blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: março 2006 Page 4 of 17

Dá-lhe, Verdão!

Lamento, grande Pedro, teremos de discordar veemente um do outro nesta questão. Mas, também veemente, invejo a sensação do Maraca tremendo a um gol do Zico.

Abração!

Bird Flu

A neblina e a chuvinha fria atrapalha chegar até a caixa do correio. Droga, jornal, carta, tudo molhado! E não veio nada do Brasil…Raios duplos!

Já com um café na mão, chama minha atenção um envelope verde com letras púrpura gritando “Getting ready for a flu pandemic”!! Já ia jogar na pilha de spam quando vi o timbre do Ministério da Saúde. Hum, melhor abrir!

Dentro do envelope, uma adesivo de geladeira com telefones úteis, um folheto explicativo muito colorido e uma carta polida, discreta, mas muito direta do Diretor de Saúde Pública.

No panfleto, explicações sobre o que é uma “influenza pandemic”; porque o vírus H5N1 pode representar perigo para os humanos; como fazer seu “plano de emergência”! Coisa engraçada isso! Não, não é risível a preparação para uma catástrofe, me intrigou a forma quase “familiar” com que tratam os desastres por aqui. Ah, e tudo em muitas cores e desenhinhos!

Tina Bell Vance


Nada mais a fazer num domingo de inverno no fim-do-mundo que vagar pela internet. Foi assim que descobri a Tina Bell Vance, uma americana meio funesta, mas terrivelmente criativa! As suas fotos e imagens digitalizadas são de uma tristeza tão “atraente”! Observo atentamente uma a uma – coisa difícil para alguém tão dispersa como eu, ainda mais quando olha para uma tela de computador!

Tudo bem! Num dia quente e ensolarado do Planalto Central do Brasil talvez não ofereçam tanto “perigo” aos olhos, mas hoje, aqui, essas figuras fazem todo sentido…

Síntese

O fato de o cara mais importante depois do presidente ter cometido o crime de violar o sigilo bancário de um cidadão nos mostra bem que tipo de governo temos, não?

Dá-lhe, Dragão!

ACG Entrar num grande estádio de futebol desperta em mim um sentimento de reverência religiosa. Não é à toa que nos referimos a eles frequentemente como “templos”. Eu quase me curvo em respeito e ainda sinto no peito o mesmo entusiasmo que me tomava, menino, mão dada com meu pai, adentrando o templo dos templos, o Maracanã. Quem não vivenciou e não se arrepiou com o Maracanã lotado não viveu – as torcidas indo à loucura com a entrada dos times, o chão literalmente tremendo sob o peso da euforia de um gol de Zico.

Osama e o cinema ocidental

Cada vez que assisto a um desses filmes onde bandidos inteligentíssimos se safam ao final felizes com seus recém adquiridos milhões de dólares, em que homens e mulheres papam um parceiro após o outro como se estes fossem produtos da McDonalds, em que assassinos em série possuem mais fundamentos metafísicos para realizar o que fazem do que os policiais que os perseguem, em que soldados ficam chorando de medo da morte e pirando com a falta de sentido do mundo e do que estão a fazer, e assim por diante, nestes momentos começo a imaginar o que Bin Laden acharia de um filmes desses. Minha conclusão: aposto que ele confirma sua teoria de que o Ocidente – e sobretudo os EUA – são o próprio Diabo mais através do nosso cinema que das nossas atividades políticas. Osama deve dar palestras para seus sequazes enquanto lhes projeta nossas últimas novidades cinematográficas. E digo “nossas” pelo motivo óbvio de que somos ocidentais e de que o cinema brasileiro, de um modo geral, quase pede para que se jogue um avião contra o Morro do Corcovado. E daí, né? Nenhum Artista ocidental parece mesmo se lembrar daquilo que disse o dono do morro…

Eu e o sem-fim

Dois

[1]

Virou-se por todos os lados, procurou, moveu-se, mas nada pôde ver. Olhou os braços, tocou o peito vivo e viu a si. Onde estava o som dentro do sem-fim? Onde está o som, onde está?

Parou de pé sobre o nada, os braços soltos, o olhar à frente. Fechou devagar os olhos e concentrou-se. Sentiu o peito apressado e tornou-o lento. Esperou. Sentiu vagamente o ruído distante, que se tornou mais próximo, mas não abriu os olhos. Ouviu o som atrás de si, o material mexendo, o abrir-se, o fechar-se. Abriu então os olhos e, devagar, virou-se.

Yuri viu o reflexo solitário no nada, a transparência, o retângulo vertical, suspenso. Aproximou-se hesitante, um passo pequeno, outro, mais outro. Viu seu reflexo opaco aproximar-se. Esticou a mão e tocou com os dedos a transparência. Pôs toda a palma nela. Espalmou as duas mãos, percorrendo-a, tocando todas as partes, no meio, em cima, de lado. Atravessou uma das mãos pelo lado e tocou a parte de trás, simultaneamente. Percorreu com os dedos toda a lateral. Passou as mãos sob o retângulo. Não havia maçaneta na porta transparente.

O problema das profecias

O maior problema dessas profecias apocalípticas é que sempre surgem com uma antecedência tão grande que, na fatídica data marcada, ou as pessoas já as esqueceram ou, pelo contrário, já acumularam um grau de ansiedade tão grande que quase acabam elas mesmas com o mundo, tal como se deu em algumas partes do planeta na virada do século. (Eu passei os dois últimos réveillons do milênio passado em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, sei do que estou falando.) Logo, acho que é por isso que essa previsão da tal médium Celina me parece das mais interessantes. Li sobre ela, pela primeira vez, num dos comentários do blog Saindo da Matrix. Um gaiato dizia que, segundo essa figura, uma certa “nuvem cósmica” iria em breve dar uma detonada na Terra. E agora parece que a médium foi ao programa do Gasparetto e deu uma explicação mais pormenorizada sobre a história toda. O processo todo supostamente terminará – o processo, não o mundo – em 2025. O mais interessante – e por isso falei sobre o problema das antecipações muito radicais – é que, se ele terminará dentro de 19 anos, irá começar… (quando? quando?) sim, esta semana. Não saiam de casa sem um guarda-chuva (de aço) e não fujam das naves.

Boa semana!

Artigo imperdível da Míriam Leitão

A infiltração petista é tão profunda neste país que até este blog já foi invadido. Agora nós temos alguém para fazer elogios à gurua do PT, Marilena Chauí! Cruzes!! Depois eu é que sou o nefelibata, o selenita. Ossos da fraternidade. Na verdade, minha maior loucura é aceitar colaboradores baseado tão somente na amizade, mesmo quando certos amigos têm cobras e lagartos sob o cocuruto. (Não vou nem linkar o texto.) Mas deixa pra lá. Só queria postar este artigo que uma outra amiga, Carol, a Gata-Lôca, me mandou lá do Rio:

Inaceitável

Miriam Leitão, O Globo (24/03/06)

Políticos e jornalistas perguntaram ao ministro Antonio Palocci se ele processaria o seu ex-assessor Rogério Buratti. Sua resposta foi que jamais processaria alguém enquanto fosse ministro, porque não usaria o poder do cargo que ocupa contra um cidadão ou um jornalista. No caso Francenildo, o governo Lula faz muito pior: está usando todo o poder do Estado contra o cidadão. Isso é inadmissível na democracia, mas previsível no governo Lula.

O “ato falho junguiano” de Hugo Chávez

Escudo de Armas da VenezuelaNo Instituto de Artes da UnB, cursei Fundamentos da Linguagem com a falecida professora Nena Leonardi. Embora ela adorasse lembrar fatos tais como sua fuga do Brasil nos anos 1960, seus terríveis dias de exílio, a ocasião em que quase fora fuzilada – salvo engano, no Chile -, sua chegada em Paris em pleno Maio de 1968, as diversas reuniões a que compareceu no apartamento de Sartre e Beauvoir, e assim por diante, apesar de todas essas lembranças, Nena jamais falava de política em suas aulas e, segundo pude perceber, foi uma subversiva mais por amor ao seu marido (um professor de história) do que por paixão a uma ideologia. Nena era uma junguiana e baseava seus estudos de linguagem nessa linha da psicologia. E é por me lembrar de suas aulas que digo: Hugo Chávez cometeu um “ato falho junguiano” ao modificar o Escudo de Armas da Venezuela.

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