Tocando o Vazio é dessas histórias que nos fazem pensar, em todos os sentidos, sobre limites. Quais são os limites do ser humano, em termos físicos e mentais? Até onde nosso corpo é capaz de nos levar? Até que ponto a mente comanda o corpo? E, mais que isso, onde termina o ser humano? Que estranhas conexões etéricas guardamos com o mundo que nos cerca e com o universo? Como explicar uma saga de sobrevivência que desafia todas as possibilidades? Como dar conta das inexplicáveis intuições que guiam o ser humano numa jornada cara a cara com a morte? Por que certas pessoas, como Joe Simpson, insistem em viver, quando outros submetidos às mesmas situações, já teriam passado desta para melhor?
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É preciso fazer propaganda em benefício próprio. Eu traduzi “Sobre Homens e Montanhas” (em inglês “Eiger Dreams”), juntamente com Rosita Belinky e Cláudio Sussekind. Na verdade, eu e Rosita havíamos sido contratados pela Companhia das Letras como revisores técnicos, mas o Cláudio abriu mão do trabalho após alguns capítulos exatamente por causa do onipresente jargão montanhístico.
O Krakauer, mais conhecido por seu polêmico “No Ar Rarefeito”, em que relatou de forma muito criticada a tragédia de 1996 no Everest, é um jornalista, escritor e escalador de mão cheia. Seus artigos são escritos num ritmo muito divertido e conseguem, ao mesmo tempo, ser engraçados e captar com profundidade o lado humano e as motivações por trás da escalada.
E não é que o Ronaldinho Gaúcho – sabe, aquele cara que conseguiu a proeza de me deixar com vontade de voltar a jogar futebol – agora tem seu próprio blog? (Veja aqui.) E isso em pleno ano de Copa do Mundo!
Vale dizer que aquela “vaquinha para comprar o Ronaldinho” não era senão a minha forma enviesada de prestar homenagens a esse cara que desperta a criança adoradora de bolas que há dentro de nós.
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P.S. 24/03:
ATENÇÃO “CRIANÇA CRIANÇA” OU “CRIANÇA ADULTA”: ESTE BLOG NÃO É O BLOG DO RONALDINHO. EU APENAS COMENTEI SOBRE O DITO CUJO AÍ ACIMA. SIGA O LINK CITADO E DEIXE SEU COMENTÁRIO LÁ, CASO CONTRÁRIO ELE NEM SE DARÁ CONTA DA SUA EXISTÊNCIA. ANALFABETO FUNCIONAL É AQUELE QUE ACHA QUE SABE LER MAS NÃO SABE, CONFUNDE TUDINHO TUDINHO O TEMPO TODO. FIQUE LIGADO, SENÃO, QUANDO CRESCER, VOCÊ JAMAIS CONSIGUIRÁ JOGAR BEM COMO ELE OU ESCREVER TÃO BEM QUANTO EU. FUI!!!!
Hospedaria da Estação, Puente del Inca, Argentina
Descer do sofrimento de uma grande montanha como o Aconcágua imprime enorme valor às pequenas coisas que cruzam nosso caminho. Em Puente del Inca, primeiro resquício de civilização após a descida do campo-base da maior montanha das Américas, a antiga estação ferroviária transformou-se em um refúgio de montanhistas desesperados por comida de verdade, banho, uma cama limpa e ouvidos dispostos a acolher suas angústias, alegrias e sofrimentos. A pequena família que nos recebe ali sabe fazer isso melhor do que ninguém, após tantos anos acompanhando subidas e descidas, sucessos e fracassos, tragédias. Gente do mundo inteiro se reúne ali sob o espírito comum de camaradagem, curiosidade mútua, avidez pelo diferente e pelo novo.
Ontem, num boteco de Goiânia, reencontrei o François D’Herbolez, francês de Toulouse, marido de uma amiga, a Gel. Ele é professor de tênis na França – está se transferindo pro nosso centro oeste – e me disse que seus alunos adoraram uma idéia que tive da última vez que nos encontramos: fazer uma vaquinha pra comprar o Ronaldinho Gaúcho. Segundo ele, os alunos já queriam contribuir com seus euros. (Poxa, se eu soubesse teria lhe dado o número da minha conta.) A justificativa eu dei tempos atrás: ter o passe do Ronaldinho seria ótimo, poderíamos tê-lo conosco para ensinar a nós, pernas de pau, a jogar nos finais de semana. Jogaríamos altas peladas. Com ele também poderíamos conhecer garotas (altas e peladas), entrar em festas, restaurantes, tocar um sambinha nas feijoadas, vê-lo pagar a conta do boteco e assim por diante. Durante a semana, ele poderia ser o motorista da nossa (dele) Ferrari e nos levar por aí. Acho que seria um serviço bastante leve. Claro, teríamos de fazer um rodízio, afinal, o número de sócios seria grande. Quanto será necessário para adquirir tal passe? Quem quiser contribuir, clique aí no link do meu PayPal, no site principal. Aceito cartões de crédito. E, caso sobre alguma bufunfa, um troco, talvez a gente também possa dar de entrada para comprar o Roberto Carlos, que parece ser um sujeito bom de papo.
Quando criança, eu adorava o seriado Kung Fu, com David Carradine, que revi prazeirosamente no Equador, em 1989, durante o programa de intercâmbio estudantil. Eu ainda não sabia que o filme fora um projeto pessoal do Bruce Lee – outro herói da minha infância – o qual, a princípio, estava presente no casting como intérprete do protagonista. (E, se soubesse da troca, em nada seria afetado meu interesse.) Mas os produtores norte-americanos erraram feio ao concluir que um ator chinês não criaria identificação junto ao público ocidental. Logo, descartaram a proposta e Bruce Lee morreu antes de ver realizado o seu sonho.
Outro que curte filmes de Kung Fu é o poeta Bruno Tolentino. “São as minhas novelas”, me disse ele, referindo-se à escritora Hilda Hilst, que costumava assistir telenovelas como forma de “relaxamento”. Na Casa do Sol, em 1999, eu o convenci a assistir “Matrix”, na Direct TV. Assistimos juntos. E ele aprovou as coreografias e a estória. (Refiro-me apenas ao primeiro filme.) Disse ele: “Esse filme certamente faria o Olavo (de Carvalho) escrever umas boas páginas…”
Segundo Li Hongzhi, líder da Falun Dafa, muitos pretensos mestres e professores de Kung Fu são desafiados à noite, enquanto dormem, por verdadeiros mestres já falecidos. Lutam no astral em ambientes tão virtuais e de força de gravidade tão baixa quanto os do filme Matrix. E esses egocêntricos lutadores, após apanhar a noite inteira, despertam na manhã seguinte com os ossos moídos, os músculos doloridos, a memória do sonho embaralhada. Já fizeram algum filme com este argumento? Duvido.
Segundo o jornal argentino Clarín – e de acordo com nossos próprios olhos – “La Selección vivió una pesadilla contra Brasil”. E ainda: “Vaya novedad: Brasil era de temer. (…) sólo hubo que esperar el pitazo final para que Brasil se coronara merecidamente. ¿Argentina? Tuvo una mala despedida y terminó impotente, sin saber qué hacer ante la tremenda superioridad del rival.”
Realmente, sou amador com charutos. Acendi um Partagas – que ganhei do meu amigo Pedro Novaes – e, à beira da piscina, enquanto a limpava com a peneira, fui imaginando a formação de um clube anti-atlético que se dirigiria, todos os fins de tarde, para um desses parques em que as pessoas praticam jogging. Com nossos charutos entre os lábios, caminharíamos todos juntos, emitindo, aqui e ali, pequenos comentários ingleses sobre a paisagem e o inútil de praticar esportes. Fui me empolgando com essa imaginação, acelerando a peneira, a rir comigo mesmo, o charuto na boca, até que… rapaz, me deu uma leseira. Tive de deitar ali mesmo e refazer todos esses projetos. Cazzo!
E no Chile, uma tenista transexual anuncia o fim dos tempos. Afirma que um chip subcutâneo – a “marca da besta” – será imposto a todos os cidadãos do futuro governo mundial (o Anticristo), o qual será governado pelo presidente da União Européia. Diz ainda que o próximo Papa será um negro, o Cardeal da Nigéria Francis Arinze, que apoiará o Anticristo. E, por fim, Cristo retornará em 2012. É mole? Leia mais, aqui.
Conheci diversos mestres de capoeira já idosos, inclusive alguns discípulos do mestre Bimba. Mas a única capoeirista idosa que conheço é minha avó, baiana de Maraú, de 83 anos de idade. Meu tio-avô Miguel, dois anos mais velho, me disse que não era páreo para ela.