blog do escritor yuri vieira e convidados...

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De volta ao quarto mundo em grande estilo

I’m back, folks. Já devem ter se dado conta pela presença de acentos no texto.
Como todo retorno de viagem um pouco mais dilatada ao estrangeiro, chegar, mais que um mero desembarque, demanda algum processo de readaptação. Ele começa pelo jet lag e termina com um reajuste à própria vida cotidiana, suspensa durante o período em que se esteve fora.
Ontem, de forma um pouco forçada, acho que concluí meu ajuste de regresso tomando um choque de realidade.
Felizes da vida fomos, Juliana e eu, assitir a um espetáculo de dança. Andávamos até mesmo iludidos com uma aparente efervescência cultural na mais provinciana das metrópoles nacionais (aos chegantes ou desatentos, moramos em Goiânia), dada a coincidência de várias programações culturais, incluindo este “Goiânia em Cena”, um festival de artes cênicas promovido pela Prefeitura Municipal com patrocínio da Petrobrás. Consultamos a programação, escolhemos um dos espetáculos programados e saímos de casa.

RoutHost rocks!

Foi por pouco: quase caímos. Mas graças ao nosso serviço de hospedagem – Routhost.com – permanecemos todo o mês de Outubro online. Os caras nos deram mais 5Gb de banda e terminamos o dia 31/10 com uma taxa total de transferência de 44,78Gb!!! Mais alguns megas e o site teria caído, uma vez que, além de ultrapassar nosso limite de 40Gb mensais, ainda teríamos ultrapassado os 5Gb que ganhamos de lambuja.

Já falei outras vezes sobre isso aqui: não vale a pena hospedar um site no Brasil. Veja, por exemplo, a Locaweb. O plano mais barato deles oferece 500Mb de espaço e 25Gb de limite de transferência de dados (banda). “Tudo isso” por R$29,00 mensais, o que dá R$348,00 por ano. (Nem vou falar das vantagens de se ter um domínio internacional que, além de ser muito mais barato, está fora das burrocracias estatais brasileiras, essas que exigem CPF, CnPJ, digitais, uma foto 3X4 de frente e outra de perfil.) Já nosso plano na Routhost, o Silver, nos oferece 2Gb de espaço e um limite de banda de 40Gb mensais. E isso por U$49,95/ano, isto é, R$106,98!!!

Uma vela para os meus mortos

Vai acabando o dia de finados. Ano passado escrevi uma pequena crônica sobre este dia que ficou enterrada no meu antigo e abandonado blog. Para mim o dia de finados é todo pôr-do-sol, é todo crepúsculo. Eis a crônica:

O dia de finados transcorreu normalmente. Céu nublado, muita gente nos cemitérios, muitas flores, choros e longos suspiros de saudade. Algumas pessoas passeavam com o olhar perdido, um longo olhar. Outros permaneciam parados até, de repente, girar a cabeça num movimento brusco, como se tivessem ouvido ou visto alguma coisa. Depois retornam para dentro de si mesmos, contemplando mudamente as lápides como a um espelho. “Ó espelho meu, o que de mim neste morto morreu?”

Meus mortos aumentaram este ano. Por isso este post. Uma vela para os meus mortos, simbólica, cibernética.

Estou ouvindo uma missa composta por Palestrina. Como são belos os meus mortos, congelados em lembranças alegres ou graves. Acompanho-lhes os movimentos em detalhe, acompanho-lhes a precisão dos gestos. Meus mortos não se perdem, nem fazem o que não deviam. Quando me olham, que doçura!!, estão em paz. Hoje é o dia no qual converso com todos.

“Como vão as coisas?”, “O que o senhor tem feito, meu Tio? Continua fechado em si mesmo? É a morte para o senhor tão solitária quanto foi a vida?”.

“Vó, aprendeu mais algum ponto sofisticado no crochê? Há sapos por aí? Sei que senhora não os suporta. Olha, estou morando na sua casa, seu bisneto foi visitar-lhe o túmulo hoje, viu como está grande?”.

“Tio, How are you? Sentimos sua falta na mesa de pôquer”.

“Jordino, como estás rapaz? Sinto falta dos seus conselhos, do seu humor capenga, da sua silhoueta torta pelos corredores da faculdade.”

O meu olhar não pode mais alcançar sua diáfana existência. Apenas a memória persiste. Nela fico atrás da porta, logo após a curva, para tentar alcançá-los desprevenidos, surpreendê-los com um susto ou num gesto inédito, espontâneo. Mas nunca. Sempre os mesmos movimentos, a mesma doçura e a mesma paz. Sempre no museu de cêra dos meus pensamentos.

Locutorio

Simone é uma das pessoas mais doces que conheci. Apresento-lhes Locutorio, por Simone Iwasso. Porque sim.

Nova Infância

Aqui onde é a sala, era o meu quarto. As bonecas disputavam espaço com os ursos, e sempre ganhavam. Mas perdiam para mim quando eu queria dançar. Mamãe reclamava da música alta, mas não da bagunça, porque eu já era organizada. Diferente da Táti, que não sabia guardar nem o seu riso destrambelhado. Mas as outras meninas moravam longe, e eu brincava com a Táti mesmo. Eu era sempre a princesa, porque era mais bonita. Em troca, ela puxava meu cabelo, e eu chorava, chorava, chorava até a hora de a gente brincar de novo. O rancor não cabia no meu coração de seis anos.

Aos domingos mamãe me levava ao culto. Eu ainda não sabia cantar os salmos, mas adorava dar a “paz de Cristo”. Não gostava era dos meninos, que vinham me mostrar besouros e percevejos. Mas mamãe me protegia, e me dava pipoca doce pr’eu não chorar. Mais tarde meu corpo se arredondou, e os meninos continuaram a me incomodar, mas agora queriam me mostrar carros e músculos. Dei meu primeiro beijo, rasguei minha primeira foto, e fiquei muito triste, porque a vida não estava parecendo as estórias bonitas que minha mãe me contara. Mas minhas amigas também rasgavam algumas fotos, e isso me dava certo alívio. Juntas nós ríamos das lágrimas que chorávamos sozinhas.

Space Invaders

Ocupados

De terça-feira a domingo, eu e o Paulo estaremos ocupados gravando o making of do Goiânia Mostra Curtas, ele na direção de produção e eu na direção. Já o Pedro viajou hoje à Tailândia para participar de uma dessas reuniões em que jovens lideranças trocam idéias sobre como dominar o mundo. (Hehehe.) Ele ficará por lá até o final do mês. Esperamos que os demais colaboradores deste blog ajudem a não deixar a peteca cair.

A propósito: estou aguardando o ok do Olavo de Carvalho para divulgar aqui nosso podcast semanal. Já gravamos dois bate-papos de 46 minutos cada. Você não perde por esperar… 😉

Mãe é mãe, piada é piada.

Olha, o Bruno Costa disse, com toda a propriedade, que a piada não diminui em nada as – como direi?? – capacidades totalitárias do PT. É verdade. Mas o Yuri parece ter levado para o lado pessoal um post endereçado exclusivamente a posicionamentos políticos impermeáveis ao bom senso. O meu argumento, brilhantemente ilustrado pelo caso da ONG plutônica, é o de que se vive um contexto de luta política e, neste caso, não há lá muita preocupação com o compreender. Há, na verdade, esforço doutrinário. A ironia, claro, é só a cereja do bolo.

E era piada… (a Sociedade dos amigos de Plutão)

E não é que a história sobre a ONG Sociedade dos Amigos de Plutão era, na verdade, estória (para usar uma distinção bem fora de moda). Por isso eu sempre digo: cuidado com as identificações fortes demais em política. Parece a alguns tão clara a essência maligna de outros, parecem-lhes tão claros os fatos, que não lhes custa muito tomar como verdadeiras informações falsas, se estas confirmam o caráter imaginado destes outros (como disse o Olavo a respeito da ciência: os fatos tornam-se meramente uma ilustração do que o intelecto, a priori, descobriu por si). E isso acontece, principalmente, quando o pathos do texto é o desprezo.

Curioso como esquecemos facilmente o caráter singular dos indivíduos. Quando me dizem que a maioria dos conservadores é hipócrita – escondem interesses esgoístas sob uma fachada moralista -, penso: “será que o Yuri seria capaz disso?”. A resposta, obviamente, é não. Logo, deve haver algo de bom em ser conservador e, com certeza, tem a ver com esta característica moral. Faço o mesmo com meus amigos esquerdistas. Quando pregam por aí a essência totalitária e mau-caráter da esquerda, penso: “Será que meu amigo Ricardo é totalitário e mau-caráter?”. A resposta, obviamente, é não. Logo, deve haver algo de bom em ser esquerdista e, com certeza, tem a ver com uma legítima preocupação social. Emparedados entre a amizade e suas conclusões lógicas, muitos optam pela saída muito cafajeste de reclassificar os amigos como idiotas ou estúpidos (embora “idiota” seja a preferida, por sua óbvia origem etimológica). É de uma prepotência inimaginável. Primeiro, porque quem usa este expediente supõe, sempre, estar correto, mesmo que não consiga explicar o porquê. Segundo, ele acredita que a verdade é uma disjunção exclusiva. Deveria estudar um pouco de lógica modal.

Ah, sim! E mando ao inferno qualquer discurso aterrorizante – o medo é uma arma totalitária -, cujo objetivo seja me fazer ver um amigo como hipócrita ou mau-caráter ou estúpido. O resto é assunto para a psicanálise.

Nossas visitas

Estas eleições deram uma alavancada radical nas visitas deste site. Nossa média anterior oscilava entre 900 e 1100 visitas diárias. Esta semana a média subiu para 2800 visitas/dia e, hoje, recebemos um total de 8951 visitas com 14395 páginas lidas. Ainda bem que fizemos o upgrade do nosso serviço de hospedagem. Podem vir quentes que nossa taxa de banda ainda está fervendo…

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