O Garganta de Fogo

blog do escritor yuri vieira e convidados...

Carlos Vereza no Jô Soares

Pois é, só agora os artistas, os verdadeiros formadores de opinião da massa maria-vai-com-as-outras, começaram a abrir a boca. Christiane Torloni, Lima Duarte, Ana Carolina e agora Carlos Vereza. E é claro que a massa, conforme seu costume, não atira mais pedras nos críticos, afinal, o óbvio em pessoa resolveu esfregar-se em sua cara. Agora a massa aplaude. (A massa com um mínimo de informação, obviamente.) Como diz o Mainardi, perdeu a graça meter o pau no Lula. Ao menos também tive, logo no início, meu próprio ataque de Regina de Duarte. Ou de Olavo de Carvalho, se preferir. Eu prefiro.

Intervalo Comercial 2


    Super8 Motel

(Clique na imagem para ampliar.)

“Tem de fechar esse Congresso!”

Cada vez que ouço, na rua, alguém descomendo essa frase, sinto um calafrio sinistro. Nos últimos três meses, já a ouvi diversas vezes na boca de diferentes pessoas, em geral gente honesta, trabalhadora e séria. Hoje, por exemplo, meu pai a repetiu para mim pela terceira vez, e isso contando desde o início do famigerado Mensalão. Meu pai, um cara do bem. Nessas horas, meu lado Mister Hyde fica imediatamente paranóico, imaginando uma reunião de cúpula (ou de cópula) entre o antigo “Núcleo Pau Duro” do PT que, visando foder com a casa dos sei lá quantos picaretas (vide Lula), planeja e executa uma maneira genial de mergulhar o Congresso ainda mais na lama, corrompendo-o de forma inaudita e, em seguida, deixando vazar as informações. O povo fica tão anestesiado com as notícias que acaba acreditando que o melhor mesmo é chutar o pau da barraca legislativa. E, como o Bob Lula Bunda Quadrada é santo, iluminado, inocente, puro, um verdadeiro Jamanta, que não sabe de nada, é reeleito, sentindo-se então de posse da autoridade necessária para fechar o Congresso Nacional e iniciar a terceira proto-ditadura da América do Sul…

Ah, como já dizia uma das formas do Pai Nosso ensinada pelo Mestre aos seus apóstolos, Senhor, no nos dejes errar por los perversos caminos de nuestra imaginación

“Brasileiro é tão bonzinho!”

No final dos anos 70 e começo dos 80, havia um programa humorístico chamado “O Planeta dos Homens” – com Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino e outros – que continha um esquete em que a lindíssima atriz norte-americana Kate Lyra, esposa do compositor Carlos Lyra, era sempre, por um motivo ou outro, ajudada por um marmanjo cheio de segundas intenções para com aquela linda e apetitosa mulher. Ela invariavelmente agradecia com o bordão: “Brasileiro é tão bonzinho!” Algo me diz que esse juízo se encaixa muito bem no Lula, quem, após ser assaltado pelo proto-ditador boliviano, Evo Morales, ainda sai dizendo por aí que irá investir na Bolívia. “Precisamos ser carinhosos”, disse ele num discurso. (!!!)

A única diferença entre Lula e seus precursores bonzinhos é que, a princípio, não se percebe exatamente quem é que nosso presidente pretende comer. O gás da Bolívia? O Evo Morales? Os bolivianos? A Petrobrás? Não, não, não. O Lula só quer mesmo é continuar comendo a rodela do povo brasileiro. Isso é óbvio, afinal quem é que banca os delírios de poder desse imbecil totalitarista? Como é possível um presidente da República, depois de a Petrobrás investir milhões de dólares aí no vizinho, achar lindo uma quebra de contrato? De fato isso é que é colocar a ideologia socialista nas nuvens. Pra ele, tanto faz. O Estado já havia mesmo roubado diversos poços de petróleo particulares durante a Era Vargas com eles criando a Petrobrás. Se esta estatal agora é roubada pelo Estado vizinho, ora, foda-se, nosso povo arcará novamente com os prejuízos, sempre foi assim e assim continuará sendo.

Pelo amor de Deus, gente, cadê o impeachment desse filho da truta?

Frase de cinema — 2

aspas_vermelhas_abre.gif [Qualquer coisa], porra! aspas_vermelhas_fecha.gif

Qualquer filme brasileiro, a partir dos anos 1970 (ou será dos 1960?)

Tangíveis episódios entre Sodoma & Gangorra

    “A diferença entre calhistas e calhordas é que as primeiras estão meio fora de moda”
    (Lavra pessoal)

Difícil coexistir num mundo tão repleto de mediocridades exacerbadas, não? Pensando nisso e temendo ver meu trabalho adernar nas mãos de uma plêiade parasitária que se arroga ao fazer contemporâneo, ameaço-lhes com digressões e hidrofobias inócuas.

Portanto, o dia em que chamarem minha obra de “produto”, fecharei o estabelecimento e me mudarei para as ilhas Fiji. Sim, colaborarei com o Nada da História oferecendo-lhes o que sempre me pediram de mãos juntas e pé nas costas, ou seja: Rien…

E entre o vazio daqui e a pujante Suva daquele arquipélago, acreditem, nem hesitarei, apanharei meus livros, uísques e toneladas de charutos e lá me refugiarei, prometendo — é claro — me corresponder com o gentil leitor através de histórias meramente transmissíveis via Internet, assim como desejou fazer o teólogo erudito Raymond Lulli e só não o fez pelo simples ocaso tecnológico imposto-lhe por sua própria e lapidar história de vida que, aliás, levou-o à morte por lapidação.

J. Toledo is here

Não sei se a galera já percebeu, mas temos um novo colaborador no Garganta: o escritor, jornalista, artista plástico e fotógrafo paulistano J. Toledo, cronista do jornal Correio Popular de Campinas-SP. Toledo é autor da biografia Flávio de Carvalho – o comedor de emoções; do Dicionário de Suicidas Ilustres (para o qual eu e a Hilda Hilst contribuímos com o verbete sobre Mishima); das coletâneas de crônicas A Divina com mídia – crônicas bizantinas, Espiões da cidade e, publicado este ano pela Record, Dois uísques em Cafarnaum. O Toledo também assina a foto da Hilda com o dedo médio em riste na primeira página do site oficial dela. Enfim, o cara é excelente, ótimo papo e super gaiato. Eu e a Hilda costumávamos ler suas crônicas e telefonar para ele quase toda manhã. Juntamente com o Mora Fuentes, o Toledo era o Prozac dela.

    [audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2006/05/eu_e_toledo.mp3]

Seja bem-vindo, Toledo.

Malhando atores

Outro dia, zapeando, dei de cara com a Cláudia Ohana naquela novela Malhação. Já tinha visto a Lucélia Santos e o André de Biasi ali, o que me pareceu bem surreal para estes intérpretes de antigos personagens de sucesso. Algo me diz que esse programa é uma espécie de reciclagem – bem, reciclagem é um eufemismo para castigo, mas vá lá, ce entendeu – reciclagem para atores que ficaram muito tempo longe da Globo. É um castigo certamente bem remunerado, mas ficam lá, sendo malhados pelos egões dos atorzinhos novatos e, claro, daí o título da novela: Malhação. Dureza, hem.

Discurso do ministro Marco Aurélio

Eis o discurso do ministro Marco Aurélio de Mello na solenidade de posse como presidente do TSE (via Primeira Leitura):

(…)

Senhores e senhoras, em face da liturgia desta solenidade e para que, juntamente com a nominata e os discursos proferidos, fique nos anais da Corte, devo veicular, ante a expectativa geral, nesta data de sintomática coincidência – dia 4 do mês 5 do sexto ano do segundo milênio -, uma mensagem. Serei breve, mas, mesmo assim, peço a benevolência dos ouvintes e, mais do que isso, a reflexão de todos sobre o que tenho a dizer.

Infelizmente, vivenciamos tempos muito estranhos, em que se tornou lugar-comum falar dos descalabros que, envolvendo a vida pública, infiltraram na população brasileira – composta, na maior parte, de gente ordeira e honesta – um misto de revolta, desprezo e até mesmo repugnância. São tantas e tão deslavadas as mentiras, tão grosseiras as justificativas, tão grande a falta de escrúpulos que já não se pode cogitar somente de uma crise de valores, senão de um fosso moral e ético que parece dividir o País em dois segmentos estanques – o da corrupção, seduzido pelo projeto de alcançar o poder de uma forma ilimitada e duradoura, e o da grande massa comandada que, apesar do mau exemplo, esforça-se para sobreviver e progredir.

O prejuízo da Petrobrás

Como é que o governo irá lidar com o prejuízo da Petrobrás na Bolívia? Ora, crie mais um imposto e nós, zé-manés do Brasil, taparemos mais esse buraco feito pelos estatistas safados, sejam eles nacionais ou bolivianos. Não foi sempre assim?

Como diz a esse respeito o Reinaldo Azevedo:

Lula foi, sim, corneado pela trinca do balacobaco da América Latina: Fidel, Chávez e Morales. Ocorre que ele tem enorme admiração pelos traidores. Se foi pego de surpresa, e foi, o ato do presidente boliviano não é alheio a seu sistema de valores. No fundo, ele concorda. Foi sua pessoa institucional que saiu humilhada. O homem Luiz Inácio acredita que um presidente, uma vez eleito, pode e deve fazer o que lhe der na telha. A prova é a lambança toda do PT.

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