blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira (SSi) Page 68 of 72

Nasce o exegeta

Quantos brasileiros já terão ouvido falar do Livro de Urântia? Quantos leitores lusófonos? Difícil dizer. Principalmente porque a tradução para língua portuguesa ainda não foi concluída e talvez ainda leve um bom tempo para vir à tona, haja vista suas duas mil e tantas páginas em letras miúdas. Sei que algumas pessoas, residentes em Brasília, com paciência e constância procuram levar a tarefa a cabo. Espero que não sejam contaminadas pela pressa, uma vez que tal livro nos deixa com uma indizível gana de sair berrando a todos os amigos e familiares: leiam! leiam! Eu, por exemplo, já passei dessa fase. É duro ver-se no papel de um desses crentes chatos – seja um crente religioso, um político ou um filosófico – que, sem notar o quão inconveniente pode vir a ser, quer porque quer arrebatar prosélitos para sua causa. Deus me livre.

O eXegeta

Amigos, desde o lançamento deste blog, venho me segurando pra não bancar o chato e ficar só num blablablá sem fim a respeito do Livro de Urântia, afinal, tenho muito mais do que tratar. Mas como não consegui me esquivar ao rabo de arraia desse impulso interior, canalizo tais blablablás para um outro blog que lanço hoje, sem deixar de manter, é claro, este aqui. Tal blog – primeiro do gênero no Brasil, eu acho – terá como tema principal esse livrinho de duas mil páginas que é o mais enlouquecedor que já li em toda a minha vida, o Livro de Urântia. Esse novo blog se chama “o eXegeta“.
Sejam bem-vindos!

A minha pessoa


Pólo positivo

A minha pessoa tem andado muito grilada ultimamente. Mil probleminhas conjunturais, logísticos, financeiros. Até sua auto-estima está abalada. Tem se sentido meio burra inclusive, contrariando todos os prognósticos de genialidade advindos da famiglia. É a vida, né. Minha pessoa queria estar dando aulas, dirigindo filmes, terminando livros, criando até mesmo filhos, mas… minha pessoa é dostoievskiana. Não pro lado do autor, mas de seus personagens. Mil tormentos escorpianos. Ainda bem que ainda existem os amigos, como o Gustavo Lima, o Daniel Christino, o Dante Cruz, o Alex Cojorian, o Alfredo Bello, o Ricardo Calaça, o Paulo Paiva, o MD Oziel, o Eduardo Ferreira que, vezenquando, aparecem pra dar um puxão de orelhas amigo na otária da minha pessoa. Sem falar na Gláucia, minha querida amiga, ex-namorada, que me veio com a notícia ótima de que está grávida de quatro meses de seu marido!! Que bom, minha pessoa fica contente com a felicidade dos amigos. A Thelma Regina, citada abaixo, também apareceu, assim como a Paola Monteiro. Minha pessoa fica contente com os amigos que voltam das esquinas do tempo. Minha pessoa também fica contente com a Míriam Virna, diretora e amiga maravilhosa (ex-namorada também), que me intima a escrever peças e a co-dirigir um filme. Minha pessoa fica contente porque Cássia Queiroz, a namorada gata da minha pessoa, fez aniversário e também quer um roteiro de presente de Natal. Minha pessoa fica contente por ter três irmãs lindas e pais excelentes. Minha pessoa só fica puta mesmo é com minha pessoa. Ô figura complicada, que tenta sem parar ser coerente, virtuosa, equilibrada, mas é uma louca de pedra. Tem até amigos extraterrestres, veja só. E ainda quer dar liçãozinha de moral em mil assuntinhos bestas! Se ainda fosse uma bicha louca bandida tipo Madame Satã, que sai dando testada viada por aí, falando “minha pessoa” toda vez que fala de si mesma, ainda teria algum glamour, afinal, nada mais in do que ser gay, bandido e rebelde. Mas minha pessoa é só um escritorzinho hétero que ainda não se leva a sério e, por isso mesmo, não é levado a sério pelos demais. Tudo porque minha pessoa só é rebelde com seu próprio ser, arrastando consigo essa eterna insatisfação de jamais unificar pensamento e ação, de jamais unir coração e mente. Minha pessoa só é respeitada por quem a conhece bem, nunca por quem só a viu de relance. E, claro, infelizmente minha pessoa tem mais alma inglesa que de malandra carioca, não se permitindo a deselegância de berrar FODA-SE a todo aquele que a atinge de alguma maneira. Aliás, quer saber de uma coisa, minha pessoa? Vá se danar! fuck you!


Pólo negativo

Ô coisa dura é crer em Deus, no destino e na vida eterna e não ver mais o menor significado na palavra suicídio. Se as pessoas soubessem como é muito mais fácil ser niilista e acreditar no conforto de um futuro nada… Saber que há um dharma dá uma canceira mental dos diabos. Por favor, minha pessoa, sua motherfucker, vai dormir e me deixa relaxar um pouco. Já dizia aquela outra pessoa shakesperiana: “morrer, dormir, sonhar talvez”…

[Ouvindo: Balada para un Loco – Astor Piazzola]

Bonecos e bonecos

Tempos atrás o tal do Supla lançou seu clone no mercado. Desculpe, seu boneco. Nada contra, se eu ainda brincasse de Falcon – coisa que eu adorava fazer (tenho um Falcon paraquedista até hoje) -, seria muito legal ter um outro boneco para usar como vilão. O Tórak sempre me pareceu muito sem sal, sem graça pra burro, sem falar que aquela lampadasinha nunca me convenceu como laser. Já o do Supla seria, no mínimo, um vilão pentelho, do tipo que o Falcon adoraria dar umas porradas, uns tiros, tentando calá-lo de uma vez por todas. Aliás, o Supla é o primeiro a pregar o vodu contra si mesmo: “Sempre quis ter um boneco para fazer um vodu e ficar espetando. (…) Se alguém quiser falar mal pode comprar e me espetar”. Se ele soubesse do que está falando… Quem não tem o que dizer, é melhor mesmo que se limite a vender a própria casca.

De quem é o racismo?

O PT está a fim de processar o (ex-petista) Anthony Garotinho por racismo, simplesmente porque o panaca disse que iria “desinfetar”, antes da posse de sua mulher, o escritório da Governadora Benedita da Silva. Isso é típico de fanáticos, sejam eles políticos ou religiosos: não há o menor traço de senso de humor, só querem saber de colocar mordaça nas pessoas. Afinal, o garoto não fez qualquer referência à raça da governadora. Será que o PT não sabe que é preciso desinfetar a cadeira onde qualquer político petista tenha se sentado? Seja ele branco, preto, amarelo, rosado ou anil? Será que eles acham que só se desinfeta as cadeiras de petistas negros? Então, de quem é o racismo afinal?

Cru-ci-fi-ca-ram?!

Encontrei a anedota abaixo nas minhas, digamos, “notas da Casa do Sol 1998-2000“. Não há qualquer referência a se a Hilda Hilst ma contou pessoalmente ou se a li em algum de seus livros. Pouco importa. Parece mesmo ser uma história fadada a viajar de escritor em escritor.

“…a anedota que Paulo Mendes Campos me contou. Um ser perfeito, lindíssimo, civilizadíssimo, desceu de um disco voador e o terráqueo, embasbacado, perguntou: ah, vocês evoluíram assim foi depois do caos, é? É, respondeu o outro, surgiu lá no nosso planeta um homem chamado Jesus, que pregava o amor ao próximo e até aos inimigos. O habitante da Terra observou: é, aqui também, e nós o crucificamos. O extraterrestre achou inacreditável: cru-ci-fi-ca-ram?! Pois no planeta dele tinham seguido Jesus e por isso tinham se tornado perfeitos todos os habitantes de lá…”

[Ouvindo: Flores Astrais – Secos e Molhados]

Scandisk mental

Amigos, o Yuri estava aqui, dentro de mim, desfragmentando o cérebro e fazendo um scandisk mental. Logo mais dará notícias. Como já dizia Van Gogh ao seu irmão, Theo, “é preciso ter uma paciência de boi pra ser artista”. Ou, quem sabe, uma herança. Afinal a incapacidade de pastar pode nos levar a cortar uma orelha, assá-la e tal. Espetinho autofágico…

Entrevista com ET

Gravei em VHS uma entrevista de uma hora com uma suposta extraterrestre. Aliás, não sei quem é mais louco: se eu ou ela. Provavelmente eu, já que ela ao menos é dona de uma padaria, tem um lugar neste mundo. Já eu… snif, nenhum planeta em signo de terra, totalmente sem senso prático… Tadim di eu. :))

Leia sobre minha amiga ET, aqui.

PS.: Amigos, o Yuri estava aqui, dentro de mim, desfragmentando o cérebro e fazendo um scandisk mental. Logo mais dará notícias. Como já dizia Van Gogh ao seu irmão, Theo, “é preciso ter uma paciência de boi pra ser artista”. Ou, quem sabe, uma herança. Afinal a incapacidade de pastar pode nos levar a cortar uma orelha, assá-la e tal. Espetinho autofágico…

[Ouvindo: Under Pressure – Queen and David Bowie]

Na Chapada dos Veadeiros

Amigos, esta semana estarei na Chapada dos Veadeiros, onde irei gravar uma entrevista com uma suposta Mestra Ascensa da Grande Fraternidade Branca Universal, aliás, uma extraterrestre assumida… :)) Claro, tudo dentro do esquema “não rir, não lamentar, nem detestar, mas compreender” (Espinosa, filósofo), afinal, “tudo é possível, embora algumas coisas sejam mais prováveis” (James Jeans, físico). E, se tudo der certo, talvez eu até coloque o vídeo neste site, para download.

[Ouvindo: Take the Long Way Home – Super Tramp]

Saudades do Chico

Não, não é o Buarque, é o das Chagas mesmo, o caseiro da Casa do Sol. Claro que estou, meses e meses após ter saído de lá, com saudades das conversas malucas com a Hilda Hilst. Mas é que o Chico fazia um contraponto excelente a esses papos mirabolantes. Bem humorado, cheio de ditados populares, a mente ágil, o geminiano Chico sempre teve o dom de levantar o astral à sua volta. A Hilda, divertida, estava sempre recorrendo ao dicionário para compreendê-lo totalmente, como quando ele disse estar com “estalicídio”, que descobrimos ter origem no latim stillicidiu e que não era outra coisa senão “coriza”. Uma vez, enquanto eu estava no computador, o Chico veio me trazer um recado e me perguntou se aquilo era a famosa Internet. Sim, respondi, e lhe expliquei mais ou menos o que significa e como funciona este meio de comunicação revolucionário, o qual tem prendido a atenção de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo. Em seguida, tendo o computador travado em meio ao blablablá – era um 486 DX100 – ele me sugeriu que eu fizesse a “reza da cabra preta” cada vez que fosse ligá-lo. Dei risada e lhe disse que isso talvez funcionasse lá na cidade dele, no interior do Rio Grande do Norte. E ele:

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