blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: rodrigo fiume Page 23 of 35

“O tempo é o senhor da razão”

Sobre a tal democraria, de novo. (Ou seria melhor dizer: sobre a tal política brasileira? Infelizemente, às vezes essa exclui a outra…)

Collor vai apoiar Lula. É o fim de um ciclo.

Paulo Moreira Leite, em seu blog no Portal Estadão

De ôlho numa vaga no Senado por Alagoas, o ex-presidente Fernando Collor entra na campanha como cabo eleitoral de Lula — e com ajuda do velho adversário de 1989 pretende subir nas pesquisas. Collor não tem dúvidas de que Ronaldo Lessa, ex-governador, terá sua campanha cassada pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente vai enrolar-se na bandeira de Lula para enfrentar José Thomas Nonô, do PFL e de Geraldo Alckmin.
O tempo é o senhor da razão, dizia uma camiseta de Collor, quando ele fazia cooper em volta da Casa da Dinda para espantar as denúncias que produziram seu impeachment. Collor perdeu o mandato há 14 anos. A maior usina de denúncias contra seu governo foi o PT. O impeachment foi apresentado, na época, como uma iniciativa pioneira para moralizar a política brasileira.
O tempo passou rápido, não?

“Prefiro o aborrecimento”

Sobre aquela tal democracia:

Pela chatice

Luis Fernando Verissimo, no Caderno 2

“Curiouser and curiouser”, dizia a Alice a cada nova surpresa do país das maravilhas em que caíra. Nosso país também fica cada dia mais curioso.

É curiosíssimo, por exemplo, que se chegue simultaneamente a um descrédito quase total da classe política e a uma maturidade política inédita. Que se valorize como nunca a prática democrática e ao mesmo tempo se desespere como nunca dos praticantes. Você pode ter a explicação que quiser para o fato desta campanha eleitoral estar sendo, assim, tão chocha – resignação com a vitória já anunciada do Lula, candidatos insípidos com exceção da Heloísa Helena, etc. além de, claro, o próprio nojo com os políticos – mas o principal significado do aborrecimento generalizado é que, aleluia, o processo democrático se banalizou entre nós. Não é mais uma ruptura da normalidade, é a normalidade.

Acenda o cinismo

poster.jpgÉ bem engraçado. Mais do que eu imaginava. Como os caras são cínicos! Sério, empatam com o Lula no JN, para você sentir o grau da coisa.

O filme chama-se Obrigado por Fumar. É a história de um cara da indústrica cuja função é defender o direito do cidadão decidir se quer fumar ou não. Pelo menos é isso o que ele diz. É um relações-públicas, um lobista (nos EUA, isso é legal).

Os encontros do Esquadrão da Morte — ele, mais os equivalentes na indústria de armas e na de bebidas — são engraçadíssimos. A cena em que disputam qual “produto” é mais letal é hilária. “Que tragédia…”

É uma comédia inteligente como há muito eu não via. Note que, em nenhum momento, o filme mostra alguém fumando.

Cínico, muito, muito cínico. Divertidíssimo.

Música para a semana — 6

elis&tom.gifJá falei um pouco de Elis & Tom (1974/2004) na primeira semana. É a reunião do maior compositor brasileiro com a maior cantora brasileira, em 1974. Tenho o CD lançado 30 anos depois, remixado a partir dos tapes originais, sob supervisão de César Camargo Mariano — marido de Elis na época, foi o arranjador do álbum. Um belo trabalho de adaptação à tecnologia atual.

icn-seta_cima-11x11.gif É o mais perfeito álbum que conheço.

iconlisten.gif Ouça: Fotografia

Frase de cinema — 18

aspas_vermelhas_abre.gif Nellie, you’re a disgrace to depression aspas_vermelhas_fecha.gif

Jack Nicholson para Greg Kinnear, em Melhor Impossível (1997)

De novo, os juros

Nunca dei muita atenção para este Kupfer, mas estou começando a gostar dos textos dele. Afinal, bater em bancos é uma coisa que parece só ter pontos positivos, não prejudica ninguém.

Mudar para ficar tudo igual

Por José Paulo Kupfer, no NoMínimo

Ninguém gosta de banco. Nem os bancos discordam disso. Tem um, dos grandes, cuja propaganda jura ser ele um banco que nem parece banco. Como ninguém gosta de banco, bater em banco costuma dar o maior ibope. Se bater em banco dá ibope, bater em banco em época de eleição, presumivelmente, dá voto. Daí porque não é difícil entender o que pode levar governos a gostar de bater em bancos justamente em períodos eleitorais.

O governo Lula e o Banco Central resolveram bater nos bancos a 45 dias das eleições. Mas, como convém a um governo que foi deixando suas origens pelo caminho, não se trata de uma briga de rua. É negócio de gente fina, embrulhado em medidas com perfumes técnicos, a exemplo dos espetáculos com enredo e objetivos semelhantes produzidos em governos anteriores. O mais provável é que, no fim das contas, nada mude naquilo que o governo diz querer mudar e ainda sobre um afago para quem ficou na berlinda.

Música para a semana — 5

Ney Cartola.jpgÉ muito bom este CD. Chama-se simplesmente Ney Matogrosso Interpreta Cartola (2002). As interpretações são ótimas. O cara canta muito bem.

E, claro, tem as canções. São fantásticas. Há uma simplicidade genial nas letras de Cartola. Veja, por exemplo, Tive, Sim:

aspas_vermelhas_abre.gif Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar aspas_vermelhas_fecha.gif

Não é simplesmente bonito?

icn-seta_cima-11x11.gif Cartola é mestre.

Frase de cinema — 17

aspas_vermelhas_abre.gif Was I snoring? aspas_vermelhas_fecha.gif

Penélope Cruz para Tom Cruise, em Vanilla Sky (2001)

De olho na Terra

Quantos satélites existem na órbita da Terra? Quer descobrir? É possível seguir a trilha dos satélites artificiais (o único natural é a Lua, ok?), em tempo real, neste site: www.n2yo.com.

O Brasil tem dois aparelhos, construídos em parceria com a China. O CBERS-1 foi lançado em 1999 e o CBERS-2, em 2003 — a parceria ainda prevê a construção do CBERS-3 e do CBERS-4.

O TDRS 4, dos EUA, está exatamente acima do Brasil. É um satélite geoestacionário, isto é, se move na mesma velocidade que a Terra (o deslocamento de um anula o do outro; daí ser “estacionário”)

É um site interessante para quem curte o assunto. E dá até para acompanhar a ISS (ou Estação Espacial Internacional).

Os eternos juros…

A última do doutor Meirelles
Por José Paulo Kupfer, no NoMínimo

A melhor piada do momento na economia brasileira foi contada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O doutor Meirelles disse à repórter Marina Guimarães, do jornal “Estado de S. Paulo” que, para reduzir os juros bancários, estuda medidas capazes de dar maior poder de negociação aos clientes. Com essas providências, segundo ele, o sistema ficará mais competitivo, “devendo propiciar uma queda nos spreads bancários”.

Então, tá. Já se pode imaginar o cidadão, peito estufado, avisando ao gerente do banco em que mantém conta, como quem fala para o feirante que lhe vende bananas: olha, você baixa os juros e aumenta o limite do empréstimo ou eu vou procurar o banco ali da esquina!

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