O governo Lula já fez muita bobagem. Algumas pura anedota, outras namorando o monstro totalitário. Mas nada foi tão idiota e perigoso quanto esconder as projeções de inflação feitas pelo IPEA. A estupidez é muito simples de entender. O IPEA é o órgão oficial do Governo para o levantamento de informações que subsidiam as tomadas de decisão dos gestores públicos. Como diz o site do instituto, sua missão é “produzir e articular conhecimento para o planejamento do desenvolvimento brasileiro”. Logo, esconder informação ou mesmo alterar uma metodologia de cálculo sem a devida justificativa pode destruir a reputação do instituto. E ele, por mais importante que seja, cairá na irrelevância. Não se joga algo assim no lixo por motivos ideológicos ou propagandísticos. É como se o Governo estivesse sabotando a inteligência do país para não ter sua imagem arranhada antes da eleição. FHC fez o mesmo e quase jogou a moeda brasileira no lixo. Mais vergonha na cara, por favor!
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Eu comecei no InvestidorVirtual.com dia 17 de Maio. De lá pra cá, já tive um prejuízo de R$ 4.518,00, ou seja, de 4,5%. Entrei com R$ 100.000,00. Já estava achando que não sou um bom surfista dos gráficos da bolsa de valores, mas hoje li esta notícia:
* Perda da Bolsa em junho é a maior desde abril de 2004 iG Ultimo Segundo – 20/06/2008, 19:01
Se junho encerrasse hoje, as perdas acumuladas pela Bolsa de Valores de São Paulo no mês seriam as maiores desde abril de 2004. O Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, registra queda de 10,99% em junho até o pregão desta sexta-feira (que foi encerrado com declínio de 2,97%).
Enfim, entrei no mercado justamente quando se iniciaria o mês de maior baixa desde Abril de 2004. E detalhe: minha perda não foi de 10,99%, mas apenas de 4,5%, o que significa que me agarrei com unhas e dentes e não fui pior que a IBOVESPA como um todo.
Um dia, eu chego lá. 🙂
Você acha que os tempos são para otimismo ou pessimismo? Eu sinceramente não sei.
Por um lado, discordo do catastrofismo ambientalista por achá-lo iminentemente imobilizador e calcado num deletério idealismo que, no limite, nos proíbe de viver hoje. Por outro, por mais liberal em termos econômicos que me considere, não compartilho a fé cega da economia clássica na inovação tecnológica. Parece-me evidente que há limites físicos reais ao crescimento, não apenas num futuro distante.
Pela sua importância, traduzi o ótimo artigo abaixo do economista Paul Krugman, publicado no New York Times de hoje. Sua pergunta básica é a de se a atual alta nos preços das matérias-primas refletem especulação, descompasso temporário entre oferta e demanda ou se efetivamente significam que estamos atingindo limites planetários.
Se preferir ler o artigo em inglês, clique aqui.
Sem planeta para explorar
PAUL KRUGMAN
Há nove anos atrás, a The Economist estampava uma grande história sobre o petróleo, então à venda a 10 dólares o barril. A revista avisava que isso poderia não durar. Diferentemente, sugeria que o petróleo poderia muito bem cair para cinco dólares o barril.
De qualquer maneira, a The Economist asseverava que o mundo se encontrava diante “da perspectiva de petróleo abundante e barato no futuro visível”.
Na semana passada, o petróleo atingiu 117 dólares.
Não é somente o petróleo que contradiz a complacência de poucos anos atrás. Os preços dos alimentos também dispararam, assim como os preços dos metais básicos. A escalada global nos preços de commodities faz renascer uma questão de que já não se ouvia muito falar desde os anos 70: estoques limitados de recursos naturais representarão um obstáculo para o futuro crescimento econômico mundial?
A forma pela qual se responde a esta pergunta depende essencialmente daquilo que se acredita estar impulsionando o aumento nos preços das matérias-primas. Falando de forma ampla, há três visões rivais.
A primeira é a de que se trata basicamente de especulação: investidores, em busca de altos retornos numa época de taxas de juros baixas, correram para os mercados futuros de commodities, levando para cima os preços. Segundo esta visão, em algum momento a bolha estourará e os altos preços das matérias-primas seguirão o caminho da Pets.com*.
A segunda visão é a de que os altos preços das matérias-primas têm de fato uma base em fundamentos econômicos, sobretudo a demanda rapidamente crescente dos chineses que agora comem carne e dirigem carros, mas que, com o tempo, perfuraremos mais poços, plantaremos mais hectares e a oferta maior puxará novamente os preços para baixo.
A terceira visão é a de que a era de matérias-primas baratas realmente chegou ao fim: estamos ficando sem petróleo, sem terras para a expansão da produção de alimentos e, de modo geral, sem uma planeta para explorar.
Eu me encontro em algum lugar entre a segunda e a terceira visão.
Há algumas pessoas muito inteligentes, George Soros entre elas, que crêem estarmos vivenciando uma bolha de commodities (apesar de o Sr.Soros dizer que a bolha ainda está em sua “fase de crescimento”). Meu problema em relação a esta visão é o seguinte: como estão os estoques?
Normalmente, a especulação impulsiona os preços das commodities por meio da formação de estoques camuflados. Não há, entretanto, qualquer sinal de estocagem camuflada de recursos nas estatísticas: os inventários de alimentos e metais estão próximos de seus pontos mais baixos na história, ao passo em que os inventários de petróleo estão absolutamente normais.
O melhor argumento para a segunda visão, a de que o momento crítico para as matérias primas é real, porém temporário, é a forte semelhança entre o que vemos agora e a crise das matérias primas nos anos 70.
O que os americanos mais se lembram a respeito dos anos 70 são os preços crescentes do petróleo e as filas nos postos de gasolina. Houve também, entretanto, uma severa crise alimentar global, que gerou bastante angústia nas filas dos caixas de supermercados – lembro-me de 1974, como o ano do Hamburger Helper** – e, muito mais importante, ajudou a provocar fomes devastadoras em países mais pobres.
Em retrospecto, o boom das commodities entre 1972 e 1975 foi provavelmente resultado de um rápido crescimento econômico mundial, superando a oferta, somado aos efeitos de um clima ruim e do conflito no Oriente Médio. Por fim, a má sorte acabou, novas terras passaram a ser cultivadas, novas fontes de petróleo foram descobertas no Golfo do México e no Mar do Norte, e as matérias-primas se baratearam novamente.
As coisas podem ser diferentes desta vez, entretanto: a preocupação em relação ao que poderia acontecer quando uma economia em constante crescimento força os limites de uma planeta finito soam mais reais hoje que nos ano 70.
Uma das razões para tanto: não creio que o crescimento chinês venha a diminuir de forma significativa em breve. Isso representa uma enorme diferença em relação ao que se passou nos anos 70, quando o crescimento no Japão e na Europa, as economias emergentes da época, declinou, retirando com isso muito da pressão que pairava sobre as matérias primas do planeta.
Neste meio tempo, as matérias-primas estão cada vez mais difíceis de encontrar. Grandes descobertas de petróleo são hoje poucas e cada vez mais espaçadas entre si. Nos últimos anos, a produção de petróleo a partir de fontes novas mal superou o decréscimo da produção nas fontes já estabelecidas.
E o clima ruim afetando a produção agrícola desta vez começa a parecer mais fundamental e permanente que o El Niño e a La Niña, que quebraram safras 35 anos atrás. A Austrália, em particular, se encontra agora no décimo ano de uma seca que se parece cada dia mais com uma manifestação de longo prazo de mudanças climáticas.
Suponha que realmente estejamos nos confrontando com limites globais. O que isso significa?
Mesmo que se revele que de fato estamos passando pelo ápice da produção de petróleo, isso não quer dizer que um dia iremos dizer “Oh, meu Deus? Acabou o petróleo!” e assistir ao colapso da civilização rumo a uma anarquia ao estilo Mad Max.
Mas os países ricos enfrentarão pressões constantes sobre suas economias oriundas de preços crescentes de matérias-primas, tornando mais difícil elevar os padrões de vida. E alguns países pobres se verão vivendo perigosamente próximos da borda do abismo ou cairão nele.
Não olhe agora, mas pode ser que os bons tempos tenham acabado de acabar.
*A Pets.com foi uma empresa online símbolo da bolha especulativa em torno das ações de empresas da Internet no final da década de 1990.
**Marca de comida semi-pronta nos EUA.
UPDATE: uma tradução do artigo acima foi publicada em 22/04/08 na Folha de S. Paulo (para assinantes UOL/Folha).
Não sei porque todo esse mafuá em relação aos gastos do Ibama via Siafi. Eu acho normal. Vejam a matéria abaixo, direto do Popular
Depois dos cartões corporativos, agora é o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) que pode estar sendo utilizado para gastos irregulares de recursos públicos. O POPULAR apurou que a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Goiás gastou pelo menos R$ 23,39 mil com serviços de uma clínica de estética entre 2005 e 2007. O próprio Ibama e o Ministério Público Federal (MPF), que já estão investigando o suposto desvio, acreditam que o rombo pode ser ainda maior.
Os pagamentos, segundo as investigações, seriam efetuados de forma irregular pelo Siafi, camuflados juntamente com outras transferências de valores referentes a despesas regulares do órgão, como pagamento de conta telefônica. O Ibama teria detectado a suposta irregularidade no último dia 15, após ser questionado por um jornal carioca sobre despesas com a empresa Angela Karina Centro de Estética Ltda. As informações estavam no Portal da Transparência, que publica os gastos do governo federal.
Segundo a prestação de contas do instituto, em 2005 foram gastos R$ 3.837,42 com o centro de estética. Em 2006 foram R$ 9.523,87 e em 2007, R$ 10.038,64. A discriminação dos supostos serviços prestados pela empresa, segundo publicado no Portal da Transparência, indicam gastos com “locação de mão-de-obra”, “material de consumo” e “outros serviços”. A clínica, que fica no Setor Marista, segundo funcionários, oferece tratamentos estéticos como limpeza de pele, maquiagem definitiva, peeling, hidratação, drenagem linfática e banho de lua.
Ora, toda área devastada merece investimento para sua recuperação.
Um dos grandes acontecimentos na administração pública de Goiânia, este ano, seria o edital para nova concessão do transporte público da capital. Depois de quase 40 anos sem licitação, novas empresas teriam oportunidade de morder um bolo de mais ou menos 30 milhões de reais mensais, gerados pela demanda por transporte. Mas parece que o dinheiro é pouco. Leio no Popular que ninguém novo apareceu para concorrer com as empresas já estabelecidas na cidade. Ou seja, fica tudo mais ou menos como está. A cidade foi dividida em 5 lotes (o primeiro é o eixo anhanguera, e ele não está incluído na licitação) e apenas 4 empresas fizeram propostas: HP, Reunidas, Rápido Araguaia, Cootego.
A matéria afirma que as regras do novo edital mudaram e que as empresas deverão realizar investimentos em torno de 660 milhões. Não creio. O transporte coletivo da cidade é muito ruim exatamente porque é uma concessão na qual as empresas dividem um bolo sem concorrer entre si. E, além disso, esta licitação vale para os próximos 20 anos. Se até agora estas empresas se mostraram tão sensíveis às necessidades da população quanto um inquisidor medieval diante de um herege, não é porque está escrito em algum lugar que haverá investimento que o investimento virá; e se vier, só Deus sabe em que velocidade e priorizando quais áreas. Será que a CMTC realmente acredita que mordernizar um edital significa colocar mais um milhão de exigências burocráticas sem mexer no modelo de mercado implícito nele?
O problema do transporte é o grande problema desta capital e um dos maiores de qualquer cidade no futuro. Um trasporte coletivo moderno, eficiente é essencial para as pretensões de qualidade de vida de quem mora aqui. E, pelo visto, o futuro de quem anda de carro ou ônibus nesta cidade continuará encurralado em grandes terminais, número insuficiente de ônibus, tarifas altas (será a primeira coisa a sofrer reajuste, logo depois da validação do processo), trânsito caótico – por causa do excesso de carros de passeio, afinal quem vai confiar num transporte deste tipo e deixar seu conforto na garagem? – e na cupidez estúpida de um Estado ineficiente. Talvez a gente consiga, lá frente, morder o próprio rabo. Merecemos.
Resenha do José Eli da Veiga, publicada em O Valor desta quinta, do livro Capitalism 3.0, de Peter Barnes.
A necessidade de criar uma ‘versão 3.0’
Por José Eli da Veiga, para o Valor, de São Paulo
03/01/2008“Capitalism 3.0 – A Guide to Reclaiming the Commons” – Peter Barnes
Berrett-Koehler Publishers, Inc., R$ 48,77. Com versão eletrônica gratuita em http://www.onthecommons.orgÉ raro que um livro abra com duas sentenças tão reveladoras de sua mensagem: “Sou um empresário. Creio que a sociedade deve premiar toda e qualquer ação lucrativa que tenha êxito”. Mas são afirmativas que jamais haveriam rendido texto tão estimulante se não tivessem entrado em colisão frontal com outra profunda convicção do autor: “Sei que atividades lucrativas têm insanos efeitos colaterais: poluição, lixo, desigualdade, ansiedade, e pesadíssima confusão sobre o propósito da vida.”
Para complicar, o conhecimento histórico também já o havia convencido que governos – por mais representativos que possam ser – se já não cuidam direito dos interesses dos cidadãos, muito menos podem ser capazes de proteger os interesses de gerações futuras. Principalmente porque tendem a dar muito mais importância aos interesses das corporações privadas. Um problema que na democracia capitalista é sistêmico, segundo Peter Barnes, autor do livro “Capitalism 3.0 – A Guide to Reclaiming the Commons”.
E aí, seus liberais? O Governo de SP apresentou projeto de lei à Assembléia Legislativa propondo a proibição do uso de garrafas PET no comércio de bebidas. A justificativa é a poluição gerada. Vale a medida regulatória, neste caso, ou seria melhor esperar que a mão invisível desentupisse os rios? Abaixo a matéria da Folha de hoje.
Projeto proíbe uso e venda de bebida em garrafas PET em SP
Projeto deve ser enviado para a Assembléia no início de 2008; prazo para empresas se ajustarem à lei é de seis anos
Justificativa é preocupação com ambiente; para o presidente da associação que representa fabricantes, a lei acabará com o setor
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCALProjeto de lei do governo de São Paulo obriga as empresas que produzem e comercializam água mineral, refrigerantes e outras bebidas a abolir o uso das garrafas plásticas, conhecidas como PET, num prazo de seis anos. Fabricantes de cerveja que passarem utilizar o plástico antes de a medida entrar em vigor terão um ano para se adequarem à lei.
O polêmico documento deve ser enviado à Assembléia no início de 2008, segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano. “A poluição por resinas plásticas é responsável por inúmeros prejuízos ao ambiente, à saúde e à segurança da população. Praticamente todas as áreas urbanas do país convivem com inundações, provocadas pelo assoreamento de valas, rios e canais e pelo entupimento de galerias pluviais, em muito relacionadas diretamente ao descarte irresponsável de lixo plástico”, diz o texto.
Dados da Abir (associação das indústrias de refrigerantes) mostram que o PET domina o mercado, com 79,9% das embalagens (em dezembro de 2006). O vidro tem 12,3% e a lata, 7,8%.
O consumo de plástico para embalar bebidas tem crescido ano a ano. Passou de 80 mil toneladas, em 1994, para 374 mil, em 2005 -367,5% a mais-, segundo a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET). A reciclagem desse material foi de 18,8%, em 1994, para 51,3%, em 2006 (veja quadro).
Para o presidente da Abipet, Alfredo Sette, a lei acabará com a indústria de PET. Ele diz que o problema não é o plástico em si, que pode ser totalmente reciclado, mas a falta de educação ambiental e a coleta de lixo ineficiente. “A tendência de crescimento da reciclagem não está interrompida. Há pontos ociosos porque não se coletam garrafas suficientes.”
Segundo ele, enquanto, no Brasil, o consumo de embalagens PET é de 2,9 kg/habitante, na Bélgica, chega a 8,8.
Para o ambientalista Fábio Feldman, o uso do plástico precisa ser desestimulado. Mas ele afirma que o governo deveria instituir metas de reciclagem e usar instrumentos econômicos para priorizar os produtos que poluem menos, em vez de simplesmente proibir o uso.
“Não conheço lugar no mundo em que haja proibição tão drástica. Deveria ser feita uma análise do ciclo de vida dos produtos. Quem tiver menor impacto ambiental deveria ser beneficiado com redução de tributos, por exemplo”, diz.
Segundo o governo, a fabricação das resinas plásticas provoca grande quantidade de gases que agravam o efeito estufa. Além disso, o PET demora centenas de anos para se degradar.
Um argumento a favor do plástico é sua leveza. Para transportar um material mais pesado, como vidro, são necessários mais caminhões -e estes também poluem o ambiente.
Para o presidente da Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais), o geólogo Carlos Alberto Lancia, a lei vai beneficiar “três ou quatro grandes empresas” e vai concentrar o mercado nas mãos de poucos. “Vamos voltar ao que era na década de 60. Uma fábrica para produzir embalagens de vidro custa milhões. E é preciso muito mais estrutura para coletar garrafas retornáveis.”
Os politiqueiros do PSOL de Goiânia conseguiram aprovar uma lei da cartilha marxista, o imposto territorial urbano progressivo. Quem não der uma “função social” para seu terreno vazio, terá a alíquota de seu imposto aumentada ano a ano e, não ocorrendo o pagamento, perderá o terreno para o Estado. Que coisa linda! Agora a propriedade privada já é oficialmente crime por aqui…
Para entender melhor o perigo que isso representa, leia o artigo de Fernando Lobo d’Eça, Reforma Tributária Marxista. Eis um trecho:
[…] Para realçar o viés marxista da reforma proposta pelo Governo Lula basta lembrar que, desde 1848, K. Marx e F. Engels recomendavam o estabelecimento de impostos especialmente progressivos como uma das medidas a tomar após a primeira fase da revolução, de modo que o proletariado utilizasse seu poder para privar cada vez mais os burgueses do capital e centralizar todos os meios de produção no Estado (cf. K. Marx e F. Engels, in Augewahlte Schriften, vol. I, 1958, pág. 42). Exatamente para coibir a interferência ideológica na tributação a melhor Doutrina sempre entendeu que os Estados Democráticos de Direito que garantem a propriedade não podem permitir ao mesmo tempo que a propriedade se veja minada e finalmente suprimida por meio de impostos (cf. Tipke, Klaus, in Moral Tributária del Estado e de los Contribuientes, tradução espanhola do original alemão Besteuerrungsmoral und Steuermoral por Pedro M. Herrera Molina, Marcial Pons, Ed. Jurídicas e Sociales S/A, Madrid, 2002, pág. 60), razão pela qual as Constituições modernas procuram proibir o confisco da propriedade privada através da tributação.[…]
Do jornal O Popular 05/12/2007:
Câmara aprova IPTU Progressivo
A Câmara Municipal de Goiânia aprovou ontem, em segunda e definitiva votação, o projeto de emenda à Lei Orgânica do Município que cria o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Progressivo no Tempo. O texto altera o artigo 161 da Constituição Municipal, que antes exigia tamanho mínimo de 2,5 mil metros quadrados de área para aplicação da medida, que prevê alíquotas de imposto maiores a cada ano em que o proprietário ignorar a notificação da Prefeitura para dar destinação social à sua propriedade, construindo uma moradia. Depois de cinco anos e tendo atingido a alíquota máxima a Prefeitura pode desapropriar o terreno. Como trata-se de uma emenda à Lei Orgânica, não existe a possibilidade de veto ou sanção do prefeito Iris Rezende. O texto precisou ser aprovado por dois terços dos vereadores, os 23 que estavam em plenário e votaram pela aprovação da matéria, apresentada pelo vereador Elias Vaz (PSOL). A proposta recebeu apoio do prefeito. Para que ela tenha efeitos práticos ainda falta a regulamentação. “É um processo semelhante ao do Plano Diretor, que estabeleceu as diretrizes e agora está sendo regulamentado”, compara Elias.
Na regulamentação, os parlamentares definirão os critérios para a aplicação das alíquotas progressivas e desapropriação de imóveis. Elias adianta que a idéia é atingir primeiro as áreas centrais, onde há grande concentração de imóveis vagos – ele cita bairros como Jardim América, Setores Bueno e Bela Vista e Parque Anhangüera.
Com a aprovação do IPTU Progressivo e o início das discussões para sua regulamentação, pela Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam), vereadores, universidades, poder público e empresários voltam à discussão sobre o tamanho do vazio urbano em Goiânia (veja quadro). Elias Vaz cita dados da Companhia Energética de Goiás (Celg) e da Universidade Católica de Goiás (UCG), que apontam, respectivamente, a existência de 118 mil e 120 mil lotes vagos. Titular da Seplam, Francisco Vale Júnior revela que um dos produtos do Plano Diretor de Goiânia é justamente a contagem oficial dos imóveis não-ocupados na capital, que está em fase adiantada. As estimativas apontam que eles somam entre 80 mil e 90 mil imóveis. Já o Sindicato da Habitação (Secovi), estima que eles não passam de 80 mil.
Vale Júnior esclarece que a Seplam tem um ano para regulamentar o Plano Diretor, que entrou em vigor em outubro do ano passado. As leis complementares, no entanto, estão sendo enviadas à Câmara. Em menos de dois meses, os técnicos da Seplam já concluíram pelo menos 6 do total de aproximadamente 40, entre leis, decretos e regulamentos.
Do G1:
A luta contra o aquecimento global abriu um novo campo de trabalho e negócios mundo afora. Meio empreendedores, meio ambientalistas, os pioneiros que apostaram há tempos em negócios verdes – comércio de carbono, energias renováveis e tecnologias limpas – hoje colhem os frutos milionários dessa decisão.
Ninguém retrata tão bem esse universo como o engenheiro agrônomo Pedro Moura Costa, que organizou na semana passada o Rio+15, encontro internacional para discutir as realizações na área ambiental 15 anos depois da Eco 92.
Apaixonado por guitarra e blues, o carioca Costa deixou há 20 anos a rotina de praia e estudos no Rio para correr mundo e se dedicar a questões ambientais. Radicado em Londres, Costa criou há dez anos a Ecosecurities, empresa especializada em desenvolver projetos de créditos de carbono – um bônus concedido a quem reduz as emissões e que pode ser vendido para empresas poluidoras, seguindo as regras do Protocolo de Kyoto.
Hoje, a Ecosecurities é a maior empresa de créditos de carbono do mundo e vale mais de US$ 1 bilhão na Bolsa de Londres. Costa já vendeu parte de suas ações e ainda tem 10% da companhia. Ele prefere não falar sobre o quanto lucrou. “Mais que qualquer coisa, sou um ‘ecoempreendedor'”, responde.
Voltei
Ah, o ambientalismo!!! Essa coisa de comunista!!!
Que vêm ocorrendo reuniões, palestras, aulas e seminários nas várias áreas do Second Life – e sobre os mais diversos assuntos – não é segredo para ninguém. Eu mesmo já estive no Primeiro Festival de Literatura do SL, em várias outras discussões literárias, filosóficas, políticas e inclusive numa leitura ao vivo do escritor D. Harlan Wilson, e basta checar a categoria SL deste blog para comprovar isso. (Sim, todos os eventos em inglês, pois o povo mais inteligente do mundo – o povo brasileiro – ainda pensa que SL é só um joguinho e utiliza o programa apenas para desperdiçar tempo.) Enfim, as pessoas vêm utilizando a nova ferramente cada vez mais e melhor. Até aí tudo normal… Agora, um seminário sobre o Second Life, fora do Second Life, e no Brasil, é algo realmente digno de nota. É um projeto da Editora Abril e da revista Info e cobrará R$665,00 de cada participante. (É brincadeira isso? Claro que não, neguinho não brinca com dinheiro.) O seminário de chama “O ambiente de negócios no Second Life” e ocorrerá dia 20 de Junho, em São Paulo.