blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Negócio da China 2

Já havia comentado neste blog a respeito de certa tática sui generis dos capitalistas chineses. Semana passada, tomei conhecimento de outra. Amigos recém chegados da França e da Espanha trouxeram a confirmação de algo que já tinha ouvido por alto aqui no Brasil. É o seguinte: um cidadão chinês vem ao nosso paiseco – ou à França ou à Espanha ou a sei lá qual buraco deste mundo – encontra um imóvel numa área adequada para instalar um comércio e, então, cheio de “boas” intenções, entra em contato com o governo de seu país. (Lembre-se: o capitalismo chinês é do pior tipo, um capitalismo de Estado. E, sendo a China comunista, nem é preciso esclarecer uma vez mais este ponto: ao contrário do socialismo, o capitalismo é menos um sistema que um instrumento. Ou ainda: é menos um sistema operacional que um mero sofware. Sacou a analogia?) Enfim, ele recebe do governo chinês a verba necessária para adquirir o imóvel e iniciar uma empresa. Em outras palavras: ele se torna apenas um pau mandado daquele governo. E sua contrapartida não é senão o compromisso de vender apenas produtos fabricados e importados da China…

Se as pessoas se chateavam tanto com o capitalismo americano e europeu – que ao menos trazia a indústria para cá, fornecendo-nos empregos e retirando tão somente parte dos lucros (merecido, vale dizer) – agora sim irão ver o que que é bom para a tosse. E pensar que Spengler previu tudo isso em seu livro “O homem e a técnica”, publicado em 1931…

Apenas mais um domingo

Quando eu perguntei se ele gostava de mim, ele respondeu mecanicamente, “gosto, ué”, e eu percebi que ele estava mentindo, mas ele baixou os olhos e ficou levemente vermelho, como se sentisse uma súbita vergonha da mentira, e eu entendi que aquilo mudava totalmente o sentido da frase, porque uma mentira que você diz mecanicamente já é diferente de uma mentira que você tem vergonha de dizer. Ele não sabe, mas é por isso que eu volto. Eu podia dizer que não trabalho aos domingos, ou nem atender ao celular quando vejo o número dele. Mas eu lembro daquela carinha vermelha e me dá vontade de saber o que tem atrás daquela cor. Já era a terceira vez, a gente fazia tudo sempre igual. Ele tirava a primeira, depois me oferecia sorvete, ligava a televisão, a gente ficava de bobeira, ele fumava, eu lixava unha, ele tirava a segunda e dizia que ia me chamar um táxi, que eu sei que é o jeito de um cliente dizer pr’eu ir embora. A mulher, quando eu vi a foto no porta-retrato, eu pensei que talvez ela estivesse morta. Não tinha idade para morrer, mas existe câncer, existe bala perdida, acidente de carro, tanta coisa que pode acontecer… Mas um dia alguém telefonou, e ele falou “sei, sei”, depois falou “é claro, amor”, e eu percebi que ela estava viva e ainda pedindo pr’ele passar no supermercado. Desde aquele dia eu olho a foto de um jeito diferente. Essa mulher tão feinha, essas rugas, esse sorriso amarelo, ela parece tão infeliz. Eu sinto no cansaço dela a quantidade de sonho frustrado, as viagens que ela não fez porque o menino estava com bronquite, a empregada que ela não contratou porque tinha que sobrar para o curso de inglês, os livros que ela não leu porque não queria ler mesmo, mas ela consegue pensar que também foi por causa do menino ou do marido. E eu penso em todos os livros que eu li, penso naquelas tardes maravilhosas em Cabo Frio, recordo aquele cliente generoso que me apresentou ao carpaccio e ao petit-gateau, e me custa admitir que eu também sou infeliz. Mas eu estou cansada de ser infeliz do meu jeito, queria ser infeliz do jeito dela! E, mesmo presa no silêncio da foto, seu riso agora é um riso de zombaria. De alguma forma ela percebe que saiu vitoriosa, ela sente que a infelicidade dela é melhor que a minha. Eu digo que vou beber água, mas eu não estou com sede, eu quero entrar mais uma vez na cozinha, olhar os recados na geladeira, cheirar os vidrinhos de tempero, espantar as mosquinhas que já começam a incomodar as frutas. E de repente eu percebo que tem alguma coisa nessa cozinha que me escapa completamente, algo que nunca vou conhecer, mesmo que me aposse daquele homenzinho da sala e conviva para sempre com seu hálito e sua calvície. É talvez buscando essa coisa misteriosa que eu abro a geladeira e descubro numa vasilha os corações de galinha, vermelhos e crus, quase como morangos. Eu sei fazer coração de galinha, é muito fácil, é só fritar com tempero e cebola. Eu posso fritar agora e a gente come no palitinho, enquanto ele descansa e vê televisão. Uma alegria boba me invade, sinto que vou me apropriar de uma pequena parte da cozinha, a mulher já vai me olhar de outro jeito quando eu voltar à sala, talvez assustada, acuada na sua moldura de porta-retrato. Mas eu chego na sala e ele está abotoando a calça, o cigarro está morto no cinzeiro, ele pega o telefone e diz que vai me chamar um táxi.

No caminho para casa, passo num mercado vinte e quatro horas. Quando os corações estalam na frigideira, eu ainda tenho uma vaga lembrança de um porta-retrato, uma mulher triste que teima em sorrir, um homem que transa de meias e precisa de óculos até para ver televisão. Mas um minuto depois, eu estou engolindo a carne macia, e consigo acreditar que eu comprei coração porque é barato e fácil de fazer. Eu posso estar triste agora, mas eu sei que, quando amanhã chegar, eu vou achar que hoje foi apenas mais um domingo.

God is a girl’s best friend

Foi durante um dia de folga, no terraço dum café da Montanha Azul, que a vi pela primeira vez. Parecia muito feliz e estava linda, aliás, mil vezes mais deslumbrante que em todos aqueles famosos filmes e fotografias. Isto é, famosos ao menos para nós, seus conterrâneos, uma vez que, entre as dezenas de circunstantes, ninguém ali dava mostras de conhecer o significado da presença daquela mulher. Bem, por outro lado, talvez ela estivesse entre eles exatamente porque sabiam tratá-la da forma correta, ou seja, como amiga e companheira, como uma mulher entre as mulheres, como uma humana entre humanos. Uma vez atingido certo grau de autoconsciência, a visão de si mesma num pedestal não lhe poderia causar senão dor e vazio. E o tempo do pedestal há muito ficara para trás. Daí ela estar ali, bela e com o sorriso a expressar não a antiga volúpia, mas um convite ao verdadeiro amor. Seria alguém receptáculo desse amor? Uma esperança absurda brilhou em meu coração. Contudo, neste primeiro contato, limitei-me a acompanhá-la com o olhar − tentando não ser por ela flagrado − e a me certificar de que de fato ela era quem parecia ser.

Sim, era.

Kurt Vonnegut (1922-2007)

Caramba, estou me sentindo tão desinformado. 🙂 Kurt Vonnegut morreu dia 12 de Abril e só agora fiquei sabendo. (Ainda posso usar a produção do nosso curta-metragem como desculpa, mas um dia terei de arranjar uma outra.) Vou me abster de entrar em pormenores sobre esse cara. (Como diria a Hilda, informe-se.) Basta dizer que alguns de seus livros me fizeram dar muitas risadas. Um figura que, enquanto prisioneiro de guerra dos alemães, presenciou em terra o bombardeio de Dresden pelos aliados – bombardeio esse que matou entre 25.000 e 35.000 pessoas – só podia ou ficar louco ou desenvolver um estupendo senso de humor. Escolheu um pouquinho do primeiro e mais deste último. Bem, se tivesse transcendido também o humor, indo até as alturas da fé religiosa, talvez não tivesse tentado o suicídio em 1984, mas, enfim…

Tente imaginar um Luis Fernando Veríssimo norte-americano escrevendo paródias de ficção científica e novelas com personagens excêntricos em meio a situações surreias. É mais ou menos isso. Agora, tanto como o Veríssimo, bastava o cara falar de política para começar a emitir bobagens. Chegou a tecer elogios aos terroristas islâmicos, imagine. Sim, era esquerdista, participou da contra-cultura e tudo mais, ninguém é perfeito. Quem não o conhece, sugiro como leitura inicial “Pastelão ou Solitário Nunca Mais” (“Slapstick or Lonesome no more!“). É bom começar com essa maluquice hardcore. Mas não vá levá-lo muito a sério não, hem.

Ah, vale lembrar que No You Tube, há também muitas entrevistas com o figura. Veja esta no Daily Show, programa do John Stewart:

“O que realmente parece importante? Lutar de boa fé com o destino.”
Kurt Vonnegut

Censura ou Direito Privado?

Vale reproduzir o artigo do Paulo Coelho, esta semana na Folha, a respeito do acordo entre o Rei, a Editora Planeta e o jornalista Paulo César Araújo, do qual resultou a retirada de circulação do livro “Roberto Carlos em Detalhes”.

Não li o livro, fã do Rei que sou, andei folheando o exemplar de uma amiga, e não vi nada de mais que pudesse suscitar mais esta esquisitice de Roberto Carlos. Ao contrário, o trabalho parece resultado de uma investigação aprofundada e cuidadosa, muito longe de um livro sobre as intimidades ou exclusivamente sobre a vida privada do músico. Ao contrário, contém fatos e análises que realmente iluminam de forma interessante muitas de suas composições e a história da MPB. É claro que também fala de coisas privadas, mas isso não é o seu foco.

Como Paulo Coelho, continuarei a comprar e a ouvir seus discos, mas acho despropositada a ação judicial movida. Não questiono a vontade do Rei de preservar sua imagem ou não se expor, mas o método e seu resultado. Que os processasse por calúnia ou danos morais, mas aparentemente a ação não teve nada a ver com isso.

E vocês, o que acham? Que o Paulo Coelho está errado pois se trata de um acordo privado e que, neste sentido, se todas as partes estão felizes, ninguém tem que falar nada? Ou que se trata de uma atitude perigosa por carregar algo de censura e ataque à liberdade de expressão?

“No Brasil, cinema não é indústria, é arte”

Resposta ao comentário do escritor Wilson Mello, que me indagou se vale a pena entrar no mercado cinematográfico enquanto roteirista:

Wilson, meu caro, não sei não. Se o frenesi de narrar está em seu sangue, vá em frente, escreva roteiros. Mas, conforme venho dizendo, se a situação do Brasil continuar a mesma por muito tempo, desista de ganhar dinheiro com isso. Eu mesmo sou um maluco que nunca – NUNCA – conseguiu juntar dinheiro. E que acha que vai morrer à maneira do pedinte Henry Miller, isto é, vizinho de alguém como Ronald Reagan. Doido, claro.

Há uma chamada ridícula no Canal Brasil e nos Telecines (NET) que afirma, cheia de orgulho e pompa, esta pérola: “Cinema no Brasil não é indústria, é Arte”. Ahahaha. Porque não há dinheiro aqui – está todo nas mãos do Estado – e tudo tem de ser feito basicamente com força de vontade, os caras acham isso lindo, é arte. Só que os profissionais de cinema, se quiserem aprimorar sua técnica e manter sua família, precisam ganhar seu sustento regularmente – e recorrem à indústria da publicidade. Prefeririam ir todas as semanas a um estúdio de cinema gravar ficção – seria melhor para a auto-estima de cada qual – mas, para pagar a escola dos filhos, as contas, a comida, ficam com a única indústria capaz de mantê-los. É simples assim. Os caras acham que a mediocridade da grande maioria dos filmes americanos se deve ao fato de eles, americanos, serem capazes de produzir filmes em escala industrial. Mentira. A maior parte do que se produz é medíocre porque o gênio é exceção e não regra. A maior parte dos cineastas do mundo – do MUNDO – são medíocres porque esta palavra significa apenas “mediano”, “comum”, “ordinário”. Se todos fossem gênios, essa palavra (gênio) nem existiria, seria anulada pela falta de contraste conceitual. A melhor prova para o que estou dizendo é que, no Brasil, onde o cinema é “arte” (ahahaha, lá fora ele não é), ou seja, é produzido aos trancos e barrancos, a qualidade média dos filmes é medíocre, o que é até redundante de se dizer, já que os termos “média” e “medíocre” tem a mesma raíz. Neguinho não se toca de que o vocábulo “indústria”, antes de se referir à produção em grande escala através de “linhas de montagem”, a essa coisa não-artesanal, significava “atividade”, “invenção”, “perícia”, “engenho”, “aptidão”. A indústria é necessária não para os nossos diretores egoístas, mas para sua equipe técnica, que precisa se aprimorar e sobreviver. (O Cassius Pucci, que foi diretor de fotografia do meu curta-metragem, me disse: “é por causa desse estresse de gravar tudo num dia só que acabo fazendo um único curta por ano”. Se houvesse indústria, haveria horários, um trabalho como qualquer outro.) O diretor pode sobreviver sem a indústria, mas não vai pra frente sem a equipe, que é o corpo que gera seu filho, sendo ele meramente a cabeça. Há poucos filmes excelentes, no Brasil, porque boas cabeças se vêem sem chance de entrar na $onda$ do cinema. Imagine uma praia cheia de surfistas e com pouquíssimas ondas. Em geral, não será o melhor surfista aquele que pegará a melhor onda, mas o que souber dar mais cotoveladas. É assim o cinema-arte brasileiro. E essas cotoveladas muitas vezes são sutis, tipo “quem indica”, “filho de quem?”, “ideologia tal”, “escrúpulos zero para captar dinheiro” e assim por diante.

Se quer ganhar dinheiro com roteiros, Wilson, procure uma indústria. A única que temos é a publicitária. Se quer fazer “arte”, vá colocando-os num site, registrando-os na Biblioteca Nacional e anunciando a empreitada aos nossos cineastas, que são muitos e que, por mais que neguem, não sabem escrever bons roteiros e precisam de alguém que o saiba. Ah, outra coisa: não escreva sobre política no seu site, não faça como eu. Do contrário atrairá sobre si mais antipatias que simpatias e os tais cineastas nem se darão ao trabalho de perceber que vc poderia fazê-los ganhar prêmios. É isso.
Boa sorte, abraço
Yuri

Nosso podcast no Portal Literal

A jornalista Priscilla Brossi Gutierre, do Portal Literal (Terra), publicou a matéria Literatura para os ouvidos, que cita nosso podcast.

Pergunta sem Resposta

Aron Ralston

Há poucas coisas tão intrigantes quanto o gosto de alguns seres humanos pelo risco, ilustrado de maneira radical pelos relatos de adversidades, mega-roubadas e episódios de quase-morte ou morte que chegam das montanhas.

Confrontada com tais histórias arrepiantes, a mente ecoa de forma incessante a pergunta sem resposta: “por que estes seres humanos sentem prazer em arriscar a própria vida para galgar uma parede de pedra ou encostas geladas de uma montanha, muitas vezes em empreitadas árduas e sofridas, sob frio congelante ou calor enauseante?”

Meus quase 15 anos de montanhas e paredes – embora hoje com o instinto um pouco adormecido -, não oferecem mais do que pistas, sem qualquer resposta definitiva. Ninguém a possui, exceto talvez aqueles que já se foram, tragados por avalanches ou vitimados por quedas fatais e que, no derradeiro instante, viram-na brilhar diante de seus olhos. Riem de nós hoje reunidos no além.

A história de Aron Ralston ganhou as manchetes dos jornais do mundo todo em 2004. Este é o camarada que serrou, com um canivete, o próprio antebraço esmigalhado e preso sob uma rocha em um cânion remoto do Colorado.

Esta reportagem da revista Go Outside é um resumo deste episódio enauseante detalhadamente descrito no livro “Between a Rock and a Hard Place”, escrito de próprio punho, ou de punho e prótese, se podemos nos permitir algum humor negro.

Imperdível.

Reportagem sobre a “Bíblia alienígena”

Para se criar um apelido infeliz, nada melhor que uma reportagem sensacionalista da TV. Tal como diz um dos entrevistados: “se você considerar anjos e seres espirituais como alienígenas, então este livro trata de alienígenas”. Mas é interessante saber que Elvis Presley – que nunca deixou de ser um cantor gospel – provavelmente travou contato com o Livro de Urântia, assim como o líder da banda Grateful Dead, o autor da série Star Trek e até mesmo gente da Casa Branca.

Como já disse algumas vezes, vem aí o “Efeito Tlön” (vide o conto Tlön, Uqbar, Orbis Tertius, de Jorge Luis Borges). Pouco importa se o livro foi escrito por mentes humanas ou espirituais: um dia, tal como o mundo se tornou Tlön no conto de Borges, o planeta se tornará Urântia. Sim, porque a diferença entre os dois está num ponto muito importante: enquanto o patrocinador dos “sábios” que escreveram o Orbis Tertius exigiu que aquela obra “não compactuasse com o impostor Jesus Cristo”, o Livro de Urântia não apenas compactua, mas alarga nossa compreensão sobre o Senhor do Universo.

Ok, há a polêmica com os cristãos tradicionais, já que, segundo este livro, existiriam outros seres semelhantes a Jesus, outros Filhos diretos de Deus, cada qual criador e governante espiritual de seu próprio universo. Para se chegar a Deus, é preciso passar por um deles, pois são o caminho, a verdade e a vida em seus respectivos universos. Mas, calma, não se chateie, há também o Filho Eterno, a terceira pessoa da trindade e mil outros detalhes que não vem ao caso.

Enfim, só nos resta duas opções: ou o livro é uma fraude, ou é de fato uma revelação, talvez o Evangelho Eterno anunciado pelo Apocalipse. No primeiro caso seria necessário descobrir quem o escreveu. Contudo, ninguém o sabe e, conforme os anos vão passando, mais difícil se torna sabê-lo. Já o segundo caso – é uma revelação autêntica? – exigirá certamente alguns séculos para ser confirmado, uma vez que toda revelação genuína dá início a uma nova civilização. Eis o busílis: essa civilização só começa a engatinhar quando uma massa crítica de pessoas começa a crer na suposta revelação.

Polêmicas expressas

Eu ainda não me meti na tal polêmica dos escritores bancados para se inspirar mundo afora – Projeto Amores Expressos – porque acho que seria melhor fazê-lo através duma ficção. Se calhar, escreverei um conto. Por enquanto, para quem não sabe do que se trata, vale a leitura do artigo do Janer Cristaldo – Corrupção no mundo das letras – e a resposta do Joca Reiners Terron, futuro turista literário no Cairo: Queridos Filhos-da-Puta. Aliás, cá entre nós, eu tenho um canal para viajar até outro planeta de carona com o Karran, ministro de Klermer, o planeta Semente. Será que serve? Ele não cobraria nada.

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