blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Programação da Semana

Minha programação esta semana no Festival de Cinema de Goiânia, com bastante expectativa, prioriza:

Antonia, filme de Tata Amaral, sobre quatro jovens cantoras negras da periferia de São Paulo que sonha em viver de música e a maneira pela qual seu cotidiano de pobreza, violência e machismo se confronta com esse sonho. O filme já gerou uma série, de mesmo nome, que estréia em breve na Rede Globo. Entre outros pontos a seu favor, Antonia, cujas quatro atrizes principais são efetivamente cantoras de rap da periferia de São Paulo que nunca tinham atuado antes, tem o nome de Sérgio Penna, como preparador de elenco, responsável, entre outro filmes por “Bicho de Sete Cabeças”, “Contra Todos” e “Batismo de Sangue”.

O Céu de Suely, de Karim Aynouz, diretor do espetacular “Madame Satã”. O filme, grande vencedor do Festival do Rio deste ano, conta a história do retorno ao interior do Ceará de Hermila, que viveu desde muito pequena em São Paulo. Lá, à espera de um marido que nunca chega e sufocada pela atmosfera da pequena cidade, ela acaba se prostituindo.

Cartola, documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, sobre a vida e obra do genial sambista, uma dívida antiga do cinema nacional para com esta figura ímpar e de tamanha importância.

O Cheiro do Ralo

Esta semana, quem quiser me encontrar procure aqui.

Ontem, o Festival abriu com a apresentação do premiado “O Cheiro do Ralo”, filme do pernambucano Heitor Dhalia, estrelado por Selton Mello, grande vencedor do da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e agraciado com os prêmios Especial do Júri e de melhor ator no Festival do Rio deste ano.

O filme vem sendo bastante incensado e realmente tem muitas qualidades, mas, sorry modernos, em minha opinião, deixa a desejar pela ausência de uma trama, de uma história com começo, meio e fim e, sorry uma vez mais modernos, sem plot points, isto é, sem os pontos de virada na trama que conformam, via de regra, mas não de maneira exclusiva (discutamos isso em outro momento) quase todo bom roteiro. A velha estrutura do teatro grego que Hollywood industrializou e pasteurizou.

O filme é realmente engraçado em seu cinismo e humor negro e tem uma concepção visual muito bonita e bem trabalhada. Se encaixa numa certa tendência, não?, do encanto com a escatologia, o grotesco e o perverso, combinado com esse apuro estético, com revalorização do kitsch e do obsoleto, do universo urbano decadente e do underground – de imediato, nacionalmente, me vêm à cabeça outro pernambucano, Cláudio Assis, com “Amarelo Manga” e o próprio Dhalia com “Nina”, seu filme de estréia. Todos evidentemente, em termos cinematográficos, bebendo na fonte do mestre Tarantino e, nas demais artes, de Bukowski, Robert Crumb e outros.

Eu gosto muito quando a arte explora o estacatológico, o grotesco e o bizarro – esta é nossa salvação – e gostei bastante de “O Cheiro do Ralo”, mas, no cinema, acho que não basta exibir este mundo semi-escuro, é preciso contextualizá-lo. E é isto que falta ao filme.

Melhor sem o fim

infiltrados.jpgTenso, muito tenso. Tensão de primeira mesmo. Mas o final… O final — isto é, como toda aquela tensão é concluída —estraga tudo. A última cena, última mesmo, antes de entrarem os créditos, é uma piadinha bem meia-boca.

O melhor Almodóvar…

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Frase de cinema — 25

aspas_vermelhas_abre.gif That’s all aspas_vermelhas_fecha.gif

Meryl Streep, em O Diabo Veste Prada (2006)

Frase de cinema — 24

aspas_vermelhas_abre.gif O amor não existe aspas_vermelhas_fecha.gif

Grazyna Szapolowska para Olaf Lubaszenko, em Não Amarás (1988)

Cinema na Tailandia

Foi uma dupla experiencia de alta qualidade. Primeiro, ir ao cinema em Bangkok, segundo, ir ao cinema ver um filmaco de Martin Scorsese sem me dar conta do que iria ver.

Cinema aqui e assim: um multiplex como os outros, so que, se se desejar, com superpoltronas reclinaveis e/ou mesas para fazer refeicoes e ser servido numa sala VIP. Todo o mundo tem os celulares mais modernos, mas, surpresa, eles nao tocam, nem ninguem conversa a meu lado. Importante afirmar que isso e uma experiencia inedita para mim. Sempre me sento ao lado de alguem que conversa e/ou atende celular.

Frase de cinema — 23

aspas_vermelhas_abre.gif Tutte le volte che ho cercato de comunicare con qualcuno… l’amore è andato via aspas_vermelhas_fecha.gif

(Todas as vezes que tentei me comunicar com alguém… o amor foi embora)

Monica Vitti, para Marcello Mastroianni, em A Noite (1961)

“Há um Chuck Norris maior do que eu”

Você provavelmente já leu sobre as incríveis proezas do inigualável Chuck Norris. Por exemplo: “Chuck Norris não dorme, ele espera”; “Chuck Norris contou até o infinito, duas vezes”; “Chuck Norris conseguiu dar um cavalo-de-pau no Enduro do Atari”; “Chuck Norris ganhou de si mesmo jogando par ou ímpar no espelho….apostando ímpar”. E não é que Chuck Norris ganhou uma coluna regular no WorldNetDaily. Sobre o que Chuck Norris irá escrever? Não ouse repetir a pergunta.

Cum mi-am petrecut sfarsitul lumii

getimg.jpgHoje [ontem, ok? ainda não dormi…], aproveitei o feriado em homenagem ao aniversário do Yuri e, bem no meio da tarde, assisti a um filme da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Escolhi um que, muito provavelmente, não poderia ver nem no circuito nem em DVD — afinal, a Mostra é para isso, não?, para ver filmes impossíveis de ver. É claro que a escolha é um chute. A minha foi o romeno Como Eu Festejei o Fim do Mundo. É a indicação da Romênia para ser candidato ao Oscar.

É bom filme, talvez mais para o regular, por ser um pouco convencional demais. O bacana foi poder ter contato com uma cultura distante e recente, no caso a da Romênia de 1989, que seria o último ano de uma longa ditadura.

A história é sobre uma adolescente (a atriz parece a brasileira Maria Flor), que começa a sentir algo errado no ar do país, e seu irmão pequeno e bem engraçado, de uns 6 ou 7 anos. Ela se chama Eva. Ele, Lalalilu.

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