blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Fazendo Sala

Vi esta beleza de notícia sobre um tipo inusitado de serviços que o Ronaldo Roque me enviou, e lembrei de uma outra empresa prestadora de serviços que há tempos eu venho querendo montar. É lucro certo. Pena que um de nossos principais sócios e prestadores de serviços em potencial – o Chris, que Alá cuide dele – tenha batido as botas. Mas o Daniel Christino e o Yuri são os outros e estão bem vivinhos, graças a Deus.

É o seguinte: se o senhor ou a senhora precisa receber aquela tia chata, um amigo pentelho, o patrão que dá sono ou se simplesmente deseja tornar mais animada aquela festinha, o jogo de bridge do Clube de Senhoras, o chá das cinco ou um gathering social no Country Club, SEUS PROBLEMAS ACABARAM!

Temos especialistas em “fazer sala”. Eles nunca têm sono, sempre tiram da manga um assunto genial ao gosto dos convidados e tornam qualquer ambiente super descontraído e agradável. E, melhor, tudo isso sem recorrer a jogos de salão. Mais barato e melhor que um karaokê e dispensa a necessidade de se embebedar para aguentar seus convidados. Eles os aguentam em seu lugar e você ainda leva a fama de ser um excelente anfitrião.

Tivemos essa idéia quando, certa vez, eu trabalhava, muito atarefado e superimportante, em um evento e, ademais, fora encarregado de ciceronear um casal de figurões que passariam por lá. Sem pestanejar, o Daniel e o Chris se ofereceram para me ajudar, acompanhando-nos para jantar e fazendo a necessária sala para nossos convidados.

Eu estava todo nervoso e preocupado, mas não houve tempo ruim. Os visitantes ficaram encantados com meus amigos. “Eles são muito simpáticos”, dizia ele levemente embriagado a caminho do hotel. “Seus amigos são ótimos!”, ela falava uma oitava acima do normal, “São todos cineastas e filósofos. Adorei tudo! Muito obrigada”. Eu, comigo mesmo, agradecia a meus amigos e confirmava o fato de que realmente sou uma fraude, levando a fama por coisas que não fiz.

É uma benção ter amigos assim. Se eu estivesse sozinho com eles o mais provável seria que, após a troca de triviais frases soltas, do tipo “A cidade aqui é muito agradável” e “Será que vai chover”, baixasse um silencião constrangedor sobre a mesa: “Vamos nos servir…” Longa pausa. “Obrigado por nos receber, em?” Longa pausa. “Você trabalha com o que mesmo, em?” E logo eu seria incapaz de conter meu primeiro bocejo e, muito cedo e sem graça, os levaria para o hotel.

Nesse dia, o Yuri não estava, mas se estivesse com certeza teríamos ficado ainda até mais tarde. Cinco da manhã talvez.

Por isso, se precisar, não hesite. Mande um email através do contato do blog aí acima e contrate meus amigos. Eles irão com prazer a seu evento.

O Garganta de Fogo em erupção

Eu certamente já esclareci isto em algum post, mas, se ainda não o fiz, faço-o agora: este blog deve seu nome ao vulcão equatoriano Tungurahua (do quechua Garganta de fogo), de 5060 metros, que a duras penas escalei anos atrás, antes que reiniciasse a série de erupções em que se meteu a partir de 1999. (Veja as fotos no meu perfil.) A foto abaixo foi eleita a foto do dia pela Folha de São Paulo. (Isso é o que eu chamo de propaganda subliminar…) Que Deus olhe pelo povo de Baños e de Ambato, Província de Tungurahua, e pela família Naranjo, minha família de intercâmbio, que vive próxima ao vulcão Cotopaxi (5890m), alguns quilômetros mais ao norte, que também escalei, e que ainda é ativo. Viver à base dum vulcão é como viver coletivamente sob a espada de Dâmocles.

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“Permaneço um racionalista”

Seria psicanalítico demais, depois de postar o texto do Graciliano, citar o José Guilherme Merquior? Acho que não. Ter consciência da crítica do Graça – é… sou íntimo dos meus heróis – aos “intelectuais de miolo mole” faz da minha citação algo mais do que um ato falho freudiano (falho exatamente quando inconsciente). Faz dela justamente uma filiação, apesar do Merquior nada ter a ver com meus devaneios de “sumo pontífice em brochura”. Ser amigo dos mortos tem esta vantagem. Além disso, ela diz muito sobre minha posição intelectual e pessoal a respeito do meu último debate travado no blog.

Doa a quem doer, permaneço um racionalista – embora firmemente convencido de que o único racionalismo consequente é o que se propõe, não a violentar o mundo em nome de seus esquemas, mas a apreender em seus conceitos, sem nunca render-se ao ininteligível, sem jamais declarar o inefável, a essência de toda realidade, ainda a mais esquiva, mais obscura e mais contraditória. Somente as almas cândidas, os cegos voluntários e os contempladores do próprio umbigo não percebem e não aprovam a virilidade desta Razão; mas ela é apenas a própria e íntima razão de todo verdadeiro conhecimento humano.

Linhas Tortas

Quando comecei a escrever para o blog corri à livraria mais próxima e comprei o livro. Quem dera eu tivesse 10% da capacidade do Graciliano para a ironia fina! Desisti muito cedo de ser escritor, em alguma medida por conta do texto que segue. Foi uma porrada bem dada no meu ego.

O literato em esboço é um sujeito que tem sempre no cérebro um pactolo de idéia e que ordinariamente não tem na algibeira um vintém.

É poeta na acepção vulgar da palavra – é desocupado. Anda com a cabeça no ar, como convém a um indivíduo que faz versos. Através da fumaça branca de seu cigarro percebe vagamente alguma coisa muito brilhante e muito grande a acenar-lhe. É afoito, ri muito, gesticula em excesso, fala alto, principalmente a respeito de sua pessoa.

O polêmico aquecimento global

Rolou, no correr da semana passada, uma discussão interna entre os colaboradores deste blog, via email, a respeito do aquecimento global. Na verdade, participei mais enquanto observador – não tenho acompanhado esse tema com a devida atenção -, mas meus colegas de nome bíblico (Pedro, Paulo e Daniel) andaram medindo os bigodes. Paulo e Pedro já trabalharam nessa área por anos, tendo o Paulo sido superintendente do Parque Ecológico de Goiânia e o Pedro, geógrafo e consultor na área, além de cineasta, com documentários tratando do assunto circulando por aí. Ah, vale dizer que ele também traz os genes do pai, o jornalista Washington Novaes, com anos e anos de dedicação ao debate ambiental. Já o Daniel é mais como o autor deste post, imagino: assim como eu fui um militante da Fundación Natura, no Equador, foi ele membro de um grupo de militância ambiental anos atrás. Enfim, na referida discussão, meu único comentário foi: vcs deviam ter escrito isso tudo no blog. Já que ainda não vejo sinais do debate por aqui, aproveito para dar a deixa ao sugerir a leitura do post do Pedro Sette Câmara, Václav Klaus sobre o aquecimento global, no blog O Indivíduo.

Sobre ciência e religião III

Eu deveria gerenciar os temas vinculados à discussão em seus respectivos posts originais e não pentelhar a área principal do blog com comentários sobre comentários dos comentários. Mas fiquei com pregüiça e resolvi colocar tudo num último post – que é último apenas porque não vou mais postar sobre isso, não porque resolvi a questão. Deveria também continuar o post anterior (o nº 2), mas como houve desdobramentos bastante interessantes, optei por comentá-los. Vamos lá.

O Troll nosso de cada dia

O Pedro Novaes publicou esta semana a mensagem que recebemos de um dos nossos Trolls. Eu havia deletado o comentário do figura e ele então o reenviou via formulário de contato. Quem tem blog sabe o que é um Troll: um troglodita ignorante que vem berrar e nos xingar em nossa própria casa (home), acreditando que, por sermos defensores da democracia, isto será aceito de bom grado. O Rafael Arcanjo publicou um ótimo texto sobre o tema. (Tal como ele, eu também já detectei, pelo IP, comentários fakes em que o Troll faz um novo comentário, sob diferente identidade, apenas para apoiar um seu comentário anterior. Ahahaha. Esses caras são muito otários.)

Leitor Nelvoso

“Guspir” soa estranho. De resto, a despeito dos erros de português, “matutos alienados” achei elogioso. Dá nome de banda.

voces e esse site sao pateticos. Voce ssao americanos para estarem defendendo quem gospe em suas caras e na cara dos filhos de voces??
sei.. voces só sao caboclos querendo ser americanos. Publiquem ago decente nessa pocilga de voces.. Terroristas!… voces sao piores..
matutos alienados. voces nao entendem nada sobre terrorismo..

Elis

Hoje, em 1982, eu estava na praia em Guarapari, no Espírito Santo, quando minha irmã me disse que a cantora de que meu pai gostava havia morrido. Coisas que guardamos na memória…

Melhores do Ano IV

MELHOR FRASE DO ANO

Ainda no balanço de 2006, me lembrei da melhor frase que ouvi em 2006:

“Ou sai do chão ou sai no jornal.”

Do nosso piloto, Marcelo, na cabeceira da pista da Aldeia Panará, no Pará, ao ser perguntado se o monomotor decolaria com tanto peso numa pista tão curta e com um barranco de uns 20 metros seguido pela densa floresta na ponta oposta. Como depreenderão as mentes mais argutas, decolamos.

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