blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Comes & bebes

Um mojito para Obama

Já que o novo presidente norte-americano se propõe a “negociar” sem pré-condições com os caudilhos sudamericanos, pergunto: dá pra tomar uns mojitos antes?

PS: Modéstia à parte foto e mojito brought to you by me… 🙂

A abobrinha beijou a lona

Bem no quarteirão em que moro, há um restaurante vegetariano que, de vez em quando, freqüento. É um lacto-vegetariano, não tão extremo como um vegan — isto é, alguns pratos têm derivados de leite.

Não tenho muito preconceito quanto a alimentos. Com exceção de berinjela, como de tudo — a comida só não pode se mexer, mas não importo se sangrar.

O problema é que perdeu um pouco a graça comer no vegetariano. Explico.

Do lado dele, bem do lado mesmo, muro com muro, tem uma padaria. Uma destas bem paulistanas, que servem quase de tudo. Tempos atrás, ela fez uma grande reforma, mudou tudo de lugar. E ampliou seu cardápio de almoço, antes restrito a lanches e PFs. Agora há um bufê: arroz, feijão, uma saladinha, farofa, batata frita. Algo assim.

Aqui em São Paulo, em qualquer lugar que tenha um bufê, seja o boteco da esquina ou o Dinho’s Place, ele é acompanhado de grelhados.

Aí que é o bicho pegou.

No vegetariano, principalmente nas mesas no corredor externo que dá pro muro da padaria, você fica comendo uma abobrinha recheada com proteína de soja ou uma almôndega de soja ao sugo, que são gostosas, é bom que se diga, mas fica sentido o cheiro na picanha na grelha da padaria. É foda de encarar. É peso leve contra peso pesado. Uma covardia.

Aquele carnívoro do Dalai Lama…

Parece que existe mesmo algo como “os prazeres politicamente-incorretos”. Senti isso ontem ao dar, na revista Planeta (edição 408, ano 33), com a carta dum leitor indignado a respeito dum artigo publicado anteriormente, artigo esse que tinha o Dalai Lama como assunto. O tal leitor – Sr. Virgino – demonstra toda sua lástima por descobrir que nosso amigo lama não é, segundo ele, um ser de fato compassivo, uma vez que costuma comer carne mais de uma vez ao dia. Eis a missiva:

O Dalai Lama na berlinda
Em PLANETA 406, li a matéria com citações do Dalai Lama: “Como alcançar a paz de espírito”. É com pesar que revelo minha decepção em relação a esse líder budista. Por onde quer que ele passe, em qualquer matéria sobre ele, o tema é a compaixão. O Dalai Lama parece um incansável apóstolo da compaixão. Mas eu pergunto: até onde deve ir nossa compaixão? Será que devemos deixá-la de lado quando estamos diante de um prato de comida?

Na página 60 de seu livro A Prática da Benevolência e da Compaixão, ele fala sobre sua dieta alimentar e revela, sem o menor constrangimento: “Às 12h30, eu almoço, geralmente comida não-vegetariana, embora a minha preferência seja a vegetariana… Algumas vezes thupka (sopa com macarrão), ocasionalmente momo (bolinhos de massa cozidos no vapor com carne) e skabakleb (pão frito recheado com carne)”.

É deprimente saber que o líder maior do budismo tibetano não siga os preceitos de Sidarta Gautama, o buda histórico, cujo princípio religioso mais elevado é ahimsa – a não-violência e a compaixão. Mas a compaixão não exclui nenhuma forma de vida, especialmente a dos nossos irmãos indefesos encarnados em corpos de animais.

Eu sugiro ao Sr. Virgino a leitura do livro dum autor – segundo o critério acima exposto – muito mais compassivo que o Dalai Lama, uma vez que o sujeito não comia carne de forma alguma e, inclusive, talvez fosse ainda mais budista, tendo adotado um símbolo tibetano para o seu movimento político: Mein Kampf (Minha Luta), de Adolf Hitler. O quê?! Hitler era vegetariano? Sim, era. E adorava animais. Mas infelizmente o Senhor do Universo tem toda a razão: não é o que entra pela boca o que pode nos levar ao mal, mas sim o que sai dela. O Sr. Virgino pode ficar muito chateado com isso, mas não se atinge a compaixão através meramente duma dieta.

O passo

A evolução é algo realmente espetacular. Certos caminhos que ela escolhe podem, milênios depois, favorecer o sucesso ou o fracasso de uma espécie. Lembrei disso lendo na Reuters uma notícia sobre um tipo de big brother sobre pandas, na China.

Esse bicho fofinho, que todos adoram e é símbolo da luta pela preservação das espécies, corre risco de extinção em boa parte por uma escolha em seu caminho evolutivo — estou excluindo aqui o bicho-homem, já que esse é uma ameaça a qualquer ser vivo que exista.

De celebridades e macarrões

Ai, ai. Vou parar de falar de política. Só farei posts agora sobre culinária e a vida das celebridades.

Quem viu que a Cleo Pires e o namorado aprontaram um barraco no show do U2 e foram parar na Delegacia?

Pronto, assim ninguém precisa se preocupar se sou de direita ou esquerda.

Agora, falando sério, macarrão é um negócio de outro mundo,não? Eu se pudesse comia todos os dias. Acontece que, como observa a Juliana, minha mulher, por se tratar de coisa tão boa, a gente acaba se acomodando um pouco nos mesmos pratos. Afinal, para mim, não existe combinação mais perfeita que uma massa e um belo molho sugo, feito com muito alho e pimenta calabreza.

Com moderação, mas beba…

Apesar do calor, ontem tomei uma tacinha de tinto (levemente resfriada). Olha que notícia boa. Da BBC Brasil:

Composto de vinho tinto prolonga vida de peixes em até 50%

Um composto presente no vinho tinto tem o poder de prolongar a vida – ao menos em peixes –, de acordo com pesquisadores italianos.

Suco de Cacto

100% de gaveA tequila, ou o tequila – os dois gêneros são usados em espanhol–, é hoje uma denominação de origem, cuja produção é controlada pelo governo mexicano. Sua fabricação deve seguir certos padrões. Só pode se chamar tequila, mesmo que a receita seja idêntica, a bebida produzida nos estados de Jalisco e Michoacán. Não confundir com o Mezcal, também feito a partir do agave, em outras regiões (é em alguns dos tipos de Mezcal que se pode encontrar o famoso verme – o gusano – no fundo da garrafa).

Zeste Szego de Zeveja

Ontem, aqui em casa, demos uma contribuição sem precedentes para o avanço da Ciência Etílica. Convidamos alguns amigos para um teste cego de cervejas. A metodologia adotada e os resultados são apresentados abaixo.

Foram utilizadas 12 marcas: as mais tradicionais Bohemia, Brahma, Antarctica e Skol, as criticadas Nova Schin, Kaiser, Bavária Premium, Primus e Colônia, além das obscuras Krill, Glacial e Santa Cerva. O único membro não-alcoólatra do grupo foi chamado a servir de facilitador.

O teste aconteceu em duas rodadas, com seis marcas cada, mesclando marcas mais conhecidas e obscuras aleatoriamente. O resultado é que, ou ninguém entende patavina de cerveja ou a cerveja nacional é um lixo só, ou os dois, o que é mais provável.

Tributo da Cachaça

E ainda segundo o Feirão do Imposto, verifico que 83% do valor de uma garrafa de cachaça é puro imposto. (Uma cerveja tem 56% de imposto!) Que absurdo! Por que ao invés de pagarmos isso não enviamos apenas uma garrafa de 51 por ano ao Lula? Aposto que ele ia adorar esse pagamento em espécie. (Bêbado, ele diria: o Estado sou eu!)

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