blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: extraordinárias Page 5 of 10

Medo de barata

Agora vou começar a ter medo de barata. Ou paranóia. Imagine, a barata pode estar nos vigiando, pode ser uma agente secreta da Kaos, pode nos dedar. Bom, ainda bem que existem os spammers… Você não está entendendo, né? É o seguinte: os japoneses estão transformando baratas em robôs e controlando-as remotamente via rádio. (Pois é, uma barata agora pode ter uma câmera e um microfone implantados nela!) Contudo, durante um teste de laboratório, após enviar um comando que instruía a barata a virar para a direita, os cientistas receberam em resposta um pedido da barata solicitando o email deles para que ela pudesse lhes vender Viagra. (!) Claro, na verdade se tratava da interferência de spammers que, enviando mensagens para celulares, atrapalharam involuntariamente o maquiavélico experimento japonês. Maquiavélico? Quer dizer… essa barata também deve servir para encontrar menininhos caídos em poços profundos! E sobreviventes de terremoto! E também podem…

(Se você ver um inseto com um chapéu esquisito, desconfie.)

9/11 na National Geographic

Anteontem assisti a um documentário sobre terrorismo islâmico no canal da National Geographic. Poucas novidades. O que realmente me chamou a atenção foi a descoberta, por parte do FBI, e após o atentado ao WTC, de que um dos seqüestradores que acompanhara Mohamed Ata havia usado o serviço de pay-per-view do hotel onde se hospedaram um dia antes para assistir a filmes pornôs. Estranho comportamento para um “fanático religioso” suicida, não? Certamente já prelibava o encontro com as huris no paraíso. (E ainda vem neguinho me dizer que os caras matam motivados por fé religiosa. Tá bom. Só se for a fé em bucetas angelicais.)

Pegação, sim; sexo, não

Olha só a roubada em que esta repórter do site NoMínimo se meteu. A história é hilária. Tem cada maluco mesmo no mundo. Ainda mais em Nova York. Veja o resumo e clique no título dele para ler o texto completo:

Pegação, sim; sexo, não

A idéia é reunir pessoas que não se conhecem, mas têm vontade de trocar abraço, massagem, cafuné, carinho. Cada uma paga US$ 30, veste seu pijama e esquece a timidez para relaxar no colo de estranhos. Não há sexo nessas festas que viraram mania nos EUA.

Vídeos de OVNIs?

No You Tube, há até o momento 446 supostos videos de ovnis. Alguns são bem falsos, outros intrigantes, mas vale a pena gastar alguns minutos com esses registros. Eu sei que nessa nossa época pós-Lightwave – aquele software usado por nove entre dez filmes com efeitos visuais – fica difícil botar a mão no fogo por qualquer um desses videos. Mas… vai saber.

Este aqui, por exemplo, faz jus ao que diz um dos visitantes do site: “é bom demais pra ser verdadeiro”.

Já neste vídeo, feito pela Força Aérea Mexicana, vemos até doze ovnis. Isto é, a câmera infravermelha do avião é quem vê, já que o Major do esquadrão afirma que em momento algum foram vistos a olho nu.

Lugares-Memória IX

Campo Santo de Yungay, Peru
A trágica notícia do deslizamento de terra nas Filipinas, que matou cerca de 1800 pessoas, me fez lembrar de um dos lugares mais estranhos que já conheci.

Em meio à paisagem grandiosa dos Andes peruanos, no sopé do Nevado Huascarán (6.768 m), montanha mais alta do Peru e quinta das Américas, se esconde a simpática e colorida vila de Yungay, uma das principais cidades do Callejón de Huaylas, o vale agrícola cortado pelo Rio Santa, que percorre todo o lado oeste da Cordillera Blanca.

O Sertão Profundo de Goiás

Era final de tarde e o sol se punha lento e sanguíneo na borda da árida planície. Sua luz, difundida pela densa carga de poeira no ar – era setembro e não chovia há meses –, tingia de vermelho o remanso preguiçoso do Velho Chico.

Domingos, acocorado atrás de um grande cupinzeiro, com o trapo amarelado de blusa que cobria seu tronco empapado de suor, fumava e esperava ansioso que Josina aparecesse. Pelos rasgos do tecido, entreviam-se as quelóides de anos de sovas no pelourinho. O feitor era homem de intuição forte, trabalhara nas Minas Gerais, comandando manadas de escravos que se contavam aos milhares, e conhecia melhor que ninguém um negro rebelde. Sabia que Domingos tentaria fugir, mais hora menos hora, e não se cansava de amarrá-lo ao tronco e chicoteá-lo por qualquer motivo.

No Sertão de Goiás

Enquanto vocês ralavam durante essa semana, eu caminhava pelas espetaculares paisagens do sertão mais profundo de Goiás, na Terra Kalunga, rincão da Chapada dos Veadeiros. Na verdade, foi também a maior ralação. Quatro dias, cerca de 85 km de trilhas percorridas, mochila aí pelos 20 kg, 38 graus sob o sol do meio-dia no Vão do Moleque.

Mas tudo isso no cenário mais espetacular do Cerrado brasileiro, contemplando um cânion que rivaliza com os Aparados da Serra, tomando banhos em águas cristalinas e aliviando os ombros cansados sob maravilhosas cachoeiras nos finais de dia. E na companhia de dois grandes amigos, guiado, acompanhado e recebido pela hospitalidade e sabedoria do povo Kalunga.

Os Kalunga são o maior remanescente de quilombo do país, cerca de cinco mil descendentes de escravos fugidos das minas e engenhos locais, da Bahia e de Minas Gerais. Eles se esconderam nas serras e nos vãos distantes do norte de Goiás e do sul do Estado do Tocantins, próximos ao Rio Paranã.

Aguardem relato completo e fotos para breve.

O urubu e o amor

Sexta-feira passada assisti, en passant, ao Globo Repórter sobre animais de estimação. Pensei que a coisa toda se resumiria àquela chatice de sempre, aaah, os lindos cãozinhos, gatinhos, coelhinhos, etc. e tal, sempre aquele negócio de gente que, não tendo filhos, tampouco troca “seu cachorro por uma criança pobre”. (Até gosto de bichos, mas, puts, pelo amor de Deus, neguinho exageeera na dose. Não viajar por causa dum cachorro que, coitado, vai estranhar aquele nosso amigo que se dispôs a alimentá-lo? Sair de casa à meia noite pro sacripanta peludo poder cagar? Deixar o bicho lamber minha boca, meus dentes, minha língua? Ah, me poupe. Isso é bem coisa de mulherzinha. Eu morei com os oitenta cães da Hilda Hilst, fiz amizade com vários, mas esses espertalhões não me enganam não.) Enfim, tirando aquela grande idéia de colocar passarelas-prateleiras pros gatos poderem circular aereamente pela casa – o que significa que não precisarei mais chutá-los sempre que cruzarem meu caminho – tirando essa idéia, nada mais referente aos animais de praxe me chamou a atenção. O incrível mesmo foi a história da Loira, uma urubua feia, asquerosa, mas… mas… tão lindinha! Até chorei.

O sonho

Dirijo o carro. Não sei qual cidade é. Não sou daqui. Os nativos falam uma língua que não conheço, mas eu a entendo perfeitamente. O trânsito está complicado. Decido deixar o carro.

Caminho por uma rua estreita e inclinada. Tem calçamento de pedras. Desço-a. A via está tomada por pedestres e tem muitas lojas pequenas. Parecem lojas para turistas.

Sinto uma sensação estranha. Vislumbro a rua estreita à minha frente. Sinto vontade de correr. Devo percorrê-la. Preciso chegar até o seu fim. Parto. Corro. Corro bem rápido. Devo chegar ao fim da rua.

O tempo está nublado. Há muitas nuvens escurecidas. Corro. Começo a ver o mar, as nuvens sobre o mar. Ainda é dia, há sol também, mas a noite já começa a surgir. Ainda corro. Estou chegando perto do mar, estou chegando. Vejo um pequeno píer. Não há embarcações. Do lado direito, uma montanha.

Dia mundial do pulo

Isto saiu na revista Galileu Nº173 de Dezembro/2005:

Está marcado para 20 de Julho de 2006 o “World Jump Day” (Dia mundial do pulo). Na data, 600 milhões de pessoas irão pular juntas para mudar a órbita da Terra e ajudar a resolver o problema do aquecimento global. A idéia foi inspirada em um estudo publicado em 2004 por pesquisadores alemães, que dizia que o planeta poderia mudar sua órbita com a ajuda da combinação de forças de 600 milhões de pessoas do hemisfério ocidental pulando ao mesmo tempo. Quem quiser participar pode se cadastrar no site WorldJumpDay.org.

Claro que os orientais irão aderir à moda e a Terra – com a juda de um bilhão de chineses – quebrará ao meio feito um ovo. Neste dia, se Deus quiser, estarei em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros…

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