blog do escritor yuri vieira e convidados...

Mês: março 2006 Page 8 of 17

Nau

nau.jpgAlguém aí se lembra da banda Nau? Década de 80 pura. Não fez lá grande sucesso. Só lançaram um LP. Bolachão, claro. Mas eu até que ouvi. Até usava alguns trechos em programas de rádio na universidade, isto é, na Rádio Universitária. A vocalista era a Vange Leonel. Tô falando na banda porque um amigo me mandou um endereço com as músicas: Zique do Nau.

Acho que a que ficou mais “conhecida” era Corpo Vadio, um bom rock. No tal endereço, dá para ouvir todas as músicas do disco.

Mensaleiros da mídia

“(…)segundo Leonardo Attuch, autor do livro A CPI que Abalou o Brasil, Mino Carta recebeu R$ 2,5 milhões do Mensalão para sua revista Carta Capital , cujo petismo fiel e intransigente fica assim explicado. O dinheiro saiu por ordem direta de Luiz Gushiken. Attuch informa que uma lista extensiva de jornalistas ‘amiguinhos do governo’ está para vazar a qualquer momento. Que acontecerá a esses mensaleiros da mídia? O mesmo que aconteceu a seus oitocentos colegas subsidiados pela CUT em 1993. Nada. Continuarão posando de fiscais impolutos da moralidade alheia.”

Fonte: OdeC.

Lula e sua turma

Tá na cara que é do Angeli (via RB):

Dizem que se um médium clarividente for colocado na sala do Lula é exatamente isso o que ele irá ver, mas com uma diferença: não dá pra distinguir o presidente dos demais.

Lucrecia Martel: Almodóvar de saia

Finalmente chegou aqui à província “Menina Santa”, segundo longa da badalada diretora argentina Lucrecia Martel. Almodóvar é dos que se impressionou com o talento demonstrado pela moça em “O Pântano”, seu filme de estréia. Tanto que tornou-se produtor executivo deste outro.

La Niña Santa não é um filme arrebatador. Ao contrário, impressiona e marca o espectador em sua sobriedade e na sutileza quase subliminar com que nos incomoda.

Ponto final

Pedro tem razão (clique aqui). Ponto Final é mesmo um dos melhores do Woody Allen.

O cinema é uma linguagem perfeita para “brincar” com o acaso (de cabeça, lembro de dois exemplos recentes: o quase bom Femme Fatale, de Brian De Palma, e o divertido Corra, Lola, Corra, do alemão Tom Tykwer). Mas é preciso que isso seja muito bem feito. E Allen o faz perfeitamente.

Sou flamenguista, e daí?

Na linha “mamãe, saí do armário”, inaugurada pelo Paulo aí embaixo, venho a público, um pouco avexado, fazer essa confissão. Também não sei muito bem o que fazer com isso. Que vexame geral ontem…

Literatura e paranóia

Nesse final de semana, conversei por um bom tempo com a Andréa Leão e o Paulo Paiva sobre Auster, DeLillo, Pynchon e seus romances noiados. Depois, em casa, reli o ótimo ensaio do Martim Vasques da Cunha, O Triunfo da paranóia. Foi a cereja daquela conversa. Em meio à sua análise sobre Pynchon, ele cita este trecho duma palestra de Eric Voegelin:

“A alienação e a paranóia não são apenas problemas individuais, mas eles dominam a cena contemporânea na forma de várias ideologias, que sempre tentam perseguir alguém, ou sentem-se perseguidas por alguém, ou ambos os casos. E foi nesta ocasião que eu me deparei com o problema da paranóia no sentido teorético, o que não havia ficado claro para mim antes, porque a paranóia é geralmente tratada pelos psicopatologistas. Mas isto não é um problema, uma vez que se você tem várias pessoas em um estado paranóico (em termos práticos), isto é mais do que o caso de um paciente com uma psicopatalogista. Há alguma estrutura fundamental da consciência envolvida nesta situação.

Pegadinhas no cemitério

Pô, o Sílvio Santos é campeão de audiência até no You Tube. Esse vídeo já foi visto milhares de vezes mundo afora.

Essa outra, da noiva, também é engraçada.

Eu e o sem-fim

Um

Havia o escuro. Abriu os olhos e nada notou. Estava só, num lugar sem fim. Assustou-se e contemplou o escuro à frente. Podia ver-se, mas mais nada via. Não havia céu nem chão; apenas a amplidão. Estendeu a mão à frente, caminhou tentando tocar em algo, correu, pulou. Nada. Olhou a seu redor e só a si pôde ver. Vislumbrou o sem-fim.

Olhou o chão inexistente sob os pés. Deu um passo, foram dois, três, sete, dez… Apenas sentia o pé, a pressão na sola, cada passo, não o piso. Agachou-se. Hesitou por um instante e esticou a mão, devagar. Temeu o que não via e levou os dedos, depois a palma aberta, ao chão, que não existia. Passou a mão sob os pés, sem tocá-los. Tocou então toda a sola.

Levantou-se. Tocou os lábios, olhou a mão, cheirou-a e o braço, sentiu-se, notou cada parte, o pé, pés, as pernas, braços, ventre, abdome, peito… O peito. Pôde senti-lo apressado, assustado, tenso. Há vida, há vida.

Fechou os olhos. Cerrou-os então com força, toda que pôde, e viu um mosaico mutante, vermelho, formar-se à sua frente. Não mais via a si. Via apenas os tons avermelhados modificarem-se e repetirem-se. Manteve os olhos fechados, para não mais ver a amplidão.

Abriu os olhos apressado. Um som!

A Internet Cósmica

Apenas para corroborar minha concepção de que o Planeta Terra (ou Urântia, para os iniciados) é literalmente o lugar em que Judas perdeu as botas, o cu do universo, a periferia da periferia da periferia da periferia – ainda que vc more em Londres, Roma, Paris ou Nova Iorque – veja algumas informações (ou imaginações, diria o Daniel) sobre as transmissões cósmicas de dados, através das quais, imagino eu, zilhões de neguinhos teriam acesso ao “blog” do Anjo Gabriel:

(…)
5. Os diretores de teledifusão. As transmissões do Paraíso, dos superuniversos e dos universos locais estão sob a supervisão geral desse grupo de conservadores do pensamento. Eles servem como censores e editores, bem como coordenadores das transmissões materiais, fazendo uma adaptação, para o superuniverso, de todas as transmissões do Paraíso, adaptando e traduzindo as transmissões dos Anciães dos Dias para as línguas individuais dos universos locais.

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