Rárá. Os oficias da PM Paulista estão putinhos porque o Picolé de Chuchu nomeou uma coronela pra chefia de seu Gabinete Militar. Personalidades mui respeitáveis como o Deputado Afanázio Jazadi (alguém já mandou um email pra ganhar uma assinatura da Trip naquela sessão de nomes adequados à profissão? Afanázio?) e o Deputado Ubiratan “Carandiru” Guimarães manifestaram toda a sua indignação. A desculpa – pelo menos já ninguém tem coragem de dizer abertamente que é por ela ser mulher (a hiprocrisia nesse caso é um sinal de que os valores estão mudando)- é a de que a Constituição Estadual fala que deve ser nomeado um oficial de topo de carreira da Polícia Militar – que são só os homens -, pois a carreira de puliça feminina é separada. Rárá. Vão ter que engolir. Está na Folha de hoje (assinantes only).
Autor: pedro novaes Page 24 of 33
O que mais perturba o ofício de escrever é a vaidade. O maldito desejo de ter nossas palavras aceitas, não tanto em seu conteúdo, mas sobretudo na forma. A pretensão de se igualar à prosa de um Guimarães Rosa, de uma Hilda Hilst, um Lobo Antunes, um Garcia Marquéz ou à poesia de um Fernando Pessoa, de um Manoel de Barros.
Literatura tem que ser cagada ou vomitada, sem qualquer preconceito com esses dois vitais processos fisiológicos. Escrever de verdade se escreve com os intestinos e com o estômago. Nunca com o cérebro ou o ego.
Aquele clip falante do Office te irrita? Cansado do Word sempre aplicando os mesmos atributos padrão, que você não consegue mudar, a todo objeto, tabela ou texto que você insere? Aqui estão algumas opções que todos gostaríamos que aparecessem nos menus do Windows. Hilário.
O Cláudio Weber Abramo noticia que:
Um Airbus A340 da TAP aterrou, no último dia 21, por engano, no taxiway (percurso de ligação entre o local de estacionamento e as pistas), no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, manobra que constitui uma infracção. As autoridades aeronáuticas brasileiras já abriram um inquérito ao incidente. Tudo aponta, no entanto, para que este erro tenha resultado de um conjunto de factores, como a chuva intensa que caía no momento da aterragem, o facto de uma das pistas estar fechada e a do taxiway ser paralela à única que funcionava e parte do equipamento de ajuda dos serviços de terra do aeroporto estar igualmente inoperante.
A notícia vem de uma revista portuguesa. Aparentemente nenhum jornal do país achou o fato digno de nota, observa o Cláudio. Mas tinha que ser da TAP? (Que nossos leitores de ultramar não se ofendam, afinal a VARIG também é lastimável…)
Taí uma coisa muito importante feita pelo Governo Lula: o Portal da Transparência da Controladoria Geral da União. É realmente impressionante (apesar de que deveria ser o óbvio). É possível consultar todas as despesas do Governo Federal por categoria, inclusive gastos com cartão de crédito por órgão e por portador – exceto os da Presidência da República e da ABIN, protegidos “para garantia da segurança da sociedade e do Estado” (mesmo assim é possível saber ao menos o total dos gastos).
Também podem ser consultadas as transferências para os estados e municípios, incluindo os indivíduos e empresas favorecidos. É possível, por exemplo, saber quem são os beneficiários do Bolsa Família em qualquer município do país e quanto um favorecido recebeu num dado período. Mais ainda, clicando no CPF do cidadão, pode-se saber se recebeu algum outro pagamento do Governo.
O que faz a gente pensar por que, apesar de tanta informação disponível, seguimos tão pouco cidadãos? O Cláudio Weber Abramo propõe debate nessa direção.
Cláudio Weber Abramo chama atenção para artigo de Paulo Queiroz, Procurador Regional da República, publicado no Correio Braziliense, apresentando fortes e convincentes argumentos em favor da extinção do Senado e da adoção de um sistema legislativo unicameral.
Sigo lendo O Valor do Amanhã, do economista Eduardo Giannetti. Subintitulado “Ensaio sobre a Natureza dos Juros”, o livro está longe de ser uma obra meramente econômica. É filosofia. Como mostra ele, os juros financeiros são apenas uma faceta menor de um fenômeno inscrito na natureza darwiniana da vida e em nosso código genético: as trocas intertemporais – desfrutar agora custa, esperar rende.
Acabo de assistir a Capote e concordo integralmente com o Fiume. É um grande filme. Absurdamente melhor que Crash e que Brokeback Mountain. Não há dúvida de que todo o seu mérito, além da atuação felizmente premiada com o Oscar de Philip Seymour Hoffman, reside na sutileza com que trata a figura de Truman Capote e a pesada história real de sua obra-prima “A Sangue Frio”. Coisa rara em filme americano: sugerir as coisas, ao invés de explicá-las didadicamente. Meritório também o filme não cair presa da personalidade de Capote – o homossexualismo, o alcolismo, a megavaidade, etc. -, mas exatamente sugerir tudo isso enfatizando suas relações com outras pessoas no processo de se envolver com a história de brutais assassinatos, que resultaria num dos grandes livros norte-americanos.
Mais impressionante ainda por se tratar do primeiro longa de ficção do diretor Benett Miller. Imperdível.

Eu fico sinceramente triste com a tendência simplificadora de alguns raciocínios. Ao que parece, temos um vício quase incurável de, ao invés de analisar idéias e fazer um esforço honesto e aberto de compreensão do mundo, ter como ponto de partida uma tentativa de classificar estas idéias segundo chaves mentais empobrecedoras. E aí, ponto final. Já não há mais o que discutir. O cara é de esquerda, de direita, ambientalista, capitalista, ongueiro, discurso vazio, etc. Até “fumaça de demagogia” viram pairando sobre minha cabeça porque supostamente meu artigo aí abaixo tenta “conscientizar”os pobres sobre a “necessidade de civilidade” (????). Se eu escrevi isso, realmente mandem me internar.
