Nunca tive em meu ventre nada mais importante que meu almoço.
Pouco tempo atrás, no Estadão, a editoria em que eu trabalhava publicava os temas relacionados ao aborto. Sem exceção, toda reportagem era seguida de cartas e e-mails. O leitor padrão do jornal não é exatamente liberal em relação a comportamentos. Ou seja, as cartas normalmente criticavam a cobertura ou apenas o fato de se dar espaço ao tema.
A editoria era composta por maioria de mulheres. Grandes mulheres, ótimas profissionais. Mas, mesmo na busca utópica pelo debate igualitário (e a maioria o procurava), a cobertura tendia para certo lado, inconscientemente ou não — não sou tão ingênuo; já tive de podar asinhas de repórteres.
O fato é que essa história do almoço me incomodava. Melhor: me incomoda. O que diabos eu sei?

Alguém aí se lembra da banda Nau? Década de 80 pura. Não fez lá grande sucesso. Só lançaram um LP. Bolachão, claro. Mas eu até que ouvi. Até usava alguns trechos em programas de rádio na universidade, isto é, na Rádio Universitária. A vocalista era a Vange Leonel. Tô falando na banda porque um amigo me mandou um endereço com as músicas:
Gosto, particularmente, de viagens pessoais. Por isso me interessei por Hora de Voltar, filme idependente dirigido e roteirizado por Zach Braff, um cara que faz a série televisiva Scrubs – que eu nunca vi. Passou esta madrugada num dos Telecines. Como nunca tinha ouvido falar de Braff ou deste filme, fui me surpreendendo com a história. É despretensiosa e funciona bem.