Hoje, em 1982, eu estava na praia em Guarapari, no Espírito Santo, quando minha irmã me disse que a cantora de que meu pai gostava havia morrido. Coisas que guardamos na memória…
“Como manter um nível saudável de insanidade”, novo curta de Mariana Bastos e Rafael Gomes, diretores do aclamado “Tapa na Pantera”.
Na Folha de hoje (para assinantes):
Brasil tem Ipod mais caro do mundo
Aparelho custa US$ 328 no país, US$ 105 a mais do que o do 2º colocado, a Índia
Canadá é onde o iPod nano custa menos, US$ 144, em comparação com 26 países; na China, onde é fabricado, produto sai por US$ 180.
Quer ver uma coisa realmente assustadora? Não diga que não avisei.
Como disse alguém num dos comentários ao próprio vídeo, nessa hora os comunistas fazem falta…
Pouco tempo atrás estavam reabilitando o Zé do Caixão pelo seu pioneirismo trash. Eu mesmo me espantei muito com alguns trechos de “A meia-noite encarnarei no seu cadáver” (a começar pelo título). Mas nada me diverte tanto quanto as pornochanchadas da década de 70. Dia destes trombei, no canal Brasil, com o filme “Histórias que nossas babás não contavam”. Humor picante, sacana sem ser pornográfico – ou melhor, sem aquela pornografia psicoanalizada tipo “A Hora da Estrela” e que tais com a Carla Camurati.
O figura mais engraçado do filme era o Costinha. Costinha é o feio fundamental. Um gênio kantiano da feiúra. Depois dele, tudo o que é feio ou engraçado – e as duas coisas estão muito ligadas – deveria definir-se como tal em função dele. A variedade de expressões faciais de que era capaz (todas igualmente feias) desafiava até os mais sofisticados efeitos especiais. Se o Costinha estivesse vivo, ele seria meu Gollum. Hehe.
Bem, tudo isso é preâmbulo para o vídeo que encontrei dele no YouTube estrelando um comercial da Loterj de 92. No vídeo há duas versões para o comercial – no geral uma tentativa mnemônica de se vincular aos comerciais da Bombril. A primeira é séria, a segunda um esculacho. É proibido para menores, já aviso. Reparem também que o diretor é o Cacá Diegues. Ei-lo:
A crítica do Claudio Weber Abramo publicada pelo Daniel não é muito justa. Não sei das TVs, mas os jornais falaram quais são as empresas que integram o Consórcio Via Amarela no sábado, edição posterior ao fato. Isso não foi tão repetido como deveria, talvez por conta da “lama” que é a cobertura e edição de um fato destas proporções.
Na edição de hoje, a Folha cita todas a integrantes do consórcio na reportagem Empresas deram R$ 1,7 mi para comitê de Serra. Também estão na reportagem Contrato prevê responsabilidade de consórcio, na mesma edição.
Na de ontem, aparecem todas nos textos: Consórcio premiou economia de material e Em nota, consórcio diz que prioridade é encontrar as pessoas desaparecidas.
Amanhã estará novamente na edição, de forma mais explícita e detalhada, espero até que com um infográfico.
Sobre a licença ambiental citada pelo Pedro, ela não rendeu muita coisa por enquanto. A licença foi concedida, preliminarmente, em 1997. Depois (não tenho aqui o ano), foi concedida de fato e expirou em dezembro passado, na gestão do José Goldemberg na Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Foi renovada na atual gestão, a do Xico Graziano. Segundo a assessoria do Goldemberg, ele não a renovou por questões burocráticas. Mas isso é o oficial, faltou algum bastidor, algo que ninguém conseguiu ainda.
Ninguém no país representa melhor o modelo brasileiro de capitalismo que nossas megaempreiteiras: lucros privados-riscos públicos (em todos os sentidos, no caso da cratera do metrô). São elas as herdeiras diretas da rapinagem do patrimônio público iniciada com a primeira capitania.
Elio Gaspari, na Folha de hoje, cita os nomes já mencionados pelo Cláudio Weber Abramo e pelo Daniel aí abaixo.
ELIO GASPARI
O apagão das empreiteiras
O descaso com os familiares dos mortos não teve nada a ver com a chuva. Sem informação, eles viam as viaturas do IML
DEPOIS DO apagão das companhias aéreas, veio o apagão das empreiteiras. As cinco maiores construtoras de obras públicas do país desmoronaram às margens do rio Pinheiros, em São Paulo. Como no caso dos aeroportos, desmoronou a capacidade das empresas de falar sério e de manter uma relação respeitosa com a população.
O consórcio da obra do metrô paulista é formado por cinco empresas de engenharia que juntas faturam anualmente US$ 3,5 bilhões. São gente grande: Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS. Demoraram um dia inteiro para falar do desastre e, quando o fizeram, passaram a responsabilidade às chuvas do Padre Eterno.
Ofendendo a inteligência alheia, disseram também o seguinte:
No centro do Brasil está São Paulo e, no centro de São Paulo, um buracão. Como diria o atroz macaco Simão: “O que é o que é? Quanto mais se tira maior fica? O buracão de sampa, rá rá rá”. Quanto mais corpos são retirados do buraco, maior fica a cobertura jornalística. Nem sempre de qualidade. Além de ignorar totalmente a questão ambiental citada pelo Pedro abaixo, ninguém diz o nome dos donos do buracão. Com algum atraso, via blog do Cláudio Weber Abramo
Os responsáveis pela obra do metrô que desabou em São Paulo são as empresas CBPO Engenharia (pertencente à Norberto Odebrecht), Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Trata-se de informação de que o leitor de jornais e o telespectador de telejornais não dispõe. Nesses veículos, fala-se em “Consórcio Linha Amarela”, como se consórcio não tivesse participantes.
Salvo lapso, tampouco vi o nome da pessoa que fala pelo consórcio. Os jornais não dão.
Mais irritante ainda, contudo, é o aparelhamento ideológico do buracão pelos bocós de plantão. Diz aí Tio Rei
Está em curso um esforço cotidiano, incansável, para politizar ou, melhor ainda, partidarizar a questão. E junto vêm os camaradas de sindicatos ligados ao PC do B e ao PSOL para denunciar a ganância capitalista. Boa parte da imprensa também tem ódio ao capitalismo. Seguro, no Brasil, como sabemos, é voar nos céus administrados pelo Estado…
Tudo muito bom, tudo muito lindo. Há gente reclamando maior fiscalização do Estado, um absurdo, lógico, uma vez que fiscalizar, nestes casos, siginifica apenas bater um carimbo. Contudo, não há engano ao se afirmar que a responsabilidade é do tal consórcio. Que eles, então, arquem com o prejuízo. Capitalismo bom é assim.