O Garganta de Fogo

blog do escritor yuri vieira e convidados...

A candidata do DCE

Cada vez que vejo a Heloísa Helena, sinto exatamente as mesmas náuseas que sentia quando entrava uma comissãozinha do DCE na sala de aula, lá na UnB, com ao menos três estudantes metidos em camisetas do PT ou do PC do B. A conversa deles era – e ainda deve ser – exatamente a mesma dessa figura dinossáurica. Sempre a mesma “inteligência emocional” escondendo a velha e horrorosa “burrice intelectual”. Uma figura que só vive de impressões e percepçõezinhas, enfim. Por mais corretas e exatas que estas sejam, não darão em nada. Bem, por outro lado, como sinto coisas piores ao ouvir o Lula – aliás, cá entre nós, sempre tenho vontade de seguir à risca o conselho da banda punk Os Garotos Podres e, enquanto de paletó e gravata o presidente sobe no palanque pra tentar enganar todo mundo, ir fazer cocô – enfim, por outro lado, não posso deixar de citar a eterna presidente de DCE Heloísa Helena (claro, apenas suas agudas percepções, suas soluções seriam muito piores do que o atual estado de coisas):

“Eu não tenho dúvida de que o presidente Lula é o grande comandante dessa estrutura, que é uma organização criminosa, capaz de roubar, matar e liquidar quem pela frente passar, ameaçando seu projeto de poder”, disse Heloísa, após encontro com lideranças da Força Sindical, em São Paulo.

Na opinião da candidata do PSOL, uma vitória de Lula – como indicam as pesquisas – além de legitimar a corrupção, mostraria a fragilidade da nossa democracia. “Para mim, o banditismo político ganhar a eleição é um mecanismo de golpismo da democracia frágil representativa brasileira”, afirmou.

Segundo o excelente critério utilizado pelo Paulo Paiva para avaliar esquerdistas de bom coração, eu diria que a Heloísa Helena levaria uns três anos para sucumbir ao Estado revolucionário e ir para o paredão. Não porque ela seja uma figura assim tão utopista, mas porque é “nordestina, sertaneja, mãe, mulher macho”, sim senhor. Resistiria uns três anos, sim, como quem perambula pelos sertões ideológicos do poder totalitário, sem água que sacie a consciência, mas com a mesma perseverança cega que leva o pobre retirante às periferias da cidade grande e a seus paredões de concreto. Heloísa Helena é antes de tudo uma forte. Pena que seja tão fraca da cabeça…

Débora e o moço

Aconteceu num sábado…

“Eu vou comer macarrãozinho. O que você vai comer?”

Débora tem uma boneca nos braços e olha para o homem à sua frente, que parece levemente surpreso com a pergunta.

Estamos num restaurante, esperando nosso pedido de almoço chegar. Assim que nos sentamos, Débora pediu: “Papai, vou querer macarrãozinho… (pausa)… farofinha… (pausa)… ou arrozinho”.

Pedido feito, saiu de nossa mesa e foi até a do nosso lado, não sei bem por quê. Abordou o cara, bem-vestido, com a família — mulher e dois filhos, mais velhos do que ela. Também aguardam o pedido. Ouve então a resposta.

“Vou comer casquinha de truta, salada de alcachofra e quiche de alho porró.”

Silêncio.

O homem continua sorrindo.

Silêncio.

Débora parece intrigada.

Silêncio.

“Moço, que língua você fala?”

Com Daniel Ahmed no SL

No último final de semana, enquanto eu discutia a relação com Pelagia, my wife – além de bons argumentos tive de usar dos meus poderes de metamorfose e provar que sou apenas um príncipe convertido em sapo (e não o contrário) – recebi uma mensagem do Daniel Ahmed, avatar do colaborador deste blog, o professor de filosofia Daniel Christino. Depois de acertar nossas diferenças – Pelagia perdoou minha infidelidade e reatamos – fui me encontrar com Ahmed que, segundo imaginei, deveria estar em algum anfiteatro grego dialogando socraticamente com algum alemão. Qual nada! Ele estava no Barbie Club – acho que é esse o nome – dialogando platonicamente com uma stripper norte-americana. Veja as fotos do nosso primeiro encontro:

Quem conhece o Daniel Christino – tal como o Yuri Vieira – verá que há grande semelhança entre ele e seu avatar. Veja mais de perto:

Manifesto Holodomor 1932-33

DOS PARICIPANTES DO 4º FORUM MUNDIAL DE UCRANIANOS (KYIV,24.08.06) PARA A COMUNIDADE INTERNACIONAL, GOVERNOS E PARLAMENTOS DOS PAISES DO MUNDO, INSTITUIÇÕES MUNDIAIS

A Grande Fome (Holodomor) de 1932-33 na Ucrânia não é um simples passado histórico, é antes de tudo uma maciça ação terrorista do regime comunista contra a pacífica população, a qual não possui características de antiguidade e de esquecimento.

Foram 10 milhões de ucranianos mortos pela fome artificialmente organizada, a fim de um criminoso objetivo político – enfraquecer e destruir a laboriosa e amante da paz classe camponesa, a base social da nação ucraniana.

Essa tragédia espanta não tão somente pelo número de suas vítimas, principalmente entre as crianças. Espanta, antes de tudo, pelo frio, criminoso e insistente silenciamento, negação do acontecido, motivados pelos princípios ideológicos e políticos. Os ucranianos assassinados nunca foram reconhecidos pelo regime comunista como vítimas do terror político.

Amnésia moral de certas forças políticas, que herdaram a criminosa ideologia comunista, retardam o reconhecimento da Grande Fome de 1932-33 como genocídio do povo ucraniano. O número de testemunhas do crime está diminuindo, ficando como prova documentos; a memória histórica está se apagando; sobrando nos cemitérios placas e, destruídas pelo tempo, as cruzes de madeira.

The Piano

It’s raining again

Eu tinha uns 11 anos de idade quando nossa linda professorinha de inglês — lá no Colégio Spinosa, em São Paulo — teve a ótima idéia de nos fazer cantar I’s raining again, do Supertramp. A princípio, com a letra em mãos, parecia uma tarefa impossível. Mas ela conseguiu: no final da aula já éramos um côro infantil afiadíssimo. Tanto que o todo-poderoso e temido Marco César Spinosa, capitão-aviador reformado e diretor do colégio, veio à nossa sala presenciar o fenômeno. Todos se calaram e ficaram de pé. A professora ficou branca, sem saber se receberia ou não uma bronca. Já o Marco César, na época ainda solteiro, cravou uns olhos inesquecíveis sobre a linda maestra e nos mandou continuar. Pintou um clima. Toda a sala percebeu e as risadinhas das meninas foram constrangedoras. O diretor, um ex-militar, era fã de hinos e estava sempre nos fazendo cantar o Hino à Bandeira, o Nacional, o da Independência, do Aviador, da Proclamação da República, etc., etc. Mas ele nunca vira seus alunos cantarem em inglês. Seus olhos brilhavam. Ah, as mulheres…

Oh, está chovendo de novo,
Oh não, meu amor está acabando
Oh não, está chovendo de novo
E você sabe que é difícil fingir.

Oh não, está chovendo de novo
Muito ruim, estou perdendo uma amiga
Oh não, está chovendo de novo
Oh, meu coração vai se consertar?

Brinque de maestro

Dica da querida Cássia Queiroz: clique sobre os músicos individualmente e dirija esse grupo de sambistas.

Candidato a ditador

De Mônica Tavares – O Globo:

Na sua coluna de domingo, na nota com o título “Demônio golpista”, Elio Gaspari informa que Lula, durante jantar com empresários, na última quinta-feira, ao responder ao empresário Eugênio Staub sobre como pretendia fazer as reformas necessárias ao país, durante o segundo mandato, teria dito:

“Staub, não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é fechar esse Congresso e fazer o que é preciso”.

Polícia Política contra a Constituição

Leia a matéria completa no Alerta Total:

O uso da polícia política, para censurar a livre difusão de informações ou idéias no Brasil, é a mais recente tática de um governo que vira sinônimo de crime organizado, pois viola, sistematicamente, a Segurança do Direito. Sob o pretexto de zelar pela honra dos candidatos a presidente da República, a Polícia Federal desperdiça seu tempo na caça a internautas que publicam ofensas pessoais aos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). As assessorias jurídicas dos candidatos pediram à PF que retire do ar 32 blogs e dezenas de comunidades do orkut que atacam o petista e o tucano.

A Polícia Federal também está à procura de internautas que enviam e-mails coletivos para até 800 mil pessoas ofendendo a honra dos candidatos. Nessas mensagens, eles chamam os políticos de ladrão, corruptos e outras ofensas impublicáveis. O governo acionou todo o aparato da Unidade de Repreensão à Crimes Cibernéticos da PF, comandada pelo delegado Adauto Martins, para reprimir a liberdade de expressão. Um dos principais alvos é a comunidade “Fora Lula 2006”, que tem 170 mil membros e defende que o petista não deve permanecer no governo. Na mira da PF também está a comunidade “Alckmin nem morto!”, que tem 12.500 mil membros.

A usar o aparelho repressivo do Estado para praticar a censura, mesmo com as melhores das intenções, o governo atenta contra a Constituição e pode ser legalmente responsabilizado por tal crime. A censura é caracterizada pelo fato de ser aplicada por agente da administração pública, de ter caráter incontrastável, e não admitir recurso, defesa ou contraditório, e de ser baseada em critérios vagos como a ordem moral e política. O artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de dezembro da 1949, deixa claro: “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão”. (…)

Borges e a UnB

Talvez eu já tenha escrito sobre isso e, se o fiz, farei de novo. Porque merece. Para mim, o maior exemplo da jequice acadêmica nacional – e sua corrida interna por títulos, salários, regalias, puxa-saquismos, etc. – foi o fato de a UnB não ter aceito o escritor argentino Jorge Luis Borges como professor apenas porque ele não tinha curso superior… Pode uma coisa destas? E o cara já tinha aceito o convite, salvo engano, do Darcy Ribeiro. Bom, não preciso falar mais nada…

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