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Categoria: meio ambiente Page 6 of 7

Aos Céticos

“SE NÃO FORMOS CAPAZES DE REDUZIR EM 78% ATÉ 2050 NOSSA EMISSÕES DE GASES-ESTUFA, AS CONSEQUÊNCIAS SERÃO CATASTRÓFICAS.”

A frase acima foi dita ontem por Sir Nick Stern, que está de passagem pelo Brasil. Secretário de Orçamento e Finanças do Tesouro de Sua Majestade, ex-vice-presidente sênior e Economista-Chefe do Banco Mundial, foi encarregado por Tony Blair para a produção de um review sobre a “Economia das Mudanças Climáticas”. O trabalho, aguardado com ansiedade, deve ser concluído até o final de setembro para a nova rodada de negociações do G8 no México, como desdobramento da Cúpula de Gleneagles, na Escócia, ano passado, onde esteve presente “Nosso Grande Líder”.

Sir Stern está percorrendo alguns países importantes do ponto de vista da questão climática para falar sobre seu trabalho e colher opiniões e dados. Por participar de um projeto financiado pelo DEFRA, equivalente do Ministério de Meio Ambiente na Inglaterra, pude ouvi-lo em uma de suas reuniões ontem na Embaixada Britânica, em Brasília.

Caridade ecológica

De uma carta-aberta enviada ao senador Tião Viana (veja mais abaixo o conteúdo na íntegra) por um brasileiro residente na Austrália:

Causa-me nojo saber que o Ministério do Meio Ambiente. num esquema de corrupção jamais visto e comandado pela senadora Ana Júlia Carepa, do Pará, com a conivência da ministra Marina Silva (!?!?!?), que comanda um dos ministérios mais corruptos deste país, vai investir num projeto de reflorestamento que prevê o plantio de 200.000 árvores, envolvendo uma equipe de técnicos e cuja duração será de dois anos, tudo isto às custas do contribuinte brasileiro, NO HAITI!, enquanto que a Amazônia está sendo destruída sob os auspícios de pessoas como a ministra Marina Silva e a senadora Ana Júlia Carepa a fim de amealhar dinheiro aos montes para os cofres do PT.

(Conheça o projeto: em pdf e html.)

Fácil fazer caridade com o dinheiro público, né não? No fundo, o Lula queria era ser o Bush…

Por um armistício em favor dos pobres e da natureza

Reproduzo abaixo artigo meu publicado hoje no jornal O Popular (Goiânia):

A despeito da generalização do discurso em torno da noção de “desenvolvimento sustentável”, a realidade é que, na prática, nossa sociedade ainda se orienta essencialmente pela lógica segundo a qual desenvolvimento e conservação do meio ambiente são coisas opostas.

Juros e meio ambiente

O Vinícius, nosso leitor, chama a atenção para a resenha feita pelo Rodrigo Constantino do livro do Eduardo Giannetti, O Valor do Amanhã, mencionado no post abaixo. Coincidentemente comprei-o hoje e espero, em breve, poder comentá-lo.

Pensador muito completo, Giannetti tem, além de tudo, o dom, raro entre economistas, de se expressar com clareza para iniciados e não-iniciados neste mundo relativamente hermético.

Eu não sei se o livro, cujo subtítulo é “Ensaio sobre a Natureza dos Juros”, trata, em algum momento, da questão ambiental. Se não, mais interessante ainda. A questão ambiental é, em essência, um problema de juros.

Eu gostaria muito de ver o Giannetti comentando o livro do Zé Eli, mas não sei se poderei estar lá.

Para ecochatos e fundamentalistas do mercado

Na segunda-feira, dia 20 de março, Eduardo Giannetti (professor do Ibmec e autor de O Valor do Amanhã e Felicidade, entre outros livros) e Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, debaterão o livro Meio Ambiente & Desenvolvimento recém-lançado pelo professor José Eli da Veiga (FEA/USP). O imperdível debate acontece, a partir das 11 horas, na sala A-1 da FEA, Cidade Universitária, São Paulo.

O livro é evidentemente leitura obrigatória, sobretudo para fundamentalistas do mercado, que não acreditam na realidade da questão ambiental, e ecochatos, que não acreditam na realidade da economia.

Sobre os fundamentalistas do mercado

Ando me sentindo um pouco sufocado entre o anaerobismo da esquerda, de um lado, e o fundamentalismo dos mercados do outro. Quem dera o mundo fosse simplificável à possibilidade de um Estado monolítico e da iluminação de sábios como os petistas, ou de um mercado onipresente. Oito ou oitenta.

O Rodrigo Constantino, do Instituto Millenium, cujo blog foi recomendado no post abaixo, explica didaticamente como a propriedade privada é a solução para quase tudo, inclusive para a devastação da Amazônia. Eu quero concordar em parte com ele.

Tremor na Chapada dos Veadeiros

Da página de notícias do portal Terra:

Tremor de terra assusta moradores em Goiás

Um tremor de terra assustou os moradores da região de Alto Paraíso, em Goiás, na madrugada de sexta-feira. O tremor que atingiu 2,6 graus na escala Richter ocorreu às 4h42 e acordou grande parte dos habitantes com um forte estalo.

Pimenta no meio ambiente dos outros

Salton Sea é um pepino ambiental americano tão grande e surreal que faz a gente se sentir menos mal de ser brasileiro. Trata-se de um lago de cerca de 600 km2 no deserto do sul da Califórnia, não muito distante da luxuosa Palm Springs e de San Diego.

Para começar, o lago se formou a partir de uma megacagada de engenharia, durante um desvio do Rio Colorado para fins de irrigação no começo do século XX. Alimentado e salinizado pela água que escoa de grandes projetos agrícolas nos solos salinos do deserto do Imperial Valley, Salton Sea tornou-se um paraíso para as tilápias e corvinas.

Entre 1930 e 1960, empreendimentos imobiliários e hordas gigantescas de turistas prometiam transformar as cidades da orla em novas Palm Springs.

Stalinismo Ambiental

Não ando com muito saco pra ficar escrevendo sobre meio ambiente, mas essa merece pela raiva que dá do Estado. Está n’O Eco, um dos melhores veículos de comunicação sobre a matéria.

Muita gente deve conhecer a Fazenda Imperial, no Distrito Federal. Trata-se de uma área de 4 mil hectares absolutamente preservada na qual seus proprietários estabeleceram um bem sucedido empreendimento de ecoturismo. Pois é. E acaba de ser aprovada na Câmara dos Deputados uma ampliação em 14 mil hectares do Parque Nacional de Brasília, o que é muito bom, exceto pelo fato de que, com isso, o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama pretendem passar para suas eficazes mãos algo que a iniciativa privada tem preservardo muito bem, obrigado.

Que viva o imperador

37° no termômetro da Henrique Schaumann. Depois de sushi à sombra das árvores no Sumaré, me abrigo no ar condicionado do Arteplex e nas paisagens gélicas de A Marcha do Imperador

Não sei dizer se foi o melhor documentário que já vi. Mas com certeza foi o mais bonito.

As paisagens do filme de Jean Luc Jacquet são magníficas. E, de fato, a vida do pingüim imperador vale um romance. A idéia de misturá-los (vida e drama) como forma narrativa para mostrar como eles vivem — e sobrevivem — no mais inóspito dos hábitats funciona perfeitamente. Não por acaso foi o segundo documentário mais visto de todos os tempos, atrás apenas de Fahrenheit 9/11, de Michael Moore.

No deserto branco, o embate entre a vida e o inverno é tocante. Quem vencerá?

[Ao som de: Nina Simone / The Best of (s/d; Sum Records), em homenagem ao Pedro]

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