Jornalista, tendi para o lado da liberdade de expressão neste caso das caricaturas de Maomé. Mas nunca previ tamanha repercussão. A história não pára de crescer. E de ficar mais feia para o lado do Ocidente — principalmente depois que se soube que o mesmo jornal dinamarquês que iniciou tudo havia, tempos atrás, se recusado a publicar charges de Jesus, sob a alegação de que causariam polêmica entre seus leitores.
Desde o início senti dificuldades em entender por que houve tanta repercussão entre os muçulmanos — até com mortes. Mas agora vislumbro uma luzinha, isto é, começo a compreender, mesmo que só um pouquinho — o que, acredite, para mim já é o suficiente.

Até hoje eu só criei um único verbete para a
A internet é mesmo espantosa. Num dia vc escreve sobre alguém e menos de uma semana depois – graças ao Google, lógico – esse alguém bate em suas portas virtuais. Isso aconteceu uma vez quando meti o pau no horrendo show dos irmãos Caruso, um a que assisti no Teatro Nacional de Brasília ainda antes da eleição do ex-iluminado Lula. (Tão iluminado quanto o filho do Jack Nicholson naquele filme homônimo. A diferença é que Lula não consegue mais conversar com o dedo – redrum! redrum! – que fugiu por achá-lo muito chato.) Pouco depois a mulher dum deles (falo ainda dos irmãos Caruso) encontrou meu texto na net e veio toda magoada tirar satisfação. Uê, que é que eu podia fazer se eles, enquanto músicos e compositores, são ótimos cartunistas militantes? E, claro, ambos pra lá de sem graça. Mas, puts, eu havia prometido a mim mesmo que não faria mais isso, botar o dedo na ferida alheia. (Desculpa, Papai do Céu, eu sei que vc disse que muito melhor é elogiar quem merece e calar sobre os demais, mas… ainda vou aprender.)