blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Umbigo Page 15 of 37

Artigo imperdível da Míriam Leitão

A infiltração petista é tão profunda neste país que até este blog já foi invadido. Agora nós temos alguém para fazer elogios à gurua do PT, Marilena Chauí! Cruzes!! Depois eu é que sou o nefelibata, o selenita. Ossos da fraternidade. Na verdade, minha maior loucura é aceitar colaboradores baseado tão somente na amizade, mesmo quando certos amigos têm cobras e lagartos sob o cocuruto. (Não vou nem linkar o texto.) Mas deixa pra lá. Só queria postar este artigo que uma outra amiga, Carol, a Gata-Lôca, me mandou lá do Rio:

Inaceitável

Miriam Leitão, O Globo (24/03/06)

Políticos e jornalistas perguntaram ao ministro Antonio Palocci se ele processaria o seu ex-assessor Rogério Buratti. Sua resposta foi que jamais processaria alguém enquanto fosse ministro, porque não usaria o poder do cargo que ocupa contra um cidadão ou um jornalista. No caso Francenildo, o governo Lula faz muito pior: está usando todo o poder do Estado contra o cidadão. Isso é inadmissível na democracia, mas previsível no governo Lula.

Que fim levou a Benedita?

Estava olhando a pesquisa por autor do blog e fiquei pensando: “Quem fim terá tido a Benedita?” Ela está na lanterna entre os participantes, com apenas 1 texto.

Em seguida, vêm o Chun e o Túlio (2 cada), mas este último é recém-chegado. Nossas outras colaboradoras também têm poucos textos: Rosa (3) e Jamila (4).

Tá bom, eu também não sou lá grande participante (15), mas tenho me esforçado. E é sempre bom lembrar que não é a quantidade que vale, etc, etc.

Bem, na verdade, isso tudo aí que escrevi não passa de uma observação, sem questionamentos. A não ser o sobre a Benedita, claro. Alguém aí quer se juntar a mim nesta pergunta?

Seus barraqueiros

Eu já entendi tudo. Concluí meu experimento científico. A galera que frequenta este boteco gosta mesmo é de se xingar e de ser xingado. Discussão civilizada a *@#!#*&!! Neguinho (e neguinha) gosta mesmo é de discussão inflamada, né? Haja vista o post do Daniel, perguntando honestamente quem paga a conta do liberalismo. E nada. Ninguém respondeu (nem eu, mas é diferente porque eu fiquei de pensar e estou pensando até hoje). Depois, um tema polêmico desses como privatização da água e ninguém nem tchuns. Tá certo. O negócio é afirmar e sustentar pontos de vista até derreter o fígado do adversário, nada mais. Ninguém quer entender de verdade porra nenhuma. Pensamento crítico é coisa pra mariquinhas. (Vou fazer que nem o Yuri e botar um sorrisinho aqui no final pra vocês não virem pegar no meu pé). 😎

Eu curto trance

Já que o Paulo assumiu que é liberal democrata e o Pedro que é flamenguista, eu também assumo: sou raver, eu curto mesmo é trance, psytrance, goatrance et cetera et al. Podem perguntar ao Bruno Tolentino, que também morou lá na Hilda Hilst. Ele ficava louco com os meus CDs. Aliás, fui à minha primeira rave em 1996, em Maresias-SP, quando então conheci e fiz amizade com o DJ Rica Amaral (organizador da XXXperience, na época ainda um odontólogo que implantava diamantes nos dentes das menininhas), sou bróder do DJ Swarup de Brasília, cruzei mil vezes com o sitarista Alberto Marsicano, com o Edgard Scandurra (aliás, já dormimos um ao lado do outro – ele com a namorada dele, eu com a minha, claro – numa casa de praia mutcho loca), sem falar nos meus bróders Dante, que fotografou ene raves, André e Lisa Ismael, da Rave On. De lá pra cá já fui a montes de raves, talvez umas quarenta (umas 30 só entre 96 e 98), o que é pouco se vc distribuir a diferença pelos últimos sete anos. (Na verdade, faz uns dois anos que não vou a uma festa dessas, neguinho perdeu o rumo da brincadeira, a coisa literalmente vulgarizou. Boas raves são essas para 200, 300, no máximo 800 pessoas. Boas eram as raves “secretas”, apenas para os iniciados. Mas ainda voltarei.) Enfim, se para meditar eu ouço Bach, Maller, Sainte-Colombe, Villa-Lobos, Ravi Shankar e Miles, eu só consigo escrever mesmo é com trance, esse som que abre um túnel a partir do terceiro olho, estendendo todo um caminho a ser percorrido em direção ao infinito. Pronto, confessei!

Como amostra, eis uma mixagem que fiz no Audacity de duas músicas que costumo ouvir ao escrever (se não estiver escrevendo, dance, isto não é música de se ouvir parado):

    [audio:http://audio.karaloka.net/audio/para_escrever.mp3]

Sobre raves leia ainda este post.

Você é legal e gente boa

Olha, você vai achar que é arrogância, mas o fato é que eu sei tudo sobre você. Sei que você sempre conversa sobre os livros e filmes da moda para não revelar que gosta mesmo é de carnaval e futebol. Sei o quanto você se esforça para parecer culto na companhia de pseudo-intelectuais, enquanto sua leitura favorita continua sendo Carlos Zéfiro. Sei que você é apenas mais um socialista de piscina, que nunca leu Karl Marx, mas faz questão de repetir chavões como “burguesia” e “justiça social” para agradar aos revoltadinhos de plantão. Aliás, você é burguês e é isso que você quer ser por toda a vida, mas você sempre encontra um vizinho mais rico e mais gordo para achar que o burguês é ele, assim como os mais pobres acham que o burguês é você. Vamos admitir, você não é original, há muitos como você. Há milhões de outros jovens que também adoram viajar só para fazer exatamente o mesmo que fariam em seu país natal. Há milhões de outros jovens que dizem que adoram coisas novas, mas passam a vida inteira fazendo exatamente as mesmas coisas, sem nunca se darem conta de que elas são mais velhas que o papa. Há milhões de outros jovens que dizem que não existe bem e mal, mas ficam putos quando alguém rouba o som do carro deles. Sim, você é relativista, você não acredita em bem e mal, mas, por Deus!, como é mau aquele sujeito que te chamou de burro, como são maus os católicos que não querem que você use camisinha, e como são más todas as pessoas que não compreendem o quanto você é sensível, talentoso e genial. Estou sendo arrogante? Oh, deve ser porque eu também sou muito mau, enquanto você, obviamente, é um poço de bondade.

Bem-vindo Sérvio Túlio (o anfitrião!)

Meu muito querido, Sérvio Túlio! Ao ler esse post não sabia se ria convulsivamente ou tinha ataques de náusea e vômito; aliás, tudo muito Sérvio Túlio, né, Anfitrião? (Desculpem-me, caros leitores, a piada particular! Acalmem-se, porém, porque certamente o colaborador comentará a respeito em suas próximas Crônicas Toulousianas!!)

Lembro-me bem dessas discussões intermináveis sobre aborto, eutanásia e afins! Algumas eram patrocinadas pelos Colégios (no nosso caso, católicos!) e em todas elas nunca havia qualquer chance de um debate hígido (é! Gostou da palavra? Herdei da minha mãe!) e que levasse a uma análise científico-socio-política relevante e produtiva! Ao final, só aquele gosto ruim de recreio perdido!

Sobre o aborto e a jaca

Cada dia que passa tenho mais certeza: há uma conspiração dos meus amigos no que se refere a “temas ideais para estrear no Garganta”. Fico paranoicamente imaginando o troca-troca de emails: “E aí? Qual o melhor assunto e a melhor abordagem para atazanar o Yuri?” Deve ser isso, penso cá comigo, embora eu seja o único a conhecer todos os colaboradores. Porque você, Tulio, mirou e acertou a jaca muito em cheio para ser mera coincidência. Há de ser nada mais nada menos que um complô da Kaos contra este site. Mas vamos lá, bróder, seu artigo pede a intervenção do meu lado Ombundasman.

Na minha singela opinião, a questão da lei sobre o aborto, no fundo no fundo, é tão somente uma questão de crença e de honestidade intelectual. E me refiro não apenas à crença dos religiosos que o combatem, mas também à daqueles que acreditam completamente, que têm plena fé, de que a vida não é senão um amontoado, dos mais complexos, de reações físico-químicas. Convenhamos, pois, para facilitar a discussão, que todo o espectro de convicções a respeito da vida está limitada por estes dois pontos: o da fé absoluta na vida após a morte, isto é, o da fé na existência do espírito e, no lado oposto, o da fé total na cessação de toda a vida após a morte, da fé unicamente na matéria e no “nada psíquico” que procede à entropia dela (isto é, à entropia do organismo material sem vida).

Assim, dizer que é “burrice” não apoiar a plena legalização do aborto é uma profissão de fé na total independência da matéria a qualquer instância além e acima dela. Logo, segundo você, Tulio, eliminar um feto é menos chato do que eliminar um camarão. O problema é: como você, como um cientista ou um médico abortista pode ter certeza disto? Por acaso foi decretado pela ONU que todos os mistérios além do céu e da Terra foram já esclarecidos por nossa (vã?) filosofia? Ou por nossa ciência? Eu não li esse decreto. O físico Max Planck dizia que, para a religião, Deus está no começo, para a ciência, no fim. Ele jamais seria arrogante a ponto de afirmar, graças a um punhado de testes de laboratório, que Deus não existe. Seus colegas Werner Heisenberg e Niels Bohr — segundo relato do próprio Heisenberg (“Viagem aos centros da Terra”, Vintila Horia) — não questionavam em suas discussões privadas se Deus existia ou não, mas sim se ele era ou não um Deus pessoal, isto é, uma Personalidade Divina. (O primeiro acreditava que sim, o segundo, que não.) Você agora vai me perguntar: mas o que tem todo esse papo a ver com aborto? Ora, o fato de que, segundo a Palavra, Deus é Espírito e a própria Vida da nossa alma. Em outras palavras: um feto tem alma(psiquê)?

Bem, caso você me diga que um feto não tem alma, eu lhe direi: prove. Você me dirá: “então prove você o contrário, prove que ele tem uma alma, que há nele espírito.” Infelizmente, meu caro, o problema que você propôs não é este, mas o da legalização do aborto uma vez que alguns fetos não passam, segundo suas palavras, de “carniça”, de “cadáver de bebê” e nhacas do gênero. Para tanto, você se baseia no fato de que os tais são anencéfalos — e não “acéfalos”, o que é muuuuito diferente. Mas e o caso daquele figura que, após um exame médico, descobriu que era ele mesmo um “anencéfalo”? Isso é verdade. E o cara não se parecia com o Jabba The Hutt. Era simplesmente um estudante universitário de matemática, com QI 126, cujo cérebro não passava duma camada de 1 milímetro de espessura a cobrir o topo da sua coluna vertebral. Sim, ele tinha hidrocefalia. Mas poderia ser um colega seu de faculdade. Ou um feto abortado.

Observe que não estou anatematizando: “Deus existe e vai condenar todos os abortistas!!” Não. Estou apenas seguindo os preceitos do direito, segundo o qual “todos são inocentes [inclusive da acusação de serem uma carniça ou um camarão] até prova em contrário”. Doutro modo seria uma condenação sumária e injusta.

O polêmico biólogo Rupert sheldrake tem uma teoria das mais interessantes: o cérebro não é um “produtor” da mente, mas um receptor dela. O que explicaria o caso do estudante de matemática e de vários outros, haja vista tal caso não ser considerado uma exceção. (Veja o artigo citado.) Nem preciso recorrer ao Livro de Urântia — escrito nos anos 1930 — para apoiar essa mesma tese, uma vez que ele afirma categoricamente ser de fato o cérebro um receptor da mente. Trocando em miúdos: há a possibilidade de que mesmo um feto anencéfalo tenha uma alma, se é que está no cérebro — e portanto na mente — o misterioso elo do corpo com o espírito. (Descartes acreditava que a conexão se dava através da glândula pineal.)

Mas depois você se entrega e mostra que sua preocupação com o cérebro dos fetos não tem conexão com a possibilidade de eles terem mente, psique ou alma. Sim, você não questiona em momento algum se o sistema nervoso central tem algo a ver com alma. Porque você também defende o aborto de vítimas de estupro. Embriões que resultam de estupros não são de modo algum necessariamente anencéfalos. Claro, eu jamais afirmaria não ser um fardo o tornar-se mãe do filho dum estuprador. A princípio, deve ser horrível. Mas e depois? Quem irá explicar (ou negar) os mistérios da maternidade e do “amor de mãe”? Porque não há razão para condenar uma criança pelo crime do pai. A não ser que você a considere um camarão e não uma criança. E daí voltamos ao início.

Já dizia o Riobaldo: “Viver é muito perigoso”. Sim, já temos idade para saber (este é um blog balzaquiano): viver é arriscado. Quase toda loucura oriunda de intelectuais supostamente bondosos, oriunda dessa gente que realmente parece preocupada com essas pobres moças que não terão como alimentar o bebê, não vem senão dessa mania de querer tirar o caráter acidental do mundo. Quem está na chuva, está fadado a se molhar. Eu mesmo demorei muito tempo para aprender isso, talvez tempo demais. Não há desculpa para a eliminação duma criança. O bem-estar da mãe? O conforto dela? Extirpar o objeto para que os olhos não o vejam e o coração não o sinta? Isto tudo é covardia. Mesmo a possibilidade da morte da mãe, para uma mãe que é mãe por inteiro, não é desculpa. “Não há amor maior do que o daquele que dá a vida pela de seu amigo”. Se é assim quanto ao amigo, imagine então quanto ao filho. Estamos aqui para saber se temos “moral”, saca?

Quanto a fazer como os índios, me lembrei do caso contado pelo Pedro Novaes. Há um povo aí cujo costume é o pai matar um dos filhos gêmeos: só pode haver um. O índio que o Pedro conhece fugiu da tribo, exilou-se. Preferiu perder toda a tribo a perder um de seus filhos. Será que, para esses índios em particular, quando nascem gêmeos, há apenas uma alma a ser usada por um deles? Vá até lá e prove para eles que não é verdade. “Ah, tudo é relativo, seria etnocentrismo dizer para que acreditem em outra coisa.” Tá bom, diga isso pra consciência desse índio que preferiu morrer socialmente a matar um de seus filhos. Se há espírito, ele só pode ser universal.

Na verdade, esse fazer “como os índios” a que você se refere, se chama “eugenia negativa”. A princípio, a eugenia parece algo muito bom, afinal, trata-se do melhoramento da raça, da espécie. E eu mesmo concordo com ela. Mas você, meu caro Tulio, está falando em termos de eugenia negativa, isto é, está defendendo a eliminação dos “incapazes”, dos “defeituosos”, dos “deformados”, dos “Jabba de Hutts”. Mais um pulinho e chega na eliminação dos feios, dos estrábicos, dos orelhudos, dos futuros carecas, dos narigudos… Narigudos? Daqui a pouco você falará em eliminar judeus. Isso é nazismo, meu amigo. Não vejo nada de mais em apoiar a eugenia positiva, principalmente junto às mulheres: “meninas, não se casem com homens burros, estúpidos, horrorosos, grosseiros, violentos, etc.” Ninguém sai morto disso. Tampouco sou contra selecionar, in vitro, um óvulo e um espermatozóide supostamente perfeitos para posterior fertilização. Mas esse seu “fazer como os índios” é crime e nada mais.

Em suma, por que digo que a legalização do aborto é uma questão de crença e honestidade intelectual? Ora, porque qualquer juiz, se intelectualmente honesto, ainda que não tenha provas conclusivas de que um feto é “gente”, optará pela “dúvida razoável” e decidirá que ele deve permanecer vivo. Se autorizar a execução, é um crente — um crente do nada, um fiel da morte, um mero niilista. Todo julgamento deve, ainda que não alcance a verdade, esforçar-se por buscar sua direção, o seu sentido.

Agora tire o pé da jaca e vá se limpar, Tulio. (Estamos esperando por suas animações e desenhos.)
Abração
O eDitador
(agora também na versão Ombundasman)

Paralamas do Sucesso… no Bozo!!

Taí um vídeo de passar mal: os Paralamas do Sucesso se apresentando, em playback, no programa do Bozo. Ai, que dor no meu módulo de reminiscência…

Literatura e paranóia

Nesse final de semana, conversei por um bom tempo com a Andréa Leão e o Paulo Paiva sobre Auster, DeLillo, Pynchon e seus romances noiados. Depois, em casa, reli o ótimo ensaio do Martim Vasques da Cunha, O Triunfo da paranóia. Foi a cereja daquela conversa. Em meio à sua análise sobre Pynchon, ele cita este trecho duma palestra de Eric Voegelin:

“A alienação e a paranóia não são apenas problemas individuais, mas eles dominam a cena contemporânea na forma de várias ideologias, que sempre tentam perseguir alguém, ou sentem-se perseguidas por alguém, ou ambos os casos. E foi nesta ocasião que eu me deparei com o problema da paranóia no sentido teorético, o que não havia ficado claro para mim antes, porque a paranóia é geralmente tratada pelos psicopatologistas. Mas isto não é um problema, uma vez que se você tem várias pessoas em um estado paranóico (em termos práticos), isto é mais do que o caso de um paciente com uma psicopatalogista. Há alguma estrutura fundamental da consciência envolvida nesta situação.

Eu e o sem-fim

Um

Havia o escuro. Abriu os olhos e nada notou. Estava só, num lugar sem fim. Assustou-se e contemplou o escuro à frente. Podia ver-se, mas mais nada via. Não havia céu nem chão; apenas a amplidão. Estendeu a mão à frente, caminhou tentando tocar em algo, correu, pulou. Nada. Olhou a seu redor e só a si pôde ver. Vislumbrou o sem-fim.

Olhou o chão inexistente sob os pés. Deu um passo, foram dois, três, sete, dez… Apenas sentia o pé, a pressão na sola, cada passo, não o piso. Agachou-se. Hesitou por um instante e esticou a mão, devagar. Temeu o que não via e levou os dedos, depois a palma aberta, ao chão, que não existia. Passou a mão sob os pés, sem tocá-los. Tocou então toda a sola.

Levantou-se. Tocou os lábios, olhou a mão, cheirou-a e o braço, sentiu-se, notou cada parte, o pé, pés, as pernas, braços, ventre, abdome, peito… O peito. Pôde senti-lo apressado, assustado, tenso. Há vida, há vida.

Fechou os olhos. Cerrou-os então com força, toda que pôde, e viu um mosaico mutante, vermelho, formar-se à sua frente. Não mais via a si. Via apenas os tons avermelhados modificarem-se e repetirem-se. Manteve os olhos fechados, para não mais ver a amplidão.

Abriu os olhos apressado. Um som!

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