blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Razão e esperança

Do Ernesto Sabato:

“Toda consideración abstracta, aunque se refiera a problemas humanos, no sirve para consolar a ningún hombre, para mitigar ninguna de las tristezas y angustias que puede sufrir un ser concreto de carne y hueso, un pobre ser con ojos que miran ansiosamente (¿hacia qué o hacia quién?), una criatura que sólo sobrevive por la esperanza. Porque felizmente el hombre no está sólo hecho de desesperación sino de fe y de esperanza: no sólo de muerte sino también de anhelo de vida; tampoco únicamente de soledad sino de momentos de comunión y de amor.

Porque si prevaleciese la desesperación, todos nos dejaríamos morir o nos mataríamos, y eso no es de ninguna manera lo que sucede. Lo que demuestra la poca importancia de la razón, ya que no es razonable mantener esperanzas en este mundo en que vivimos. Nuestra razón, nuestra inteligencia, constantemente nos está probando que ese mundo es atroz, motivo por el cual la razón es aniquiladora y conduce al escepticismo, al cinismo y, finalmente, a la aniquilación.

Pero, por suerte, el hombre no es casi nunca un ser razonable, y por eso la esperanza renace una y otra vez en medio de las calamidades. Y este mismo renacer de algo tan descabellado, tan sutil y entrañablemente descabellado, tan desprovisto de todo fundamento es la prueba de que el hombre no es un ser racional.”

Assim que der um tempinho, queria escrever sobre o Sabato, meu escritor mais querido.

Próxima Leitura: Pedro Juan Gutiérrez

Nunca li nada do escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez, autor, entre outros livros, da Trilogia Suja de Havana e de Animal Tropical. Sábado ou segunda, entretanto, vou aos sebos atrás de seus livros, após uma conversa ontem com o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, diretor de Leila Diniz, For All e Viva Sapato e ex-professor da famosa Escola de Cinema de Cuba, em San Antonio de Los Baños.

Segundo o Bigode, Bukowski é Walt Disney perto de Gutiérrez que, casado com uma sueca, entendiou-se com o frio nórdico e preferiu voltar a viver em Havana, onde ainda está e onde seus livros seguem proibidos.

Jean-Nõel Jeanneney e o Google Books

Concordo com Jean-Nõel Jeanneney, diretor da Biblioteca Nacional da França, quando afirma que a difusão de livros pela Internet será uma revolução tão grande quanto a da invenção da imprensa. Mas esse papo de que o Estado precisa controlar o processo não me dá nem raiva mais, me dá é preguiça. Diz ele:

“O livro [Quando o Google Desafia a Europa: Em Defesa de uma Reação] foi conseqüência de um artigo que escrevi no Le Monde no início de 2005, logo após o anúncio do Google [Google Books]. É claro que é bom ter acesso à informação, mas é preciso que seu controle não fique só com uma empresa, que seu financiamento não se dê só pela publicidade e que essa grande quantidade de informação seja ordenada. Não se pode deixar a cultura e a difusão da língua só nas mãos do mercado. Quem é a favor dessa liberdade absoluta acha que tudo se resolverá se não houver controle, mas posso afirmar, como historiador, que não é isso que acontece.”

Ilustrações para O Arco-íris da Gravidade

O artista-plástico Zak Smith criou nada mais nada menos que 760 ilustações para O Arco-íris da Gravidade, de Thomas Pynchon. São imagens tão noiadas quanto a escrita deste quase canônico autor americano.

Capote

Para quem gostou de Capote, recomendo a leitura desta análise sobre o filme, a biografia que o originou e os livros do escritor. Do Uol:

Redescoberta de Truman Capote

Por Heidi Strecker

Filme sobre o autor de “A sangue frio” incentiva o lançamento de suas obras e de sua biografia no Brasil

Disneylândia em Brasília?

Aos poucos algumas humildes “profecias” contidas nos contos do meu primeiro livro (1997) vão se cumprindo: a blindagem das universidades por motivo de segurança, o assassinato de um calouro de medicina, um astronauta brasileiro e, por fim sem ser chinfrim, uma Disneylândia em Brasília. Segundo a revista Isto É, o governo do Distrito Federal ofereceu uma área de 175 hectares aos americanos. Será que essa área engloba o campus da UnB, conforme descrevo em um dos meus contos? Caso afirmativo, estas fotos mostram o que ocorrerá com a minha querida biblioteca da UnB.

A bilioteca hoje:

Biblioteca da UnB

E a Biblioteca da Cinderela após a venda da universidade à Disney:

Biblioteca da Cinderela

Bom, parece que, com uma Disneylândia, Brasília finalmente abraçará sua real vocação: distrair o povo enquanto certos bandidos se escondem na caverna dos piratas…

Google Books

Ao Ronaldo, Pedro, Alex e demais hermanos que estejam se preparando para publicar seus livros, uma dica: o Google Books já está aceitando catalogar e dispor ao público o conteúdo de livros de contribuidores individuais. (Pro Daniel não rola porque ele acha que o indivíduo não existe. Se é que o Daniel já escreveu ou pretende escrever algum livro.) Você pode escolher se quer divulgar todo o livro ou apenas trechos, que serão indexados e poderão ser encontrados pelos possíveis leitores através duma ferramenta de busca específica. (É o “antigo” Google Print do qual já falei.) Não apenas diversas editoras internacionais já sacaram que vale a pena, alguns autores também. Há histórias de gente (brasileira) que começou divulgando apenas na internet – é possível subir o arquivo em PDF – e, com a procura gerada, já publicou e vendeu oito edições em papel do dito cujo carcará sanguinolento. Eu já estou preparando minha revisão final com as ilustrações e capa do Sérvio Túlio Caetano.

Stanislaw Lem partiu para Solaris

Pois é, morreu o Stanislaw Lem, conforme noticiou o Yuri ali embaixo. Este escritor polonês, autor de mais de 30 livros, escreveu o clássico de ficção-científica Solaris, duas vezes adaptado para o cinema, por Andrei Tarkovski e por Steve Sodebergh. Entre os dois filmes, fico com o livro, uma das obras literárias que mais me angustiaram e impressionaram até hoje.

Liberdade?

Ele tem flertado com a mediocridade. Passeios no shopping, sexozinho nos fins de semana, e sono, muito sono. Logo estará vendo televisão. Tudo por causa de — vocês sabem — uma dessas mulheres de ancas largas e gestos delicados. Ela já sabe os nomes que vai dar aos filhos. Ele ainda quer escrever um livro. Mas alguma coisa no seu corpo, algo além da queda de cabelos, vai conciliando o futuro com uma gravata e uma carteira assinada. Os sonhos que restam vão morrendo a cada orgasmo. Aos poucos ele vai descobrindo que nunca quis ser livre. Queria apenas alguém com quem dividir a cela. As mesmas paredes que antes o oprimiam formam agora um refúgio contra a desordem cansativa do mundo. E desde que a doce morena permaneça ali dentro, desde que ela o envolva nos seus braços quentes e macios, desde que ela sorria brancura e morda prazer, aquele espaço exíguo não será mais uma prisão, mas simplesmente o seu lar. Para que ser livre, se a busca terminou? Uma mulher para dividir a cama, uma janela para olhar as estrelas, uma madrugada para escrever versos medíocres, eis a súbita descoberta: tudo isso é muito melhor que a liberdade.

Morreu Stanislaw Lem

Morreu o escritor Stanislaw Lem, autor de Solaris, adaptado para o cinema primeiro por Andrei Tarkovski e mais tarde por Steven Soderbergh. (Passei a bola pro Paulo, que leu Solaris, mas como ele não escreveu nada…)

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