blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: janeiro 2006 Page 4 of 9

Mapas, rotas, combustível, pedágio…

Realmente excelente este serviço de Mapas Rodoviários do Portal Banco Real. Ótimo para planejar viagens: você diz qual é a cidade de origem, a de destino, quantos quilômetros seu carro faz com um litro de gasolina e ele rapidamente lhe fornece os mapas com a melhor rota, o preço total do combustível a ser gasto, a quilometragem total e inclusive o valor dos pedágios. Ah, claro, também informa em quais cidades há caixas eletrônicos 24horas, agências do Banco Real e em que pontos do trajeto há a possibilidade de o tanque estar já vazio. (!) Guarde o link para as próximas férias…

Empatia e recompensa

Acho que o mundo deveria ser mais matriarcal… Da Reuters:

Homem fica mais feliz com desgraça alheia que mulher, diz estudo. (…) Usando técnicas de mapeamento cerebral, os pesquisadores compararam como homens e mulheres reagiam ao verem outras pessoas sentindo dor. Se o sofredor era alguém de quem se gosta, áreas do cérebro ligadas à empatia e à dor eram ativadas em ambos os sexos. Mas as mulheres tiveram uma reação semelhante quando não gostavam da pessoa submetida à dor, enquanto os homens ativavam a área do cérebro responsável pelo sentimento de recompensa. (…) Os cientistas, que divulgaram o estudo na revista Nature, disseram que ela mostra que a reação de empatia entre os homens depende da lealdade da pessoa que está sofrendo.

Aperte aqui para ver o texto completo.

Lugares-Memória III Memory Places III

Rio Encantado, Goiás, Brasil

Esse é meu grande esconderijo. Paraíso de mil aventuras na infância, onde eu buscava traços das estranhas terras descritas por Tolkien. É o lugar onde desenvolvi os sentimentos que me unem a isso que chamamos de “natureza” – um misto de embevecimento e saudade de algo que não posso precisar; algumas vezes paz profunda, outras, um forte medo de algo que parece prestes a me engolir.

O Encantado é água verde sobre rocha num imenso jardim japonês de Cerrado. Um canto escondido perto de onde o Araguaia ruge furioso em seu cânion.

Encantado River, Goiás, Brazil

This is my hideout. A paradise of a thousand childhood adventures, where I sought hints of the strange lands described by Tolkien. The place where I developed the feeling that bonds me to what we call “nature” – a mixture of astonishment and of missing something I cannot precise; sometimes a deep inner peace, others, a strong fear for something that seems about to swallow me.
Encantado River is green water over rock inside a huge Japanese garden in the Brazilian savannah. A hidden corner near where the Araguaia River furiously roars through its canyons.

Somaterapia

Eu estava justamente escrevendo sobre minha experiência com a famigerada somaterapia – assim que terminar, colocarei o texto aqui – quando recebi uma mensagem do Adriano Facioli através do Livro de Visitas deste site. Fui então conhecer o site dele – Inquilinos do Além – e dei de cara com essa ótima crônica, Vivências e vexames, sobre a mesmíssima falcatrua terapêutica. A quantidade de pessoas que irá se identificar com ele não há de ser pequena. Quanto à minha própria experiência, vale dizer que ocorreu em 1993, em Ouro Preto, durante um daqueles Festivais de Inverno. Participei então da maior oficina já realizada pelo próprio Roberto Freire: cerca de 120 pessoas seminuas ao mesmo tempo, um verdadeiro surubão light. Aguardem…

Somos sérios ou suicidas?

Trechos dum artigo de Thomas Sowell, traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo, para o MSM:

Se você está velejando no Rio Niagara, há sinais que marcam o ponto a partir do qual ou você sai por uma das margens ou então corre o risco de ser tragado pela cachoeira. Com o Irã se movimentando em direção ao desenvolvimento de armas nucleares, estamos nos aproximando, perigosamente, do ponto crítico, sem volta, no cenário mundial.

(…)

O próprio governo iraniano está nos dando a mais clara evidência do que um Irã nuclearizado significará, com suas fanáticas e iradas declarações sobre varrer Israel da face da Terra. Não tenhais dúvida por quem o sino toca. Ele toca por vós.

Motivos de conversão religiosa

Só uma minoria muito reduzida se converte a uma religião — ou ao ateísmo — por achar que ela detém a hipótese mais verdadeira sobre a criação do universo, a natureza de Deus, do homem ou do que quer que seja. A imensa maioria se converte, não porque busque a verdade e a encontre numa determinada religião, mas simplesmente porque espera obter um benefício com a conversão.

Na juventude o homem (o homem e a mulher, obviamente) deseja o sexo sem o peso dos compromissos conjugais, deseja desobedecer aos pais, para fazer suas próprias descobertas, deseja experimentar o álcool e as drogas, porque todo mundo diz que é legal. Então surge uma conversão ao ateísmo ou a alguma espécie de religião pessoal, na qual beber e fazer sexo sem compromisso não sejam pecados. Nem sequer passa pela cabeça do jovem a idéia de examinar filosoficamente as religiões em busca da mais verdadeira. O ateísmo é escolhido porque lhe permite satisfazer seus desejos e não por motivos filosóficos.

Perto do Coração Selvagem

Eu gosto muito de “Perto do Coração Selvagem”, não apenas o maravilhoso romance de estréia de Clarice Lispector, mas o blog de mesmo nome do Lamenha, cujo estilo, a um só tempo leve e angustiado, lembra muito o dela. Vez em quando, eles conversam.

Não é do Juca Chaves

Graças ao meu pai, ouço Juca Chaves desde criança. O que só aumenta minha vergonha diante da gafe que cometi para com ele. Recebi uma mp3 por email meses atrás – Cagar é bom -, dei muita risada da paródia ao João Gilberto e, sentindo que a voz poderia não ser do Juca, fiz uma rápida pesquisa na internet. O site Letras.mus.br, do portal Terra, me confirmou, pois, a “autenticidade”: a música era mesmo do Juca Chaves. Escrevi-lhe solicitando autorização para colocar aqui o mp3. E, hoje, cinco meses mais tarde, ele finalmente me responde – super delicado e atencioso – dizendo que a gravação não é dele, que não faz paródias, senão sátiras, e que não usa termos “assim tão chulos” em suas canções. Puts, eu podia dormir sem essa… É como elogiar um escritor que se admira há anos, diante dele, pelo romance dum outro. Pesquisando mais acuradamente, encontro ainda duas versões do autor: no site Mundo Bizarro, “Jactânsio Bazófio” afirma que a paródia é de Rogério Skylab. Mas, finalmente, descubro que é, sim, do Laert Sarrumor, do Língua de Trapo. Será que agora alguém me dará permissão para divulgá-la? (Ai, quanta frescura da minha parte!)

  • Ah, quer saber?, ouça e dê risadas!

(Qualquer problema aí, Laert, fale comigo e eu retiro a música do site, ok? Agora deixa eu voltar às Confissões de Santo Agostinho…)

P.S.: Recebi este email do Laert Sarrumor:

Coceira Stalinista

Nem acho que a imprensa é santa, nem que a arapongagem generalizada deva seguir impune, mas é difícil acreditar nas boas intenções da turma da estrelinha neste campo. O projeto de lei do Governo regulamentando escutas telefônicas abre brecha para a punição de jornalistas pela divulgação, nos meios de comunicação, de gravações feitas através de grampos, sejam eles autorizados pela justiça ou não. Do Josias de Souza.

Angústia de Guerra

Acabo de ler Os Cus de Judas, obra que escolhi para me introduzir no universo denso de António Lobo Antunes. Para quem ainda não o conhece, trata-se de premiadíssimo autor português de mais de 15 romances. Nascido em 1942, psiquiatra de formação, Lobo Antunes foi muito fortemente marcado por sua experiência como médico do exército português durante a Guerra Colonial em Angola, relatada de maneira visceral nesta obra de 1979 que o tornou internacionalmente conhecido.

Para mim, o paralelo estilístico mais próximo na literatura brasileira é o de Raduan Nassar, cujos Lavoura Arcaica e Um Copo de Cólera me parecem igualmente livros tão escritos com o estômago quanto este, impressionante na dureza de suas metáforas e imagens improváveis e inesperadas. No sentimento, lembra Julio Cortázar, sua mistura de angústia, cinismo e revolta contra a contenção e mansidão humanas, diante do infinito e da surda corrente, sempre prestes a explodir, subjacente a cada sorriso conformado.

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