Eu acho uma palhaçada essa pressão do Ministério Público sobre a Google. Porque há gente entre nosso povo que age como um bando de pervertidos, babacas e criminosos, o MP acha que a empresa é que tem de pagar o pato. Sem falar na burrice que é violar a privacidade de gente que jamais deixaria dados verídicos no sistema. Números de IP? A maioria é dinâmico, de pouco adiantaria. O Orkut deveria ser uma experiência de autogestão, não um recreio de jardim da infância que precise de bedel para vigiá-lo. Para começar, há regras. E nelas é vedada a participação de menores. Se há menores ali, o problema é dos pais, não do Estado. Essa estupidez de transferir responsabilidades paternas a uma instituição do Estado apenas mostra o grau do nosso atraso sócio-cultural, da nossa monguice congênita.
Mês: agosto 2006 Page 1 of 12
Na verdade, não busco nada no Livro de Urântia. Ele apareceu na minha vida completamente ao acaso – uma amiga me emprestou um exemplar em 1997, lá na UnB, dizendo que eu certamente o acharia interessante – e o li inteiro, pela primeira vez, achando que não lia senão um desses livros que descrevem o mundo de um jogo de RPG. O problema é que o tal “mundo” esboçado por ele é, na minha humilde opinião, o mais vasto e profundo que nossa imaginação pode alcançar. Não é um livro perfeito – não é uma revelação direta de Deus – e tenho minhas críticas a muito do que está ali escrito. Mas o tempo me mostrou que, se a vida é um jogo, ela é um jogo de RPG (Role Playing Game), um jogo no qual desenvolvemos e aperfeiçoamos nossa personalidade, sendo esta um dom de Deus – exatamente o que diz o livro. E, a vida (e não o livro), me confirmou que esse RPG também tem um Mestre, a saber, o Arcanjo Miguel, que esteve entre nós como Jesus. Eu sei que tudo pode parecer muito louco ali. Mas não creio que o universo seja bobo e sem Graça como querem os céticos sistemáticos. A Hilda Hilst, o Bruno Tolentino e o Olavo de Carvalho me ensinaram pessoalmente que a fé não apenas não atrapalha a inteligência e a criatividade como, muito pelo contrário, as estimula e fortalece. Eu sei que não necessito d’O Livro de Urântia para chegar a tal conclusão. Eles não precisaram dele. Mas o planeta Terra precisa.
Rodrigo, este vídeo é a melhor ilustração ao seu último post:
Sobre a tal democraria, de novo. (Ou seria melhor dizer: sobre a tal política brasileira? Infelizemente, às vezes essa exclui a outra…)
Collor vai apoiar Lula. É o fim de um ciclo.
Paulo Moreira Leite, em seu blog no Portal Estadão
De ôlho numa vaga no Senado por Alagoas, o ex-presidente Fernando Collor entra na campanha como cabo eleitoral de Lula — e com ajuda do velho adversário de 1989 pretende subir nas pesquisas. Collor não tem dúvidas de que Ronaldo Lessa, ex-governador, terá sua campanha cassada pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente vai enrolar-se na bandeira de Lula para enfrentar José Thomas Nonô, do PFL e de Geraldo Alckmin.
O tempo é o senhor da razão, dizia uma camiseta de Collor, quando ele fazia cooper em volta da Casa da Dinda para espantar as denúncias que produziram seu impeachment. Collor perdeu o mandato há 14 anos. A maior usina de denúncias contra seu governo foi o PT. O impeachment foi apresentado, na época, como uma iniciativa pioneira para moralizar a política brasileira.
O tempo passou rápido, não?
Sobre aquela tal democracia:
Pela chatice
Luis Fernando Verissimo, no Caderno 2
“Curiouser and curiouser”, dizia a Alice a cada nova surpresa do país das maravilhas em que caíra. Nosso país também fica cada dia mais curioso.
É curiosíssimo, por exemplo, que se chegue simultaneamente a um descrédito quase total da classe política e a uma maturidade política inédita. Que se valorize como nunca a prática democrática e ao mesmo tempo se desespere como nunca dos praticantes. Você pode ter a explicação que quiser para o fato desta campanha eleitoral estar sendo, assim, tão chocha – resignação com a vitória já anunciada do Lula, candidatos insípidos com exceção da Heloísa Helena, etc. além de, claro, o próprio nojo com os políticos – mas o principal significado do aborrecimento generalizado é que, aleluia, o processo democrático se banalizou entre nós. Não é mais uma ruptura da normalidade, é a normalidade.
Você vai ficar deprimido, mas veja o documentário “Vocação do Poder”, de Eduardo Escorel.
A gente aprende na escola que a democracia foi uma conquista. O povo passou a escolher seus governantes e legisladores, e com isso as leis ficaram mais justas, mais favoráveis à igualdade. Há maior controle da população sobre os detentores do poder. O sistema de mandatos faz com que a câmara se renove ou se conserve, segundo o desempenho e a aprovação social dos políticos. Tudo muito lindo na teoria. Mas e na prática, como a coisa funciona? É isso que o filme procura mostrar. A equipe acompanhou seis candidatos a vereador na cidade do Rio. O diretor foi muito feliz na montagem, alternando momentos do dia da eleição, quando a adrenalina dos candidatos era máxima, com cenas das campanhas que vinham ocorrendo meses antes. Aos poucos você vai percebendo — quando não percebe logo de cara — que a maioria, mesmo que quisesse, nada poderia fazer pela população que a elegeu, a não ser pequenos favores como doar cadeiras de rodas e caixões. Os candidatos parecem nem saber a diferença entre executivo e legislativo. Acreditam que o vereador possa exercer funções como controle da polícia ou do sistema de saúde. É até difícil de acreditar, mas nenhum dos candidatos revela sequer uma proposta, nem nas reuniões internas dos partidos. Tudo que sabem fazer é recorrer a termos vagos, como “justiça social”, “debate”, “democracia”, que eles mesmos não saberiam definir. Alias, estou fazendo uma injustiça. Um dos candidatos tem uma proposta concreta. A construção de uma grande danceteria com palco para shows e desfiles. E é justamente o candidato do setor mais pobre da população. É claro que ele não fala em saúde e educação, todo mundo sabe que pobre precisa é de sexo e música ruim. Os candidatos de nível social melhor, que poderiam apresentar propostas mais concretas, sabem apenas abordar as pessoas na rua e dizer “Posso contar com você?”, ou coisa pior. E é isso que é mais deprimente: Justamente os mais instruídos, que têm um curso de Direito ou coisa aparecida, que poderiam expor propostas sérias e viáveis, ficam só naquele papo de “a gente precisa de alguém do Leblon lá em cima”. O filme só não deprime mais porque é bem feito. Pelo menos nossos documentaristas são bons.
Acho que você ainda se lembra que, no plebiscito sobre a proibição da venda de armas de fogo, o Sim à proibição ganhava em todas as pesquisas. Mas quem ganhou? O Não, logo, nem tudo está perdido, Lula ainda pode dançar bonito. Contudo, caso esse dementado desdedado ganhe as eleições, certo é que ele se sentirá no direito de retomar todas as propostas totalitaristas que tentou empreender: mordaça na imprensa, censura na internet, mais aumento de impostos (para bancar seu assistencialismo inútil), mais invasões do MST, mais uso político da Polícia Federal e, claro, provavelmente mais uma tentativa de desarmar a população, afinal, “a luta continua, companheiros”. (Companheiros do Cão…) É pensando nisso que vejo esse vídeo do Chris Rock como uma boa sugestão ao Partido dos Totalitaristas.
Nosso leitor e amigo Vinícius Bitencourt tem toda a razão, o discurso de hoje do senador Jefferson Peres (PDT-AM), feito às 15h46, precisa ser ouvido por todos. O Brasil não apenas tem uma elite frouxa, intelectuais e artistas alienados e uma classe política apodrecida, mas também um povo imbecil que insiste em querer votar nos corruptos de sempre, a começar pelo safado do Lula, o líder da gangue.
Ouça o discurso:
[audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2007/12/0830jperes.mp3]
E o José Sarney está processando o blog alcilene.zip.net – retirado da rede sem maiores explicações (por essas e outras que o Garganta está hospedado na terra do Tio Sam) – porque sua proprietária publicou a foto ao lado. Mais detalhes no blog da irmã da figura e no Movimento da Ordem e Vigília contra a Corrupção.
Domingo, fiquei uma hora e meia ao telefone com Olavo de Carvalho (viva o SkypeOut!) e, recheada por todo tipo de assunto, tivemos uma boa conversa entremeada por boas risadas. Quando chegamos ao tema “sociedades secretas”, perguntei se ele de fato não ouvira mais nada a respeito do famigerado Livro de Urântia — do qual ele leu, anos atrás, e instigado por mim, apenas um trecho. Ele acha que semelhante leitura é um desses empreendimentos que pode ocupar toda uma vida e, com grande probabilidade, redundar em nada; isso caso o livro se mostre na verdade justamente o contrário do que diz ser, a saber, uma “revelação”. (Olavo, Hilda Hilst e Bruno Tolentino — afora alguns amigos e três ex-namoradas — ainda que eu não os tenha convencido a ler o livro por completo, foram as únicas pessoas que não riram da minha cara ao me ouvir falar dele. Gente fina é outra coisa.) Voltando. A certa altura, disse que me dedico a esse livro porque, entre outras coisas, ele fez parte da minha conversão à fé em Cristo. Replicou Olavo: “Pois é, muita gente chega a Deus e a Cristo por intermédio do diabo…” Tive de rir, o cara é fueda. Só esqueci de acrescentar que, sendo ou não autêntico, creio que esse livro ainda arrebatará o planeta inteiro, não importa se em 10, 100 ou 1000 anos, mais ou menos como faz o Orbis Tertius do conto do Borges. Aliás, acho que só ele pode enfrentar o Corão e os jihadistas. Bem, o Olavo acha que com esses aí só uma boa dose de mísseis, balas e bombas…
Em tempo: antes que algum amigo comum, meu e da Hilda, apareça para me dizer que ela não aprovava o Livro de Urântia, eu sei qual era de fato o caso. Quando lhe mostrei o livro, ela leu todo um “documento” sozinha — salvo engano, a parte que falava do “Monitor residente” — e, mais tarde, lemos outro juntos. Por fim, ela me disse: “Yuri, esse livro é tão louco, tãão louco, tããão louco — e eu sou tão velha, tãão velha, tããão velha — que eu tenho medo de, se continuar a leitura, ficar completamente gagá”. Rimos e, em seguida, ela me disse: “Fulano me disse que esse livro está te deixando pra lá de gling-glang”, e os olhos dela brilharam com aquela mistura de ironia e de admiração que tinha por gente doida. Sim, meu bróder, a fofoca funcionou ao contrário.