blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Cotidiano Page 30 of 58

Corrente pra frente

Está circulando pela internet, por causa da Copa. É uma animação bem boa. Chama-se Corrente pra Frente, produzida pelo Laboratório de Desenhos. É de 2002, mas, do jeito que as coisas são no Brasil, ainda é bastante atual. Como não sei como postar a imagem em flash, copiei o link para a animação.

O solitário almoço

Aconteceu hoje…

Vinha de Cumbica, pela Marginal (asfalto, concreto, carros, carros, carros…), já pensando em onde iria comer rapidamente. Vi um McDonald’s e quase parei. Tentei ir ao Center Norte, mas perdi a entrada da pista local e passei do shopping. Como qualquer retorno em SP leva meia hora, segui. Peguei a Tiradentes, rumo ao centro.

Aí me lembrei da Pinacoteca. Lá tem um restaurante simples, bacaninha. Está mais para um café, em estilo europeu. Parei o carro em frente da Estação da Luz — está linda, depois de ter sido restaurada para abrigar o Museu da Língua Portuguesa.

Foi assim então o meu almoço solitário. Numa mesa ao ar livre, sob as árvores do Parque da Luz — que é bem bonito, com seu jardim em estilo inglês; inaugurado em 1825, é o primeiro parque da cidade, onde a aristocracia paulistana do século 19 passeava com os filhos.

Depois de comer um prato com picanha defumada (parece estranho, mas é bom), ainda tomei um expresso apreciando os raios do sol entre as grandes árvores, as esculturas, a estação, os colegiais uniformizados voltando para casa, os velhinhos caminhando pelo parque…

Mani-manus: criare or not criare

“Pensando bem, barulho à sós ainda é pior que baralho à quatro”
(Lavra pessoal)

Difícil explicar tantos mistérios sobre a criação. Para uns, ela nada mais é que uma diarréia emotiva que se manifesta em meros jatos de verbo, perplexidez e, às vezes, um pouco de tinta. Já, para outros, mais ortodoxos, não. Trata-se do viscoso processo cerebralista em que, possuído, o artista se dilui a olhos vistos, deixando-se simplesmente escorrer pelos ralos da mídia escolhida. Contudo, para mim, isso tudo é indiferente, ou seja, reles bobagens. Embora não perguntado a respeito, vejo essa coisa com tanta naturalidade que me seria difícil defini-la, a não ser — lógico — arreganhando as portas da mente e — sem um querer desastrado qualquer — deixar que as baratas entrem.

Assim, bico de siri sobre tal tabu. Ainda que pressionado a me explicar, silêncio mortal e total acerca do niente criativo e tais picuinhas que não interessariam a ninguém, a não ser aos voyeurs do espírito, para os quais sempre existe um SUS recorrente, ainda que, às vezes, meio suspeito.

Portanto, nada melhor que me afastar dessas pseudo e inúteis catarses, arregaçar as mangas e macular a tela com algo que — sinto —, já me vem vindo aqui, aos borbotões…

Dois extremos

Esta é uma pegadinha gravada num país onde a Justiça funciona e todos temem ser processados:

Já estas duas são pegadinhas gravadas num país em que ninguém teme a Justiça:

Boy’s toys

[Este é um post ligeira e inofensivamente machista]
Aconteceu num domingo…

Dirijo pela Faria Lima. Paro no semáforo na Rebouças. É um sinal demorado. Olho para o carro que pára ao meu lado. Desvio os olhos para o sinal. Vejo de novo o carro. Olho então à minha volta. Penso se não estariam filmando. Talvez fosse um comercial. Ou uma pegadinha, não sei. Mas nada vejo que comprove isso.

Volto os olhos para o carro. De novo para o sinal. De novo para o carro. No meu outro lado, minha namorada nota o que está acontecendo. Fico ligeiramente constrangido. Acho que ela também está surpresa.

“Pode olhar”, diz ela.

É, penso. A chance de isso acontecer de novo deve ser pequena. Volto os olhos para o carro. É uma Ferrari. Vermelha — vermelho-ferrari, entende? Ao volante, uma loira. No banco do passageiro, uma morena. No de trás, outra loira. São jovens. Todas bonitas. Bem bonitas. Beeemmm bonitas, quero dizer. Estão felizes. Sorriem. Gargalham.

O sinal abre. O carro parte. Parto também. Sigo o meu caminho.

“Brinquedo de menino”, diz minha namorada.

É… Quatro deles, penso.

Palestra do Olavo de Carvalho

Palestra de Olavo de Carvalho no Seminário de Democracia Liberal, dia 14/05/06. Olavo fala desde os Estados Unidos e muda o roteiro da palestra para comentar as origens da onda de terror criminoso que paralisou São Paulo e o Brasil naqueles dias.

(Via blog do Luis Afonso Assumpção.)


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Nós, os trambiqueiros

De início, achei que o texto força um pouco a barra. Somos mesmo tão preguiçosos? Sim, nós, brasileiros, somos mesmo os campeões em conseguir algo pelo menor esforço. Copio o texto, para reflexão. Da Folha:

O trambique desce redondo

Clóvis Rossi

SÃO PAULO – Suspeito de que pouca gente tenha prestado atenção ao retrato acabado do brasileiro que está no ar nos comerciais, embutido em anúncio da cerveja Skol. Para quem não viu ou não prestou atenção, um resumo: um torcedor brasileiro vê a Argentina jogar contra o Brasil e, latinha de cerveja na mão, diz que, com a Skol, tudo desce redondo, inclusive o jogo. A partir daí, as traves ficam redondas e móveis. Sempre que a Argentina está para marcar um gol, elas saem da posição regulamentar, e o gol é perdido. É a sacramentação pública do trambique, da falta de respeito às regras, regrinhas simples, básicas. Quando se festeja a quebra de uma regra, fica implícito que todas podem ser quebradas -e usualmente o são no Brasil. É a apologia do crime, pequeno crime, mas crime, como os brasileiros praticamos diariamente ao invadir a faixa do pedestre, ao ultrapassar pela direita, ao estacionar em fila dupla, ao subornar o guarda para evitar a multa. Fico na lista de pequenos crimes para não aporrinhar o leitor com os grandes crimes que ele lê todo santo dia, não só nas páginas policiais mas também (ou principalmente) nas páginas políticas. Note o leitor que estamos falando de futebol, uma das raríssimas atividades em que o brasileiro é universalmente competitivo. Não precisa de traves móveis para ganhar da Argentina ou de quem quer que seja. Mas o espírito do malandro cretino é esse mesmo: melhor sem esforço, com ajuda da maracutaia, do que empenhar-se para fazer valer o talento natural. Note também que estamos falando de publicidade, outro ramo em que o brasileiro é com folga dos melhores do mundo. Se os melhores louvam o trambique, os medianos e os piores farão o quê? Aderir ao PCC, lógico.

A Europa de Berlinski

Trecho dum artigo de Jeffrey Nyquist, via MSM:

Os bárbaros já estão aos portões. Na verdade, eles já passaram dos portões. Não é só um atentado terrorista que temos de conter. O niilismo europeu é um problema interno de todo o Ocidente. Dado o fato de que armas de destruição em massa estão por aí, um evento catastrófico é uma questão de tempo (embora Berlinski saiba mais do que diz). Admitamos um paradoxo metafórico: o mundo está perdendo sua mente coletiva. Com o tempo, sofreremos por causa disso. Além do mais, creio numa iminente catástrofe econômica ligada a uma catástrofe militar. (Isto é, crise econômica e uso maciço de armas de destruição em massa derivam da mesma fonte demente).

No caso da Europa, a crise é impressionantemente óbvia. Perambulando por Perugia, na Itália, Berlinski fez as seguintes observações: “Não há pais empurrando carrinhos de bebê na frente do palácio, não há avós ajudando netinhos hesitantes a descer as escadas da catedral. Vejo milhares de italianos andando, comprando, batendo papo, sentados nos degraus de San Lorenzo vendo as pessoas passarem – mas não vejo uma única criança”.

A taxa de natalidade da Europa desabou. “A não ser que essa tendência reverta-se por conta própria”, notou Berlinski, “em breve os países europeus serão incapazes de pagar suas caras pensões e programas de saúde”. Linhas depois, ela escreve: “A imigração é a única esperança da Europa”. Isso porque a Europa não desistirá de seu modelo de Estado assistencialista. E, portanto, a Europa precisa importar mais e mais muçulmanos para satisfazer sua demanda por mão-de-obra barata. Segundo Berlinski, a Europa precisará aumentar sua taxa de imigração de cinco a dez vezes apenas para sustentar-se. “Mas a imigração em número suficiente para retificar o declínio populacional certamente terá enormes custos em termos de estabilidade social”, explicou. A Europa não conseguirá assimilar tantos não-europeus. Os sentimentos raciais na Europa já podem ser sentidos. O homem é um animal tribal e os europeus não são tão esclarecidos quanto imaginam. (…)

Arremesso de pingüins

Que maravilha a internet, não é? Mesmo estando aqui a milhas e milhas do Brasil, posso manter contato diário com todos os que me fazem falta, muita falta!

É ainda uma excitação e parte importante do meu dia “abrir a correspondência” depois de tomar meu café e ler os jornais. Ah, que delícia os pequenos emails (e os grandes também, claro!), os scraps no Orkut (como viver longe sem Orkut?) e as famosas mensagens fw!!!!

Os heróis(!?!) da Montanha

Everest - by UWCSEA

Noutro dia, comentando um post do Pedro, falava de uma notícia na TV local de que um neozelandês – que havia perdido as duas pernas num acidente no Mount Cook em 1982 – tinha finalmente chegado ao topo do mundo. Um herói, claro!

Chegar ao cume do Everest não é pra qualquer um, aliás, apenas estar naquela parte do planeta é para poucos; voltar vivo então, restringe ainda mais o grupo ilustre.

Há anos me interesso por esses adoráveis e temerários heróis, dentre eles meu irmão, que escalou o Monte Aconcágua, nos Andes, em 1997.

Esses loucos de carteirinha fazem a Terra menor à medida que realizam seus sonhos, que de tão mirabolantes e absurdos nos parecem risíveis ao primeiro contato, mas se tornam feitos memoráveis na volta pra casa.

Essas pessoas são sim feitas de algo mais! Algo que as move para o assustador desconhecido em busca do inominável! E, todos nós, os outros meros mortais, vamos seguindo atrás, primeiro descendo das árvores, depois saindo das cavernas…

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