blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: janeiro 2006 Page 8 of 9

Coceira Política

Ai, ai, ai…
Eu aqui trabalhando como louco e vocês começam a expor seus cacoetes políticos. Meus dedos ficam coçando, mas eu PRECISO terminar essa porcaria desse paper que já me consome há três semanas.
Eu juro que só vou postar depois que acabar e que vou ser muito fino…

Dia mundial do pulo

Isto saiu na revista Galileu Nº173 de Dezembro/2005:

Está marcado para 20 de Julho de 2006 o “World Jump Day” (Dia mundial do pulo). Na data, 600 milhões de pessoas irão pular juntas para mudar a órbita da Terra e ajudar a resolver o problema do aquecimento global. A idéia foi inspirada em um estudo publicado em 2004 por pesquisadores alemães, que dizia que o planeta poderia mudar sua órbita com a ajuda da combinação de forças de 600 milhões de pessoas do hemisfério ocidental pulando ao mesmo tempo. Quem quiser participar pode se cadastrar no site WorldJumpDay.org.

Claro que os orientais irão aderir à moda e a Terra – com a juda de um bilhão de chineses – quebrará ao meio feito um ovo. Neste dia, se Deus quiser, estarei em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros…

Tiranos e Internet

Eu já escrevi aqui um bom número de vezes a respeito dessa fobia petista – totalmente afinada com certas ditaduras – para com a livre comunicação via internet. (O artigo Totalitarismo digital ou Infernet é um bom exemplo.) Mas uma amiga me enviou um artigo, assinado pelo jornalista José Roitberg, dos mais preocupantes. Chama-se Primeiro as Armas, Agora os E-Mails. Vamos reagir!. (Encontrei uma cópia neste site.) Trata-se dum projeto de lei do famigerado senador Delcídio Amaral – que não nega sua raça petista – que pretende monitorar e arquivar, durante dez anos, todos os email enviados e recebidos pelos cidadãos brasileiros. (Sobre o assunto, há uma nota da Folha de SP aqui.) E a coisa continua tramitando! Aliás, há vários projetos de lei, referentes à Internet, rolando por aí sem que a imprensa se debruce sobre eles. Mas este projeto, do doido do Delcídio, quer implantar um verdadeiro Big Brother digital neste país. Nas palavras do Roitberg:

Anne Frank e o mundo menstruado

Assisti por acaso, no Telecine Cult, à parte final da adaptação de O Diário de Anne Frank, cujo livro li ano passado ou retrasado, sei lá. (Para quem não sabe é o diário real da adolescente judia que passou uns dois anos escondida, com outros judeus, em Amsterdam, durante a ocupação nazista. Morreu poucos meses antes do final da guerra num campo de extermínio.) Pois então, no filme, o diálogo final de Anne com um seu amigo reafirma, tal como no livro, e apesar dos pesares, sua fé no ser humano e na bondade de Deus. (Daí, creio, o valor do seu testemunho.) Mas o que me chamou a atenção não foi isto, mas a forma como ela consola seu interlocutor, dizendo que o mundo está apenas passando por uma “fase”, tal como ela e sua mãe passam às vezes. Ou seja – pensei com meus botões -, o mundo está menstruado, daí as cólicas e todo esse derramamento de sangue que vemos no dia a dia. E parece que ela tem razão. Só que atualmente o planeta não está apenas com TPM ou naqueles dias. Anda com diarréia humana, febre vulcânica, sarna florestal, tremores tectônicos, vômitos marinhos e coisas do gênero também. Segundo desconfio, o mundo vai passar por muitos maus bocados ainda. Talvez esteja para dar à luz, vai saber. O que estará para nascer?

Lula chupa o pau da barraca…

Ontem, instalei um plugin neste blog que permite ouvir arquivos mp3 diretamente no site, sem necessitar de download. (Não direi que virou um podcast porque já tenho meu próprio Podcast.) O interessante é que também funciona retroativamente. Veja, por exemplo, esta entrada – Ainda sobre as eleições – onde é possível ouvir um belo discurso do Lula, feito por Beto Hora, para sua secretária eletrônica…

Ou aqui:

A curva do mundo

Ano passado (2005) eu vi a curva do mundo. Aos 32 anos finalmente viajei de avião. Fiquei imaginando aqueles senhores da virada do século XIX para o XX, experimentando seu primeiro vôo aos 50, e entendi o deslumbre que se seguiu com a capacidade tecnológica do homem, com a técnica. Um monstro de ferro e fibra de carbono pesando mais do que algumas toneladas levantar do chão é mesmo um assombro.

Meus Amigos e Deus

Já que enveredamos pelo tema da amizade, acho que cabe acrescentar esse texto que escrevi há algum tempo:

“Meus amigos são o que me dá certeza da existência de Deus. Pensem nele como quiserem: como um velho senhor de barba sentado em seu trono, como várias figuras que encarnam várias faces do divino, como o poder da natureza, como uma inteligência que a tudo envolve e de que cada coisa, incluindo nós mesmos, somos manifestações. Pouco importa.

O Quasímodo é lindo

Ontem, minha amiga Paola Antonácio, arquiteta que recém concluiu seu mestrado na Espanha, me contou algo impressionante: ela estava na Harold’s, a famigerada loja de departamentos londrina, quando, de repente, a um metro do seu narizinho, deparou com ninguém mais ninguém menos que… Michael Jackson! Claro, o cara, além dos filhos – pelo jeito aquele garoto sobreviveu à aventura da sacada do apartamento -, o cara estava sendo seguido por todos que o viam, tal como um planeta a seqüestrar, durante sua translação, meteoróides e outros detritos espaciais. Nuvens de consumidores o acompanhavam enquanto ele admirava, tranqüilamente, prateleiras apinhadas de eletrodomésticos. Mas o espantoso não era isso – encontrar-se com o Michael Jackson? ora, que bobagem – mas sim o fato de que, segundo Paola, ele era lindo! Sim, ela nunca vira antes uma disposição tão aristocrática e serena, nunca vira cabelos tão bonitos, brilhantes e sedosos, uma pele (sim, branca) tão delicada, um nariz tão… feito sob medida, ora essa.

Ainda a Amizade

Seja bem-vindo, Daniel.
Ainda sobre amizade, percorrendo a rede atrás de outros textos dos quatro mineiros, topei com esse também do Hélio Pellegrino, onde ele, já com 60 anos, reformula, de certa maneira, aquele outro da epígrafe d’ “O Encontro Marcado”:
“Quando você faz 20 anos está de manhã olhando o sol do meio dia. Aos 60 são seis e meia da tarde e você olha a boca da noite. Mas a noite também tem seus direitos. Esses 60 anos valeram a pena. Investi na amizade, no capital erótico, e não me arrependo. A salvação está em você se dar, se aplicar aos outros. A única coisa não perdoável é não fazer. É preciso vencer esse encaramujamento narcísico, essa tendência à uteração, ao suicídio. Ser curioso. Você só se conhece conhecendo o mundo. Somos um fio nesse imenso tapete cósmico. Mas haja saco!”

O texto e outros de Hélio e dos outros três mineiros estão no Releituras.

O espelho opaco

Sempre achei a amizade uma tonalidade afetiva ambígüa. Há uma polifonia semântica no termo que me exaspera. Se, por exemplo, assumo uma perspectiva social, a amizade – como disse Aristóteles – é uma espécie de argamassa das relações entre os indivíduos. Uma relação orientada a fins e determinada por afinidades socialmente relevantes como a coragem ou a justiça, mas que nada tem a ver com a comunicação entre espíritos. Não há vestígio algum daquele arrebatamento pelo outro de que fala o Pedro Novaes. Esse tipo de coisa, esse estar “face a face” com a alteridade, só consigo vê-lo quanto assumo a perspectiva privada, individual. Aí sim, amizades são eletivas, arrebatadoras e desinteressadas.

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