blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Capote II

Acabo de assistir a Capote e concordo integralmente com o Fiume. É um grande filme. Absurdamente melhor que Crash e que Brokeback Mountain. Não há dúvida de que todo o seu mérito, além da atuação felizmente premiada com o Oscar de Philip Seymour Hoffman, reside na sutileza com que trata a figura de Truman Capote e a pesada história real de sua obra-prima “A Sangue Frio”. Coisa rara em filme americano: sugerir as coisas, ao invés de explicá-las didadicamente. Meritório também o filme não cair presa da personalidade de Capote – o homossexualismo, o alcolismo, a megavaidade, etc. -, mas exatamente sugerir tudo isso enfatizando suas relações com outras pessoas no processo de se envolver com a história de brutais assassinatos, que resultaria num dos grandes livros norte-americanos.
Mais impressionante ainda por se tratar do primeiro longa de ficção do diretor Benett Miller. Imperdível.

Del vendedor de camisas

Aparentemente nada de muito novo para quem leu as biografias de Che redigidas por John Lee Anderson e Jorge Castaneda. Mesmo a mais oficial delas, para quem não adquiriu tendinite durante a leitura e chegou ao final, não poupa a imagem do grande vendedor de camisetas.
Agora, há também, conforme o Pedro Sette Camara noticia no site do Instituto Millenium, o último livro do Vargas Llosa – “The Guevara Myth and the Future of Liberty” – e um documentário – “Che: Anatomia de un Mito”, daunloudável em formato WMV:

“Fusilamientos, sí. Hemos fusilado. Fusilamos y seguiremos fusilando mientras sea necesario.”

(Via De Gustibus…)

Juros e meio ambiente

O Vinícius, nosso leitor, chama a atenção para a resenha feita pelo Rodrigo Constantino do livro do Eduardo Giannetti, O Valor do Amanhã, mencionado no post abaixo. Coincidentemente comprei-o hoje e espero, em breve, poder comentá-lo.

Pensador muito completo, Giannetti tem, além de tudo, o dom, raro entre economistas, de se expressar com clareza para iniciados e não-iniciados neste mundo relativamente hermético.

Eu não sei se o livro, cujo subtítulo é “Ensaio sobre a Natureza dos Juros”, trata, em algum momento, da questão ambiental. Se não, mais interessante ainda. A questão ambiental é, em essência, um problema de juros.

Eu gostaria muito de ver o Giannetti comentando o livro do Zé Eli, mas não sei se poderei estar lá.

Para ecochatos e fundamentalistas do mercado

Na segunda-feira, dia 20 de março, Eduardo Giannetti (professor do Ibmec e autor de O Valor do Amanhã e Felicidade, entre outros livros) e Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, debaterão o livro Meio Ambiente & Desenvolvimento recém-lançado pelo professor José Eli da Veiga (FEA/USP). O imperdível debate acontece, a partir das 11 horas, na sala A-1 da FEA, Cidade Universitária, São Paulo.

O livro é evidentemente leitura obrigatória, sobretudo para fundamentalistas do mercado, que não acreditam na realidade da questão ambiental, e ecochatos, que não acreditam na realidade da economia.

Duelo de Titãs

O Alex Castro pergunta qual é o maior romance latino-americano do século XX? Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquéz, Sobre Heróis e Tumbas, de Ernesto Sábato, ou Pedro Páramo, de Juan Rulfo.

Infelizmente os brasileiros estão fora deste páreo. Se não o estivessem, eu diria, sem pestanejar, “Grande Sertão Veredas”. Cem Anos de Solidão perderia por uma cabeça para a obra-prima de Guimarães Rosa – a ousadia linguística.

Montaigne

Sempre adiei a leitura desse cara. Dos franceses em geral. Com excessão de Balzac, Proust e Valéry, não tenho paciência com os franceses. Flaubert também me impressionou, mas já passou. Sempre fui mais alemão nas minhas escolhas. Só que me caiu nas mãos “Montaigne em Movimento” do Starobinski. Comprei num sebo juntamente com “Hamlet – Poema Ilimitado”, do Harold Bloom, provavelmente o único intelectual pós-moderno que o Yuri gosta (é isso mesmo, leitor e admirador de Paul de Man, o papai da crítica literária pós-moderna na América).

Ex Libris

Dia desses o Túlio Caetano fará um Ex Libris para mim. Claro, primeiro alguém precisa dizer a ele que eu gostaria muito e me sentiria muito honrado se ele fizesse um Ex Libris para mim. Bom, espero que ao menos este blog lhe diga isso, pois, assim que o recado chegar até ele, precisarei aguardar apenas uns quinze anos para que ele encaixe tal encomenda em sua movimentada agenda. Ah, esses artistas perdidos pela França…

Para quem não sabe, Ex Libris é aquele selo que colocamos em nossos livros para distigüi-los dos alheios. Significa mais ou menos isto: “Dentre os Livros [que fulano possui este é um exemplar]”. Veja, por exemplo, como era o Ex Libris do Santos Dumont:

Tocando o Vazio

Tocando o Vazio é dessas histórias que nos fazem pensar, em todos os sentidos, sobre limites. Quais são os limites do ser humano, em termos físicos e mentais? Até onde nosso corpo é capaz de nos levar? Até que ponto a mente comanda o corpo? E, mais que isso, onde termina o ser humano? Que estranhas conexões etéricas guardamos com o mundo que nos cerca e com o universo? Como explicar uma saga de sobrevivência que desafia todas as possibilidades? Como dar conta das inexplicáveis intuições que guiam o ser humano numa jornada cara a cara com a morte? Por que certas pessoas, como Joe Simpson, insistem em viver, quando outros submetidos às mesmas situações, já teriam passado desta para melhor?

Mais uma vez, a vida imita a ficção…

Em 1960, o escritor argentino Adolfo Bioy Casares, comparsa de Borges, escreveu Diario de la guerra del Cerdo. Neste livro, as ruas de Buenos Aires são tomadas por uma implacável onda de violência perpetrada por gangues de jovens contra idosos. Toda a ação deste romance perturbador é vista da perspectiva solitária e angustiada de Isidoro Vidal, pacato aposentado, e seus amigos.
Com um arrepio na espinha, leio a manchete da página A23 da Folha de hoje: “Argentina vive onda de violência contra idosos”.

Sobre Homens e Montanhas

Sobre homens e montanhas.jpgÉ preciso fazer propaganda em benefício próprio. Eu traduzi “Sobre Homens e Montanhas” (em inglês “Eiger Dreams”), juntamente com Rosita Belinky e Cláudio Sussekind. Na verdade, eu e Rosita havíamos sido contratados pela Companhia das Letras como revisores técnicos, mas o Cláudio abriu mão do trabalho após alguns capítulos exatamente por causa do onipresente jargão montanhístico.

O Krakauer, mais conhecido por seu polêmico “No Ar Rarefeito”, em que relatou de forma muito criticada a tragédia de 1996 no Everest, é um jornalista, escritor e escalador de mão cheia. Seus artigos são escritos num ritmo muito divertido e conseguem, ao mesmo tempo, ser engraçados e captar com profundidade o lado humano e as motivações por trás da escalada.

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