O Garganta de Fogo

blog do escritor yuri vieira e convidados...

A camisinha e a Igreja Católica

Pois é. O Governo Federal resolveu distribuir camisinhas nas escolas e os mais apressadinhos aproveitaram a grita geral dos conservadores (moralmente falando) para atacar a Igreja Católica por ainda ser contra a camisinha. Ela tem seus motivos, imagino. O melhor deles, entretanto, está neste vídeo do Monty Phython. Veja se não é uma contribuição bastante seminal para o debate.

DAD:
There are Jews in the world.
There are Buddhists.
There are Hindus and Mormons, and then
There are those that follow Mohammed, but
I’ve never been one of them.

I’m a Roman Catholic,
And have been since before I was born,
And the one thing they say about Catholics is:
They’ll take you as soon as you’re warm.

You don’t have to be a six-footer.
You don’t have to have a great brain.
You don’t have to have any clothes on. You’re
A Catholic the moment Dad came,

Because

Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

CHILDREN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

GIRL:
Let the heathen spill theirs
On the dusty ground.
God shall make them pay for
Each sperm that can’t be found.

CHILDREN:
Every sperm is wanted.
Every sperm is good.
Every sperm is needed
In your neighbourhood.

MUM:
Hindu, Taoist, Mormon,
Spill theirs just anywhere,
But God loves those who treat their
Semen with more care.

MEN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
WOMEN:
If a sperm is wasted,…
CHILDREN:
…God get quite irate.

PRIEST:
Every sperm is sacred.
BRIDE and GROOM:
Every sperm is good.
NANNIES:
Every sperm is needed…
CARDINALS:
…In your neighbourhood!

CHILDREN:
Every sperm is useful.
Every sperm is fine.
FUNERAL CORTEGE:
God needs everybody’s.
MOURNER #1:
Mine!
MOURNER #2:
And mine!
CORPSE:
And mine!

NUN:
Let the Pagan spill theirs
O’er mountain, hill, and plain.
HOLY STATUES:
God shall strike them down for
Each sperm that’s spilt in vain.

EVERYONE:
Every sperm is sacred.
Every sperm is good.
Every sperm is needed
In your neighbourhood.

Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite iraaaaaate!

Palavra proibida

Uma certa treta interna devida a uma “b-word”, me lembrou do caso ocorrido este mês, nos EUA, referente a uma “n-word”: a turma do South Park andou sacaneando com o termo nigger. Num programa de TV a là Sílvio Santos, o pai do Stan, para vencer o jogo, acaba dizendo em rede nacional a famigerada palavra tabu. Daí em diante, ele passa a sofrer um enorme preconceito por parte de toda a sociedade, sendo tratado tal qual, em filmes do tipo Mississipi em Chamas, vemos os negros sendo tratados: “ih, lá vem o nigger guy…”

Consolo federal

Via Olavo:

(…) a coerência petista na busca da democracia sexual é ainda mais profunda do que eu poderia ter imaginado.

Se você duvida, faça o seguinte experimento. Dá um pouco de trabalho mas é tremendamente elucidativo. Primeiro, vá ao seu computador e abra a página oficial da Presidência da República. Chegando la, clique no link “Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres”. Vai dar nesta página. Agora clique em “Links”, depois em “Governo Federal e Mulheres”, aí em “Mulheres” e por fim em “Grupo Transas do Corpo”. Pronto: você chegou ao site da loja de produtos eróticos Erosmania. Não tema: o estabelecimento deve ser confiável, já que o link vale como recomendação oficial. O produto em destaque na página chama-se “Anal Slim Jim”. É – quem diria? — um pênis de borracha cor-de-rosa, com vibrador, de uns quinze centímetros de comprimento por dois e meio de largura. Não sei se a esta altura o emprego de instrumento tão útil já se disseminou entre os altos escalões da República, mas imagino que o sr. Presidente da República e seus ministros não seriam levianos ao ponto de pregar uma coisa e fazer outra. Não digo que o empreguem necessariamente em si próprios – isso é uma questão de preferência pessoal na qual não desejo interferir –, mas sempre haverá em torno pessoas amigas interessadas em beneficiar-se da oportunidade democraticamente oferecida a todos, ou todas, pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Em caso de dificuldade no manejo do equipamento, a loja sugere o apelo ao lubrificante “Lubrigel Intimus”. Para maior esclarecimento, os visitantes da página poderão também adquirir ali filmes educativos como “O Estuprador de Coroas” e alguns de interesse médico, como “A Síndrome do Furor Uterino”. (…)

A Resistência do Vinil

E por falar no making of da Mostra Curtas, quero tocar rapidamente no nome do nosso amigo Eduardo Castro, autor das imagens do dito cujo e diretor do divertidíssimo documentário A Resistência do Vinil. Foi ótimo dirigir o Eduardo. Tudo o que eu tinha a fazer era interromper a conversa que ele estava tendo com alguém, em geral comigo mesmo, e lhe pedir para gravar. O resto era praticamente automático. Daí o apelido “piloto automático” e tal. 🙂 Aliás, logo logo o cara vai arrebentar com um documentário bomba que está montando – com dez anos de imagens e entrevistas gravadas (em VHS, miniDV e HDV) – sobre a Guerrilha do Araguaia.

Segue abaixo A Resistência do Vinil, em duas partes de 10 minutos cada. (Tem um bobo lá dizendo que o capitalismo é culpado pelo “fim” do vinil. O problema é que ele adquire seus discos velhos em lojas/sebos, isto é, no mercado. Cada um…)

Segunda parte:

Ah! Os domingos!

Do salão de festas do meu prédio, junto com o cheiro de carne torrada, nesta tórrida hora de domingo, sobem também os singelos acordes e versos de uma canção:

“Larga do meu pé!
Larga do meu pé!
Hoje eu vou encher a cara
E vou prum cabaré!”

Goiânia Mostra Curtas – making of

Eis o making of, que dirigi, da 6a. Goiânia Mostra Curtas, mais conhecido entre nós como “Onde está o Paulo Paiva?”, hehehe.

Vale lembrar que a cena onde Paulo César Peréio aparece com o dedo em riste foi excluída por motivos bastante claros – bastante claros para quem viu em que trecho tal cena aparecia…

Gosto muito da entrevista com o Juliano Moraes, durante os créditos finais. 🙂

Mais detalhes, logo abaixo do vídeo.

Making of da sexta edição da Goiânia Mostra Curtas – que inclui a 5.a Mostrinha (infantil) e a Mostra Cinema nos Bairros (exibições ao ar livre) – ocorrida entre 10 e 15 de Outubro de 2006, sob coordenação de Maria Abdala (ICUMAM). O tema da mostra foi o cinema experimental, tendo contado com as presenças de Edgar Navarro, Joel Pizzini, Jomard Muniz de Britto, Christian Saghaard e José Eduardo Belmonte. Estes dois últimos, juntamente com o compositor André Abujamra, foram os responsáveis pelas oficinas de Cinema Experimental, Direção Cinematográfica e Música para cinema, respectivamente. Dos 590 curtas-metragens inscritos, 127 foram selecionados e distribuídos em 5 mostras competitivas. Além destes, foram exibidos 19 filmes convidados dentro da mostra Cinema Experimental. A direção do making of e as entrevistas são de Yuri Vieira, com imagens de Eduardo Castro, produção de Paulo Paiva e Cássia Queiroz, e edição de Aline Nóbrega, pela Cora Filmes. A produção executiva é de Pedro Novaes.

Fazendo Sala

Vi esta beleza de notícia sobre um tipo inusitado de serviços que o Ronaldo Roque me enviou, e lembrei de uma outra empresa prestadora de serviços que há tempos eu venho querendo montar. É lucro certo. Pena que um de nossos principais sócios e prestadores de serviços em potencial – o Chris, que Alá cuide dele – tenha batido as botas. Mas o Daniel Christino e o Yuri são os outros e estão bem vivinhos, graças a Deus.

É o seguinte: se o senhor ou a senhora precisa receber aquela tia chata, um amigo pentelho, o patrão que dá sono ou se simplesmente deseja tornar mais animada aquela festinha, o jogo de bridge do Clube de Senhoras, o chá das cinco ou um gathering social no Country Club, SEUS PROBLEMAS ACABARAM!

Temos especialistas em “fazer sala”. Eles nunca têm sono, sempre tiram da manga um assunto genial ao gosto dos convidados e tornam qualquer ambiente super descontraído e agradável. E, melhor, tudo isso sem recorrer a jogos de salão. Mais barato e melhor que um karaokê e dispensa a necessidade de se embebedar para aguentar seus convidados. Eles os aguentam em seu lugar e você ainda leva a fama de ser um excelente anfitrião.

Tivemos essa idéia quando, certa vez, eu trabalhava, muito atarefado e superimportante, em um evento e, ademais, fora encarregado de ciceronear um casal de figurões que passariam por lá. Sem pestanejar, o Daniel e o Chris se ofereceram para me ajudar, acompanhando-nos para jantar e fazendo a necessária sala para nossos convidados.

Eu estava todo nervoso e preocupado, mas não houve tempo ruim. Os visitantes ficaram encantados com meus amigos. “Eles são muito simpáticos”, dizia ele levemente embriagado a caminho do hotel. “Seus amigos são ótimos!”, ela falava uma oitava acima do normal, “São todos cineastas e filósofos. Adorei tudo! Muito obrigada”. Eu, comigo mesmo, agradecia a meus amigos e confirmava o fato de que realmente sou uma fraude, levando a fama por coisas que não fiz.

É uma benção ter amigos assim. Se eu estivesse sozinho com eles o mais provável seria que, após a troca de triviais frases soltas, do tipo “A cidade aqui é muito agradável” e “Será que vai chover”, baixasse um silencião constrangedor sobre a mesa: “Vamos nos servir…” Longa pausa. “Obrigado por nos receber, em?” Longa pausa. “Você trabalha com o que mesmo, em?” E logo eu seria incapaz de conter meu primeiro bocejo e, muito cedo e sem graça, os levaria para o hotel.

Nesse dia, o Yuri não estava, mas se estivesse com certeza teríamos ficado ainda até mais tarde. Cinco da manhã talvez.

Por isso, se precisar, não hesite. Mande um email através do contato do blog aí acima e contrate meus amigos. Eles irão com prazer a seu evento.

Sentando no próprio rabo

Eu não vi o filme do Al Gore e nem quero ver, mas não me confundam com o Paulo Paiva que não acredita no papel humano nas mudanças climáticas, etc. e tal. Acho os ecologistas em geral chatos e chorões, além de herdeiros da tradição política da esquerda, que acha que são as idéias quem define as pessoas e que quem não está do nosso lado está contra nós. Fodam-se.

Mas eu também acho um pé no saco esse escárnio de quem não leu, não viu e não sabe do que se trata e fica com risadinhas, como se falar no efeito das ações humanas sobre o meio ambiente e nas relações entre economia e ecologia ainda fosse realmente coisa de hippie. Tá certo. Então o Nick Stern, o Amartya Sen, o José Eli da Veiga e Miriam Leitão são companheiros em armas de guerrilha e ficam fumando maconha e viajando nessas coisas, né?

Aí eu tava escrevedo outro dia um post sobre a relação entre ciência e política, tendo como base o aquecimento global, pra brigar com o Paulo e depois me deu uma preguiça danada e ele está aqui meio parado, porque eu entrei numa de citações e comecei a estudar e achei tudo isso muito ridículo.

Aí eu vejo um texto como esse no Mídia sem Máscara e me lembro de um texto do Alexandre Soares Silva (não sei cadê, mas procura aí que cê acha nos posts antigos) em que ele dizia que sempre que ouvia alguém falar que não era nem de esquerda, nem de direita, dava um nervoso e ele ficava olhando pros pés da pessoa com medo de que ela fosse começar a sambar.

O Paulo já tinha me falado dessa bobagem da casa do Al Gore ter um consumo imenso de energia e de se configurar em uma hipocrisia muito grande ele viver assim e vir falar do aquecimento global. Eu dei uma risadinha e perguntei se ia chover porque não estava fim de falar dessas coisas. O argumento do texto é bem bobinho. Levado ao limite, ele significa que nenhum de nós, exceto talvez um asceta nas montanhas tibetanas, pode fazer crítica a coisa alguma, porque afinal nosso telhado é sempre de vidro, ou não? Aliás, não há nada que distingua mais a tal da modernidade do que esta separação entre discurso e prática, ou não? Todos os dias, inúmeras vezes, a maioria delas sem que nos demos conta, pregamos coisas que não praticamos ou fazemos coisas que vão contra valores que nós mesmos defendemos.

Eu mesmo, e não apenas o Al Gore, temos modos de vida profundamente insustentáveis em termos ambientais, começando por coisas básicas: entre outras coisas, não separo o lixo do meu lar e trabalho a maior parte do dia em uma ilha de edição com ar condicionado a 19°C gastando preciosos kilowatts de energia produzidos no Brasil num mix que inclui termelétricas a gás, gerando gases estufa, hidrelétricas, alterando radicalmente grandes ecossistemas e emitindo gases estufa, e nuclear, ao risco que brincar com a radioatividade impõe. São apenas singelos exemplos.

Tudo bem. É evidente que o seu Al Gore tem mais responsabilidade que nós pela posição que ocupa e blábláblá. Mas realmente o que me surpreenderia seria ele ter uma casa parecida com um cupinzeiro, construída de adobe, usando técnicas de permacultura, com condicionamento de ar natural, usando técnicas herdadas dos povos pré-colombianos em suas pirâmides, aquecida por células de hidrogênio no inverno e movida a energia solar.

No limite, segundo o raciocínio de Eduardo Ferreyra, ninguém pode falar nada. Sentamos no próprio rabo o tempo todo. Criticazinha besta. Me dá raiva até de ler e gastar minha manhã de sábado escrevendo isso, quando tenho outro post mais engraçado e menos sérião pra fazer. Devo ser tão chatinho quanto esse Eduardo Ferreyra que nem sei quem é.

O Mídia Sem Máscara costuma publicar textos bem melhores.

Saco.

Fatos e Política

A Factcheck.org é uma organização independente, sem fins lucrativos e sem vínculo com partidos ou empresas, cujo objetivo é reduzir o nível de “confusão e decepção” na política americana, através da checagem da acurácia factual de afirmações públicas feitas por atores políticos importantes em discursos, declarações, peças publicitárias, na mídia, etc.

Um dos fundadores é a professora Kathleen Jamieson, da Annenberg School for Communication, na Universidade da Pensilvânia, uma das mais conhecidas pesquisadoras da relação entre comunicação e política, com diversos livros publicados na área, como “Everything You Think You Know About Politics…and Why You’re Wrong (Basic Books, 2000)” e “Spiral of Cynicism: Press and Public Good (Oxford, 1997).

Dando um pulo no site da Factcheck podem ser lidas esta semana, por exemplo, a análise e críticas a anúncios televisivos veiculados pela MoveOn.org, uma das maiores ONGs de ação política do mundo de filiação esquerdista. Entre os últimos tópicos está também a checagem factual do discurso de Bush sobre o Iraque em janeiro.

Faria bem à nossa democracia capenga uma instituição semelhante, sobretudo diante da negativa clivagem e do ódio ideológico insuflados pela alopração petista e pelos níveis estratosféricos de cinismo e cara de pau de nossos políticos de todos os matizes.

Te quiero

Um poema de Alberto Cortez (no vídeo, a primeira voz) e Facundo Cabral (a segunda voz), dois argentinos que deveriam deixar envergonhados todos aqueles que, ao falar da Argentina, só se lembram de Che Guevara e Maradona, esses amantes de Castro. Aliás, o Facundo Cabral, a quem ouço desde 1989, e que é uma espécie de Bob Dylan da América do Sul, aceitou gravar um podcast comigo, hehe. (Algo me diz que só o Ronaldo vai curtir o poeminha…)

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