessado já estar com os sentidos embotados. Após lhe receitar uma rave (tratamento de choque), disse a ele que, se eu fosse embarcar semana que vem pra Europa, iria correndo reler pelo menos a “História da Arte” do Gombrich, o básico dos básicos. Sim, porque sair pelas cidades européias sem saber, por exemplo, a diferença entre o estilo românico e o renascentista fará com que tudo pareça uniforme. Seria semelhante à leitura de Proust por um analfabeto funcional. Ele pode até achar curioso, diferente ou, o mais provável, chato, mas não perceberá o que interessa, as sutilezas. A evolução dos estilos na arte – em particular na arquitetura – é pura expressão da alma de uma civilização. A mera apreciação dos sentidos, sem o apuro do conhecimento, só pode mesmo embotar: “ai, mais um prédio velho!” É, amigo, é duro viajar e, já longe, perceber que se deixou algo importante em casa…
PS.: Principalmente se esse “algo importante” for um cobertor de orelha feminino anti-frio europeu tabajara. Nem tudo é cultura…
Foi durante uma conversa em que eu narrava minhas experiências de projeção astral que o Bruno Tolentino me definiu “honestidade intelectual”: nunca dizer que sabe o que não sabe, nem dizer que não sabe o que sabe. E eu lhe disse que aprendi isso com certa “brincadeira do copo”, quando então, em 1995, enganei dois amigos por quase duas horas de conversas com “espíritos”. Desmenti no dia seguinte, mas ainda hoje, sempre que “realmente me afogo”, eles pensam que sou aquele garoto que “finge se afogar”. Não pretendo mais perder meu crédito com ninguém. Aliás, o Waldo Vieira é honestíssimo e discorre acuradamente sobre os vários tipos e níveis de experiências extrafísicas. Acredite, Bruno: essas coisas acontecem.
Ai, que saudade de escalar uma montanha…
Amigos, esta semana estarei na Chapada dos Veadeiros, onde irei gravar uma entrevista com uma suposta Mestra Ascensa da Grande Fraternidade Branca Universal, aliás, uma extraterrestre assumida… :)) Claro, tudo dentro do esquema “não rir, não lamentar, nem detestar, mas compreender” (Espinosa, filósofo), afinal, “tudo é possível, embora algumas coisas sejam mais prováveis” (James Jeans, físico). E, se tudo der certo, talvez eu até coloque o vídeo neste site, para download.