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Second Life: Solte Sua Imaginação

Era esse o nome do Projeto do qual fiz parte anos atrás em São Paulo: Solte Sua Imaginação. Na verdade, não foi além de um site que dividi com o fotógrafo Dante Cruz e com o VJ Alexis Anastasiou, tendo cada qual uma página para apresentar suas próprias viagens pessoais. (Hoje é apenas o site do atual estúdio do Dante.) O Dante, obviamente, pretendia incluir mais um monte de artistas, músicos, cineastas, DJs, estilistas e escritores que pudessem dar asas às suas respectivas imaginações, gente que íamos conhecendo nas raves que frequentávamos. Mas o Projeto SSi não foi pra frente. Claro que tudo teria sido muito diferente se fôssemos programadores e não um bando de artistas. Porque, quando me lembro das conversas que eu tinha com o Dante, vejo que a realização de tudo o que ele sonhava então – liberdade, criatividade, interatividade, internacionalismo – se chama hoje Second Life. Ainda não é grande coisa – e para muitos pode não passar de um vício besta e de pura perda de tempo – mas essa tal “SL”, como se costuma dizer ali dentro, já está pirando a cabeça de aproximadamente 1.790.000 pessoas.

(Senhor, não me deixeis errar pelos caminhos perversos da minha imaginação…)

Anoushka Shankar

Karina, minha irmã, apareceu por aqui com o DVD do show-tributo ao George Harrison – Concert for George – no Royal Albert Hall em Londres. Não vou nem falar das bandas que aparecem na segunda parte ou das intervenções do Monty Python durante o intervalo. Quem me enlouqueceu foi a filha do Ravi Shankar, Anoushka Shankar, que além de ser uma sitarista maravilhosa, ainda foi a regente da orquestra indiana ali presente. Foi simplesmente incrível com que graça e delicadeza ela, sem parar de reger, silenciou a platéia que teimou em aplaudir antes do final da peça. A garota é linda. Se vc tiver o celular dela, o MSN, qualquer coisa, por favor… 🙂

André Abujamra fala do incentivo à cultura

Em entrevista a mim, para a Cora Filmes e o Icuman – durante o Sexto Goiânia Mostra Curtas -, André Abujamra, após falar da importância da trajetória do artista, dá o seu recado aos eternos dependentes do apoio estatal. Mais tarde coloco o vídeo no You Tube.

    [audio:http://www.archive.org/download/Andre_Abujamra_incentivo_cultura/abujamra.mp3]

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André Abujamra é músico, ator, produtor e diretor de cinema. Formou a dupla Os Mulheres Negras em 1985, tocou na banda Vexame e integrou a banda Karnak, que durou 10 anos. Dirigiu alguns vídeo clips, entre eles os de João Suplicy, Charles Brown Jr. e alguns do próprio Karnak. Foi ator e diretor do Grupo Boi Voador, tendo atuado nos filmes “Sábado” e “Boleiros”, de Hugo Giorgeti, “Quando dois corações se encontram”, de Torero e “Durval Discos”, de Ana Muylaert. Em televisão compôs trilhas e vinhetas para diversos programas como o “Provocações”, de Antônio Abujamra, “Telecurso 2000”, “Programa Multishow” e “Castelo Ratimbum”. Compôs mais de 50 trilhas para teatro e cinema, como para os filmes “De passagem”, “O Caminho das Nuvens”, “Bicho de 7 Cabeças”, “1,99”, “Cafundó”, “Carlota Joaquina”, “Carandiru”, “Domésticas” e “Durval Discos”. É produtor musical nos Estúdios Voz do Brasil e atualmente realiza um trabalho solo de música pop, intitulado “O Infinito de Pé”.

Igor Falecki, o Mozart da bateria

Esse garoto é um fenômeno. Tem apenas quatro anos de idade, mas parece tocar bateria há pelo menos vinte anos. Espantoso. Ainda não sei de onde ele é, mas imagino que seja russo ou de algum país do leste europeu. Ele tem o completo domínio do instrumento, do ritmo. Toca sem qualquer tensão no rosto, como se meditasse num brinquedo. Tão novo, há de ser totalmente intuitivo, mas toca com a técnica de quem estudou anos a fio. Bom, já estou falando demais. Eis o Mozart da bateria.

E tem mais:

Secos e Molhados

Eu acho que estava sentado, aos dois anos de idade, diante da TV durante essa apresentação dos Secos e Molhados. Que coisa espantosa.

Ainda o Second Life (um esboço de artigo)

O aspecto revolucionário do Second Life está em seu potencial, não naquilo que ele já é. Há três anos, entrei num “mundinho virtual” que imagino tenha sido o próprio. Era apenas um chat com “bonequinhos”, uma chatice de tão lento e tosco. Nada além disso. Mas, conforme avança a tecnologia, conforme aumenta a capacidade de processamento dos computadores servidores e clientes, conforme aumenta a velocidade da transmissão de dados, a coisa vai assumindo proporções espantosas. Hoje, um arquiteto já pode comprar um terreno ali e reconstruir virtualmente todos os seus projetos já realizados em vida, um condomínio, com casas planejadas apenas por ele, que pode ser seu portfolio profissional, seu mostruário. “Ah, você quer conhecer meu trabalho? Visite meu bairro: ‘arquiteto fulano (123, 87, 67)'”. E pronto. Um decorador pode se associar ao arquiteto e botar mãos à obra. Artistas plásticos (olha a chance dos escultores) e fotógrafos expõe seus trabalhos. Salas de cinema virtuais exibem filmes de verdade. (Já imaginou? Um festival de cinema ali dentro? Com entrega de prêmios e tudo mais?) A exposição de trabalhos em 2D pode parecer redundante, afinal, a internet já tem tudo desse campo. Mas o louco do Second Life é que ele reforça a ação do acaso no relacionamento virtual. Na internet, em geral, as pessoas saem pesquisando o perfil uma das outras no Orkut, ou através de blogs, e já entram em contato com o próximo condicionadas por aquilo que acreditam saber dele. No Second Life, não. Você encontra os demais como quem se esbarra na rua com um desconhecido e, sem qualquer razão que não seja a pura cortesia, troca com ele uma idéia. Amizades podem sair daí. Sociedades. Parcerias. “Ei, vai rolar um vernissage agora, vamos?” E vocês saem voando juntos.

Uma das coisas mais interessantes no Second Life é sua semelhança com os sonhos e projeções astrais. Para quem não vê o mundo como eu vejo, isso pode soar como uma grande besteira. Então apenas esqueça tudo o que já ouviu a respeito desses “esoterismos” e entenda: agora você poderá experimentar, em grau menor, o que certos místicos afirmam experimentar, a saber, o relacionamento com pessoas reais num ambiente onde tudo o que é imaginável é também possível. Sim, é virtual, é ilusão, a maya da Maya, mas as pessoas são reais e também as reações delas a suas ações. O sentimento de vergonha existe ali dentro, você se sente embaraçado ao cometer uma gafe em público e há aquela mesma timidez de sempre ao se aproximar duma “mulher bonita” pra puxar conversa. Retorna aqui toda aquela metáfora do mundo da Matrix no tocante a esse mundo real. Tal como num RPG, ou num simulador de vôo, é possível ter experiências ali dentro que nos aprimorem. Não importa se o mundo é feito da mesma matéria dos sonhos ou da mesma matéria dos pixels, os espíritos são os mesmos e não importa o meio que usam para se manifestar. Sem falar que Freud está ali o tempo todo: você pode expressar seus desejos mais recalcados. Daí toda a perversão que também existe no Second Life. Tal como colocou Swedenborg ao falar da vida após a morte, nessa realidade virtual cada qual se encaminha até as regiões com a qual se sente mais afim. Você pode ter ótimos diálogos, aprender outras línguas, ir a saraus de poesia, passar a tarde inteira fazendo compras, procurar um “emprego” ou expor seu trabalho, explorar sozinho ou acompanhado as curiosidades daquele mundo ou simplesmente ficar num inferninho de sexo explícito. Você é quem sabe.

Enfim, há muito o que falar sobre mais esse “fenômeno da internet”. Mas deixarei isso a cargo do meu avatar no sistema, uma mistura daquelas coisas lindas que eu imagino ser com aquelas horríveis que trago em mim, o meu Mister Hyde pessoal.

The Piano

It’s raining again

Eu tinha uns 11 anos de idade quando nossa linda professorinha de inglês — lá no Colégio Spinosa, em São Paulo — teve a ótima idéia de nos fazer cantar I’s raining again, do Supertramp. A princípio, com a letra em mãos, parecia uma tarefa impossível. Mas ela conseguiu: no final da aula já éramos um côro infantil afiadíssimo. Tanto que o todo-poderoso e temido Marco César Spinosa, capitão-aviador reformado e diretor do colégio, veio à nossa sala presenciar o fenômeno. Todos se calaram e ficaram de pé. A professora ficou branca, sem saber se receberia ou não uma bronca. Já o Marco César, na época ainda solteiro, cravou uns olhos inesquecíveis sobre a linda maestra e nos mandou continuar. Pintou um clima. Toda a sala percebeu e as risadinhas das meninas foram constrangedoras. O diretor, um ex-militar, era fã de hinos e estava sempre nos fazendo cantar o Hino à Bandeira, o Nacional, o da Independência, do Aviador, da Proclamação da República, etc., etc. Mas ele nunca vira seus alunos cantarem em inglês. Seus olhos brilhavam. Ah, as mulheres…

Oh, está chovendo de novo,
Oh não, meu amor está acabando
Oh não, está chovendo de novo
E você sabe que é difícil fingir.

Oh não, está chovendo de novo
Muito ruim, estou perdendo uma amiga
Oh não, está chovendo de novo
Oh, meu coração vai se consertar?

Brinque de maestro

Dica da querida Cássia Queiroz: clique sobre os músicos individualmente e dirija esse grupo de sambistas.

Música para a semana — 7

caetano.jpgComprei A Foreign Sound (2004) faz tempo, mas não ouvi muito. Estou dando uma nova chance ao álbum. Tem de tudo ali. De Nirvana a Cole Porter. Caetano é um compositor genial, mas não um intérprete genial. Ficaram todas as interpretações meio parecidas demais, com aquele prolongamento final do verso bem característico dele. E não têm nada de novo. Vão achar que quero sacaneá-lo, mas parece que ele pendeu mais pro lado da diva do que do crooner. Além do mais, Feelings e Diana são difíceis de engolir.

icn-seta_baixo-11x11.gif Duvido que eu consiga ouvir até o fim da semana (ou: não vale o dinheiro do CD).

iconlisten.gif Ouça o álbum: A Foreign Sound.

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