Está engraçado acompanhar a repercussão, entre os macmaníacos, do fato de agora ser possível rodar, sem a necessidade dum emulador, o Windows num Macintosh. (Sim, graças aos chips da Intel adotados recentemente pela Apple.) Este artigo – Win on Mac: A Sign Of the Apocalypse? – resume muito bem a nova situação. Segundo o autor, Steven Levy, usar um Mac com sistema Windows é como tomar Pepsi numa garrafa de Coca-Cola.
Prosseguindo com as confissões, devo dizer que esta semana estive na Receita Federal – onde vi vários demônios com chicotes e muitos capetas arrastando pessoas físicas por correntes – e descobri essa desgraça: ainda sou um empresário!! Não, claro, a desgraça não é ser empresário e sim sê-lo no Brasil. (Empreendedor no Brasil? Que maldição!! Gestapo nele!!) Assinei a transferência de cotas em 2000 e o Estado acredita que sou um capitalista criminoso até hoje. Em virtude disso, cancelaram meu CPF, afinal não paguei meu imposto de renda de empresário bem sucedido, digo, bem fodido, em todos esses anos. (Renda?! Ahahahaha ohohohoho…) Incrível, a gente leva meses para conseguir abrir caminho em meio à burocracia e finalmente registrar uma empresa, depois vem um fiscal filho-da-puta – que bom, prenderam uns 40 deles esta semana – vem um fiscal com sua multa de R$30 mil (ou R$11 mil no bolso dele) e quebra nosso negócio – sim, apenas por causa duma reforma sem alvará – mandando um puta investimento pras cucuias, e nos deixando perdidos na selva burocrática da qual não se consegue sair. Pague para ser empresário, reze para deixar de sê-lo. O horror, o horror. E o Diogo e a Marina, no boteco, me contando outro dia que o irmão dela abriu uma empresa na Austrália por telefone, em meia hora. Aposto que pra sair dela basta entrar num site e clicar em delete. Cada dia que passa gosto mais do Thoreau.
Este post é apenas para desejar uma feliz aterrissagem ao astronauta brasileiro Marcos Pontes, afinal, todos sabemos que o maior perigo das escaladas está na descida e que, enfim, pousar nas estepes do Cazaquistão não é algo tão suave quanto cair no oceano. Que o diga esse astronauta indiano…
Detalhe da grade do portão da antiga Estação Ferroviária de Goiânia, construída em estilo art déco. Foi inaugurada em 1954.
Conforme a Rosa já escreveu aqui, lá na Nova Zelândia os caras têm tanta certeza de que a gripe aviária chegará detonando que o Ministro da Saúde até já enviou uma carta para cada um dos cidadãos descrevendo suas providências não para se a gripe chegar, mas para quando chegar.
E, segundo o L’Express,
Egypte, Cambodge, Ecosse, Allemagne, Vietnam, Burkina Faso: pas un jour ne passe sans une nouvelle alerte au H5N1
En France, le CPE a occulté les nouvelles annonces relatives à la progression du H5N1 en Asie, en Afrique et en Europe – un répit bienvenu pour la filière avicole, qui a vu ses ventes remonter. Il n’empêche: le virus progresse plus vite que jamais.
(…)
L’Organisation mondiale de la santé (OMS) évalue à sept millions le nombre de personnes qui pourraient mourir si le virus H5N1 de la grippe aviaire mutait en une forme facilement transmissible entre humains, déclenchant ainsi une pandémie.
_____Em português:
[Egito, Camboja, Escócia, Alemanha, Vietnã, Burkina Faso: não passa um dia sequer sem um anúncio de H5N1
Na França, o CPE (Contrato do Primeiro Emprego) tem ocultado os novos anúncios relativos à progressão do H5N1 na Ásia, na África e na Europa – uma trégua bem-vinda para o setor avícola, que tem visto suas vendas reerguerem-se. Isto não é um obstáculo: a progressão do vírus está mais acelerada do que nunca.
(…)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia em sete milhôes o número de pessoas que podem morrer se o vírus H5N1 da gripe aviária mutar-se numa forma facilmente transmissível entre humanos, desencadeando assim uma pandemia.]
Mas tudo isto é bobagem e não me assustou nem um pouquinho. O que me deixou em pânico foi o Lula sair por aí dizendo que a gripe aviária não chegará ao Brasil, afinal, todo mundo sabe que as palavras dele significam exatamente o contrário do que pretendem significar. Que meda!
É tão fácil criar um domínio internacional que os caras fazem isso até para uma simples sacanagem de 1º de Abril. O WordPress anunciou a fusão do seu CMS com o Textpattern – o que teria criado o WordPattern – e quase dois mil neguinhos fizeram o download do falso script. Ô tchurminha desligada…
- Afterglow
- Martini Hour
- Morning Tea
- Queramello
- Slush
- Time and Space
[audio:http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Afterglow_vbr.mp3,http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Martini_Hour_vbr.mp3,http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Morning_Tea_vbr.mp3,http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Queramello_vbr.mp3,http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Slush_vbr.mp3,http://www.archive.org/download/JosephMurrayTheStarlightSuiteEP/Time_and_Space_vbr.mp3]
Estilo: Downtempo, Nu Jazz, Lounge.
Autor: Joseph Murray
Quem insiste em compreender este país por meio da razão corre mesmo severo risco de parar no hospício. Só mesmo o surrealismo e o realismo fantástico dão conta das situações buñuelianas bizarras que teimam em desafiar a racionalidade, o senso comum e a razoabilidade todos os dias aqui nestes trópicos. Pois não é que o MV Bill foi lançar o livro dele no where less que na Daslu!? É muita vontade de perder a moral, falta de senso do ridículo e abstração do risco.
Depois de chocar o país com a crueza do documentário “Falcão – Os Meninos do Tráfico”, produzido através da Central Única das Favelas, ONG que comanda, o rapper parece ter perdido definitivamente qualquer noção da realidade e foi compartilhar canapés com Eliana Tranchesi – a das gravatas de grife importadas através de paraísos fiscais a um dólar cada e vendidas aqui a sei lá quantas centenas de reais. Aquela que curtiu uns dias no xadrez depois da devassa da Polícia Federal.
Apesar da posição do Daniel em relação ao Estado ser-me mais simpática (sou uma constitucionalista, então…), não pude deixar de apreciar mino tão adorável!
O autor é um típico kiwi (neozelandês) quarentão – e enxuto! (Rosa ri de novo e morde o lábio inferior) -, que apoiou a transição econômica da Nova Zelândia, iniciada nos anos 1970, com suas inúmeras alterações (leia-se cortes profundos e privatizações) no Estado; mas, concomitantemente, guarda profundo orgulho do “welfare state” modelo que ainda se cultiva por estas paragens.
O post do Rodrigo me lembrou imediatamente uma cena de “O Brother, Where Art Thou?(2000)“, dos ótimos Irmãos Cohen! Misturando o Mississipi da Grande Depressão com a Odisséia, o roteiro faz uma salada deliciosa que agrada até àqueles que detestam quando o protagonista começa a cantar sua fala (não é o caso do nosso vitaminado eDitador! “Cantando na Chuva“, Yuri? Que surpresa, heim?!) …
A cena, que tem tudo a ver com o chinês da vez, acontece quando os protagonistas encontram um músico negro parado numa encruzilhada… Brilhante! Vai ver foi a mesma coisa que pensou o nosso oriental! E quem foi mesmo que disse que a vida imita a arte?