Assisti a esse filme de Wolfgang Becker na Academia de Tênis, em Brasília, há uns dois anos. Mas não o revi no Telecine ou em DVD – conforme conta o Janer Cristaldo – com uma cena censurada: justamente aquela em que, para enganar a mãe que volta do coma depois da queda do Muro de Berlim, o figura retira do lixo o poster do Che Guevara que havia jogado fora. Claro, ao contrário de países mais avançados, no Brasil não se pode jogar o Che na lata de lixo da história…
Autor: yuri vieira Page 64 of 107
Quero estar na frente da TV quando ocorrer algo semelhante com os apresentadores do Jornal Nacional…
Escrevi há algum tempo sobre o afastamento de Boris Casoy do Jornal da Record. (Aqui e aqui.) Agora ele foi à Folha de São Paulo defender o impeachment de Lula. (Apoiaaado! Apoiaaado! Apoiaaado!)
É UMA VERGONHA! por Boris Casoy (*)
Jamais o Brasil assistiu a tamanho descalabro de um governo. Quem se der ao trabalho de esmiuçar a história do país certamente constatará que nada semelhante havia ocorrido até a gestão do atual ocupante do Palácio do Planalto. Há, desde o tempo do Brasil colônia, um sem número de episódios graves de corrupção e de incompetência. Mas o nível alcançado pelo governo Lula é insuperável.
Não se trata de um ou de alguns focos de corrupção. Vai muito além. Exibe notável desprezo pelas liberdades e pela democracia. Manipula a máquina administrativa a seu bel-prazer, de modo a colocar o Estado a favor de sua inesgotável sanha de poder. Um exemplo mais recente é a ação grotesca contra um simples caseiro, transformado em investigado por dizer a verdade depois de ser submetido a uma ação de provocar náuseas em qualquer stalinista.
Não se investiga o ministro Palocci, acusado de freqüentar um “bunker” destinado a operar negócios escusos em Brasília e de ter mentido a respeito ao Congresso. Tenta-se, a qualquer preço, desqualificar a testemunha para encobrir o óbvio. E o desespero da empreitada conduziu a uma canhestra operação que agora o governo pretende encobrir, inclusive intimidando o caseiro.
Do presidente da República, sob a escusa pueril de dever muito a Palocci (talvez pela conquista do troféu dos juros mais altos do mundo e pelo crescimento ridículo do PIB), só se ouve a defesa pífia dos que não conseguem dissimular a culpa. A única providência das autoridades federais foi um simulacro de investigação, com a cumplicidade da Caixa Econômica Federal.
Todos os limites foram ultrapassados; não há como o Congresso postergar um processo de impeachment contra Lula. Ou melhor, a favor do Brasil.
Do Estadão:
O Brasil caiu seis posições e ficou em 52º lugar no ranking que mede a capacidade dos países em usar a tecnologia de informação para incentivar a competitividade global.
O Relatório Global de Tecnologia de Informação é elaborado anualmente há cinco anos pelo Forum Econômico Mundial (FEM), a organização que promove o encontro de Davos.
A pesquisa deste ano cobriu 115 países, e o Brasil perdeu posições pelo terceiro ano consecutivo. Em 2003, o país estava em 39º lugar.
A queda se deu, segundo o relatório, a um pior desempenho no que os técnicos chamam de ambiente de mercado.
“Burocracia, tempo necessário para abrir um negócio, impostos muito altos, estrutura de regulamentação e independência judicial” foram os principais problemas, de acordo com Irene Mia, economista sênior de Competitividade Global do Fórum. (…)
Vale dizer também que o Brasil deve ser campeão internacional de exportação de inteligência, não apenas no campo da Tecnologia da Informação mas em todos os demais. Não encontrando um meio minimamente adequado para desenvolver projetos e tecnologias – vide bandidos do MST atacando a Aracruz – cientistas e técnicos acabam é escafedendo-se mesmo. No lugar deles não faria diferente.
Morreu o escritor Stanislaw Lem, autor de Solaris, adaptado para o cinema primeiro por Andrei Tarkovski e mais tarde por Steven Soderbergh. (Passei a bola pro Paulo, que leu Solaris, mas como ele não escreveu nada…)
Não vou entrar no mérito de ser ou não essa viagem para o espaço um gasto inútil, uma propaganda eleitoral ou coisas do gênero. Como disse em 1996, no conto Paralíticos e Desintegrados, pela boca dos personagens Mauro Austris e Roberto Eca
Eca(professoral): Esse extremo e avançado desenvolvimento tecnológico não é outra coisa senão uma característica da Cultura Ocidental. A técnica noutras culturas era desenvolvida para realizar uma função pré-determinada. Era mais uma das características daquela cultura. Mas a técnica, na Cultura Ocidental, é uma de suas maiores expressões.
Do Percival Puggina:
Pois bem, fiz uma lista dos amigos do Lula envolvidos nas patifarias. Fiquei impressionado. Não imagino alguém mais, exceto no Comando Vermelho, com tantos amigos patifes. Adicionalmente, apenas para efeitos históricos, elaborei outra, dos escândalos, a partir do caso Waldomiro Diniz (de quem ninguém mais fala), mas ela era tão extensa que, lá pelas tantas, acabou a tinta da impressora.
João Rocha, sobrinho de Glauber Rocha, nos escreveu para dizer que o site que mantém em homenagem ao tio – Tempo Glauber – sofreu uma reforma e voltou a fornecer para download o filme proibido Di Cavalcanti di Glauber – Ninguém assistiu ao formidável enterro de sua última quimera; somente a ingratidão, essa pantera, foi sua companheira inseparável. Valeu, João, e viva a liberdade artística!
Para que vocês, colaboradores amigos, não pensem que só estou experimentando o lado eDitador da blogosfera coletiva, devo dizer que agora também sou colaborador d’O Expressionista. (Eu sempre acho que minha participação só pode mesmo é queimar o filme de quem decide me editar, mas… fazer o quê? os caras são bacanas e me fizeram o convite. Valeu, Diogo!)
Cada vez que assisto a um desses filmes onde bandidos inteligentíssimos se safam ao final felizes com seus recém adquiridos milhões de dólares, em que homens e mulheres papam um parceiro após o outro como se estes fossem produtos da McDonalds, em que assassinos em série possuem mais fundamentos metafísicos para realizar o que fazem do que os policiais que os perseguem, em que soldados ficam chorando de medo da morte e pirando com a falta de sentido do mundo e do que estão a fazer, e assim por diante, nestes momentos começo a imaginar o que Bin Laden acharia de um filmes desses. Minha conclusão: aposto que ele confirma sua teoria de que o Ocidente – e sobretudo os EUA – são o próprio Diabo mais através do nosso cinema que das nossas atividades políticas. Osama deve dar palestras para seus sequazes enquanto lhes projeta nossas últimas novidades cinematográficas. E digo “nossas” pelo motivo óbvio de que somos ocidentais e de que o cinema brasileiro, de um modo geral, quase pede para que se jogue um avião contra o Morro do Corcovado. E daí, né? Nenhum Artista ocidental parece mesmo se lembrar daquilo que disse o dono do morro…