blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Política Page 30 of 83

“Prefiro o aborrecimento”

Sobre aquela tal democracia:

Pela chatice

Luis Fernando Verissimo, no Caderno 2

“Curiouser and curiouser”, dizia a Alice a cada nova surpresa do país das maravilhas em que caíra. Nosso país também fica cada dia mais curioso.

É curiosíssimo, por exemplo, que se chegue simultaneamente a um descrédito quase total da classe política e a uma maturidade política inédita. Que se valorize como nunca a prática democrática e ao mesmo tempo se desespere como nunca dos praticantes. Você pode ter a explicação que quiser para o fato desta campanha eleitoral estar sendo, assim, tão chocha – resignação com a vitória já anunciada do Lula, candidatos insípidos com exceção da Heloísa Helena, etc. além de, claro, o próprio nojo com os políticos – mas o principal significado do aborrecimento generalizado é que, aleluia, o processo democrático se banalizou entre nós. Não é mais uma ruptura da normalidade, é a normalidade.

Você vai ficar deprimido

Você vai ficar deprimido, mas veja o documentário “Vocação do Poder”, de Eduardo Escorel.

A gente aprende na escola que a democracia foi uma conquista. O povo passou a escolher seus governantes e legisladores, e com isso as leis ficaram mais justas, mais favoráveis à igualdade. Há maior controle da população sobre os detentores do poder. O sistema de mandatos faz com que a câmara se renove ou se conserve, segundo o desempenho e a aprovação social dos políticos. Tudo muito lindo na teoria. Mas e na prática, como a coisa funciona? É isso que o filme procura mostrar. A equipe acompanhou seis candidatos a vereador na cidade do Rio. O diretor foi muito feliz na montagem, alternando momentos do dia da eleição, quando a adrenalina dos candidatos era máxima, com cenas das campanhas que vinham ocorrendo meses antes. Aos poucos você vai percebendo — quando não percebe logo de cara — que a maioria, mesmo que quisesse, nada poderia fazer pela população que a elegeu, a não ser pequenos favores como doar cadeiras de rodas e caixões. Os candidatos parecem nem saber a diferença entre executivo e legislativo. Acreditam que o vereador possa exercer funções como controle da polícia ou do sistema de saúde. É até difícil de acreditar, mas nenhum dos candidatos revela sequer uma proposta, nem nas reuniões internas dos partidos. Tudo que sabem fazer é recorrer a termos vagos, como “justiça social”, “debate”, “democracia”, que eles mesmos não saberiam definir. Alias, estou fazendo uma injustiça. Um dos candidatos tem uma proposta concreta. A construção de uma grande danceteria com palco para shows e desfiles. E é justamente o candidato do setor mais pobre da população. É claro que ele não fala em saúde e educação, todo mundo sabe que pobre precisa é de sexo e música ruim. Os candidatos de nível social melhor, que poderiam apresentar propostas mais concretas, sabem apenas abordar as pessoas na rua e dizer “Posso contar com você?”, ou coisa pior. E é isso que é mais deprimente: Justamente os mais instruídos, que têm um curso de Direito ou coisa aparecida, que poderiam expor propostas sérias e viáveis, ficam só naquele papo de “a gente precisa de alguém do Leblon lá em cima”. O filme só não deprime mais porque é bem feito. Pelo menos nossos documentaristas são bons.

Pesquisas eleitorais e o desarmamento

Acho que você ainda se lembra que, no plebiscito sobre a proibição da venda de armas de fogo, o Sim à proibição ganhava em todas as pesquisas. Mas quem ganhou? O Não, logo, nem tudo está perdido, Lula ainda pode dançar bonito. Contudo, caso esse dementado desdedado ganhe as eleições, certo é que ele se sentirá no direito de retomar todas as propostas totalitaristas que tentou empreender: mordaça na imprensa, censura na internet, mais aumento de impostos (para bancar seu assistencialismo inútil), mais invasões do MST, mais uso político da Polícia Federal e, claro, provavelmente mais uma tentativa de desarmar a população, afinal, “a luta continua, companheiros”. (Companheiros do Cão…) É pensando nisso que vejo esse vídeo do Chris Rock como uma boa sugestão ao Partido dos Totalitaristas.

O discurso do senador Jefferson Peres

Nosso leitor e amigo Vinícius Bitencourt tem toda a razão, o discurso de hoje do senador Jefferson Peres (PDT-AM), feito às 15h46, precisa ser ouvido por todos. O Brasil não apenas tem uma elite frouxa, intelectuais e artistas alienados e uma classe política apodrecida, mas também um povo imbecil que insiste em querer votar nos corruptos de sempre, a começar pelo safado do Lula, o líder da gangue.

    Ouça o discurso:

    [audio:http://blog.karaloka.net/wp-content/uploads/2007/12/0830jperes.mp3]

Sarney e a censura

Xô, Sarney!E o José Sarney está processando o blog alcilene.zip.net – retirado da rede sem maiores explicações (por essas e outras que o Garganta está hospedado na terra do Tio Sam) – porque sua proprietária publicou a foto ao lado. Mais detalhes no blog da irmã da figura e no Movimento da Ordem e Vigília contra a Corrupção.

O PT e os meios de comunicação

Veja lá no Reinaldo Azevedo: o PT, com a reeleição de Lula (que não irá ocorrer, credo), pretende criar mecanismos stalinistas para controlar os meios de comunicação. Zeus poderia jogar um raio nessa gente…

Ao menos um

Do Cláudio Humberto:

Disse bem
Ex-esquerdista que renegou o “terrorismo” na ditadura, Marcos Vinício Fernandes revelou a Fernando Molica, da GloboNews, que foi torturado, mas não quer indenização: “O povo brasileiro não me deve nada”.

Eu que pensei que nenhum deles – a começar pelo Carlos Heitor Cony e pela alta cúpula do PT – tinha vergonha na cara.

P.S.: Atenção companheiros do Garganta: graças a esse post fui obrigado a criar a tag “milagre”. Use-a em casos como esse.

Além do Cidadão Kane

Para quem ainda não assistiu, esse é o documentário britânico sobre as relações da TV Globo com a sociedade brasileira, com seus políticos e com a classe artística. Está proibido no Brasil desde 1993. Apesar de trazer um ou outro comentário boboca de viés esquerdista anti-capitalista – como se os problemas apresentados fossem inerentes ao capitalismo e não à promiscuidade entre poder público e poder financeiro -, a peça é bem interessante. É curioso ver, através da ótica dum estrangeiro, o quão bizarra é a nossa televisão.

Atenção para a declaração do Walter Clark, segundo o qual Roberto Marinho é um Citizen Kane sem Rosebud. (Isso me lembra os causos que ouvi do jornalista Washington Novaes e do cineasta Eduardo Escorel – nas duas ocasiões em que almoçamos juntos lá no FICA – sobre os bastidores da Globo nos anos 70 e 80, as confas entre Clark e Boni, etc. Qualquer dia voltarei ao tema.)


Ahmadinejad no 60 Minutes

Para quem quiser assistir à entrevista do presidente do Irã no 60 Minutes, aconselho a leitura dos comentários de Ali Tabrizipoor, no FaithFreedom (em negrito), que aclaram muitos pontos que o jornalista Mike Wallace deixou passar batidos. (No site há uma transcrição completa da entrevista.) Exemplos: enquanto Wallace descreve Ahmadinejad como um simples engenheiro civil que se tornou um presidente popular, Tabrizipoor o apresenta como um ex-militante dum movimento político-religioso radical (Office for Strengthening of Unity Between Universities and Theological Seminaries) – nomeado presidente não pelo povo mas por um colegiado de clérigos xiitas – que, além de tudo, ficou conhecido entre os prisioneiros políticos iranianos como “Tir Khalas Zan”, isto é, “aquele que dá o tiro de misericórdia” (após um fuzilamento malsucedido). Ahmadinejad, ao contrário de sua conversa fiada de amor e respeito a culturas distintas, é também aquele que, na TV iraniana, promete “acelerar a vinda do Imã Mahdí”, personagem mítica que instaurará um califado mundial. Segunda a tradição islâmica, esse líder espiritual surgirá após um cataclisma internacional cujo ápice será a guerra total contra os infiéis. Em suma, a missão de Ahmadinejad é ser o detonador desse processo.

Primeira parte

O PT e a Transparência Brasil?

Li isso agora no Blog do Reinaldo Azevedo.

O Partido dos Totalitários contra a Transparência Brasil

Por Malu Delgado na Folha desta quarta: “A disputa jurídica entre a coligação PT/PCdoB em São Paulo e a organização Transparência Brasil, que apóia projetos de combate à corrupção, teve outro capítulo ontem. A coligação tentou, sem êxito, retirar da internet a campanha “Não vote em mensaleiros”, promovida pela Transparência.O diretor-executivo da Transparência, Cláudio Weber Abramo, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral para retomar texto original de artigo publicado no site da organização, em que conclamava o eleitor a não permitir que ‘mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família’ voltem ao Congresso. A parte final da frase foi retirada do artigo por determinação do TRE, com base na representação do PT/PC do B.Ontem, o recurso foi indeferido e a restrição à frase mantida. Abramo critica o PT paulista: ‘É uma atitude que revela uma estreiteza de pensamento, de como lidar com essas situações’. Ele disse que analisará a possibilidade de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. Além da campanha ‘Não vote em mensaleiro’, a Transparência tem outro projeto, o “Excelências”, em que mostra o perfil de deputados que tentam a reeleição, as doadores de campanhas passadas e processos contra eles.”

Uma pessoa bem intencionada poderia pensar o seguinte: “não parece haver limites para o interesse eleitoreiro desses caras. Acho que deveriam preocupar-se muito mais em comprar um kit anti-séptico para lavar a honra, do que em bloquear iniciativas tão bem concebidas como a da Transparência. Eu já me decidi faz tempo, NÃO VOTO EM MENSALEIRO”. Eu pensei isso e confirmo a última parte, não voto em mensaleiro.

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