blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: yuri vieira Page 23 of 107

O Garganta de Fogo em erupção

Eu certamente já esclareci isto em algum post, mas, se ainda não o fiz, faço-o agora: este blog deve seu nome ao vulcão equatoriano Tungurahua (do quechua Garganta de fogo), de 5060 metros, que a duras penas escalei anos atrás, antes que reiniciasse a série de erupções em que se meteu a partir de 1999. (Veja as fotos no meu perfil.) A foto abaixo foi eleita a foto do dia pela Folha de São Paulo. (Isso é o que eu chamo de propaganda subliminar…) Que Deus olhe pelo povo de Baños e de Ambato, Província de Tungurahua, e pela família Naranjo, minha família de intercâmbio, que vive próxima ao vulcão Cotopaxi (5890m), alguns quilômetros mais ao norte, que também escalei, e que ainda é ativo. Viver à base dum vulcão é como viver coletivamente sob a espada de Dâmocles.

tungurahua3.jpg

Authors@Google: Neil Gaiman

A Google tem organizado palestras com escritores convidados no campus da empresa, divulgando-as em seguida através do Google Video. Eis a palestra do Neil Gaiman, autor de Sandman, aliás, único trabalho dele com que tomei contato, por insistência de amigos. Entre outros, gostei do trecho onde conta que, numa reunião literária, alguém lhe indagou o que escrevia. “Comics“, ele respondeu, para desgosto do interlocutor que reagiu com uma careta. “Sei… Algo conhecido?” “Bom, Sandman, etc. etc.” E o cara: “Mas então você é Neil Gaiman!” “Sim, eu mesmo.” “Mas, meu amigo”, tornou o outro, “você não escreve comics, você escreve graphic novels…” E Gaiman comenta com a platéia: “Me senti uma puta sendo chamada de garota de programa…” (A tradução é minha, perdoe qualquer equívoco.)


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Nelson Piquet e Lula

Em criança, curti muito o Nelson Piquet. Acabada a corrida de F1, costumava correr até a rua com meu carrinho de rolimã. Também achava ótimo quando ele ganhava o famigerado Troféu Limão, que premiava a língua mais ferina dentre os pilotos. Língua esta que se tornou lendária e que continua – graças a Deus – em plena atividade. Ano passado, durante uma homenagem do Capacete de Ouro às famílias de corredores, o apresentador Otávio Mesquita perguntou a Pedro Piquet, filho caçula e piloto de kart, se seu pai ainda falava muito palavrão.

“Ah, ele fala na frente da TV, quando o Lula tá falando.”

Via True Outspeak:

O botão predileto dos socialistas

Já participei de dois debates filosóficos no Second Life – organizados pelos grupos History and Moral Philosophy e Verum’s Place – que me demonstraram claramente qual é o melhor argumento dos socialistas: o botão mute (mudo).

Num dos encontros, uma norte-americana, após palestrar sobre as maravilhas do marxismo, convidou os assistentes para um debate. Como os demais demoraram a se manifestar, fui pedindo desculpas pelo meu inglês de Tarzã e iniciei uma tentativa razoavelmente bem sucedida de refutar dois ou três pontos apresentados por ela como se axiomas consagrados fossem. Quando passei a criticar seu papo furado sobre a famigerada exploração – segundo ela totalmente indissociável do capitalismo – quis saber de onde eu estava tirando essas idéias foolish. Disse que de von Böhm-Bawerk. Pra quê… Começou a me pôr mil rótulos absurdos – neoliberal, fascista, fundamentalista de direita, etc. – sem querer ouvir mais nenhum dos meus argumentos. Chegou a dizer que von Böhm-Bawerk e von Mises não passavam de austríacos nazistas. (!) Neste momento, um norueguês tomou minhas dores e, mesmo se dizendo de esquerda, explanou com um inglês muito mais claro que o meu quais eram as críticas da escola austríaca de economia ao marxismo.

Claro que, após o debate, minha pulsão diplomática de ascendente em libra tentou entabular uma conversa mais informal com a palestrante. (Ela era bonitinha.) Cliquei, pois, sobre o avatar dela e selecionei IM, isto é, o Instant Messenger, através do qual é possível manter com alguém uma conversa privada ainda que diante de outras pessoas. E ela: “I’m sorry, Yuri, vou colocar vc na minha lista de ‘Mudos'”, e, pressionando o botão mute, me tornou incomunicável. Bom, ao menos para com ela. Pensei que o caso fosse um acontecimento extraordinário. Até ri. Contudo, dias depois, após um debate no Verum’s Place – no mesmo local em que ocorreu o caso do Homem Biscoito de Gengibre – resolvi conversar com uma figura de Hamburgo, uma que fazia parte do grupo Socialist Party. Queria apenas saber por que ela acreditava no socialismo. (Para quem não sabe, o socialismo é no mínimo uma crença.) Ela disse que era o único sistema que poderia trazer o bem ao planeta. Perguntei então o que ela acharia se o Partido Nazista fosse ressuscitado na Alemanha. Respondeu que seria o horror, uma vez que foram responsáveis, afora as mortes em batalhas, pelo extermínio de seis milhões de judeus.

“Logo”, eu disse, “um membro atual de um hipotético Novo Partido Nazista seria cúmplice moral dessas mortes”. “Sim”, ela concordou. “E por que”, tornei, “não é você uma cúmplice do assassinato sistemático de mais de cem milhões de pessoas pelos países socialistas no século XX?”, e citei a União Soviética e seus Gulags, a China, Pol Pot, Castro, etc., etc. Disse ela: “Yuri, I will ‘mute’ you”. E me silenciou. Comentei no chat aberto, para que ela e os demais circunstantes ouvissem: aposto que se vocês socialistas dispusessem desse botãozinho na “First Life”, iriam utilizá-lo a torto e a direito, nem precisariam de tantas prisões políticas! E ela então desapareceu. Provavelmente se teletransportou para alguma reunião do grupo Hell’s Worshipers, do qual também fazia parte…

Ma che futebol que nada!

Futebol?! Eu prefiro é acompanhar o arremedo de debate entre o Rodrigo Constantino e o Olavo de Carvalho. (Já comentei sobre um dos gols aqui.) Arremedo porque, bem, um dos lados não quer assumir a disputa. (Tá parecendo um jogo entre a Seleção do Penta e, sei lá, o Coritiba em fuga.) Na verdade, eu prefiro não dar palpites, ando muito relapso para me meter numa confa dessas. Se o Olavo é fodão e o Rodrigo, fodinha, eu sou um fonada. Vou ficar é assistindo. (Claro, vão dizer que sou torcedor descarado de um deles. Bom, sou socrático, eu torço é pela verdade e pela tríade bom-belo-justo. Quem está com elas? Ora, aquele que acompanhar a polêmica com a tranquilidade e atenção necessárias terá a resposta. E, se for para escolher um time, escolho o Urântia, time com o qual nenhum dos dois se identifica. Alguém conhece?)

CONTRA a anistia de José Dirceu

Esta petição contém um manifesto do povo brasileiro CONTRA a concessão de qualquer tipo de anistia, perdão ou remissão para a pena de suspensão de direitos políticos aplicada a José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-ministro chefe da Casa Civil durante quase todo o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-deputado federal pelo PT de São Paulo. (…)”

O polêmico aquecimento global II

Há uma variável que nunca vejo ser levada em conta nas equações catastróficas, via imprensa, do famigerado aquecimento global: o aquecimento do próprio Sol. Segundo Richard Willson (pesquisador da Columbia University e do NASA’s Goddard Institute for Space Studies), o aumento da temperatura solar contribuiu com algo entre 10 e 30% do aquecimento global registrado apenas entre 1980 e 2002. E, segundo consta, isso vem ocorrendo desde antes do início do século XX. Aí eu me pergunto: qual a conexão entre o comportamento humano e o estado do nosso Sol? O que ficaremos proibidos de fazer para evitar o incremento da atividade solar? Que artigos o futuro Governo Mundial terá em sua Constituição para nos acusar de “acaloradores” da nossa estrela? Porque esse negócio de plantar um bosquezinho de sequóias a cada peido de metano que dermos não irá adiantar muito não. No fundo, imagino que a burrice e a maldade tenham sim algo a ver com a atividade do Sol. Ele deve ficar muito irritado ao iluminar o que se passa por aqui. Se isso for verdade, creo que ya nos jodimos todos. Só com a eleição do Lula várias explosões solares de grande magnitude devem ter ocorrido. Sem contar as burradas de todos os demais políticos e líderes da Terra, seus gurus e seus financiadores. E as minhas burradas. E as suas.

Espero que o tal Jan Val Elan esteja certo…

(Este é um post para reforçar o anterior.)

Submissão

Este curta-metragem, que denuncia a opressão sofrida pela mulher sob o islamismo – com roteiro da deputada liberal holandesa Ayaan Hirsi Ali, de origem somali e ameaçada de morte -, custou a vida do cineasta Theo van Gogh.

O polêmico aquecimento global

Rolou, no correr da semana passada, uma discussão interna entre os colaboradores deste blog, via email, a respeito do aquecimento global. Na verdade, participei mais enquanto observador – não tenho acompanhado esse tema com a devida atenção -, mas meus colegas de nome bíblico (Pedro, Paulo e Daniel) andaram medindo os bigodes. Paulo e Pedro já trabalharam nessa área por anos, tendo o Paulo sido superintendente do Parque Ecológico de Goiânia e o Pedro, geógrafo e consultor na área, além de cineasta, com documentários tratando do assunto circulando por aí. Ah, vale dizer que ele também traz os genes do pai, o jornalista Washington Novaes, com anos e anos de dedicação ao debate ambiental. Já o Daniel é mais como o autor deste post, imagino: assim como eu fui um militante da Fundación Natura, no Equador, foi ele membro de um grupo de militância ambiental anos atrás. Enfim, na referida discussão, meu único comentário foi: vcs deviam ter escrito isso tudo no blog. Já que ainda não vejo sinais do debate por aqui, aproveito para dar a deixa ao sugerir a leitura do post do Pedro Sette Câmara, Václav Klaus sobre o aquecimento global, no blog O Indivíduo.

O DC-6 do John Wayne

Dia 28 de fevereiro será reprisado, no Telecine Cult, o filme Um fio de esperança (The High and the Mighty) (1954), protagonizado por John Wayne. Trata-se, salvo engano, do primeiro filme a explorar o drama de passageiros e tripulação de um vôo comercial em pane. Ou seja: é o avô da série de filmes Aeroporto dos anos 70, que, nos anos 80, desembocou em Apertem os cintos o piloto sumiu. Bom, minha intenção não é tratar exatamente do filme, mas sim do avião Douglas DC-6 utilizado nas filmagens.

Esse avião foi comprado em 1957 por uma das maiores empresas brasileiras de aviação à época, a Lóide Aéreo Nacional, da qual meu pai foi funcionário. Em 1961, o presidente Jânio Quadros foi informado de que o coronel Marcílio Gibson Jacques – veterano da Segunda Guerra e um dos proprietários da Lóide – estava contrabandeando motocicletas para o Brasil em caixas que supostamente traziam peças de avião. Filmes como O Selvagem, com Marlon Brando, haviam alavancado o interesse por motos, mas os impostos cobrados pelo governo brasileiro tornavam a compra desse sonho de consumo mais sonho que consumo. Jânio Quadros fez então aquilo que nossos políticos chamam de política, a saber, colocou o coronel Gibson contra a parede: ou ele vendia por uma quantia irrisória a Lóide Aéreo para a Vasp (uma autarquia do governo paulista) ou iria para a prisão por contrabando. Assim, neste mesmo ano, a Vasp, para espanto do mercado, comprou sua rival várias vezes maior e mais cara que ela própria. Mas essa é uma outra história…

O DC-6 do filme tornou-se, pois, propriedade da Viação Aérea de São Paulo, com quem permaneceu até mais ou menos 1968, quando então a Vasp passou a adquirir apenas jatos da Boing. O avião, aliás, tinha uma placa de metal logo à entrada da cabine: “Este avião serviu como palco do filme Um fio de esperança, protagonizado por John Wayne”. Em 1968, já funcionário da Vasp, meu pai tentou vender o avião para uma empresa de Buenos Aires, que preferiu adquirir um dos Vickers Viscount da empresa paulista. Hoje, se o avião ainda existir, deve pertencer a alguma empresa do Peru, Bolívia ou Colômbia – meu pai não se lembra quem ao certo o comprou. Em meio à desordem dos nossos aeroportos, isto talvez signifique que não somente a Vasp, mas também todo um leque de companhias de aviação nacionais, realmente perdeu seu último fio de esperança…

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