Saiu uma matéria no jornal O Popular – Perder para ganhar – sobre a relação internet/literatura/direitos autorais. Nela há entrevistas com Daniel Galera (RS), Xico Sá (SP) e com um tal Yuri Vieira, que talvez seja eu, não estou certo, me esqueci de tomar Biotônico hoje. Pena que esse jornal é adepto do acesso limitado a assinantes…
Categoria: literatura Page 17 of 49
Preciso parar com essas estranhas somatizações. Certos livros exigem mergulhos profundos, mas aí já é demais. Acompanhar, com a mente, Hans Castorp e seu primo Joachim Ziemssen até esse sanatório para tuberculosos é uma coisa. Mas eu precisava ser acometido por uma pleurisia durante a leitura? É como se eu também estivesse internado ali. Que cazzo!
Palestra de Olavo de Carvalho no Seminário de Democracia Liberal, dia 14/05/06. Olavo fala desde os Estados Unidos e muda o roteiro da palestra para comentar as origens da onda de terror criminoso que paralisou São Paulo e o Brasil naqueles dias.
(Via blog do Luis Afonso Assumpção.)
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Só existe um fardão da ABL de um escritor goiano. Só existem dois prêmios Jabuti dados a um autor de Goiás. Tudo isso está aqui, escondido, sem que as novas gerações possam vê-los, sem que possam acompanhar a carreira de Bernardo Élis, saber mais da nossa história literária.
Izaura Maria Ribeiro Franco, presidente da Associação Cultural Bernardo Élis dos Povos do Cerrado (ACBEPC), em O Popular
Dez anos atrás, depois de participar de diversas oficinas literárias, grupos de leitura, fanzines e atividades do gênero, sem contar as horas e horas perdidamente ganhas na saudosa biblioteca da UnB, e como monitor do professor de Crítica e Teoria Literária Flávio René Kothe, desenvolvi, involuntariamente, certa indisposição para com todo aquele que, ainda em plena juventude de espinhas, se auto-intitulasse um escritor. Eu próprio, mesmo já tendo escrito meu primeiro livro em 1997, morria de vergonha ao ser apresentado a alguém como sendo um “escritor” ou, coisa ainda pior, um “novo autor”. Sim, preciso confessar. Após me deparar com tantos escrivinhadores confessio(ba)nais, com tantos vomitadores de surubas existenciais, com tanta gente que não conhecia a necessidade de, arriscando-se a cair no abismo, sempre dar ainda outro passo para atrás – e só então verdadeiramente apreciar e apreender um quadro geral da existência digno de ser narrado –, desenvolvi um reflexo condicionado bastante comum: cada vez que me falavam dum suposto “novo autor”, sacava minha pistola. Um pouco mais tarde, de volta a São Paulo, abdiquei momentaneamente de tal atitude apenas porque quem me falava de sua “maravilhosa amiga escritora” era minha então nova namorada. Ainda me lembro de folhear o tal livro com desdém, a foto duma mulher de trinta e poucos anos na orelha, aquela editora totalmente desconhecida, enfim, uma nova autora. E, motivado pela empolgação da figura, li o trecho de um conto ¬– aparentemente mais uma enxurrada egóica – e, num final de semana, fui me encontrar com a tal literata. Uma chácara bonita, dezenas de cães e lá estava, virando copos de uísque, a mulher que estranhamente não tinha trinta, senão sessenta e oito anos de idade: Hilda Hilst. Juro, até 1998, este rato de biblioteca nunca ouvira falar dela, logo, estava diante duma “nova autora”. Ao menos para mim.
Continue lendo – minha estréia como colunista – no Digestivo Cultural.
Já faz mais de um mês que o cineasta João Rocha – sobrinho do Glauber Rocha – e o pesquisador Lécio Augusto Ramos me enviaram cópias duma carta que xeroquei ainda na UnB, mas que perdi anos atrás: From New York to Paulo Francis, uma carta onde Glauber demonstra sua verve inconfundível e tece comentários impagáveis sobre a capital do mundo, seus artistas, personalidades e a relativa bobagem que é, para o artista criador, a necessidade de viajar geograficamente. Eu pretendia transcrevê-la por inteiro, mas como ainda não me organizei o suficiente para tanto, seguem as imagens da revista (Status, 1968) em que foi publicada.
(Clique nas imagens da esquerda para a direita.)
Conheça o site Tempo Glauber, administrado por João Rocha.
Em 13 de Julho de 2002, fui entrevistado pelo jornalista nicaragüense Ezequiel D’León Masís, para o caderno literário do jornal La Prensa. Como este jornal sofreu várias modificações, e por isso não estou mais encontrando o link para a dita cuja, coloquei a cópia da entrevista em meu próprio site, inclusive mantendo o antigo visual del periódico. A foto foi feita na varanda da casa da Hilda Hilst, em Campinas-SP.
Já que o Daniel Christino, meu colega de Garganta, resolveu tirar o sarro da minha cara quando eu disse que os bandidos comuns aprenderam a se organizar com os prisioneiros comunistas em Ilha Grande – ou seja, com essa turma que cerca o Lula – segue aqui um link para o Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella. Infelizmente eu sei que muitos engraçadinhos revolucionários irão me agradecer pela dica, mas a liberdade é uma característica que deve permanecer ligada à internet, e sempre é bom, também aos demais, a nós, saber de onde é que esses bandidos do PCC, CV e semelhantes tiraram suas táticas para aterrorizar a população.
Meu amigo Daniel Chistino, que colabora neste blog, tem toda a razão: eu também sou um herege. Mas já que, além de ser herege, também sou presunçoso posso dizer: sou herege apenas para quem ainda não aceitou o novo upgrade da Revelação Divina, o que evidentemente é muito diferente da heresia de perverter a Tradição por não tê-la compreendido. Porque, engulam ou não engulam os ateus e agnósticos, e menos ainda as diversas espécies de crentes de não importa quais doutrinas tradicionais, Deus não pode se revelar por inteiro, duma só vez, a nós paupérrimos terráqueos. “Não atire pérolas aos porcos”, já dizia nosso Mestre e Senhor deste Universo. Por isso, a Revelação, isto é, o download de informações, ideais, valores e conceitos divinos, só vai sendo feita na Terra aos poucos, de acordo com a capacidade de processamento médio das mentes mortais. O Corão já criticava, desde o século VII, aqueles que, ao ouvirem novas revelações, ousam dizer: “fábulas dos tempos antigos” (Corão 6:25). E olha que o Corão não passa de um patch de segurança para mentalidades tribais que ainda se encontram muito abaixo da visão de mundo judáica…
Bem, tudo isso é para dizer que, à luz do Livro de Urântia, nada mais ridículo, estúpido, canhestro e insensato que toda essa preocupação e balbúrdia em torno de O Código Da Vinci, de Dan Brown. Protestar contra esse livro? Exigir sua proibição? Ou ainda pior: dar-lhe um crédito para além da categoria entretenimento?
Dia 13 de Maio, nosso bróder e colaborador Pedro Novaes se casará com nossa bela sister Juliana. Sim, mais dois a obedecer o “crescei e multiplicai-vos”. Monteiro Lobato, em cartas a seu amigo Rangel, costumava fazer críticas ao casamento e ao conseqüente fim da liberdade que só o solteiro supostamente tem. Claro, ele tinha apenas vinte e poucos anos de idade e não sabia de quase nada. Porque, depois que se casou com Purezinha (“linda e mais inteligente do que eu”), descobriu que os solteiros é que vivem escravizados à idéia de encontrar “a escolhida” ou, o que é pior, escravizados à perene necessidade de arranjar outra, mais outra e ainda outra provisória cara metade. Tal é o grilhão que prende o ego à concepção de que a experiência se ganha com quantidade e não com qualidade de relações. Quem está casado, descobriu ele, se abre ao mundo inteiro e ao além; quem está solteiro só pensa no sexo oposto, pensamento este que ofusca todos os demais…
Francis Ford Coppola, por seu turno, falou algo muito próximo disso em sua entrevista ao James Lipton no Inside Actors Studio. Ao ser indagado se seu casamento precoce não atrapalhou sua carreira, disse que muito pelo contrário, que, se não tivesse se casado tão cedo, teria demorado muito mais para realizar seus projetos, porque a família o fez colocar os pés no chão e finalmente avançar, a passos largos, pela realidade, pois os filhos precisavam comer, a vida tornou-se urgente. De fato, Coppola disse que fica impressionado cada vez que ouve um jovem diretor ou roteirista afirmando que pretende primeiro construir uma carreira estável para só depois se casar. Disse ele: “Apenas minha mulher e meus filhos me deram a motivação e a inspiração necessárias para fazer os filmes que fiz. Tenho pena desses jovens que pensam o contrário…”
Por fim, há também a excelente frase do tio dum amigo meu de São Paulo. Diz ele: “Homem que não casa, vira um traste…” Eu, por exemplo, estou em pleno processo de trastização… 🙂
Enfim, que Deus abençoe sua união, Pedro e Juliana. Sejam felizes e, antes de felizes, sejam a força um do outro. Se um dia eu me tornar um homem trilhardário – ahahahahaha, pobre de mim – comprarei um quadro como este do Marc Chagal para vocês:
Besos y abrazos
del amigo
Yuri