blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Ilustração de Cesar Kayanoki

Esta é uma ilustração de Cesar Kayanoki para meu conto O Abominável Homem do Minhocão. (Nela, vemos o protagonista acompanhado por Topo Gigio.) Clique na imagem para ver uma versão ampliada.

Abominavel

Pin ups do Wilson – 1

Uma pin-up do meu bróder, o artista plástico paulistano Wilson Neves.

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O vício

Para mim, esta é a melhor imagem a expressar a essência do vício: é algo que te macula e não te deixa ascender. Trata-se duma estátua à entrada dum castelo funesto, dentro do qual há uma morgue onde se pode transar com cadáveres. Ou, mais exatamente, com pessoas cujos avatares fingem ser cadáveres. Este local, na minha humilde opinião, ganhou no quesito “Horror dos horrores”. Coisas do Second Life. Ou do mundo, sei lá. (É por essas e outras que criei o grupo Urantia Book Readers of SL.) O mais louco é que, em toda a área, havia além de mim apenas mais uma pessoa. Eu a segui pelo minimapa, que é uma espécie de radar, e quando fiquei bem próximo usei o sistema de câmera para ver, através da parede, de quem se tratava: um avatar demoníaco com pernas de bode, pele rubra, chifres, rabo e um pentagrama enorme tatuado nas costas. Que tipo de pessoa fica sozinha num lugar desses e com esse visual? Olhei o perfil dele: um programador norte-americano fã do Aleister Crowley. Ahahaha. Só podia.

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Bolas na Antártida

Obra da artista Lita Albuquerque, produzida com 99 balões azuis, na estação MacMurdo na Antártida. Foto da Reuters.

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Second Life: Solte Sua Imaginação

Era esse o nome do Projeto do qual fiz parte anos atrás em São Paulo: Solte Sua Imaginação. Na verdade, não foi além de um site que dividi com o fotógrafo Dante Cruz e com o VJ Alexis Anastasiou, tendo cada qual uma página para apresentar suas próprias viagens pessoais. (Hoje é apenas o site do atual estúdio do Dante.) O Dante, obviamente, pretendia incluir mais um monte de artistas, músicos, cineastas, DJs, estilistas e escritores que pudessem dar asas às suas respectivas imaginações, gente que íamos conhecendo nas raves que frequentávamos. Mas o Projeto SSi não foi pra frente. Claro que tudo teria sido muito diferente se fôssemos programadores e não um bando de artistas. Porque, quando me lembro das conversas que eu tinha com o Dante, vejo que a realização de tudo o que ele sonhava então – liberdade, criatividade, interatividade, internacionalismo – se chama hoje Second Life. Ainda não é grande coisa – e para muitos pode não passar de um vício besta e de pura perda de tempo – mas essa tal “SL”, como se costuma dizer ali dentro, já está pirando a cabeça de aproximadamente 1.790.000 pessoas.

(Senhor, não me deixeis errar pelos caminhos perversos da minha imaginação…)

Ainda o Second Life (um esboço de artigo)

O aspecto revolucionário do Second Life está em seu potencial, não naquilo que ele já é. Há três anos, entrei num “mundinho virtual” que imagino tenha sido o próprio. Era apenas um chat com “bonequinhos”, uma chatice de tão lento e tosco. Nada além disso. Mas, conforme avança a tecnologia, conforme aumenta a capacidade de processamento dos computadores servidores e clientes, conforme aumenta a velocidade da transmissão de dados, a coisa vai assumindo proporções espantosas. Hoje, um arquiteto já pode comprar um terreno ali e reconstruir virtualmente todos os seus projetos já realizados em vida, um condomínio, com casas planejadas apenas por ele, que pode ser seu portfolio profissional, seu mostruário. “Ah, você quer conhecer meu trabalho? Visite meu bairro: ‘arquiteto fulano (123, 87, 67)'”. E pronto. Um decorador pode se associar ao arquiteto e botar mãos à obra. Artistas plásticos (olha a chance dos escultores) e fotógrafos expõe seus trabalhos. Salas de cinema virtuais exibem filmes de verdade. (Já imaginou? Um festival de cinema ali dentro? Com entrega de prêmios e tudo mais?) A exposição de trabalhos em 2D pode parecer redundante, afinal, a internet já tem tudo desse campo. Mas o louco do Second Life é que ele reforça a ação do acaso no relacionamento virtual. Na internet, em geral, as pessoas saem pesquisando o perfil uma das outras no Orkut, ou através de blogs, e já entram em contato com o próximo condicionadas por aquilo que acreditam saber dele. No Second Life, não. Você encontra os demais como quem se esbarra na rua com um desconhecido e, sem qualquer razão que não seja a pura cortesia, troca com ele uma idéia. Amizades podem sair daí. Sociedades. Parcerias. “Ei, vai rolar um vernissage agora, vamos?” E vocês saem voando juntos.

Uma das coisas mais interessantes no Second Life é sua semelhança com os sonhos e projeções astrais. Para quem não vê o mundo como eu vejo, isso pode soar como uma grande besteira. Então apenas esqueça tudo o que já ouviu a respeito desses “esoterismos” e entenda: agora você poderá experimentar, em grau menor, o que certos místicos afirmam experimentar, a saber, o relacionamento com pessoas reais num ambiente onde tudo o que é imaginável é também possível. Sim, é virtual, é ilusão, a maya da Maya, mas as pessoas são reais e também as reações delas a suas ações. O sentimento de vergonha existe ali dentro, você se sente embaraçado ao cometer uma gafe em público e há aquela mesma timidez de sempre ao se aproximar duma “mulher bonita” pra puxar conversa. Retorna aqui toda aquela metáfora do mundo da Matrix no tocante a esse mundo real. Tal como num RPG, ou num simulador de vôo, é possível ter experiências ali dentro que nos aprimorem. Não importa se o mundo é feito da mesma matéria dos sonhos ou da mesma matéria dos pixels, os espíritos são os mesmos e não importa o meio que usam para se manifestar. Sem falar que Freud está ali o tempo todo: você pode expressar seus desejos mais recalcados. Daí toda a perversão que também existe no Second Life. Tal como colocou Swedenborg ao falar da vida após a morte, nessa realidade virtual cada qual se encaminha até as regiões com a qual se sente mais afim. Você pode ter ótimos diálogos, aprender outras línguas, ir a saraus de poesia, passar a tarde inteira fazendo compras, procurar um “emprego” ou expor seu trabalho, explorar sozinho ou acompanhado as curiosidades daquele mundo ou simplesmente ficar num inferninho de sexo explícito. Você é quem sabe.

Enfim, há muito o que falar sobre mais esse “fenômeno da internet”. Mas deixarei isso a cargo do meu avatar no sistema, uma mistura daquelas coisas lindas que eu imagino ser com aquelas horríveis que trago em mim, o meu Mister Hyde pessoal.

Com Daniel Ahmed no SL

No último final de semana, enquanto eu discutia a relação com Pelagia, my wife – além de bons argumentos tive de usar dos meus poderes de metamorfose e provar que sou apenas um príncipe convertido em sapo (e não o contrário) – recebi uma mensagem do Daniel Ahmed, avatar do colaborador deste blog, o professor de filosofia Daniel Christino. Depois de acertar nossas diferenças – Pelagia perdoou minha infidelidade e reatamos – fui me encontrar com Ahmed que, segundo imaginei, deveria estar em algum anfiteatro grego dialogando socraticamente com algum alemão. Qual nada! Ele estava no Barbie Club – acho que é esse o nome – dialogando platonicamente com uma stripper norte-americana. Veja as fotos do nosso primeiro encontro:

Quem conhece o Daniel Christino – tal como o Yuri Vieira – verá que há grande semelhança entre ele e seu avatar. Veja mais de perto:

Arte no calçadão

O artista Julian Beever é o tipo do cara com quem vale a pena se defrontar pelo caminho. Ele faz interferências nas calçadas européias que criam um efeito 3D dos mais loucos. A seqüência da caça ao ouro é muito boa.

J. Toledo is here

Não sei se a galera já percebeu, mas temos um novo colaborador no Garganta: o escritor, jornalista, artista plástico e fotógrafo paulistano J. Toledo, cronista do jornal Correio Popular de Campinas-SP. Toledo é autor da biografia Flávio de Carvalho – o comedor de emoções; do Dicionário de Suicidas Ilustres (para o qual eu e a Hilda Hilst contribuímos com o verbete sobre Mishima); das coletâneas de crônicas A Divina com mídia – crônicas bizantinas, Espiões da cidade e, publicado este ano pela Record, Dois uísques em Cafarnaum. O Toledo também assina a foto da Hilda com o dedo médio em riste na primeira página do site oficial dela. Enfim, o cara é excelente, ótimo papo e super gaiato. Eu e a Hilda costumávamos ler suas crônicas e telefonar para ele quase toda manhã. Juntamente com o Mora Fuentes, o Toledo era o Prozac dela.

    [audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2006/05/eu_e_toledo.mp3]

Seja bem-vindo, Toledo.

Ron Mueck

Já que está rolando essa onda de imagenzinhas bonitas, vou contribuir. Eis uma escultura do australiano Ron Mueck: Mother and Baby (2001).

Ron Mueck

E um video da exposição:

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