blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Economia Page 7 of 10

Dinossauros! — 2

Dias atrás eu escrevi aqui que as câmeras digitais e os MP3 players podem virar dinossauros. Vejo agora que os velhos relógios de pulso já estáo caindo em desuso, por conta de novas tecnologias. Do Los Angeles Times, via Estadão:

Relógio se torna vítima da tecnologia

Público jovem prefere ver as horas nos telefones móveis ou nos iPods e as vendas do produto caem

Ainda os estudantes franceses

Comentei por alto, num artigo um tanto longo, sobre a estupidez dos estudantes franceses, estes que, ao invés de serem o último bastião do libertarianismo, preferem sair às ruas pedindo ao Estado para intervir ainda mais nas relações entre a juventude e a livre-iniciativa. Mas este outro artigo – The striking idiocy of youth – se aprofunda mais na questão e dá um alerta: não apenas a França está à beira do colapso, isto é, da exaustão das fontes financeiras onde bebem os estatistas e beneficiários da social-democracia, mas também a Grã Bretanha, segundo os franceses, a suposta “terra do selvagem liberalismo”.

Our economy is corruptly creating public service jobs — endless co-ordinators of facilitation and facilitators of co-ordination — but not many in the private sector, the only true measure of economic health and growth. Any fool can create public sector jobs, and Mr Brown has done so: but not even the most brilliant man can make them economically productive in the long term.

The British economy has all the brilliance of a fish rotting by moonlight, and eventually — to change the metaphor slightly — the bill will come in. And since so large a proportion of the population is now dependent, wholly or partly, on the State, the bill will be a large one, not only in financial terms but in social terms as well. We will need our very own CRS.

Eu sou empresário

Prosseguindo com as confissões, devo dizer que esta semana estive na Receita Federal – onde vi vários demônios com chicotes e muitos capetas arrastando pessoas físicas por correntes – e descobri essa desgraça: ainda sou um empresário!! Não, claro, a desgraça não é ser empresário e sim sê-lo no Brasil. (Empreendedor no Brasil? Que maldição!! Gestapo nele!!) Assinei a transferência de cotas em 2000 e o Estado acredita que sou um capitalista criminoso até hoje. Em virtude disso, cancelaram meu CPF, afinal não paguei meu imposto de renda de empresário bem sucedido, digo, bem fodido, em todos esses anos. (Renda?! Ahahahaha ohohohoho…) Incrível, a gente leva meses para conseguir abrir caminho em meio à burocracia e finalmente registrar uma empresa, depois vem um fiscal filho-da-puta – que bom, prenderam uns 40 deles esta semana – vem um fiscal com sua multa de R$30 mil (ou R$11 mil no bolso dele) e quebra nosso negócio – sim, apenas por causa duma reforma sem alvará – mandando um puta investimento pras cucuias, e nos deixando perdidos na selva burocrática da qual não se consegue sair. Pague para ser empresário, reze para deixar de sê-lo. O horror, o horror. E o Diogo e a Marina, no boteco, me contando outro dia que o irmão dela abriu uma empresa na Austrália por telefone, em meia hora. Aposto que pra sair dela basta entrar num site e clicar em delete. Cada dia que passa gosto mais do Thoreau.

Grupos econômicos + grupos políticos = não-desenvolvimento

Douglass North recebeu o Nobel de Economia em 1993. É um dos pais da Economia das Instituições, estudo obrigatório para quem quer discutir desenvolvimento a sério. Andou por aqui estes dias.

Prêmio nobel diz que mercado político no Brasil ‘não funciona’

N’O Estado: “O economista norte-americano Douglass North, prêmio Nobel de 1993, criticou o Fundo Monetário Internacional por fazer um ‘péssimo trabalho’ ao tentar impor uma receita global de desenvolvimento. ‘Seria melhor se desenvolvessem uma teoria melhor’, recomendou, referindo-se à necessidade de respeitar as diferenças culturas. North foi o palestrante da abertura do 19º Fórum da Liberdade, evento anual promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais de Porto Alegre, para discutir temas políticos e econômicos. Defensor da sociedade de acesso – uma nova ordem na qual os grupos humanos, apesar de suas diferenças, se relacionam dentro de um ambiente de respeito à propriedade e ao Estado de Direito -, North entende que não existe uma fórmula única, mas a necessidade de fazer tentativas e erros dentro de cada cultura até que os países atinjam o desenvolvimento. O economista considera que a maioria dos países ainda vive no que chama de ‘estado natural’, aquele em que os grupos de interesses econômicos apóiam grupos políticos para depois obter proteção a seus negócios. ‘Ninguém gosta de concorrência e, se gostam, é só para os outros’, afirmou. Sobre o Brasil, North disse que o mercado político não funciona bem e a economia é ineficaz. Mas o País tem potencial. ‘Gosto do povo e não tanto das instituições (brasileiras)’, disse.”

(Via De Gustibus…)

Aos Céticos

“SE NÃO FORMOS CAPAZES DE REDUZIR EM 78% ATÉ 2050 NOSSA EMISSÕES DE GASES-ESTUFA, AS CONSEQUÊNCIAS SERÃO CATASTRÓFICAS.”

A frase acima foi dita ontem por Sir Nick Stern, que está de passagem pelo Brasil. Secretário de Orçamento e Finanças do Tesouro de Sua Majestade, ex-vice-presidente sênior e Economista-Chefe do Banco Mundial, foi encarregado por Tony Blair para a produção de um review sobre a “Economia das Mudanças Climáticas”. O trabalho, aguardado com ansiedade, deve ser concluído até o final de setembro para a nova rodada de negociações do G8 no México, como desdobramento da Cúpula de Gleneagles, na Escócia, ano passado, onde esteve presente “Nosso Grande Líder”.

Sir Stern está percorrendo alguns países importantes do ponto de vista da questão climática para falar sobre seu trabalho e colher opiniões e dados. Por participar de um projeto financiado pelo DEFRA, equivalente do Ministério de Meio Ambiente na Inglaterra, pude ouvi-lo em uma de suas reuniões ontem na Embaixada Britânica, em Brasília.

A privatização da água que entrou pelo cano

O Kirchner reestatizou os serviços de água e esgoto na Grande Buenos Aires, maior concessão do gênero no mundo, retirando-os das mãos da Águas Argentinas, um consórcio internacional, cujo controle acionário pertencia à francesa Suez. As alegações são essencialmente as de descumprimento do contrato, especialmente no que se refere a investimentos, e de ameaça à saúde publica porque supostamente relatórios da agência reguladora vinham apontando altos níveis de nitrato na água servida pela empresa. A Águas Argentinas alega que já pedira, ela mesma, o rompimento do contrato, no ano passado, porque o governo não cumpria a sua parte, essencialmente pelo fato de que os preços das tarifas públicas estão congelados abaixo do Prata desde a crise de 2002.

Quantos dias eu trabalho para sustentar o Lula

Quer ficar com mais raiva ainda? De Olho no Imposto.

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Uma pergunta aos liberais

Bem, aí vai uma pergunta que meus amigos conservadores (liberais) nunca conseguiram me responder satisfatoriamente: quem paga o pato se o Estado suspender sua rede de proteção social, baixar os impostos e desburocratizar o mercado? Em quanto tempo estas medidas trarão “benefícios a todos”? Temos o direito de exigir que outros banquem nosso futuro em nosso lugar? Para não ficar numa eterna masturbação doutrinária tomemos um exemplo concreto: como ficam os moradores da Vila Coronel Cosme quando suspendermos sua bolsa-família? E não me venham com respostas do tipo “o dinheiro será aplicado em saúde e educação” porque isso não vai acontecer. E não vai porque até hoje não aconteceu, mesmo com empresas e pecuaristas enchendo a burra de dinheiro (meu deus, o bairro fica atrás da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura). Enfim, aos amigos que tanto acreditam no mercado, quantas gerações deverão pagar o preço pela nossa modernização e com quanto você vai contribuir? Ou vocês acham que um choque liberal pode ser feito sem nenhum sacrifício?

A revolução bolivariana vem aí

Só se tornou possível um Hugo Chaves na Venezuela porque a classe média local tornou-se uma coisica de nada diante da grande massa pobre. Sim, esta última – menos informada, menos esclarecida, com menos estudo – é a massa de manobra ideal na mão dum populista proto-ditador que não faz outra coisa senão desejar ser o Fidel Castro deste novo século. Tendo por tantos anos uma classe média numerosa, o Brasil parecia distante dessa situação típica de país cucaracha. (Bem, os filhos da classe média metidos a intelectuais revolucionários são um capítulo à parte.) Mas segundo um estudo da UNICAMP, entre 1980 e 2000, 10 milhões de pessoas foram rebaixadas do estado remediado para o de pobreza pura e simples. Foi a primeira vez, desde 1872, que a classe média brasileira diminuiu – e intensamente.

Com a corrupção grassando, os mensaleiros sendo absolvidos, um Duda Mendonça com habeas corpus, os impostos estacionados no mesmo patamar, o Lula no topo das pesquisas, o MST destruindo impunemente projetos de pesquisa agrícola, a escola de samba do Chavez vencendo… alguém ainda duvida das intenções dessa gente da bandeira vermelha?

[Há um texto muito bom do Ivan Martins (Isto É – Dinheiro) sobre o tema: Vai acabar a classe média?]

O que é FMI

Já que o Alex Cojorian postou um texto por aqui que praticamente iguala FMI e governo norte-americano, vale a pena voltar a esta definição de FMI citada pelo Olavo:

“Vocês sabem como os americanos definem FMI? FMI é uma entidade que se dedica a tirar dinheiro das pessoas pobres nos países ricos para dar às pessoas ricas nos países pobres.”

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