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Sobre abortos, almoços e escolhas

Nunca tive em meu ventre nada mais importante que meu almoço.

Pouco tempo atrás, no Estadão, a editoria em que eu trabalhava publicava os temas relacionados ao aborto. Sem exceção, toda reportagem era seguida de cartas e e-mails. O leitor padrão do jornal não é exatamente liberal em relação a comportamentos. Ou seja, as cartas normalmente criticavam a cobertura ou apenas o fato de se dar espaço ao tema.

A editoria era composta por maioria de mulheres. Grandes mulheres, ótimas profissionais. Mas, mesmo na busca utópica pelo debate igualitário (e a maioria o procurava), a cobertura tendia para certo lado, inconscientemente ou não — não sou tão ingênuo; já tive de podar asinhas de repórteres.

O fato é que essa história do almoço me incomodava. Melhor: me incomoda. O que diabos eu sei?

A orelha da tartaruga

Tá na seção Erramos, de hoje, na Folha:

A espécie de tartaruga tigre-d’água-americano possui manchas vermelhas na cabeça, e não uma orelha vermelha, como informou erroneamente o texto “Tartarugas são retiradas da República” (Cotidiano, pág. C8, 9/3). Tartarugas não têm orelhas.

Indecência à brasileira

Coluna do Fernando Rodrigues, hoje na Folha, merece leitura. O título é Indecência:

BRASÍLIA – As informações preliminares são as seguintes:

1) o governo tem envolvimento direto na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Nildo, cujo depoimento comprometeu a vida do ministro da Fazenda, Antonio Palocci;

2) a Caixa Econômica Federal fez a violação. O extrato de Nildo foi entregue a um assessor de Palocci;

3) os governistas continuam insinuando que Nildo recebeu “algo” para falar. Nildo nega.

Tudo está pendente de confirmação final, exceto pelo fato principal: a violação criminosa do sigilo bancário de um cidadão.

Fosse este um país minimamente decente -promessa de campanha de Lula em 2002 -, deveriam ser demitidos sumariamente, a bem do serviço público, o ministro da Fazenda e o presidente da CEF, Jorge Mattoso. Por envolvimento ou por omissão.

Nau

nau.jpgAlguém aí se lembra da banda Nau? Década de 80 pura. Não fez lá grande sucesso. Só lançaram um LP. Bolachão, claro. Mas eu até que ouvi. Até usava alguns trechos em programas de rádio na universidade, isto é, na Rádio Universitária. A vocalista era a Vange Leonel. Tô falando na banda porque um amigo me mandou um endereço com as músicas: Zique do Nau.

Acho que a que ficou mais “conhecida” era Corpo Vadio, um bom rock. No tal endereço, dá para ouvir todas as músicas do disco.

Ponto final

Pedro tem razão (clique aqui). Ponto Final é mesmo um dos melhores do Woody Allen.

O cinema é uma linguagem perfeita para “brincar” com o acaso (de cabeça, lembro de dois exemplos recentes: o quase bom Femme Fatale, de Brian De Palma, e o divertido Corra, Lola, Corra, do alemão Tom Tykwer). Mas é preciso que isso seja muito bem feito. E Allen o faz perfeitamente.

Fracasso

Ou é piada ou é a melhor, a melhor mesmo, coincidência que eu já vi. Acho que está mais para piada. Por favor, siga alguns poucos passos para entender do que estou falando. Vá até a página do Google e digite a palavra “failure”. Depois, clique em “Estou com sorte”. É bem engraçado o que aparece. Será que o Google tem algo a ver com isso? Ou foi um hacker? De qualquer forma, acho que já merece o prêmio (se houver) de a melhor piada do ano.

De volta pra casa

Gosto, particularmente, de viagens pessoais. Por isso me interessei por Hora de Voltar, filme idependente dirigido e roteirizado por Zach Braff, um cara que faz a série televisiva Scrubs – que eu nunca vi. Passou esta madrugada num dos Telecines. Como nunca tinha ouvido falar de Braff ou deste filme, fui me surpreendendo com a história. É despretensiosa e funciona bem.

A geladeira*

“Queimou o motor. Melhor o senhor comprar uma nova”, decretou o mais sincero técnico que já conheci. Lá vou eu então pesquisar preço e modelo de geladeira… A única vez que fiz isso foi 11 anos atrás, quando me mudei para São Paulo — justamente para comprar a falecida. Foi na verdade bem fácil. Levei a mais barata de uma marca conhecida — no caso, Cônsul — que encontrei. Era tudo o que meu dinheiro podia pagar. Mas, de lá para cá, como as coisas mudaram!

Sabia que agora existe geladeira turbo?

Pessoa, o k7 e a sinopse

Desenterrei em casa um k7 genial — isso, uma fita cassete, lembra dela? Eu a ganhei de presente de uma amiga na faculdade, em 1989 ou 1990. E foi gravada de um LP — é, a bolacha. Dá até para ouvir o barulho da agulha ao fim da última música.

Bem, voltando ao k7 em si, é uma cópia de A Música em Pessoa, lançado em 1985, quando se lembrava os 50 anos da morte do poeta português.

Capote

Fui ver Capote ontem. É excelente. Num papo por email com meu amigo Gustavo Alves, jornalista do Globo e autor do blog River Run, ele acabou resumindo por que o filme é tão bom — faltou apenas citar o ótimo trabalho do Philip Seymour Hoffman:

Capote é genial. E muito sutil. A forma como o mostra caminhando para o alcoolismo, a tensão por gostar do assassino e ao mesmo tempo querer que ele morra para terminar o livro, tudo é muito sutil. O ator que faz o matador baixinho, aliás, é espetacular.

[Texto modificado às 17h44 de 14/6]

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